Ureterolitíase Flashcards
(9 cards)
Epidemiologia da Nefrolitíase
- Prevalência = 8,8% (2010)
- Homens
- Pico: 20-45 anos
- Mais comum em caucasianos
- Aumento global de incidência
- Estilo de vida/ sdr metabólica
Fisiopatologia da Nefrolitíase (cálculo renal)
Supersaturação → nucleação (cristais) → crescimento e agregação (cálculos)
Concentração de solutos na urina:
1) Estado de subsaturação: não há cristalização; solutos e cristais dissolvidos
- Ponto de saturação
2) Estado de sobressaturação: ocorre cristalização ou crescimento de cristais; mecanismo de inibição conseguem atuar
- Ponto de formação
3) Estado de supersaturação: formação e aumento de cristais; mecanismos de inibição não conseguem compensar
Tipos de cálculos renais
1) Sais de cálcio (mais frequente):
- Mais comum: oxalato de cálcio
- Hipercalciúria idiopática (sem hipercalcemia)
2) Estruvita (fosfato de amônio magnesiano)
- Grande, “Coralidorme”
- Estase urinária - ITU (urease) - Proteus, Klebsiella
- Urina alcalina
3) Ácido úrico
- Se puro: radiotransparente
- Uricosúria
- Urina ácida
Outros: cistina (genético), fármacos induzidos (indinavir)
Quadro clínico da Nefrolitíase
- Assintomático
- Cólica nefrética: dor lombar/flanco alto unilateral com irradiação para FI, testículos e grandes lábios (vulva); sem fatores de alívio, início súbito e forte intensidade
- Hematúria leve e polaciúria (sem disúria)
- Pode ser acompanhada de náuseas e vômitos
- Complicações (pior prognóstico por diminuição do fluxo): infecção (risco de sepse) / obstrução total (risco de IRA pós-renal)
Diagnóstico da Nefrolitíase
TC sem contraste (padrão ouro):
- Imagem hiperdensa em topografia renal
USG (bom para gestante):
- Imagem hiperecoica + sombra acústica
Análise metabólica da urina de 24h em caso de formadores excessivos (não realizar em casos esporádicos)
Graus de hidronefrose
I: pouca dilatação
II: dilatação ureteral e pélvica
III: dilatação de cálices renais
IV: tortuosidade ureteral, apagamento dos cálices renais
V: atrofia de parênquima, apagamento total dos cálices renais (bolsão hidronefrótico)
Tratamento clínico da Nefrolitíase
Prof Wobido:
Cálculos < 5mm: grande chance de eliminação
Cálculos ≥ 9mm: pouca chance eliminação
- Agudo expulsivo*: analgesia (+- opioide) + AINE (indometacina, cetorolaco) + alfa-bloqueador (tansulosina) - relaxa os músculos do triângulo urogenital
*período expulsivo 30 dias → se não melhorar em 2 semanas encaminhar para o urologista (risco de perda da função renal) - Quemólise: em casos de cálculos de ácido úrico (não aparece no RX, pH da urina < 5) - alcalinização da urina
Medcurso:
< 10 mm: terapia médica expulsiva alfa-bloqueador (tansulosina) ou bloq do canal de cálcio (nifedipino)
> 10 mm/refratários: intervenção urológica
Tratamento cirúrgico da Nefrolitíase
Várias modalidades cirúrgicas: extracorpórea, endoscópica, percutânea, VLP, aberta
1) Litotripsia extracorpórea (LECO): cálculos proximais de até 1,8 (2cm MEDCURSO) cm com densidade < 1000 HU e distância pele cálculo de até 12 cm (dados TC)
2) Endoscópica → indicações: drenagem renal ou tto de cálculos ureterais e renais < 2cm → uso cateter duplo J ou percutânea (nefrostomia) → uroscópio flexível ou rígido
- Ureter médio e distal
3) Percutâneo: cálculos intrarrenais > 2 cm
4) VLP: cálculos pélvicos ou ureterais > 1,5 cm sem resolução por técnicas endoscópicas
5) Cirurgia aberta: última escolha, falha das outras técnicas
Litíase complicada (infecção, obstrução)
Terapia aguda:
1ª conduta: desobstrução → (a) stent ureteral (duplo J) ou (b) nefrostomia percutânea
Terapia crônica (prevenção):
- Hidratação: ≥ 2,5 L/dia (todos)
- Sais de cálcio: NÃO RESTRINGIR CÁLCIO / restringir sódio (maior reabsorção de Ca no túbulo contorcido distal) e proteína (diminuição de H+, diminui a mobilização de Ca) / diurético tiazídico
- Estruvita: ATB / refratário: ácido acetohidroxâmico (reduz urease)
- Ácido úrico: restringir purinas na dieta / alcalinizar urina (citrato de potássio) / refratários: alopurinol