Investigação Policial Flashcards

1
Q

O que é um inquérito policial?

A

É o conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.

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2
Q

Qual a diferença entre elemento de informação e prova?

A

Os elementos de informação são colhidos na fase investigatória e não há observância do contraditório e ampla defesa. A prova, por sua vez, são produzidas no curso do processo judicial sob o manto do contraditório e ampla defesa.

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3
Q

Quais são as características do inquérito policial?

A

Escrito, dispensável, sigiloso, inquisitório, discricionário, oficial, oficioso, indisponível e temporário.

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4
Q

O que quer dizer o inquérito policial ser oficial e oficioso?

A
  • Oficial: incumbe ao Delegado de Polícia a presidência do inquérito policial. Logo, este fica a cargo de órgão oficial do Estado.
  • Oficioso: ao tomar conhecimento de crime de ação penal pública incondicionada, a autoridade policial é obrigada a agir de ofício e instaurar o inquérito policial.
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5
Q

Quais as soluções podem ser usadas pelo advogado quando lhe for negado acesso aos elementos de prova já documentados no inquérito?

A

Caso este acesso seja negado, o advogado pode valer-se da reclamação ao STF (pela violação da súmula vinculante nº 14), da impetração de mandado de segurança (pela violação à prerrogativa profissional) ou pode utilizar-se, também, do habeas corpus (pelo constrangimento ilegal a liberdade de locomoção)

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6
Q

O que significa dizer que o inquérito policial é discricionário?

A

Quer dizer que a investigação é conduzida de forma discricionária pela autoridade policial, a qual define os rumos das diligências de acordo com o caso concreto. Há uma liberdade de atuação dentro dos limites da lei.

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7
Q

O que significa dizer que o inquérito policial é indisponível?

A

Quer dizer que a autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito policial. Este somente será possível a partir de ordem do Promotor natural, com ulterior homologação pela instância de revisão ministerial.

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8
Q

O que significa dizer que o inquérito policial é temporário?

A

Quer dizer que o inquérito policial não pode ter seu prazo de conclusão prorrogado indefinidamente, em atenção ao princípio da duração razoável do processo.

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9
Q

O que é noticia criminis?

A

É o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte da autoridade policial, acerca de um fato delituoso.

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10
Q

O que é delatio criminis?

A

Quando há a comunicação de uma infração penal feita por qualquer pessoa do povo à autoridade policial, e não pela vítima ou seu representante legal.

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11
Q

Quais são as três espécies de identificação criminal?

A

Identificação fotográfica, a datiloscópica e a identificação do perfil genético.

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12
Q

É sempre possível a identificação criminal? Justifique.

A

Não. A CF assegura que apenas haverá a identificação criminal daqueles que não forem civilmente identificados ou nas demais hipóteses previstas em lei.

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13
Q

Quando, mesmo havendo a identificação civil, será possível a identificação criminal?

A

Quando o documento tiver rasura ou falsificação, for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado, tiver informações conflitantes, quando no registro policial constar o uso de outros nomes, não tiver em bom estado de conservação e, também, quando a identificação criminal for essencial a investigação policial (hipótese na qual dependerá de prévia autorização judicial).

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14
Q

Em quais hipóteses o réu pode requerer a retirada da sua identificação criminal dos autos do inquérito?

A

Caso haja absolvição, não haja o oferecimento da denúncia ou ela seja rejeitada, é facultado ao réu, após o arquivamento do inquérito ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da identificação fotográfica do inquérito, desde que apresente provas da sua identificação civil. No caso da identificação datiloscópica, poderá haver a retirada do banco de dados em caso de absolvição ou passados 20 anos do cumprimento da pena.

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15
Q

Por que o art. 21, do CPP quanto a incomunicabilidade do indiciado preso não foi recepcionado pela Constituição Federal?

A

Este artigo não foi recepcionado pela Constituição Federal, uma vez que a CF assegura no art. 5º, LXII, que toda prisão será imediatamente comunicada ao juiz competente e a família do preso. Além disso, o art. 5º, LXIII, CF, estabelece que o preso terá direito à assistência da família e de advogado. Ademais, o art. 136, §3º, IV, da CF, veda expressamente a incomunicabilidade do preso durante o Estado de Defesa.

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16
Q

No que consiste o indiciamento?

A

É a atribuição de autoria (ou participação) de uma infração penal a uma pessoa, constituindo ato privativo do Delegado de Polícia. O indiciado é aquele que tem contra si indícios convergentes e elementos suficientes que o apontam como provável autor da infração penal, há juízo de probabilidade da autoria.

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17
Q

É possível o indiciamento nos termos circunstanciados no âmbito dos Juizados Especiais? Justifique.

A

É inviável o indiciamento em sede de termo circunstanciado, no âmbito dos Juizados Especiais, devido a simplicidade que norteia a investigação das infrações de menor potencial ofensivo.

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18
Q

Qual o prazo previsto no CPP para duração do inquérito policial no caso de investigado preso e solto?

A

Estando o investigado preso, o prazo é de 10 dias, prorrogável por mais 15. Estando o investigado solto, o prazo é de 30 dias sendo possível a prorrogação sucessiva.

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19
Q

Qual o prazo para conclusão do inquérito policial federal no caso de investigado solto ou preso?

A

Estando o investigado preso, o prazo é de 15 dias, prorrogável por mais 15. Estando o investigado solto, o prazo é de 30 dias sendo possível a prorrogação sucessiva.

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20
Q

No âmbito da Lei de Drogas, qual o prazo para a conclusão do inquérito policial estando o investigado preso ou solto?

A

Estando o investigado preso, o prazo é de 30 dias, prorrogável por mais 30. Estando o investigado solto, o prazo é de 90 dias, prorrogável por mais 90.

21
Q

Nos crimes contra a economia popular, qual o prazo para a conclusão do inquérito policial estando o investigado preso ou solto?

A

Em ambos os casos, o prazo será de 10 dias.

22
Q

No caso da prisão temporária decretada em inquérito policial relativo a crimes hediondos e equiparados, qual o prazo para conclusão do inquérito policial estando o investigado preso ou solto?

A

Estando o investigado preso, o prazo será de 30 dias prorrogável por mais 30. Esta hipótese não se aplica ao indiciado solto.

23
Q

Qual a consequência de, estando o investigado preso, acabar o prazo do inquérito policial sem ele estar concluído?

A

A prisão será imediatamente relaxada.

24
Q

No que consiste o relatório elaborado pela autoridade policial ao fim do inquérito policial? O delegado pode emitir juízo de valor?

A

O relatório elaborado pela autoridade policial deverá conter as diligências realizadas e até mesmo justificativa do porquê algumas não foram feitas. O relatório deve ter conteúdo eminentemente descritivo, não pode ter qualquer juízo de valor por parte da autoridade policial.

25
Q

Concluído o inquérito policial, a quem ele deverá ser transmitido? Qual a controvérsia quanto a este tema?

A

O art. 10, §1º, do CPP estabelece que os autos do inquérito policial devem ser encaminhados primeiramente ao Poder Judiciário e somente depois ao Ministério Público. Contudo, é possível afirmar que tal dispositivo não foi recepcionado pela Constituição Federal devendo os autos tramitarem diretamente para o MP, sem necessidade de intermediação, a não ser para o exame de medidas cautelares.

26
Q

Quais providências podem ser tomadas pelo MP após receber o inquérito policial relativo a um crime de ação penal pública?

A

No caso de crime de ação penal pública, abrem-se pelo menos seis possibilidades para o Ministério Público: formalização de acordo de não persecução penal, oferecimento de denúncia, arquivamento dos autos do inquérito policial, requisição de diligências, declinação de competência ou conflito de competência.

27
Q

Tratando-se de crime de ação penal privada, qual providência a ser tomada após receber o inquérito policial?

A

Em se tratando de crime de ação penal de iniciativa privada, deverá o juiz determinar a permanência dos autos em cartório aguardando-se a iniciativa do ofendido ou do seu representante legal. Quando recebido pelo MP, este analisa se há elementos de informação quanto a eventual crime de ação penal pública.

28
Q

Por que houve a suspensão da eficácia da nova redação do art. 28 do CPP, mudando o procedimento para o arquivamento do inquérito policial?

A

A ADI nº 6.305, suspendeu a sua eficácia, pois considerou que tal alteração não considerou os impactos sistêmicos e financeiros, violou a cláusula que exige prévia dotação orçamentária e, também, a autonomia financeira dos MP. Ademais, não foi concedido tempo hábil o órgão ministerial se adaptar estruturalmente às novas atribuições.

29
Q

Como era o arquivamento antes da nova redação do art. 28, CPP, com o Pacote Anticrime? E depois?

A

Na redação original, o MP requeria ao juiz o arquivamento do inquérito. Se ele não concordasse, mandava ao Procurador-Geral para ele oferecer denúncia, designar outro MP para oferecer ou insistir no pedido de arquivamento que o juiz tinha que acolher.
Na redação dada pelo Pacote Anticrime, o MP decidiria arquivar, informaria a vítima, a autoridade policial e o juiz das garantias e depois encaminharia para a Revisão Ministerial para fins de homologação.

30
Q

O que pode ser feito caso a denúncia seja oferecida sem a efetiva produção de nova prova, quando anteriormente ele já tinha sido arquivado pela ausência de lastro probatório?

A

Caso a denúncia seja oferecida sem a efetiva produção de prova nova, procedendo o juiz o seu recebimento, é possível a oposição de exceção de coisa julgada formal, assim como a impetração de habeas corpus.

31
Q

No caso de provas novas em um inquérito arquivado, quando ele poderá ser desarquivado? E quando poderá oferecer denúncia?
(Noticia da prova x existência da prova)

A

Para o desarquivamento do inquérito policial, é necessária a NOTICIA da existência de provas novas.
Para que o MP possa oferecer denúncia, é indispensável a EXISTÊNCIA de provas novas.

32
Q

O arquivamento implícito é admitido? Justifique.

A

Não se admite o arquivamento implícito, uma vez que toda decisão de arquivamento deve ser fundamentada.

33
Q

No que consiste o trancamento do inquérito policial?

A

Também chamado de encerramento anômalo, este ocorre quando a instauração do inquérito policial é manifestamente abusiva, sendo o constrangimento causado pelas investigações considerado ilegal. Este acarreta a extinção prematura do procedimento investigatório e é determinado exclusivamente pelo Poder Judiciário, em regra, no julgamento do habeas corpus.

34
Q

Quais são as hipóteses em que surge a possibilidade de trancamento do inquérito?

A

Este é possível nas hipóteses de manifesta atipicidade formal ou material da conduta, presença de causa extintiva da punibilidade ou instauração de inquérito em crimes de ação penal privada ou pública condicionada a representação, sem prévio requerimento do ofendido.

35
Q

Qual(is) instrumento(s) utilizado(s) para requerer o trancamento do inquérito?

A

O instrumento utilizado é normalmente o habeas corpus. Para este, é necessário que haja uma ameaça a liberdade de locomoção. Contudo, se tiver sendo investigada uma infração penal em que não é cominada pena privativa de liberdade, não cabe o HC. Hipótese em que normalmente é utilizado o mandado de segurança.

36
Q

No que consiste o acordo de não persecução penal?

A

É um negócio jurídico de natureza extrajudicial, necessariamente homologado pelo juízo competente, celebrado entre o Ministério Público e o autor do fato delituoso que confessa formal e circunstanciadamente a prática do delito, sujeitando-se ao cumprimento de certas condições não privativas de liberdade, em troca do compromisso do Parquet de não perseguir judicialmente o caso penal extraído da investigação penal.

37
Q

Quais os requisitos para o cabimento do acordo de não persecução penal?

A

Infração penal à qual seja cominada pena mínima inferior a 4 anos (considerando causas de aumento e diminuição aplicáveis) e sem violência ou grave ameaça a pessoa; necessidade e suficiência do acordo para reprovação e prevenção do crime; não ser caso de arquivamento do procedimento investigatório.

38
Q

Em quais casos é vedada a celebração do acordo de não persecução penal?

A

Se for cabível transação penal de competência do JECrim, o investigado for reincidente ou criminoso habitual, ter sido beneficiado nos últimos cinco anos, e, também, nos crimes praticados no âmbito da violência doméstica ou familiar, ou praticados contra mulher por razões da condição do sexo feminino.

39
Q

O acordo de não persecução penal é um direito subjetivo do investigado ou uma faculdade do MP?

A

O oferecimento, ou não, do acordo é faculdade do Ministério Público.

40
Q

O que deve ser feito pelo investigado caso o MP se recuse a oferecer acordo de não persecução penal, quando presentes os requisitos?

A

No caso de recusa em propor, o investigado poderá requerer a remessa dos autos ao órgão de revisão do MP, pedido que seja avaliado pelo magistrado.

41
Q

Qual instrumento deve ser utilizado para impugnar a decisão que recusa homologar o acordo de não persecução penal?

A

No caso de o magistrado recusar homologar o ANPP, o instrumento de impugnação adequado é o recurso em sentido estrito, o qual poderá ser interposto não apenas pelo MP, mas também pela defesa.

42
Q

Celebrado o acordo de não persecução penal, quais medidas devem ser tomadas para iniciar o seu cumprimento?

A

O ANPP deve ser enviado ao magistrado para homologação e, uma vez homologado, o MP o encaminhará para o juízo da execução para fiscalizar o seu cumprimento.

43
Q

Qual a medida a ser tomada em caso de descumprimento das condições definidas no acordo de não persecução penal?

A

Descumpridas as condições acordadas, o MP comunicará ao juízo para rescisão e posterior oferecimento da denúncia.

44
Q

O descumprimento do acordo de não persecução penal pode ser usado como justificativa para, oportunamente, não oferecer a suspensão condicional do processo? Justifique.

A

O descumprimento do acordo poderá ser utilizado pelo MP como justificativa para o não oferecimento de suspensão condicional do processo, uma vez que demonstram a inefetividade deste tipo de medida e a irresponsabilidade do acusado.

45
Q

Descumprido o acordo de não persecução penal, a confissão poderá ser utilizada como suporte probatório na denúncia?

A

Na denúncia, poderá trazer como suporte probatório a confissão do investigado feita na celebração do acordo

46
Q

O que acontece após o cumprimento integral do acordo? Qual o juiz competente?

A

Cumprido integralmente o acordo, o juízo competente deverá decretar a extinção da punibilidade. Isto será feito pelo juiz que procedeu a homologação do acordo, não pelo juiz da execução.

47
Q

O inquérito nos crimes de ação pública condicionada a representação pode ser iniciado sem esta representação?

A

Não. É necessária a representação do ofendido para se iniciado
(previsão no art 5, §4º, CPP)

48
Q

O inquérito nos crimes de ação privada podem ser iniciados sem o requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la?

A

Não. Somente pode proceder o inquérito mediante o requerimento do ofendido ou representante.
(previsão no art. 5, §5º, CPP)