Capítulo 3 Flashcards

1
Q

O que diz o Critério de eficiência de Pareto?

A

Diz que existe uma afetação eficiente de recursos quando não é possível melhorar o bem-estar de um agente económico sem que seja através da diminuição do bem-estar de outro.

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2
Q

Em que consiste o Movimento de Pareto e o Princípio de Pareto?

A

Existe um Movimento de Pareto quando a reafetação de recursos permite aumentar o bem-estar de um agente económico sem diminuir o bem-estar de qualquer outro agente.

O Princípio de Pareto diz que todas as políticas que constituam movimentos de Pareto devem ser implementadas.

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3
Q

Quando se atinge o ótimo de Pareto?

A

Quando não é possível efetuar qualquer movimento de Pareto; isto é, quando não é possível colocar, através da reafetação dos recursos, um agente económico em melhor situação sem colocar outro agente económico em pior situação.

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4
Q

A economia do bem-estar surge da necessidade de avaliar o efeito sobre o bem-estar social das ações dos decisores de política.
Como é feita esta avaliação?

A
  • Comparando estados alternativos da economia;
  • Identificando situações que requerem intervenção pública;
  • Recorrendo a fundamentos essencialmente microeconómicos.
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5
Q

O princípio de Pareto é o primeiro (mas não o único) critério de decisão na economia do bem-estar, porquê?

A

1) Não requer comparações interpessoais de utilidade; apenas pressupõe que cada agente é o melhor avaliador do seu bem-estar;

2) O agente económico é a unidade básica de análise (a sociedade é um conjunto de agentes - visão não orgânica da sociedade);

3) Movimentos de Pareto aumentam bem-estar sem custos (não envolvem sacrifícios já que ninguém fica em pior situação).

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6
Q

O que diz o 1ºTeorema fundamental da economia do bem-estar?
Explica

A

Diz que se todos os mercados funcionam em concorrência perfeita, a alocação de recursos será Pareto-eficiente (satisfaz o critério de eficiência de Pareto).

Um sistema de mercados concorrenciais é a forma mais eficiente de organizar a atividade económica. Só se existirem falhas de mercado é que o livre funcionamento dos mercados pode não gerar uma alocação de recursos Pareto-eficiente, e só nesse caso poderá uma intervenção externa aumentar a eficiência.

A eficiência subjacente a um contexto perfeitamente competitivo pode ser demonstrada num referencial de equilíbrio parcial ou de equilíbrio geral.

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7
Q

O que diz o 2ºTeorema fundamental da economia do bem-estar? Explica

A

Diz que toda a alocação de recursos Pareto-eficiente pode ser obtida como o resultado do funcionamento de mercados concorrenciais, desde que seja efetuada uma redistribuição dos recursos iniciais adequadas.

A forma mais eficiente de alcançar resultados Pareto-eficientes é se o Estado apenas intervier na distribuição inicial dos recursos, deixando depois os mercados funcionarem de forma livre.

Este teorema permite separar questões de eficiência de questões de equidade.

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8
Q

Por que é que um mercado monopolista não permite uma alocação eficiente de recursos, quando comparado a um mercado perfeitamente concorrencial?
(Eficiência na perspetiva de um mercado, equilíbrio parcial)

A

Em mercado monopolista a Qtransacionada é inferior à de equilíbrio, sendo que associada a esta diferença existe uma perda de bem-estar social.

(Analisar gráficos dos resumos)

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9
Q

O conceito geral de eficiência pressupõe a verificação simultânea de 3 condições. Quais são?

A

1) Eficiência na troca (os bens produzidos são alocados aos agentes que mais os valorizam)
2) Eficiência na produção (dados os fatores de produção disponíveis, não é possível aumentar a produção de um bem sem diminuir a produção de outro bem)
3) Eficiência no mix de bens (os bens produzidos são os preferidos pelos agentes)

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10
Q

O que é Caixa de Edgeworth-Bowley?

A

É um diagrama que representa todas as alocações possíveis de 2 bens entre 2 agentes

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11
Q

O que representa cada ponto da Caixa de Edgeworth-Bowley no consumo?

A

1) Representa uma alocação/distribuição dos bens entre a Ana e o João;
2) Esgota os recursos disponíveis na economia (as quantidades disponíveis dos 2 bens)
3) O consumo de ambos os bens pela Ana (e, portanto, a sua utilidade) aumenta à medida que o movimento se processa para sudoeste;
4) O consumo de ambos os bens pelo João (e, portanto, a sua utilidade) aumenta à medida que o movimento se processa para nordeste

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12
Q

O que é a curva de contrato no consumo?

A

Corresponde ao conjunto das alocações da caixa de Edgeworth-Bowley que são Pareto-eficientes

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13
Q

O que mais se pode dizer em relação à Curva de contrato?

A
  • Em todos os pontos pertencentes à curva de contrato, verifica-se a tangência entre uma CI da Ana e uma CI do João (os declives e as respetivas TMS igualam-se)
  • Em equilíbrio de mercado não há oportunidades de troca, pelo que o preço que cada agente está disposto a pagar pelas maçãs em termos de figos será o correspondente à sua TMS
  • Em equilíbrio de mercado, TMS f,m João = TMS f,m Ana = Pm/Pf
  • O equilíbrio de mercado corresponderá sempre a um ponto da curva de contrato, pelo que o equilíbrio de mercado é Pareto-eficiente
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14
Q

O que representa a curva de possibilidades de utilidade (CPU)?

A

Representa os níveis de utilidade da Ana e do João associados às alocações Pareto-eficientes dos bens, para um dado nível de disponibilidade dos 2 bens

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15
Q

Em que se traduz a eficiência na produção?

A

Em equilíbrio parcial, traduz-se nas escolhas da empresa quanto à produção de um bem, ou seja, a empresa escolhe a combinação de fatores que maximiza a quantidade produzida, dado um determinado custo.

Em equilíbrio geral, utilizando uma caixa de Edgeworth-Bowley, representa todas as combinações possíveis de produção de figos e maçãs, dadas as quantidades de fatores de produção (capital e trabalho) disponíveis.

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16
Q

O que traduz a curva de contrato na produção?

A

Reúne as alocações eficientes de fatores de produção, isto é, aquelas que permitem obter a máxima quantidade de figos para uma dada quantidade de maçãs.

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17
Q

O que é a fronteira de possibilidades de produção (FPP)?

A

Para cada dotação fixa dos 2 fatores de produção, existe uma curva de contrato na produção, a partir da qual é possível representar a FPP.
Esta representa as combinações eficientes na produção dos 2 bens, dadas as dotações dos fatores produtivos.

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18
Q

A que corresponde a inclinação da FPP?

A

Corresponde à taxa marginal de transformação (TMT), a taxa a que a economia consegue transformar maçãs em figos.
Para produzir uma unidade adicional de figos terá de se abdicar de uma quantidade de maçãs equivalente à TMT, pelo que a TMT é igual ao rácio dos custos marginais: TMT f,m = CmgM/CmgF

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19
Q

O que significa haver eficiência no mix de bens?

A

Significa que os bens produzidos são os preferidos pelos agentes

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20
Q

O que acontece em concorrência perfeita?

A

Em concorrência perfeita, uma empresa maximizadora de lucro irá produzir a quantidade que assegura que o preço é igual ao custo marginal, utilizando a combinação de fatores eficiente.

Uma economia em concorrência perfeita produz uma quantidade relativa de bens (definida pela TMT) que corresponde às preferências dos agentes (definida pela TMS).

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21
Q

O que assegura uma economia em concorrência perfeita?

A

1) A quantidade produzida de cada bem corresponde às preferências dos agentes - eficiência no mix de bens;
2) A produção de cada bem é eficiente (está na fronteira de possibilidades de produção), dados os fatores de produção disponíveis - eficiência na produção;
3) A distribuição de bens pelos agentes é Pareto-eficiente - eficiência na troca

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22
Q

O critério de Pareto fornece apenas uma ordenação parcial dos estados da economia, logo, encerra algumas dificuldades.
Quais são?

A

1) Só permite ordenar alterações que constituam movimentos de Pareto;
2) Não permite ordenar pontos eficientes;
3) Não permite ordenar alterações entre pontos não eficientes que não constituam movimentos de Pareto.

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23
Q

O critério de Hicks-Kaldor é também chamado de critério de compensação. Em que consiste este critério?

A

Este critério procura construir uma ordenação mais completa dos estados sociais, procurando identificar políticas que aumentem o bem-estar apesar de não serem movimentos de Pareto.

Parte da ideia de que dificilmente existirão políticas que representem movimentos de Pareto; qualquer programa tem custos, e haverá sempre agentes que suportarão mais custos que os benefícios que obtêm do programa.

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24
Q

2º o critério de Hicks-Kaldor, que critério tem de se verificar para que um projeto seja aceitável?

A

É necessário que os benefícios do projeto sejam pelo menos suficientes para compensar os agentes económicos prejudicados (análise custo-benefício).

Se os benefícios atualizados forem superiores aos custos atualizados.

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25
Q

O que diz o critério potencial de Pareto?

A

Diz que se o conjunto de benefícios der para indemnizar os sacrificados pelo projeto, gerando ainda o aumento de bem-estar de alguns agentes, então esta indemnização parcial constitui o critério potencial de Pareto.

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26
Q

O que é a eficiência de Hicks-Kaldor?

A

Esta existe quando não é possível realizar um movimento de Hicks-Kaldor.

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27
Q

O que diz o Paradoxo de Scitovsky?

A

Diz que se quer a implementação de um projeto constituir um movimento de Hicks-Kaldor, quer a sua não implementação, então estamos perante o Paradoxo de Scitovsky (pois nesse caso não faz sentido implementar um projeto que é indiferente para a sociedade)

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28
Q

O critério de Scitovsky permite resolver o paradoxo de Scitovsky. Explica

A

O critério de Scitovsky diz que um projeto só deve ser implementado se a sua implementação constituir um movimento de Hicks-Kaldor, mas o seu inverso não.

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29
Q

Como é feita uma ordenação completa da eficiência?

A

Nenhum dos 3 critérios de eficiência analisados (Pareto, Hicks-Kaldor e Scitovsky) permite uma ordenação completa dos estados sociais. A ordenação completa só é possível introduzindo outros critérios de avaliação normativa.

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30
Q

O que é um bem público? Especifica

A

Um bem público é um bem definido pelas suas características (não pela sua propriedade, produção ou provisão), logo: é caracterizado pelas características de não rivalidade e de não exclusão.

Não rivalidade significa que o consumo do bem pode ser partilhado por todos os agentes na mesma quantidade, isto é, o consumo que um agente faz do bem não diminui a quantidade disponível para os outros agentes.

Não exclusão, sentido em que é técnica ou economicamente impossível excluir algum agente do consumo do bem.

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31
Q

O que é um bem privado? Especifica

A

Um bem privado é um bem rival (um agente, ao consumir o bem, diminui a quantidade disponível para os outros) e exclusivo (é possível excluir agentes do consumo do bem)

32
Q

Há bens que não são privados nem públicos, mas sim mistos.
Que bens mistos existem e quais as suas características? Exemplifica

A

1) Bem misto de livre acesso: bem de livre acesso porque não é possível excluir do consumo (não é possível proibir nenhum agente de consumir) mas o bem é rival
EX: Peixes do oceano

2) Bem misto do tipo clube: bem exclusivo (é possível excluir agentes do consumo - não é acessível a todos) mas não rival (pelo menos até ao seu limite de capacidade).
EX: Piscina, ginásio, museu, canais de TV codificados

33
Q

Qual é o problema de existir [não exclusão]?

A

Quando há [não exclusão], não é possível excluir técnica ou economicamente nenhum agente do consumo do bem sem incorrer em custos proibitivos. Assim, não é possível obrigar o consumidor a pagar um preço para consumir o bem, o que incentiva os agentes a consumir sem contribuir para financia o custo de produção do bem, gerando-se comportamentos borlistas (free-rider).

34
Q

O que se pode dizer em relação ao comportamento do free-rider?

A

Este comportamento tende a ser tanto menor, quanto menor for o grupo, pois o indivíduo tem mais consciência da importância da sua contribuição e mais receio de ser ostracizado.

35
Q

Para além do problema do free-rider, o que gera a [não exclusão]?

A

Uma vez que os produtores não podem obrigar os consumidores a contribuir para suportar os custos, é provável que as contribuições sejam insuficientes para cobrir os custos de produção, e serão produzidas quantidades inferiores à ótima.
A não exclusão gera suboferta do bem (falha de mercado: quantidade produzida inferior à quantidade eficiente).

36
Q

O que acontece quando há [não rivalidade]?

A

Quando há não rivalidade, o consumo pode ser partilhado, pois a quantidade consumida por algum agente não diminui a quantidade disponível para terceiros. Neste contexto, não há um custo de oportunidade no consumo do bem, pelo que o Cmg de um consumidor adicional é zero.
Logo, em equilíbrio concorrencial, P=Cmg=0 –> suboferta (nenhum agente estaria interessado em fornecer o bem)

37
Q

O que acontece quando há [não rivalidade] em mercados não concorrenciais?

A

Se o bem fosse fornecido em estruturas não concorrenciais, com P>0, a quantidade procurada do bem seria inferior à ótima: subconsumo (falha de mercado: quantidade consumida inferior à quantidade eficiente). Há ineficiência porque há perda de excedente de consumidor devido ao subconsumo.

38
Q

Define falha de mercado

A

Estamos na presença de uma falha de mercado quando a quantidade produzida e consumida de um bem público em mercado livre é inferior à quantidade ótima

39
Q

Perante uma falha de mercado, o que pode o Estado fazer?

A

A intervenção do Estado pode melhorar a afetação de recursos quando perante um bem público. O Estado pode fornecer o bem, financiando a sua produção através de impostos.

NOTA 1: Provisão/fornecimento público do bem não implica produção pública do bem

NOTA 2: A não rivalidade e a não exclusão podem ter diferentes lógicas espaciais
EX: Bem público local - jardim público; bem público nacional - Justiça Portuguesa

40
Q

Como é feita a distribuição de um bem privado?

A

Para um bem privado, cada agente está disposto a pagar por uma unidade adicional do bem um preço igual ao benefício marginal (P=Bmg). Logo, cada consumidor consumirá a quantidade que satisfaz a sua condição de maximização P=Cmg.

NOTA: A curva da procura de mercado corresponde ao somatório das curvas da procura individuais

41
Q

Como é feita a distribuição de um bem público?

A

Para um bem público, dada a não rivalidade, não é a quantidade que é repartida mas o benefício.
A agregação das preferências dos consumidores implica a soma do Bmg que cada agente obtém para cada quantidade do bem (soma vertical das curvas da procura individuais).
A quantidade ótima de bem público determina-se pela igualdade entre o somatório dos benefícios marginais e o custo marginal de produção do bem.

42
Q

As externalidades podem ser positivas ou negativas.
Explica as suas diferenças, bem como o que é uma externalidade

A

Existe uma externalidade quando a ação realizada por um agente ao nível do consumo ou da produção, afeta significativamente o bem-estar de outro agente, e esse efeito não é transmitido através do sistema de preços.

Externalidade positiva - é a que provoca vantagem, benefício, aumento de utilidade, aumento do lucro, diminuição do custo ou aumento da capacidade produtiva dos agentes afetados pela externalidade.

Externalidade negativa - é a que provoca desvantagem, prejuízo, ou mal-estar ao agente que não participa nas decisões de produção ou consumo.

43
Q

Menciona os outros tipos de externalidades que existem, explicando cada uma delas

A

1) Externalidade no consumo: quando a externalidade tem origem na função consumo do agente causador;

2) Externalidade na produção: quando a externalidade tem origem na função produção do agente causador;

3) Externalidade reversível: externalidade cujo efeito pode diminuir com a redução da atividade do agente causador

4) Externalidade irreversível: uma vez gerada, a redução da atividade do agente causador não reduz o seu efeito

5) Com características de bem público - não rivalidade e não exclusão

6) Com características de bem privado - rivalidade e exclusão

NOTA: O problema do free-rider associado ao bem público torna mais difícil a resolução das externalidades com características de bem público

44
Q

Por que é que uma externalidade é uma falha de mercado?

A

Quando existe uma externalidade, há agentes que são afetados pelas decisões dos agentes no mercado, mas não participam nessas decisões.
Ocorre uma falha de mercado porque o bem-estar dos agentes terceiros não é incorporado no sistema de preços, pelo que o mercado não gera um resultado eficiente.
A ineficiência gerada pela externalidade depende do tipo de externalidade.

45
Q

Explica em que consiste o Teorema de Coase

A

O Teorema de Coase diz que se os direitos de propriedade estiverem bem definidos, os custos de negociação forem nulos, e a informação for perfeita e simétrica, uma negociação entre as partes que geram a externalidade e as partes afetadas pela externalidade permite obter um quantidade de mercado socialmente ótima (solução eficiente). (Internalizalização da externalidade)

46
Q

No âmbito do Teorema de Coase, quando é que é necessário que o Estado intervenha?

A

A intervenção do Estado necessária é apenas a atribuição e a garantia de direitos de propriedade, quando se verificam as condições do teorema de Coase.

NOTA: A obtenção de uma solução eficiente para uma externalidade não depende da parte à qual são atribuídos os direitos de propriedade, apenas depende da atribuição dos direitos de propriedade a uma das partes.

47
Q

Que limitações tem a solução de Coase?

A
  • Exige informação simétrica e completa sobre os custos e benefícios;
  • Dificuldade na atribuição da responsabilidade pelos efeitos externos;
  • Exige custos de negociação nulos (se os custos de negociação não forem nulos mas forem inferiores aos custos da externalidade, a solução de Coase é um movimento de Pareto mas não permite alcançar o ótimo social);
  • Exige simetria no poder negocial;
  • Exige envolvimento na negociação de todos os afetados;
  • Não é exequível para externalidades com características de bem público;
  • Exige um número reduzido de intervenientes em cada uma das partes (por causa do entendimento necessário e devido ao problema do free-rider).
48
Q

Explica em que consiste o imposto de Pigou

A

O imposto de Pigou refere-se à imposição de uma taxa no montante do custo da externalidade negativa (avaliado no ponto ótimo) ou de um subsídio no montante do benefício da externalidade positiva (também avaliada no ponto ótimo).

A imposição da taxa (ou atribuição do subsídio) torna o custo privado igual ao custo social, induzindo o agente a produzir/consumir a quantidade socialmente ótima.

NOTA - Pode ser lançado de forma indiferente ao consumidor ou ao produtor

49
Q

Que limitações existem em relação ao imposto de Pigou?

A

1) É difícil de calcular: pressupõe informação perfeita por parte do Estado, em particular sobre as funções benefício e custo marginal da empresa e sobre o custo da externalidade, o que não é muito realista;

2) Só gera resultados eficientes quando é aplicada a externalidades reversíveis;

3) As externalidades podem ter efeitos cumulativos, que a taxa não incorpora.

50
Q

Em que consiste a regulação não-preço? É comum?

A

Consiste na intervenção do Estado para correção de externalidade através de instrumentos que não utilizam os preços de mercado.
A regulação não-preço é a forma de intervenção do Estado mais comum na presença de externalidades, devido às dificuldades na aplicação prática da solução de Pigou.

51
Q

Dá exemplos de regulação não-preço

A
  • Regulação direta: definição de normas que proíbem ou impõem determinados comportamentos aos agentes (definição de padrões ambientais, licenciamento, estudos de impacto ambiental, planeamento);
  • Instrumentos de informação, educação ou persuasão (nudge);
  • Provisão de bens coletivos (tratamento de resíduos, reciclagem, ETAR);
  • Regulação de quantidades.
52
Q

O que acontece se houver regulação de quantidades no âmbito de existir informação perfeita?
E informação imperfeita?

A

1) Se existir informação perfeita, e ausência de incerteza, não há diferença (em termos de eficiência) entre regulação de quantidades e tributação corretora. No entanto, o Estado perde as receitas do imposto corretor e os produtores obterão lucros anormais (P>Cmg)

2) Se existir informação imperfeita e incerteza, a regulação de quantidades tende a gerar resultados menos eficientes que a tributação corretora. A tributação correta só gera resultados eficientes se o regulador conhecer o custo da externalidade e configuração das curvas da procura e da oferta.

53
Q

Enumera 1 pró e 2 contras da regulação não-preço

A

Pró: É mais fácil de aplicar, dado ter menores custos de execução (comparativamente à tributação corretora)

Contras: Gera resultados menos eficientes que a tributação corretora e, se existirem alterações nas condições de mercado, a regulação de quantidades pode tornar-se ineficiente –> gráfico slide 67

54
Q

Qual é o problema do caso das emissões de CO2?

A

A emissão de CO2 é uma externalidade negativa global, com características de bem público. Embora existam várias formas de corrigir esta externalidade, todas pressupõe a existência de uma entidade pública com poder efetivo para impor a adoção de políticas de correção da externalidade.
O problema disto é que apenas existem entidades públicas com capacidade efetiva de impor políticas no âmbito nacional, não global.
A única entidade pública global que existe é a COP, que em 2015 produziu o Acordo de Paris (…); existe o problema do free-rider também nesta situação

55
Q

Explica em que consiste a regulação direta no caso das emissões de CO2 e comenta

A

A regulação direta consiste na fixação de limites quantitativos à emissão de CO2.
Este mecanismo é ineficiente porque o custo da redução das emissões não é igual em todas as atividades.

56
Q

Explica em que consistem as taxas de carbono no caso das emissões de CO2

A

Uma taxa de carbono consiste num imposto de determinado valor por tonelada de CO2 emitida.

57
Q

Revela 2 prós e 1 contra das taxas de carbono

A

Prós
1) Se a taxa de carbono for de valor equivalente ao custo social dos prejuízos causados pela emissão de uma tonelada de CO2, a solução de mercado resultante é eficiente;

2) É uma forma eficiente de obtenção de receitas para o Estado (o que não acontece com a regulação direta).

Contra
1) Existe dificuldade em calcular o valor do custo social dos prejuízos causados pela emissão de CO2.

58
Q

Em que consistem os direitos de emissão transacionáveis, solução para o caso das emissões de CO2?

A

Constituem um mecanismo de regulação que consiste na atribuição de direitos e emissão de uma dada quantidade de CO2 a agentes emissores, que posteriormente podem transacionar esses direitos.
O mecanismo permite ao Estado definir um valor máximo global de emissões, que depois distribui pelos vários produtores.
A existência de um mercado onde os direitos são transacionados permite que a afetação final dos direitos (e a emissão de CO2) seja eficiente.

59
Q

Pode acontecer que a informação existente seja incompleta ou assimétrica.
O que acontece quando a informação é incompleta e o que pode o Estado fazer?

A

Informação incompleta ocorre quando a informação esta disponível, mas há um custo na sua obtenção, que é suficientemente alto para desincentivar o agente a procurar a informação.
Sendo a informação um bem público, o Estado pode intervir fornecendo a informação aos consumidores e produtores através de agências de licenciamento de unidades produtivas, fiscalização de condições sanitárias e de segurança (ASAE), produção de informação sobre produtos (Infarmed), etc

60
Q

Explica em que consiste a informação assimétrica e refere que outros problemas podem surgir daí

A

Informação assimétrica ocorre quando uma das partes envolvidas numa transação tem mais informação do que a outra parte.
Tende a gerar 2 problemas - seleção adversa e risco moral.

61
Q

Em que consiste a seleção adversa? Dá um exemplo

A

Ocorre quando existe informação assimétrica pré-contratual, e tal assimetria de informação leva a parte menos informada a contratar com os agentes com os quais estaria menos interessada em contratar.
EX: Mercado de automóveis usados

62
Q

A seleção adversa costuma ocorrer em muitos mercados de seguros.
Como ocorre, quais as consequências e como se pode limitar o problema?

A

1) É frequente o segurado ter mais informação sobre o objeto seguro do que a seguradora;

2) As seguradoras, para se protegerem, aumentam os prémios de seguros e, em consequência, agentes de risco baixo compram menos seguro e agentes de risco elevado compram mais seguro.

NOTA - Quando seguros são todos de grupo, quem não pertence ao “grupo” é excluído (falha de mercado)

3) Estado pode intervir fornecendo seguro público (EX: SNS) ou através de regulação (EX: Nos EUA existe dupla obrigatoriedade de celebração de seguros de saúde)

63
Q

Quando ocorre risco moral?
Dá exemplos

A

Ocorre quando existe informação assimétrica após a celebração do contrato - e tal assimetria de informação induz a parte mais informada a adotar comportamentos que prejudicam a parte menos informada.

EX:
Subsídios do Estado - empresas podem não adotar técnicas de produção mais eficientes porque sabem que eventuais prejuízos serão cobertos por subsídios do Estado;

Mercado do seguro automóvel - agentes com seguro tendem a ser menos cuidadosos porque sabem que os custos de um eventual acidente serão cobertos (a solução pode passar por um prémio de ausência de acidentes)

Mercado do seguro de saúde - agentes com seguro de saúde tendem a ir mais vezes ao médico, sendo a sua despesa com saúde bastante superior quando comparada à despesa que agentes sem seguro têm.

64
Q

O que diz o princípio dos mercados contestáveis?

A

Defende que a eficiência na alocação de recursos não depende necessariamente de todas as condições de concorrência perfeita

65
Q

O que exige (e não exige) o princípio dos mercados contestáveis?

A

Exige que exista livre entrada e saída do mercado pois, na ausência desta condição, os produtores só obtêm lucro normal, produzindo o mínimo custo médio de LP a um preço igual ao Cmg (a produção realiza-se em condições de eficiência).

Por outro lado, não exige que existam muitas empresas a atuar no mercado. Um mercado será contestável mesmo que existam poucas empresas a produzir, desde que a entrada e saída do mercado seja livre.

66
Q

Quando é que é justificável uma intervenção do Estado segundo o princípio dos mercados contestáveis?

A

Se existir um número reduzido de produtores devido à existência de barreiras à entrada e à saída, gerando-se uma falha de mercado, o Estado deve intervir.

67
Q

Que políticas públicas de promoção de concorrência existem?

A

Estas políticas focam-se na eliminação das barreiras à entrada ou à saída, sobretudo se as estas barreiras forem criadas artificialmente por empresas com presença no mercado.

68
Q

De que resulta um monopólio natural? Dá exemplos

A

Resulta de condições de natureza tecnológica que determinam a existência de economias de escala tão intensas que implicam que o custo de produção é inferior quando a produção é concentrada numa só empresa.
EX: Distribuição de energia, águas e saneamento, e os aeroportos

69
Q

Qual é a condição necessária para a existência de um monopólio?

A

O CMd de produção é decrescente até VProdução elevados face à dimensão da procura, de tal forma que o CMd de uma única empresa é inferior ao CMd de serem duas empresas a produzir o bem (há subaditividade na função CMd ao longo de toda a extensão da curva da procura).

70
Q

Qual é a condição suficiente para a existência de um monopólio?

A

O custo médio ser decrescente (economias de escala) até cruzar a curva da procura.

71
Q

Pq é que o ótimo de 1ªordem (P=Cmg) não resolve o monopólio natural?

A

Em monopólio natural, o mercado falha pela estrutura, dado só uma estrutura não concorrencial é que dá viabilidade económica ao setor. O preço mais eficiente (ótimo de 1ªordem) gera um prejuízo à empresa, pelo que esta tenderá a abandonar o mercado nesta situação.

72
Q

Que soluções possíveis existem para que o bem continue a ser produzido?

A

1) Subsidiar a empresa, cobrindo o prejuízo decorrente de P=Cmg (mas existe risco moral por parte da empresa, e para que esta solução seja eficaz é necessário que haja simetria de informação);

2) Nacionalizar a empresa (os problemas associados ao subsídio mantêm-se, com exceção da assimetria de informação; mas podem surgir falhas de governo que aumentem a ineficiência)

73
Q

A fixação de P=Cmd (2nd Best) resolve o problema?

A

Não, mas pelo menos reduz substancialmente a ineficiência do monopolista

74
Q

Para além da subsidiação e da nacionalização, que outros soluções existem para que o bem continue a ser produzido?

A

1) Regulação impondo P=Cmd (2nd Best) –> reduz substancialmente a ineficiência

2) Tarifas binomiais: uma componente fixa para compensar o prejuízo (=prejuízo/nºconsumidores) e uma componente variável com o consumo do bem (=Cmg); conduz a uma situação Pareto-eficiente, uma vez que a Q é ótima (Bmg=Cmg) e os utentes asseguram lucro normal ao produtor através do pagamento da componente fixa

75
Q

Qual é a possível desvantagem da utilização da tarifa binomial? Que solução existe para este problema?

A

Se a componente fixa for demasiado elevada, pode excluir-se agentes do consumo do bem para os quais Bmg>Cmg.
Pode adotar-se um escalonamento da componente fixa para promover a eficiência e a equidade.

76
Q

Num mercado perfeitamente competitivo, a mão invisível garante a eficiência económica.
O que pode ajudar num sistema de mercados em que não existe concorrência perfeita?

A

O ótimo de 2ªordem estabelece as condições a serem utilizadas num contexto em que há violação de uma das condições de Pareto, inviabilizando um sistema de mercados em concorrência perfeita (externalidades, monopólio, risco moral, seleção adversa) - isto é, num contexto em que há falhas de mercado.

77
Q

A política de 1ª ordem aplicada ao monopolista poluidor tem 2 efeitos contraditórios, quais são?
Comenta

A
  • Aumenta o BES porque diminui a poluição (o imposto aumenta o custo de produção, pelo que a Q ótima de produção diminui e o efeito negativo em termos de poluição também diminui;
  • Diminui o BES porque diminui a Q produzida e, portanto, o excedente extraído.

Logo, o efeito final sobre o BES de tributar um monopólio poluidor é indeterminado (a política pode passar por subsidiar a utilização de tecnologias mais eficientes ou por um contrato programa que obrigue à redução da poluição e à não diminuição da Q).