CARDIO Flashcards

1
Q

Uma mulher de 57 anos de idade, hipertensa, diabética e dislipidêmica foi internada na enfermaria de clínica médica devido a pielonefrite e, atualmente, está em D5 de ceftriaxone endovenoso. Devido a desconforto torácico e leve dessaturação, foi solicitada uma angiotomografia arterial de tórax, que deu positivo para tromboembolismo pulmonar em ramo proximal de artéria pulmonar direita. Durante a noite, houve piora clínica: PA de 89x57 mmHg; FC de 118 bpm; temperatura de 38,7 oC; e TEC = 4,5 segundos. Cava com variabilidade inspiratória > 50 %. Não foi observado sinal de McConnell ou D sign.

VERDADEIRO ou FALSO: devido à instabilidade hemodinâmica, essa paciente possui indicação de trombólise.

A

FALSO!!

A causa da instabilidade hemodinâmica da paciente não é TEP, uma vez que ela não possui sinais de insuficiência ventricular direita (SINAL DE MCCONNELL ou D SIGN) e possui boa variabilidade da cava, indicando ausência de congestão.

Essa paciente provavelmente está evoluindo com SEPSE, possuindo indicação de escalonamento antibiótico, bem como de ANTICOAGULAÇÃO para TEP.

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2
Q

Até quanto tempo pode trombolisar IAM, AVC e TEP?

A

AVC isquêmico = 4,5h

IAM com supra = 12h

TEP = 14 dias

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3
Q

Quais são os critérios utilizados no diagnóstico de hipertensão?

A

• 2 medidas em pelo menos 2 consultas >= 140x90

1 medida >= 180x110

• MAPA:
- 24h >= 130x80
- vigília >= 135x85
- sono >= 120x70

• MRPA >= 130x80

• presença de lesão de órgão alvo (mesmo se normotenso)

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4
Q

Estágios de classificação da pressão arterial

A

PA ótima: < 120x80
PA normal: < 130x85

Pré HAS: 130x85
HAS 1: 140x90
HAS 2: 160x100
HAS 3: 180x110

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5
Q

Quais são os exames iniciais obrigatórios para pacientes com diagnóstico de HAS?

A

📌AVALIAÇÃO DE COMORBIDADES:
Glicemia/HbA1C
Perfil lipídico

📌AVALIAÇÃO DE TRATAMENTO:
Potássio (iECA/BRA causam hiperK)
Ácido úrico (tiazídicos aumentam uricemia)

📌AVALIAÇÃO DE LOA:
• Urina EAS
ECG
Fundoscopia

🚨cuidado com as pegadinhas de prova! Sódio, Ureia, Raio X tórax, etc NÃO são exames obrigatórios!

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6
Q

PA alvo e esquema de tratamento inicial em diferentes grupos de pacientes com HAS

A

Em geral, o alvo é < 140x90, mas se alto risco cardiovascular (DRC, DM, doença cardiovascular, LOA), manter < 130x80.

MONOTERAPIA para pré-HAS com alto risco cardiovascular e HAS ESTÁGIO 1 com baixo risco cardiovascular!

Todos os demais já receberão DOIS FÁRMACOS DE 1ª linha

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7
Q

Cite os principais representantes, benefícios e efeitos adversos das classes de anti-hipertensivos a seguir:

1) iECA/BRA
2) Tiazídicos
3) BCC
4) Betabloqueadores

A

1) iECA / BRA
• escolha em DRC, DM e ICC
• menos eficazes em pacientes negros
• efeitos adversos:
- IRA: contraindicado se Cr >3 ou estenose aa renal bilateral
- hipercalemia: contraindicado se K >5,5
- tosse crônica / angioedema (só iECA)

2) Tiazídicos
• efeitos adversos:
- 4 hipos: volemia, Na, K, Mg
- 3 hipers: uricemia, (contraindicado em gota), glicemia e lipemia (cautela em DM e dislipidemia)

3) ВСС
• escolha em DAOP
• efeito adverso: edema MMII (contraindicado em ICC)

4) Betabloqueadores
• disfunção erétil
contraindicado em BAV 2º/3º grau

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8
Q

Diferencie, urgência, emergência e pseudocrise hipertensiva

A

Emergência hipertensiva
• tem LESÃO DE ÓRGÃO ALVO aguda e progressiva, com risco iminente de morte (AVE, encefalopatia hipertensiva, IAM, dissecção aguda aorta, IRA e edema agudo de pulmão)
• NITROPRUSSIATO e/ou NITROGLICERINA EV -> redução de 25% em 1h
📌não utilizar nitroprussiato no IAM

Urgência hipertensiva
• NÃO tem lesão de órgão-alvo
• CAPTOPRIL e/ou CLONIDINA VO -> redução em até 24 horas

Pseudocrise:
• elevação da PA secundária a outro sintoma (dor, ansiedade e estresse emocional)
• cd: sintomáticos para a causa base

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9
Q

Classificações de DeBakey e de Stanford para a dissecção aguda de aorta

A

DeBakey:
• l: ascendente + descendente
• II: só ascendente
• III: só descendente

Stanford:
• A: todas que pegam Ascendente
• B: só descendente

📌Stanford A/DeBakey I e II = cirurgia sempre!!

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10
Q

Em quais situações de AVE a pressão arterial deve ser tratada?

A

AVE isquêmico sem indicação de trombólise: tratar se a PA estiver >220/120 mmHg.

AVE isquêmico com indicação de trombólise: tratar se a PA estiver >185/110 mmHg.

AVE hemorrágico: tratar se for hipertenso

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11
Q

Quais são os achados típicos da nefroesclerose benigna e maligna?

A

BENIGNA:
• mais comum!!
microalbuminúria
• histopatológico: arterioloesclerose hialina

MALIGNA:
insuficiência renal progressiva, hematúria, proteinúria
• histopatológico: arterioloesclerose hiperplásica (“bulbo de cebola”)

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12
Q

Graus de retinopatia hipertensiva

A

Classificação Keith-Wagener

1) estreitamento arteriolar (crônica)

2) cruzamento arteriovenoso
patológico
(crônica)

3) hemorragia/exsudato retiniano
(aguda)

4) papiledema (aguda)

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13
Q

Cite as principais causas de hipertensão secundária, seus achados clínicos e métodos diagnósticos

A

DRC:
• clinica: insuficiência renal, edema
• dx: elevação de escórias, USG

HAS RENOVASCULAR (estenose aa renal)
• clínica: sopro abdominal, hiperatividade SRAA (hipocalemia + alcalose)
• dx: angioTC ou angiografia renal

HIPERALDOSTERONISMO
• clínica: hipocalemia + alcalose
• dx: elevação aldosterona +
queda renina

FEOCROMOCITOMA
• clínica: crises adrenérgicas (liberação não é constante)
• dx: metanefrinas e catecolaminas urinárias

SAHOS
• clínica: roncos, sonolência
• dx: polissonografia

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14
Q

Classifique a insuficiência cardíaca quanto à fracasso de ejeção:

A

Reduzida: < 40%

Levemente reduzida/intermediária: 41%-49%

Preservada: > 50%

Melhorada: < 40% prévia, mas com tratamento teve um aumento de pelo menos 10%

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15
Q

Classificação de NYHA para insuficiência cardíaca:

A

NYHA I: Assintomático

NYHA II: Levemente sintomático (cansaço em atividades habituais)

NYHA III: Sintomático (cansaço em atividades menores que as habituais)

NYHA IV: Sintomático em repouso

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16
Q

Classificação da AHA para insuficiência cardíaca:

A

Estágio A:
• Há FATORES DE RISCO mas sem IC em si. (ex: HAS, DM, sedentarismo)

Estágio B
• Há ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS cardíacas, mas ainda sem sintomas

Estágio C
• SINTOMÁTICO

Estágio D
• REFRATÁRIO ao tratamento clínico otimizado e precisa de terapias invasivas

17
Q

Quais são os critérios de Framingham para o diagnóstico de insuficiência cardíaca?

A

CRITÉRIOS MAIORES:
• Dispneia paroxística noturna
Estertores pulmonares crepitantes
• Edema agudo de pulmão
Turgência jugular patológica
• Refluxo hepatojugular
Cardiomegalia
B3
• Perda de peso > 4,5 kg em 5 dias com o tratamento
• Aumento da PVC (> 16 cm H,O)

CRITÉRIOS MENORES:
• Tosse noturna
Edema bilateral de mmii
• Dispneia aos esforços
• Derrame pleural
• Taquicardia (FC > 120 bpm)
Hepatomegalia
Capacidade vital reduzida a ⅓ do normal

📌o diagnóstico é feito com
• 2 critérios maiores ou
• 1 critério maior + 2 menores

18
Q

Quais são as principais etiologias de IC de alto débito?

A

Beribéri

Tireotoxicose

Anemia grave

Insuficiência hepática

Fístula AV de alto fluxo

Doença de paget

19
Q

Para que são utilizados os marcadores BNP e NT-próBNP no contexto da insuficiência cardíaca e quando eles são considerados aumentados?

A

BNP >35

NT-proBNP >125

1) Diagnóstico diferencial entre dispneia de origem cardíaca ou pulmonar

2) Acompanhamento do tratamento

3) Valor prognóstico

📌obs: em casos de utilização de SACUBITRIL + VALSARTANA, que degradam natriuréticos, não pode usar BNP pra seguimento, só NT-proBNP

20
Q

Como deve ser feito o tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp)?

A

O principal é manejar as comorbidades (isquemia, FA, HAS) para evitar progressão do quadro!!

Caso apresente congestão, pode-se utilizar diuréticos como controle sintomático.

📌a AHA já recomenda a implementação dos iSGLT2

21
Q

Quais são as classes de medicações que diminuem a mortalidade na ICFEr, quando elas estão indicadas e contraindicadas?

A

PRIMEIRA LINHA:

1) Inibidores da neprilisina + dos receptores de AT2 (INRAS):
• SACUBITRIL + VALSARTANA
✅ indicação: sintomáticos apesar de tratamento otimizado, como substitutos aos iECAs (porém, diretrizes internacionais já indicam para todos os pacientes desde o início)

2) iECA
✅ indicação: TODOS
📌 efeitos colaterais: tosse seca / angioedema
‼️ contraindicação: K > 5,5, Cr > 3,5, TFG < 20

3) BRA
✅ indicação: intolerância ao iECA
‼️ contraindicação: K > 5,5, Cr > 3,5, TFG < 20

3) Antagonistas da aldosterona
• ESPIRONOLACTONA (aldactone)
✅ indicação: após estabilização de função renal com uso de iECA/BRA
‼️ contraindicação: K > 5, Cr > 2,5, TFG < 30

4) Betabloqueadores
• METOPROLOL/CARVEDILOL/BISOPROLOL
✅ indicação: TODOS (compensar antes)
📌 efeitos colaterais: disfunção erétil, broncoespasmo
‼️ contraindicações: BAV 2°/3°, FC < 50, PAS < 80

5) iSGLT2
• GLIFOZINAS
✅ indicação: TODOS, mesmo sem DM2
📌 efeitos colaterais: aumento da diurese, glicosúria, ITUs
‼️ cuidado: associação com diurético em dose alta pode provocar desidratação

OPÇÕES DE SEGUNDA LINHA:

1) Nitrato + hidralazina:
✅ indicação: pacientes negros NYHA III/IV ou se contraindicação aos iECA/BRA

2) Ivabradina:
✅ indicação: FC >70 apesar de betabloqueador otimizado

3) Terapia elétrica:
✅ indicação: FE < 35% + sintomático apesar de tratamento otimizado
• desfibrilador (CDI): refratário há 6 meses e/ou 40 dias refratário pós IAM
• ressincronizador (TRC): BRE com QRS >150ms + ritmo sinusal

OBS: diuréticos e digitálico são apenas sintomáticos, não alteram mortalidade

22
Q

Quais são as características do ECG da taquicardia supraventricular e como é o seu tratamento?

A

É uma taquicardia de QRS ESTREITO, com RITMO REGULAR, e AUSÊNCIA DE ONDA P.

Mais comum em mulheres jovens por mecanismo de reentrada nodal (70%)

📌 30%: via acessória » crianças
• síndrome de pré excitação ventricular = iPR curto + onda delta (barriguinha no QRS)
• via acessória + taquiarritmia =
síndrome Wolff Parkinson White

Tratamento
• estável:
1) manobra vagal
2) adenosina 6mg bolus
📌pode repetir com 12mg se falha
3) BCC (verapamil, diltiazem)

• instável: cardioversão 50-100J

• profilaxia: ablação por cateter

23
Q

Quais são as características do ECG da fibrilação atrial e como é o seu tratamento?

A

É uma taquicardia de QRS ESTREITO, com RITMO IRREGULAR, e AUSÊNCIA DE ONDA P.

Manifesta-se com dissociação pulso-precórdio, ausência de B4 e da onda A.

No tratamento, opta-se pelo controle de RITMO ou de FREQUÊNCIA:

• controle de ritmo:
- cardioversão elétrica (100-200J) ou química (amiodarona/propafenona)

📌se > 48h, avaliar risco tromboembólico com ECOte ou fazer anticoagulação prévia por 3-4 semanas

📌após, manter anticoagulação por 4 semanas (e a depender do CHADSVASC, para sempre)

• controle de frequência:
- BCC (diltiazem/verapamil): melhor controle agudo
- Betabloqueador: melhor controle crônico
- Digoxina: se houver associação com ICC

Além disso, devemos avaliar a ANTICOAGULAÇÃO:

• CHADSVASC (2 H ou 3 M):
C: coração (icc) 1
H: hipertensão 1
A: age >75a 2
D: diabetes 1
S: stroke/tep 2
V: vascular (iam/doença arterial) 1
A: age >65a 1
S: sexo feminino 1

1) NOACs:
• Rivaroxaban 10mg 12/12h
• Apixaban 5mg 12/12h
• Dabigatran
📌contraindicados na FA valvar e TFG < 30

2) Varfarina
📌manter RNI entre 2 e 3

‼️ um importante diagnóstico diferencial ao ECG é a taquicardia atrial multifocal (TAM), que PARECE FA, MAS TEM ONDA P, sendo comum na DPOC descompensada

24
Q

Quais são as características do ECG do flutter atrial e como é o seu tratamento?

A

É uma taquicardia de QRS ESTREITO, sem ONDA P, com ONDAS F (em dente de serra).

📌 a FC geralmente é de 150bpm!

No caso do Flutter, damos preferência para controle de RITMO, com cardioversão elétrica 50-100J.

📌ibutilida = alternativa

A anticoagulação possui as mesmas indicações da FA (CHADSVASC).

25
Q

Quais são as características do ECG da taquicardia ventricular e como é o seu tratamento?

A

É uma taquicardia de QRS LARGO, podendo ser MONOMÓRFICA ou POLIMÓRFICA.

Tratamento:
• monomórfica:
- escolha: cardioversão 100 J
- alternativa para casos estáveis: Procainamida / Amiodarona / Sotalol (PÁS)

• polimórfica: desfibrilação SEMPRE

📌o Cardiodesfibrilador implantável (CDI) está indicado se episódio prévio de TV instável ou associado à ICFEr < 40%

26
Q

Quais são as características do ECG da torsades de pointes e como é o seu tratamento?

A

Ao ECG, manifesta-se pela inversão de pontas no QRS.

O ritmo de base que representa um fator de risco é o intervalo QT longo, e tem como causas o ABCDE:

• Agrotóxicos (organofosforados)
• BAVT
• Congênitas
• Drogas: macrolídeos, antipsicóticos, antidepressivos, cloroquina
• Eletrólitos: hipos K / Mg / Ca

Tratamento:
Sulfato de Magnésio (1-2 g IV)
Desfibrilação (se instável)

27
Q

Quais são as características dos tipos de BAV e a conduta para cada um deles?

A

1° grau
- não bloqueia
- apenas alargamento do iPR >200ms constante

2° grau
• Mobitz l:
- iPR alarga progressivamente até bloquear (fenômeno de Wenckebach)

• Mobitz II:
- bloqueia do nada (fenômeno de Hay)
- também inclui o BAV 2:1 e 3:1

3° grau/BAVT
- completa dissociação entre P e QRS

Conduta
1° grau/ Mobitz I: atropina

Mobitz II/3° grau: marcapasso
📌se estável, tratar causa base antes e depois colocar marcapasso definitivo