NEONATOLOGIA E ALEITAMENTO Flashcards
Definição, fatores de risco e manejo da hipoglicemia neonatal
Definição: glicemia < 47
Fatores de risco: pré-termo, PIG, GIG, mãe diabética
📌todos esses fatores indicam o rastreamento com glicemia capilar
Manejo:
• SINTOMÁTICO < 40 = GLICOSE EV
• ASSINTOMÁTICO:
1) até 4h de vida:
- aleitamento na 1ª hora
- glicemia após 30 minutos da dieta:
• < 25 = GLICOSE EV
• 25-40 = REALIMENTAR
2) 4-24h de vida:
- aleitamento a cada 2-3h
- glicemias antes de cada dieta
- < 35 = REALIMENTAR e repetir após 1h
• manteve < 35 = GLICOSE EV
• 35-45 = REALIMENTAR
📌Glicose EV = 2 mL/kg 10% seguidos de infusão continua 5-8 mg/kg/min.
Glicemia alvo = 40-50
Diagnóstico e tratamento da APLV
FORMAS CLÍNICAS:
• IgE mediada: broncoespasmo, urticária, angioedema, anafilaxia
• Não IgE mediada: enterocolite, protocolite e enteropatia
📌mais comum
DIAGNÓSTICO
Teste de provocação oral
•faz-se a retirada das proteínas do leite da dieta, estabilização do quadro e reintrodução posterior sob supervisão médica
TRATAMENTO:
• dieta materna com exclusão de proteínas do leite, caso em aleitamento exclusivo
• fórmula infantil de proteínas extensamente hidrolisadas
Diferencie BOSSA SEROSSANGUÍNEA, CEFALOHEMATOMA e HEMORRAGIA SUBGALEAL.
A BOSSA é um acúmulo de líquido serossanguíneo no SUBCUTÂNEO, NÃO DELIMITADA, que ocorre de forma ESPONTÂNEA dentro da EVOLUÇÃO NORMAL do trabalho de perto.
O CEFALOHEMATOMA é um sangramento SUBPERIOSTEAL, RESTRITO ÀS SUTURAS CRANIANAS, que ocorre devido a um TRAUMA no trabalho de parto.
📌para estas duas condições, não há necessidade de intervenção específicas, uma vez que não trazem prejuízos ao RN!
A HEMORRAGIA SUBGALEAL é o sangramento entre a APONEUROSE do músculo e o periósteo. É relacionada a TRAUMA mais importante, levando até ao CHOQUE HIPOVOLÊMICO.
📌nesse caso, deve ser feita reposição volêmica e, em alguns casos, hemocomponentes, com tratamento imediato
Quais são as 3 perguntas iniciais na avaliação da necessidade de reanimação neonatal e como elas indicam uma conduta?
1) RN >= 34 semanas?
2) Apresenta choro ou respiração regular?
3) Apresenta tônus em flexão?
📌o NÃO para qualquer uma destas perguntas indica levar o RN para a MESA DE REANIMAÇÃO
📌no caso de alterações em 2 e 3, deve ser realizado ESTÍMULO DOLOROSO EM DORSO e, na ausência de melhora, o CLAMPEAMENTO IMEDIATO DO CORDÃO
Quando deve ser realizado o clampeamento de cordão em RNs com boa vitalidade?
< 34 semanas: após 30 segundos
> = 34 semanas: após 60 segundos
📌antes havia um limite de até 1 minuto para < 34s e até 3 minutos para >= 34s, mas a atualização de 2022 retirou essa limitação, ficando à critério médico
Descreva o fluxograma de reanimação neonatal, destacando as principais diferenças de acordo com a idade gestacional do RN.
1) Passos iniciais (ASPAS)
• Aquecer
• Secar
📌< 34s coloca em SACO PLÁSTICO, não seca
• Posicionar
• Aspirar Se necessário
2) Checar respiração e FC
• se respiração irregular, apneia, gasping ou FC < 100: iniciar VPP
📌 < 34s: FiO2 de 30%
>= 34s: FiO2 de 21%
3) Reavaliação após 30 segundos de VPP:
• manteve alterações:
- checar técnica
- se técnica adequada -> via aérea avançada
📌 IOT / máscara laringea se >34s e >2kg
4) Checar FC após via aérea avançada:
• FC < 60 = massagem cardíaca
- após 60 segundos manteve FC < 60 = epinefrina
Qual deve ser a temperatura da sala de parto e a temperatura ideal do RN?
Sala de parto: 23-25 °C
RN: 36,5-37,5 °C
Quais são, na reanimação neonatal, a frequência respiratória alvo na VPP, a relação compressão:ventilação e a dose de epinefrina?
VPP: FR de 40-60 por minuto
📌ventilador manual em T é mais eficaz do que bolsa-válvula-máscara
Massagem cardíaca: 3 compressões : 1 ventilação
📌técnica preferencial = DOIS POLEGARES
Epinefrina:
• preferencial = cateterismo de veia umbilical: 0,02 mg/kg
• endotraqueal: 0,1 mg/kg
• intraóssea
Quando está indicada a ressuscitação volêmica na reanimação neonatal e como ela deve ser realizada?
Quando houver falha em estabelecer uma boa vitalidade mesmo após ventilação, compressão e uso de epinefrina adequados.
DOSE: 10mL/kg em 5-10 minutos
Qual é o método de escolha na avaliação da frequência cardíaca no contexto da reanimação neonatal?
A FC é o principal marcador para avaliar a resposta e indicar novas medidas na reanimação neonatal!!
A palpação do cordão umbilical, a ausculta do precórdio e a oximetria SUBESTIMAM a FC!
Melhor método = MONITOR CARDÍACO
📌 não dá pra palpar pulso carotídeo em RN, só braquial ou femoral
Quais são os valores de saturação pré-ductal normais por minuto de vida nos RNs?
Até 5 minutos: 70-80%
5-10 minutos: 80-90%
> 10 minutos: 85-95%
Qual é a diferença na sequência de reanimação neonatal para RNs nascidos banhados em mecônio?
A sequência é a mesma de outros RNs!
Apenas caso haja falha do primeiro ciclo de VPP, está indicada ASPIRAÇÃO DE HIPOFARINGE, apenas 1 vez.
Qual condição clínica indica IOT imediata na sala de parto?
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA!
RN com abdome escavado e ausculta de RHA no tórax, deve ser intubado antes de ventilar pelo risco de distensão de alças e piora do padrão respiratório!
Conduta frente ao clampeamento de cordão em RN filho de mãe com HIV?
CONTROVERSA!
Segundo SBP e OMS, deve-se realizar o clampeamento TARDIO
Segundo o Ministério da Saúde, deve-se realizar o clampeamento IMEDIATO
Quais são os parâmetros considerados no índice de APGAR?
1) RESPIRAÇÃO:
0: ausente
1: fraca/irregular
2: forte/choro
2) FREQUÊNCIA CARDÍACA:
0: ausente
1: < 100
2: > 100
3) TÔNUS
0: flácido
1: flexão de membros
2: movimento ativo
4) COR
0: pálido/cianótico
1: cianose de extremidades
2: rosado
5) IRRITABILIDADE REFLEXA
0: ausente
1: algum movimento
2: espirros/choro
📌o APGAR é medido no 1º e 5º minutos, mas se apresentar-se ainda menor que 7, deve ser repetido com 10, 15 e 20 minutos
Principais diferenças epidemiológicas, clínicas, radiológicas e de conduta nas seguintes condições:
1) Síndrome do desconforto respiratório neonatal
2) Taquipneia transitória do RN
3) Síndrome de aspiração meconial
4) Sepse neonatal
1) Síndrome do desconforto respiratório neonatal (doença das membranas hialinas)
• FR: prematuridade, sexo masculino, diabetes materno
• desconforto respiratório PROGRESSIVO
• RX: infiltrado reticulogranular difuso com aerobroncograma
• tratamento: CPAP e SURFACTANTE
📌prevenção: corticoide antenatal
2) Taquipneia transitória do RN (síndrome do pulmão úmido):
• FR: cesárea eletiva, pós datismo
• taquipneia, desconforto leve, RESOLUÇÃO RÁPIDA
• RX: congestão hilar, aumento da trama vascular, derrames
• tratamento: SUPORTE ventilatório
3) Síndrome de aspiração meconial
• FR: sofrimento fetal, pós datismo
• GRAVE: pneumonite química e bloqueio expiratório
• RX: infiltrado alveolar grosseiro, pneumotórax, hiperinsuflação
• tratamento: VENTILAÇÃO MECÂNICA + antibiótico + surfactante se refratário
4) Sepse neonatal
• FR: RPMO (>18h), corioamnionite, prematuridade
• comprometimento de múltiplos órgãos e HIPOATIVIDADE
• RX: hipotransparência reticulogranular
📌 hemograma: relação I/T >= 0,2
• tratamento:
- precoce (até 72h): ampi + genta
- tardia (> 72h): oxacilina + genta, se pensar em hospitalar, cobrir gram negativo também
Recém nascido PIG apresenta risco aumentado para doença de membranas hialinas?
Se não tiver prematuridade associada, NÃO!
PIG -> estresse crônico -> cortisol elevado -> boa maturação pulmonar -> fator “protetor”
V ou F: os diuréticos de alça fazem parte do tratamento da síndrome do pulmão úmido?
FALSO!
Apesar de apresentar aumento de trama vascular e derrames, a taquipneia transitória do recém nascido tem evolução BENIGNA, necessitando apenas de SUPORTE VENTILATÓRIO.
Não se faz diurético!!
Classificação dos recém nascidos quanto ao peso, idade gestacional e peso por idade
Peso:
- peso insuficiente: 2500-2999g
- baixo peso: < 2500g
- muito baixo peso: < 1500
- extremo baixo peso: < 1000 g
IG:
- pré termo: < 37 semanas
• tardio: >= 34 semanas
• extremo: < 28 semanas
- termo: 37 - 41+6
- pós termo: >= 42 semanas
Peso x IG:
- PIG: <p10
- AIG: p10-p90
- GIG: >p90
Até quando está indicado o aleitamento materno e quais são as classificações quanto à complementaridade do aleitamento?
Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, complementado até 2 anos no MÍNIMO
• aleitamento exclusivo: SÓ leite humano (origem materna ou bancos de leite)
• aleitamento predominante: LM + líquidos (chá, sucos)
→ nunca
‼️proibido suco de fruta < 1 ano
• aleitamento misto: LM + outros leites (fórmula, leite de vaca)
→ fórmula até 1 ano / leite de vaca quando inevitável
📌atualização: MS em 2023 permitiu uso de leite de vaca de 6-11 meses e depois até 23 meses
• aleitamento complementado: LM +
sólidos/semisólidos
→ a partir de 6 meses
📌NÃO utilizar liquidificador, textura é importante e vai aumentando progressivamente
Vantagens do leite materno em relação ao leite de vaca
LEITE HUMANO:
• menos proteína
📌 menor % de caseína, maior % de proteína do soro (alfalactoalbumina)
» menor sobrecarga renal, maior digestibilidade, menos alergênico
• menos eletrólitos
• mais carboidratos (lactose)
» facilita a evacuação
• mais gordura
» ativa vias metabólicas, reduzindo risco de dislipidemia
📌 LC-PUFA: ARA/DHA
» formação da retina e mielinização do SNC
• mesma quantidade de ferro (baixa), mas maior biodisponibilidade
📌lactoferrina
• fatores protetores:
IgA secretória, lisozima, fator bífido e oligossacarídeos
LEITE DE VACA
• mais proteína:
📌betalactoglobulina (APLV) e caseína