NEURO Flashcards

1
Q

Quais são os pré-requisitos para aplicar e como é o protocolo de morte encefálica?

A

PRÉ-REQUISITOS:

• Mínimo de 6 HORAS DE AVALIAÇÃO no serviço (ou 24h de encefalopatia hipóxisquêmica)
• Causa encefálica conhecida e irreversível;
• Ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico (drogas sedativas);
• Coma não-perceptivo;
• “Estabilidade fisiológica” → SATo2 > 94%, PAS ≥ 100, T > 35°C.

PROCEDIMENTO:

• Avaliações por DOIS MÉDICOS DIFERENTES, com pelo menos um especialista em em medicina intensiva, neurologia, neurocirurgia ou medicina de emergência (NÃO PODEM FAZER PARTE DA EQUIPE DE TRANSPLANTE);
• Devem ser feitas DUAS BATERIAS DE TESTES* com pelo menos UM TESTE DE APNEIA (ausência de movimentos respiratórios com pCO2 >55) e UM EXAME COMPLEMENTAR que demonstre ausência de fluxo sanguíneo ou de atividade elétrica/metabólica no encéfalo.

  • ≥ 2 anos de idade: intervalo de 1h
  • 2 meses - 2 anos: intervalo de 12h
  • 7 dias - 2 meses: intervalo de 24

📌o horário da morte é o horário em que foi realizado o segundo teste

📌 doação de órgãos depende de consentimento da família APESAR do falecido ter demonstrado interesse

📌 morte encefálica é de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

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2
Q

Quais são os sinais de alarme para cefaleias?

A

Início após 55 anos

Início recente em paciente com neoplasia, HIV ou gestante

Paciente com história de queda ou TCE recente

Alta intensidade e início súbito

Sintomas sistêmicos (febre, rigidez de nuca, rash)

Sinais neurológicos focais, alterações da consciência, convulsão, edema de papila

Dor que desperta do sono

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3
Q

Quais são as características clínicas típicas da cefaleia tensional e seu tratamento (crises e profilaxia)?

A

CLÍNICA

• dor opressiva bilateral

• associada à fotofobia OU fonofobia OU
náusea leve
📌(se tiver 2 ou mais desses, questionar diagnóstico)

leve a moderada
📌sem impacto nas atividades diárias

• duração: horas a dias

TRATAMENTO

• crise aguda: analgésicos/AINEs

• profilaxia:
- indicação: >= 15 crises/mês por > 3 meses
- tricíclicos (amitriptilina/nortriptilina)

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4
Q

Classifique a cefaleia tensional quanto à frequência de sintomas

A

Episódica pouco frequente ou infrequente: < 12 dias/ano

Episódica frequente: 12 - 180 dias/ano

Crônica: > 180 dias/ano

📌 a profilaxia com tricíclicos está classicamente indicada para a crônica, mas pode ser considerada para a episódica frequente

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5
Q

Quais são as características clínicas típicas da enxaqueca/migrânea e seu tratamento (crises e profilaxia)?

A

CLÍNICA:

• dor pulsátil unilateral

• associada à foto E fonofobia, náuseas, vômitos

piora com movimento

moderada a grave
📌interrompe atividades cotidianas

• duração: < 6h (4-72h)

• AURAS mais clássicas: visuais > parestesias

TRATAMENTO

• crise aguda:
analgésicos » triptano » metoclopramida

• profilaxia:
- indicação: > 3-4 crises/mês
- escolha: propranolol
- amitriptilina, BCC (flunarizina), valproato
📌aumentam desejo por carboidratos
- se obesidade: topiramato

‼️ antagonistas do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) (ERENUMAB, fremanezumab, galcanezumab e ubrogepant) foram aprovados recentemente pela Anvisa na profilaxia

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6
Q

Diferencie a cefaleia em salvas da hemicrania paroxística crônica quanto à epidemiologia e manejo

A

CEFALEIA EM SALVAS

• mais comum em homens

• pulsátil e opressiva, unilateral, fronto orbitaria

• associada a lacrimejamento, edema orbitário, miose, ptose, congestão nasal

muito intensa (acorda o paciente)

• duração: 15-180 minutos
📌 pode ocorrer até 8x ao dia, mas desaparece por semanas

crise: oxigênio + triptano

profilaxia: verapamil (dose máxima tolerada)
📌opções: valproato, lítio, prednisona

HEMICRANIA PAROXÍSTICA CRÔNICA

• mais comum em mulheres

• clínica semelhante à em salvas

• duração: 2-3 minutos >5x/dia

crise: não tem tratamento

profilaxia: indometacina
📌também é profilaxia para cefaleia
orgástica

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7
Q

Quais são as manifestações clínicas da neuralgia do trigêmeo e o seu tratamento?

A

CLÍNICA:
• dor unilateral, do tipo choque elétrico
• associada a sintomas autonômicos

TRATAMENTO:
• anticonvulsivantes:
1) CARBAMAZEPINA
2) lamotrigina
📌 alternativas: duloxetina, topiramato

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8
Q

Quais são os fatores de risco para surgimento, recorrência e evolução para epilepsia na convulsão febril?

A

SURGIMENTO:
6 meses a 5 anos
• história familiar
• sexo masculino

RECORRÊNCIA:
• menores de 1 ano
• surgimento com febre baixa e em menos de 24h de febre

EPILEPSIA:
• atraso do desenvolvimento
• história familiar de epilepsia
crise complexa
📌focal, > 15 minutos, recorre em 24h

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9
Q

Conduta na convulsão febril

A

Se o paciente está convulsionando =
benzodiazepínico
(maneja febre depois!!)

Se chega no pós convulsão:
• avaliar febre e tratar
• punção lombar se:
- < 6 meses
- < 12 meses e vacinação incompleta
- clínica suspeita de meningite

📌na presença de DÉFICITS FOCAIS, está indicada a realização de neuroimagem

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10
Q

Como são classificados os estágios do status epilético?

A

Estágio I:
> 5 minutos
• status epilepticus IMINENTE

Estágio II:
> 30 minutos
• status epilepticus ESTABELECIDO

Estágio Ill:
> 60 minutos
• status epilepticus REFRATÁRIO

Estágio IV:
• continua ou recorre após 24 horas, mesmo com anestésicos
• status epilepticus SUPER-REFRATÁRIO

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11
Q

Diante de um paciente em status epilético / mal epilético, qual deve ser a conduta?

A

‼️SEMPRE checar glicemia

1) Benzodiazepínico:
Diazepam EV/VR
📌pode fazer Duas vezes
Midazolam EV/IM
📌Mono vez

2) Fenitoína
📌pode repetir uma vez com metade da dose

3) Anestesia:
• tiopental/midazolam/propofol*
*evitar em crianças

📌 Se for RN, a primeira medicação é o Fenobarbital (pode ser feito 2x)

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12
Q

Defina Paralisia de Todd e Marcha Jacksoniana

A

Paralisia de Todd = paciente com
crise focal e um período pós-ictal marcado com paresia

Marcha Jacksoniana = paciente inicia com crise focal, e os movimentos clônicos progridem pelo membro acometido

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13
Q

Qual é a tríade característica da Síndrome de West e o seu tratamento?

A

ESPASMOS (às vezes questões descrevem como “sustos”) + ATRASO DNPM + HIPSARRITMIA NO EEG

Tratamento:
• corticoide
• ACTH
vigabatrina
📌associada a risco de lesão retiniana

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14
Q

Qual é a tríade característica da síndrome de Lennox-Gastaut e o seu tratamento de escolha?

A

A síndrome de Lennox-Gastaut ocorre mais em PRÉ-ESCOLARES
📌geralmente mais tardia do que West, porque pode ser uma evolução desta síndrome

Tríade:
Múltiplos tipos de crises
📌tônica, ausência atípica, atônica e, mais raramente, mioclônica
EEG alterado
📌ponta onda 1,5-2Hz
regressão DNPM

Tratamento
lamotrigina
📌o prognóstico é ruim, com foco na qualidade de vida

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15
Q

Epidemiologia, clínica e tratamento da epilepsia mioclônica juvenil

A

Início TARDIO, entre 12 e 18 anos

Crises MIOCLÔNICAS que podem evoluir para tônico-clônicas generalizadas
📌desencadeadas por PRIVAÇÃO DE SONO

Tratamento:
valproato de sódio
• levetiracetam

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16
Q

Qual é a epidemiologia, apresentação clínica e eletroencefalográfica e tratamento da crise de ausência?

A

Pico de 5-8 anos, levando a prejuízo escolar

Crises com perda rápida de consciência (até 30 segundos)
📌desencadeadas por hiperventilação

EEG: padrão ponta onda 3Hz

Tratamento:
etossuximida
• valproato
• lamotrigina

‼️NÃO PODE CARBAMAZEPINA

17
Q

Qual é o anticonvulsivante de escolha para uso em gestantes?

A

LAMOTRIGINA!

📌lembrando que o valproato é considerado categoria X pelo risco de espinha bífida!

18
Q

Qual medicação utilizada no manejo do tabagismo pode diminuir o limiar epilético e deve, portanto, ser evitado em pacientes com histórico de convulsões?

A

BUPROPIONA!

19
Q

Paciente, 78 anos, sexo feminino, procurou o ambulatório com queixa de alterações na memória recente, seguido de alteração de marcha e equilíbrio de início insidioso, além de alucinações visuais recorrentes.

Ao exame, apresentou discreta bradicinesia e tremor à direita, rigidez e marcha com pequenos passos com alteração de equilíbrio.

Mini exame do estado mental: 22/30 (escolaridade > 8 anos), teste do relógio alterado e fluência verbal alterada.

Qual é a hipótese diagnóstica?

A

Parkinson + alucinações + demência = DEMÊNCIA POR CORPÚSCULOS DE LEWY

Essa patologia se caracteriza por um declínio cognitivo progressivo, que interfira nas funções de vida diária, acometimento da memória, alucinações visuais bem formadas, detalhadas e com caráter recorrente, alucinações auditivas e sinais extrapiramidais parkinsonianos, sendo a rigidez e a a bradicinesia os mais comuns.

📌 apresenta boa resposta aos inibidores da acetilcolinesterase (donepezila, galantamina, rivastigmina)

20
Q

Um homem de 70 anos queixa-se de dor em queimação no pescoço e no braço esquerdo. Relata ainda urgência e esforço miccional, jato urinário reduzido, sensação de esvaziamento vesical incompleto após micção, além de dificuldade para deambular. Nega comorbidades ou uso de medicamentos.

O exame dos membros superiores mostra fraqueza à flexão do cotovelo e à abdução do ombro esquerdos, com hiporreflexia bicipital ipsilateral. A força nos membros inferiores está reduzida de forma simétrica, observando-se bilateralmente espasticidade, hiperreflexia patelar e reflexo cutâneo-plantar extensor. Há perda da propriocepção. A marcha é espástica com passos altos e fortes.

Qual é a hipótese diagnóstica e a propedêutica imediata mais indicada?

A

O caso é característico de MIELOPATIA CERVICAL!

Perceba que temos um quadro misto:

  • síndrome do 2° neurônio motor no MSE (fraqueza + hiporreflexia)
  • síndrome do 1° neurônio motor em MMII (fraqueza + hiperreflexia)
  • queixas autonômicas (queixas urinárias)
  • alteração de sensibilidade (dor em queimação)

Quando temos uma SÍNDROME MISTA, com 1° e 2° neurônios motores afetados, a primeira hipótese diagnóstica deve ser Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
Porém, classicamente, na ELA, não há alteração de sensibilidade, além de apresentar MIOFASCICULAÇÕES, que não foram descritas pela questão.

A mielopatia cervical é o principal diagnóstico diferencial da ELA, com compressão medular causada por uma hérnia de disco, na maioria das vezes. Ela pode atingir o axônio do 1° neurônio motor, o núcleo do 2° neurônio motor, as vias autonômicas e as vias sensitivas.

📌 o exame indicado é a ressonância magnética da coluna cervical

21
Q

Níveis sensitivos mais cobrados em prova

A

C5: deltoide

C6: polegar

C7: dedo médio

C8: dedo mínimo

T1: face medial do antebraço

T2: axila

T4: mamilo

T6: apêndice xifoide

T10: umbigo

T12: sínfise púbica

L4: face medial da perna

S1: borda lateral do pé

S3: tuberosidade isquiática

S4 e S5: região perianal

📌Algo a mais: reflexos segundo os níveis de lesão medular

  • Bicipital: C5
  • Braquiorradial: C6
  • Tricipital: C7
  • Cutâneo abdominal: T9, T11
  • Cremastérico: T12, L1
  • Patelar: L3, L4
  • Aquileu: S1
  • Bulbocavernoso: sua ausência indica choque medular ou lesão de raízes
    sacrais
22
Q

Escala de força muscular na avaliação neurológica

A

0: Sem contração muscular

1: Contração sem movimento

2: Movimento em plano horizontal sem vencer a força da gravidade

3: Movimento vence a gravidade, mas não vence a resistência

4: Movimento vence alguma resistência

5: Força muscular normal

23
Q

Escala de Frankel Modificada para avaliar o grau de deficiência do paciente com lesão medular

A

A: Completa - sem função motora

B: Incompleta - há função sensitiva até S4-S5, sem função motora

C: Incompleta - há função motora e a maioria dos músculos tem força
inferior a grau 3

D: Incompleta - há função motora e a maioria dos músculos tem força
superior a grau 3

E: Normal