2° SISTEMA MONETÁRIO E FINANCEIRO INTERNACIONAL Flashcards
(16 cards)
Quais os Principais Pontos Abordados na Aula 12:
Globalização”: conceito e construção ideológica
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Origem do termo “globalização”
O termo surgiu nos anos 1980 em escolas de administração dos EUA e foi popularizado por consultores e pela imprensa econômica nos anos 1990. -
Definição e abrangência da globalização
Globalização refere-se a processos de liberalização, desregulamentação e desestatização em escala mundial, afetando finanças, comércio, indústria e serviços públicos. -
Caráter ideológico do termo
O conceito é considerado vago e ideológico, pois pode ser usado para justificar interesses de grandes empresas e bloquear debates sobre seus impactos sociais e econômicos. -
O princípio TINA (There Is No Alternative)
A globalização é associada à ideia de que não há alternativa ao modelo neoliberal de ajuste fiscal, juros altos e livre circulação de capitais, limitando a autonomia das políticas nacionais. -
Papel das empresas multinacionais
As multinacionais são protagonistas da globalização, reorganizando o capital em escala mundial e sustentando a hegemonia dos EUA. -
Regionalização da produção
Apesar do discurso global, a produção industrial se concentrou em regiões como China e Sudeste Asiático, buscando vantagens competitivas. -
Crise do modelo fordista
A crise do fordismo impulsionou a busca por modelos produtivos mais flexíveis e globalizados, acelerando a reestruturação das grandes empresas. -
Impactos sobre políticas econômicas nacionais
A ideologia da globalização restringe a autonomia dos governos, impondo metas e receitas rígidas que limitam a intervenção estatal e a adaptação às necessidades locais.
Resposta do Perplexity: pplx.ai/share
Qual a ORIGEM do termo Globalização
O termo “globalização” teve sua origem no campo da gestão/administração empresarial no início dos anos 1980. Mais especificamente, o adjetivo “global” surgiu nessa época nas grandes escolas estadunidenses de administração de empresas, como Harvard, Columbia e Stanford. Ele foi adotado por importantes consultores de estratégia empresarial, incluindo Michael E. Porter (autor de “Estratégia Competitiva” em 1980) e Kenichi Ohmae (que discutiu os 3Cs da globalização das empresas: comprometimento, criatividade e competitividade). A popularização do termo ocorreu através da imprensa empresarial ao longo dos anos 1980, e ele ganhou maior tração nos anos 1990 por meio da imprensa econômica e financeira. A disseminação total do termo aconteceu nos anos 1990, associada a conceitos como empresas sem fronteiras (“borderless”) e grandes empresas “sem nacionalidade”
Quais PROCESSO que a Globalização pretende designar?
- Liberalização econômica (financeira, comercial, industrial).
- Desregulamentação (comércio, padrões ambientais, compras públicas, trabalhistas).
- Desestatização (privatização, redução dos serviços públicos e da capacidade de oferta dos Estados).
Qual o CONTEXTO desse processo de Globalização?
- A Busca por Economias Externas:
As empresas passaram a focar na redução das estruturas internas de produção (downsizing) para buscar economias externas.
- Maximização do Valor da Ação (MVA):
Houve uma mudança completa no paradigma estratégico da firma, de “Reter e Reinvestir” para “Reduzir e Distribuir”.
Observou-se a atuação de investidores ativos na estruturação do capital das empresas.
Estabeleceu-se um sistema de remuneração dos gestores predominantemente baseado em ações.
- Crise da Grande Empresa Americana e Esgotamento do Modelo Fordista:
O esgotamento do Modelo Fordista é um fator contextual chave.
Esse esgotamento ocorreu devido à exaustão do ciclo tecnológico.
A demanda efetiva passou a crescer menos e de forma mais instável.
Surgiram dificuldades em manter ganhos de escala.
Apareceram conflitos distributivos entre os agentes.
Houve uma falta de flexibilidade frente às variações na demanda.
Ocorreu um acirramento da competição internacional.
Intensificou-se a crise de sobreacumulação do capital.
O Que Foi MVA (Maximização do Valor da Ação) e como ele se deu ?
Esse processo se deu através de alguns mecanismos principais:
- A atuação de investidores ativos no processo de estruturação do capital das empresas.
- O estabelecimento de um sistema de remuneração dos gestores que era
predominantemente baseado em ações. - A tomada do fluxo de caixa livre das empresas para a estruturação de programas agressivos de distribuição de dividendos e de recompra de ações.
Por que o Termo Globalização é Ideológico ?
Ele funciona como um discurso que busca produzir um viés em favor de interesses particulares. Sua natureza ambígua e vaga não é acidental, permitindo que seja usado de maneira conveniente para quem o emprega. Embora possa evocar ideias de cooperação e integração internacional, essa vagueza serve para mascarar os interesses específicos, notadamente os das empresas, e impede um debate mais aprofundado sobre seus verdadeiros contornos e consequências. Além disso, o termo está associado ao “imperativo da adaptação” (conhecido como TINA – “There Is No Alternative” ou “Não Há Alternativa”). Esse imperativo sugere que não há outro caminho senão o da liberalização comercial, da desregulamentação e da desestatização, alinhando-se aos interesses das empresas (por exemplo, a Maximização do Valor da Ação - MVA) e dos mercados financeiros.
O Que é o Termo TINA?
TINA (“There Is No Alternative” ou “Não Há Alternativa”) é um princípio central da ideologia neoliberal. Ele sustenta a ideia de que existe apenas uma maneira correta e “cientificamente comprovada” de gerir a macroeconomia. Essa única via envolve um conjunto específico de políticas:
- Preservar o ajuste fiscal rigoroso.
- Manter taxas de juros elevadas.
- Restringir a quantidade de moeda em circulação.
- Adotar um regime de câmbio flutuante.
*Permitir a livre movimentação de capitais.
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Sob a lógica TINA, não há espaço para políticas econômicas que desviem dessas diretrizes, pois as variáveis macroeconômicas são consideradas fixas por essa “receita”. Qualquer ajuste necessário para resolver problemas econômicos ou sociais deve ocorrer apenas no nível microeconômico (como mudar leis específicas ou focar programas sociais), sem alterar o rumo macroeconômico.
Por que a crise do modelo fordista foi importante para a globalização?
A crise do fordismo, marcada pelo esgotamento tecnológico, instabilidade da demanda, conflitos distributivos e competição internacional, levou à busca por alternativas mais flexíveis e globalizadas de produção e gestão, impulsionando o avanço da globalização e a reestruturação das grandes empresas
Por Que as Empresas Multinacionais Fazem Parte da Formulação do TERMO GLOBALIZAÇÃO ?
As empresas multinacionais (EMNs) ou as Transnacionais (ETNs) estão no coração da formulação do termo “globalização” pelos seguintes motivos, de acordo com o material:
- Essa construção (a ideia de globalização) faz parte da estratégia de reorganização do processo de acumulação de capital em nível mundial.
- As Empresas Multinacionais são, sobretudo, a base da hegemonia estadunidense, tanto econômica e militar quanto política.
- O Investimento Estrangeiro Direto (IED), especialmente através de fusões e aquisições, CENTRALIZAÇÃO E CONCENTRAÇÃO (m&a), é um vetor tão importante de internacionalização das empresas quanto o comércio internacional.
- A internacionalização foi particularmente efetiva no que diz respeito ao livre movimento de capitais (com a China sendo uma exceção notável).
- No que se refere à produção, o que se observou foi uma regionalização da produção globalizada, com um direcionamento para a China e todo o sudeste asiático.
Quais os Principais Pontos Abordados na Aula 13:
Revisão a Conceitos e Teoria de MARX ?
- Acumulação Capitalista: O processo central é $D-M-D’$ (Dinheiro que compra Mercadoria para gerar mais Dinheiro $D’$), levando à exploração da força de trabalho e à concentração de capital.
- Teoria do Valor: A mercadoria possui valor de uso (utilidade) e valor (determinado pelo tempo de trabalho abstrato necessário à sua produção)[cite: 1]. O valor de troca é a forma como o valor se manifesta.
- Gênese do Dinheiro: A evolução das formas de valor (simples, total, geral) culmina na forma dinheiro, onde uma mercadoria específica (como o ouro) se torna o equivalente universal[cite: 1]. A expressão do valor de uma mercadoria em dinheiro é sua forma preço.
- Fetiche da Mercadoria: As relações sociais de produção são ocultadas, aparecendo como relações entre coisas, e o caráter social do trabalho é percebido como uma propriedade natural das mercadorias.
- Dinheiro como Capital: Diferencia-se o ciclo $M-D-M$ (vender para comprar, satisfazer necessidades) do ciclo $D-M-D’$ (comprar para vender, valorizar o capital)[cite: 1]. O capital é o valor que se valoriza, e isso ocorre no processo de produção ($D-M \ldots P \ldots M’-D’$), onde a força de trabalho (FT) cria mais valor do que ela própria custa.
- Capital Portador de Juros: É o capital na forma $D-D’$, onde o dinheiro parece gerar mais dinheiro (juros) por si só[cite: 1]. É a forma mais fetichizada do capital, ocultando sua origem na produção.
- Capital Fictício: Representa títulos (ações, dívida pública/privada) que são reivindicações sobre valores futuros, ainda não gerados[cite: 1]. Sua produção está ligada a mecanismos como recompra de ações e pagamento de dividendos, associados à Maximização do Valor da Ação (MVA).
- Financeirização: É a disseminação das características do capital portador de juros por todo o sistema econômico e social, com a riqueza financeira crescendo mais que a riqueza real.
O Que é a ACUMULAÇÃO e a CONCORRÊNCIA no Sistema CAPITALISMO ?
- Acumulação no Sistema Capitalista
- Concorrência no Sistema Capitalista
- Dinâmica entre Concorrência e Acumulação
A concorrência e a acumulação possuem uma relação dialética. A concorrência entre capitalistas os impulsiona a acumular capital incessantemente, reinvestindo a mais-valia para expandir a produção, inovar e reduzir custos, a fim de obter vantagens sobre os rivais. Por sua vez, o processo de acumulação, ao promover a concentração e centralização do capital, modifica as formas de concorrência: ela deixa de ser a disputa atomizada de um mercado idealizado para se tornar uma rivalidade estratégica entre grandes oligopólios. A “mundialização do capital” representa o estágio contemporâneo onde essa dinâmica se desenrola em escala planetária, fortemente influenciada pela “financeirização”, onde a lógica da valorização financeira permeia cada vez mais as estratégias de acumulação e competição.
De Acordo com Marx o que é o PROCESSO DE ACUMULAÇÃO do Capitalismo, e como ele se dá ?
1. O Ponto de Partida e o Objetivo ($D-M-D’$)
O processo de acumulação capitalista, para Marx, inicia-se com uma soma de dinheiro ($D$) que é investida na compra de mercadorias ($M$). O objetivo central não é a mercadoria em si, mas a expansão do valor inicial, ou seja, obter ao final do ciclo uma quantia de dinheiro ($D’$) maior que a original. Essa diferença, $D’ - D = \Delta D$, é a mais-valia. Marx define que “Capital é o valor que se valoriza” através desse movimento de comprar para vender com lucro.
2. A Esfera da Produção como Local da Valorização ($D-M \ldots P \ldots M’-D’$)
A criação da mais-valia ($\Delta D$) não ocorre na simples compra e venda, mas fundamentalmente na esfera da produção ($P$). O circuito completo é $D-M \ldots P \ldots M’-D’$, onde o capitalista utiliza o dinheiro ($D$) para comprar meios de produção (MP) e, crucialmente, a força de trabalho (FT). A força de trabalho, como mercadoria, é comprada pelo seu valor (o necessário para a subsistência e reprodução do trabalhador). No entanto, durante o processo produtivo, a força de trabalho é capaz de criar um valor superior ao seu próprio, através do trabalho excedente não pago. É essa capacidade da força de trabalho de gerar mais valor do que custa que constitui a fonte da mais-valia.
3. Consequências do Processo de Acumulação
O processo de acumulação, movido pela busca incessante de mais-valia, tem como consequências intrínsecas:
* A contínua exploração da força de trabalho, pois é a partir dela que o capital se valoriza.
* Uma tendência constante à concentração (crescimento dos capitais individuais) e à centralização do capital (fusão de diversos capitais em um número menor de mãos, formando grandes blocos de capital).
O que é MERCADORIA, VALOR DE USO e VALOR TROCA (Valor de Venda por qual o PREÇO ele é vendido) ?
- Mercadoria: É uma coisa (tangível ou intangível) que possui dois aspectos: valor de uso e valor.
- Valor de Uso: Refere-se à utilidade da mercadoria, sua capacidade de satisfazer necessidades pelo consumo. É a base material da riqueza e está ligado à qualidade e ao trabalho concreto.
- Valor e Preço:
-O Valor é uma propriedade social da mercadoria, determinado pela quantidade de trabalho abstrato socialmente necessário para sua produção.
-O Valor de Troca é como o Valor se manifesta, sendo a proporção quantitativa em que mercadorias são trocadas.
-O Preço é a expressão do valor de troca em dinheiro; é a manifestação monetária do valor da mercadoria.
Quais são as FORMAS DE VALOR?
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Forma Simples, Particular ou Acidental do Valor:
- É quando o valor de uma mercadoria é expresso em apenas uma outra mercadoria diferente[cite: 15]. Exemplo: $10~kg~linho = 1~casaco$[cite: 15]. Nesta relação, o linho está na forma relativa e o casaco na forma equivalente[cite: 15].
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Forma Total ou Desdobrada do Valor:
- É quando o valor de uma mercadoria é expresso em uma série de outras mercadorias diferentes[cite: 19]. Exemplo: $10~kg~linho = 1~casaco$ ou $60~kg~trigo$ ou $5~kg~ferro$[cite: 19]. Essa forma é mais geral e mostra que a sociedade se organiza para a troca[cite: 19, 20].
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Forma Geral do Valor (ou Equivalente Geral):
- É quando todas as mercadorias expressam seu valor em uma única mercadoria que funciona como equivalente geral para todas elas[cite: 21]. Exemplo: $1~casaco = 10~kg~linho$, $60~kg~trigo = 1~casaco$, $5~kg~ferro = 1~casaco$ (aqui o casaco seria o equivalente geral)[cite: 21].
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Forma Dinheiro:
- É quando uma mercadoria específica (historicamente o ouro) se torna o equivalente geral universal, ou seja, a mercadoria dinheiro[cite: 21]. A expressão do valor de qualquer mercadoria nessa mercadoria dinheiro é a sua forma Preço[cite: 21]. Exemplo: $1~casaco = 10~onças~de~ouro$[cite: 21].
O que é FETICHE DA MERCADORIA ?
- De acordo com o slide (Aula 13):
O fetiche da mercadoria, conforme a Aula 13, oculta e naturaliza o caráter social da mercadoria como resultado do trabalho. Isso significa que as características sociais do trabalho humano são refletidas como se fossem propriedades naturais dos próprios produtos. Assim, as mercadorias, que são fruto de relações sociais de produção, apresentam-se no mercado como meras relações entre coisas. Esse processo obscurece a origem social do valor das mercadorias (que inclui o tempo de trabalho abstrato), fazendo-as parecerem ter valor por si mesmas.
- Complemento de Marx (Explicação Expandida):
O conceito de Marx sobre o fetiche da mercadoria explica como, em sociedades capitalistas, as relações sociais entre as pessoas se manifestam como relações entre coisas (as mercadorias). As mercadorias adquirem um caráter “místico”, não pelo seu uso, mas pela sua forma de valor. Como os produtores trabalham de forma isolada e seus trabalhos só se socializam na troca de mercado, as relações sociais entre eles aparecem como relações entre seus produtos. O valor, que é uma expressão do trabalho socialmente necessário, parece então ser uma qualidade natural da própria coisa, e não fruto das relações de produção. Marx compara isso à religião, onde criações humanas ganham vida própria. Esse fetiche impede a compreensão da exploração e da real criação de valor, fazendo as leis econômicas parecerem naturais e imutáveis.
- Forma Simplificada:
O fetiche da mercadoria é como uma “mágica” do capitalismo que esconde o trabalho humano e as relações sociais por trás dos produtos. Em vez disso, as mercadorias parecem ter vida e valor próprios, como se suas características sociais fossem qualidades naturais. Na realidade, pessoas se relacionam para produzir coisas cujo valor vem do trabalho humano. Mas, na aparência (o fetiche), vemos apenas coisas se relacionando no mercado com preços, como se o valor fosse delas. Isso ocorre porque, no capitalismo, a produção é para o mercado, e as conexões sociais entre produtores se dão indiretamente, através da troca de seus produtos. Assim, as relações entre pessoas se disfarçam de relações entre mercadorias.