SISTEMA MONETÁRIO E FINANCEIRO INTERNACIONAL Flashcards

(110 cards)

1
Q

O que é o Sistema Monetário Internacional (SMI)?

A

Conjunto de instituições e fluxos monetários que regulam a oferta de moeda, meios de pagamento e câmbio entre países, garantindo liquidez e estabilidade nas transações internacionais. Inclui bancos centrais, instituições financeiras e mercados de câmbio.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Quais são as principais características do Sistema Monetário Internacional (SMI)?

A

Moeda não remunerada: No SMI, a moeda (em contraste com os ativos financeiros) não gera juros. Ela é usada principalmente como unidade de conta e meio de troca.

Foco em pagamentos e liquidez: O SMI está voltado para a facilitação de pagamentos e a manutenção da liquidez no sistema financeiro, especialmente em momentos de estresse financeiro.

Interdependência com o Sistema Financeiro Internacional (SFI): Embora o SMI seja distinto do SFI, ele depende do bom funcionamento do SFI para garantir a disponibilidade de moedas e a estabilidade do sistema de pagamentos.

Crises de liquidez: Problemas no SMI frequentemente envolvem a disponibilidade de liquidez, especialmente em moedas como o dólar americano, que é amplamente utilizado em transações internacionais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Quais são as funções da moeda no Sistema Monetário Internacional (SMI)?

A

Unidade de conta: Mede e compara valores de bens, serviços e ativos.

Meio de troca: Facilita transações e fluxos de capital entre países.

Calibração de valores: Ajusta preços de ativos financeiros.

Desenvolvimento de mercados: Expande mercados financeiros globais.
(Observação: No SMI, a moeda prioriza liquidez e transações, não sendo a principal reserva de valor.)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

O que é o Sistema Financeiro Internacional (SFI)?

A

Rede global de instituições (bancos, fundos, mercados) que negociam ativos financeiros (com juros e retornos), criam crédito e facilitam investimentos (ex: private equity, leveraged buyouts). É central para a alocação de capital no mundo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Quais são as principais particularidades do Sistema Financeiro Internacional (SFI)?

A

Ativos remunerados: Lida com títulos, ações e derivativos que geram juros/retornos (diferente do SMI).

Complexidade ampla: Envolve múltiplos mercados, instituições e instrumentos financeiros.

Regulação forte: Órgãos supervisionam riscos e estabilidade (ex: Basel, FSB).

Crises de crédito: Problemas frequentemente ligados a ativos tóxicos e falhas regulatórias.

Interdependência com o SMI: Depende da liquidez em moeda, mas é mais complexo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Quais são as funções da moeda no Sistema Financeiro Internacional (SFI)?

A

Facilitar transações: Compra/venda de ativos (ações, títulos).

Reserva de valor: Títulos públicos e “quase-moedas” preservam riqueza.

Garantir liquidez: Permite que instituições cumpram obrigações.

Base para crédito: Empréstimos e investimentos dependem de moeda.

Proteção em crises: Moedas fortes (ex: dólar) são refúgios seguros.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Quais são os comparativos entre os Sistemas SMI e SFI?

A

Definição:

SMI: Regula quantidade de moeda, trocas e pagamentos.

SFI: Negocia ativos e determina seus preços.

Foco:

SMI: Liquidez e pagamentos.

SFI: Crédito e retornos financeiros.

Função da moeda:

SMI: Meio de troca e unidade de conta.

SFI: Reserva de valor e base para crédito.

Ativos:

SMI: Moeda (sem juros).

SFI: Títulos, ações, derivativos (com retornos).

Crises:

SMI: Falta de moeda (ex: dólar).

SFI: Ativos tóxicos e falhas regulatórias.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Quais são as principais diferenças entre SMI e SFI?

A

Natureza dos ativos:

SMI: Moeda (sem juros).

SFI: Ativos que geram retornos (ex: títulos).

Função da moeda:

SMI: Pagamentos e liquidez.

SFI: Reserva de valor e crédito.

Crises:

SMI: Liquidez (falta de moeda).

SFI: Crédito e regulação.

Complexidade:

SMI: Foco em pagamentos.

SFI: Mais amplo (mercados, instituições).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Como funciona a estrutura do Sistema Monetário e Financeiro Internacional?

A

Agentes principais:

Estados Nacionais (soberania monetária)

Instituições (FMI, Banco Mundial, OMC)

Bancos Centrais (política monetária)

Empresas:

Multinacionais (fluxos de capital)

Bancos Comerciais (intermediação financeira)

Moedas:

Dólar (principal reserva)

Euro, iene, libra (secundárias)

Criptomoedas (emergentes)

Mecanismos:

Taxas de câmbio (fixas/flutuantes)

Acordos (ex: Bretton Woods)

Mercados globais (ações, títulos)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Quem são os agentes na hierarquia do Sistema Monetário e Financeiro Internacional?

A

Estados (atores racionais e autointeressados)

Poder:

Dominado por EUA, UE, China

Dólar como moeda hegemônica

Anarquia:

Sem governo global

Competição por poder e segurança

Hierarquia:

Estados fortes controlam instituições (FMI)

Estados fracos dependem de crédito externo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

O que são Estruturas Econômicas no Sistema Monetário e Financeiro Internacional?

A

Instituições Financeiras:

FMI (empréstimos e estabilidade)

Banco Mundial (projetos de desenvolvimento)

BIS (banco dos bancos centrais)

OMC (regula comércio global)

Moedas e Reservas:

Dólar (principal reserva)

Euro, iene, libra (secundárias)

DES (ativo do FMI para crises)

Regimes Cambiais:

Fixos (moeda atrelada a outra)

Flutuantes (determinado pelo mercado)

Intermediários (bandas cambiais)

Mercados Financeiros:

Câmbio (maior mercado global)

Capitais (ações, títulos)

Euromercados (moedas offshore)

Normas e Regulações:

Acordos de Basileia (regras bancárias)

Ajustes Estruturais (condições do FMI)

Hierarquia:

Países Centrais (EUA, UE dominam)

Países Periféricos (dependentes)

Crises:

Exemplos: 2008, 1997

Respostas: liquidez do FMI

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

O que são Estruturas do Sistema Internacional para o Sistema Monetário e Financeiro?

A

Hierarquia de Poder:

Hegemonia dos EUA (dólar como reserva)

China e UE (atores secundários)

Países periféricos (dependentes)

Instituições:

FMI (estabilidade monetária)

Banco Mundial (desenvolvimento)

BIS (cooperação entre bancos centrais)

Regimes:

Bretton Woods (1944-1971)

Câmbio flutuante (pós-1971)

Mercados:

Câmbio (trilhões/dia)

Capitais (ações/títulos)

Euromercados (ex: eurodólares)

Crises:

2008, 1997, anos 1980

Papel do FMI (resgate)

Desafios:

Desigualdade (Norte-Sul)

Instabilidade (especulação)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

QUAIS AS DIMENSÕES DE PODER QUE DEFINEM A POSIÇÃO DE UM ESTADO NO SISTEMA INTERNACIONAL (SEGUNDO HANS MORGENTHAU, 2002)?

A

POLÍTICA DE PRESTÍGIO (DEMONSTRAÇÃO DE PODER)
Ações para projetar imagem de poder através de eventos internacionais, demonstrações militares e diplomacia cultural. Exemplo: EUA sediando cúpulas do G7 ou China promovendo seus Jogos Olímpicos.

POLÍTICA DE STATUS QUO (MANUTENÇÃO DO PODER)
Estratégias para preservar a posição atual no sistema, como alianças militares (OTAN) e defesa do dólar como moeda global. Exemplo: EUA mantendo veto no FMI.

POLÍTICA IMPERIALISTA (AQUISIÇÃO DE PODER)
Expansão de influência através de controle econômico ou territorial. Exemplo: China criando o AIIB para expandir influência financeira.

NO SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL
Prestígio: Liderar instituições como FMI
Status Quo: Manter hegemonia do dólar
Imperialista: Controlar mercados através de investimentos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

NO SISTEMA MONETÁRIO E FINANCEIRO INTERNACIONAL, A INSTITUCIONALIDADE POSSUI ALCANCE SEMELHANTE AO SISTEMA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS?

A

AUSÊNCIA DE AUTORIDADE SUPERIOR
Não há governo global, apenas hierarquia de poder com EUA e instituições como FMI no topo, criando ambiente anárquico.

AUTOINTERESSE E DISPUTA
Estados e atores privados buscam maximizar vantagens. Exemplo: Bancos multinacionais operando além de regulamentações nacionais.

DISPUTA POR HEGEMONIA
Conflito entre moedas (dólar vs yuan) e por representação em instituições como FMI, onde países emergentes buscam mais voz.

Essa dinâmica reproduz a competição do sistema internacional, com poder concentrado mas constantemente desafiado.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

AS CARACTERÍSTICAS DAS MOEDAS DE CURSO INTERNACIONAL SÃO PRÓPRIAS DAS MOEDAS OU DOS ESTADOS QUE AS EMITEM?

A

DEPENDEM DOS ESTADOS EMISSORES
A aceitação internacional está vinculada ao poder econômico, político e militar do país. Exemplo: Dólar americano reflete a hegemonia dos EUA.

ATRIBUTOS ESTATAIS DEFINEM STATUS
Estabilidade institucional e solidez econômica do emissor criam confiança na moeda. Exemplo: Euro respaldado pela força da UE.

NÃO É CARACTERÍSTICA INTRÍNSECA
O valor internacional não deriva do design ou material da moeda, mas da capacidade do Estado em honrar compromissos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

QUAL O PAPEL DOS PAÍSES NO SMI QUANDO NÃO EMITEM O DÓLAR?

A

GESTÃO DE RESERVAS INTERNACIONAIS
Acumulam dólares como proteção contra crises cambiais. Exemplo: China mantém US$ 3 trilhões em reservas.

PARTICIPAÇÃO EM INSTITUIÇÕES
Atuam no FMI e G20 para influenciar regras. Exemplo: Brasil no G20 pressiona por reformas.

ESTRATÉGIAS DE DIVERSIFICAÇÃO
Reduzem dependência do dólar usando outras moedas. Exemplo: Rússia usando yuan em comércio.

FORTALECIMENTO DE MOEDAS LOCAIS
Promovem internacionalização. Exemplo: China expandindo uso do yuan.

COOPERAÇÃO/CONFRONTO
Formam blocos para aumentar influência. Exemplo: BRICS criando alternativas ao sistema dólar.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

O QUE É A CONTA DE BALANÇA DE PAGAMENTOS?

A

REGISTRO CONTÁBIL COMPLETO
Documenta todas as transações econômicas entre um país e o exterior em período determinado.

TRÊS CONTAS PRINCIPAIS
Conta Corrente (comércio e serviços), Conta Capital (ativos não financeiros) e Conta Financeira (investimentos).

INDICADOR ECONÔMICO CHAVE
Superávit (entra mais dólares) ou déficit (sai mais dólares) revela saúde financeira externa do país.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

QUAIS SÃO OS TRÊS GRUPOS DENTRO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS?

A

CONTA CORRENTE
Bens (exportações/importações), serviços (turismo, fretes), rendas (lucros, juros) e transferências unilaterais (remessas).

CONTA CAPITAL
Transações com ativos não financeiros (propriedades intelectuais, direitos) e perdão de dívidas.

CONTA FINANCEIRA
Investimentos diretos e de carteira, empréstimos internacionais e variação das reservas cambiais.

OBSERVAÇÃO:
Exemplo corrigido: Receber empréstimo → Conta Financeira (não Capital como mencionado anteriormente).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

O QUE É O EQUILÍBRIO EXTERNO?

A

CONDIÇÃO DE SUSTENTABILIDADE INTERNACIONAL
Quando um país mantém transações externas equilibradas sem déficits ou superávits excessivos.

RISCO DE DESEQUILÍBRIOS
Déficits crônicos podem levar a crises cambiais, enquanto superávits extremos podem causar tensões comerciais.

EXEMPLOS PRÁTICOS
Brasil (déficit problemático) vs. China (superávit controverso) mostram os dois extremos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

QUAIS SÃO AS FORMAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO PRODUTIVA?

A

COMÉRCIO EXTERIOR
Troca direta de bens e serviços entre países. Exemplo: Exportação de soja brasileira para China.

INVESTIMENTO EXTERNO DIRETO (IED)
Instalação de operações produtivas no exterior. Exemplo: Montadora japonesa abrindo fábrica no México.

RELAÇÕES CONTRATUAIS
Parcerias não-equitárias como franquias e licenciamentos. Exemplo: Rede de cafeterias americana operando no Brasil via franquias.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

QUAIS OS ITENS QUE PEDEM A INTERNACIONALIZAÇÃO PRODUTIVA?

A

ATORES CHAVE
Empresas oligopolistas com escala global (ex: multinacionais do agronegócio)

INFRAESTRUTURA FINANCEIRA
Sistema bancário sofisticado e acesso a mercados de capitais internacionais

ARCABOUÇO INSTITUCIONAL
Acordos comerciais (como Mercosul-UE) e políticas governamentais de incentivo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

DO QUE DEPENDE A INTERNACIONALIZAÇÃO PRODUTIVA (ESTRATÉGIA)?

A

CAPACIDADES NACIONAIS
Nível tecnológico e estoque de capital físico/humano (ex: Coreia do Sul na indústria de chips)

VANTAGENS COMPETITIVAS
Diferenciais em custos, qualidade ou inovação (ex: Brasil no complexo soja-carne)

CONTEXTO GLOBAL
Posicionamento nas cadeias de valor internacionais e conjuntura econômica mundial

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

QUAL O IMPACTO DA BALANÇA DE PAGAMENTOS NO SM E SF INTERNACIONAL?

A

FLUXOS FINANCEIROS
Superávits/déficits afetam reservas cambiais e valor das moedas. Exemplo: Déficits crônicos levam à desvalorização cambial.

HIERARQUIA DO SISTEMA
Países com balança positiva ganham influência. Exemplo: China acumulando reservas em dólar.

TRANSFERÊNCIAS TECNOLÓGICAS
IED pode reduzir assimetrias. Exemplo: Empresas alemãs transferindo tecnologia para México.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

O QUE FOI A TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA DE IRVING FISHER?

A

FÓRMULA BÁSICA
M×V = P×Q (Moeda × Velocidade = Preços × Quantidade)

PRINCÍPIO CENTRAL
Aumento da oferta monetária gera inflação quando economia está no pleno emprego

NEUTRALIDADE MONETÁRIA
Moeda só afeta variáveis nominais (preços), não reais (produção) no longo prazo

LIMITAÇÕES
Não considera expectativas e subutilização de capacidade (criticada por Keynes)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
QUAIS SÃO OS AGREGADOS MONETÁRIOS?
M1 (ALTA LIQUIDEZ) Cédulas em circulação + depósitos à vista (contas correntes) M2 (MODERADA LIQUIDEZ) M1 + poupança + títulos privados de curto prazo + depósitos remunerados M3 (BAIXA LIQUIDEZ) M2 + fundos de renda fixa + operações compromissadas M4 (MENOR LIQUIDEZ) M3 + títulos públicos privados + ativos de longo prazo
26
QUAL O SIGNIFICADO DO VALOR PARA CLÁSSICOS E NEOCLÁSSICOS?
CLÁSSICOS (OBJETIVO) Valor determinado pelo custo de produção e horas de trabalho. Exemplo: Marx e a teoria do valor-trabalho NEOCLÁSSICOS (SUBJETIVO) Valor derivado da utilidade marginal e preferências individuais. Exemplo: Água vale menos que diamante pela escassez DIFERENÇA FUNDAMENTAL Clássicos focam na produção - Neoclássicos focam no consumo e percepção de valor
27
QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DA MOEDA SEGUNDO KEYNES?
MEIO DE TROCA Facilita transações comerciais eliminando a necessidade de escambo UNIDADE DE CONTA Permite mensurar e comparar valores de diferentes bens e serviços RESERVA DE VALOR (ÊNFASE KEYNESIANA) Possibilita acumular riqueza líquida, gerando preferência pela liquidez em contextos de incerteza
28
O QUE É A RESERVA DE VALOR PARA KEYNES?
PROTEÇÃO CONTRA INCERTEZAS Capacidade de preservar riqueza em forma líquida diante de riscos econômicos PREFERÊNCIA PELA LIQUIDEZ Tendência de manter moeda (em vez de investir) em períodos instáveis, podendo causar estagnação JUROS COMO PRÊMIO Remuneração necessária para incentivar os agentes a abrirem mão da liquidez e investirem
29
O QUE É A EFICÁCIA MARGINAL DO CAPITAL PARA KEYNES?
RETORNO ESPERADO Taxa de lucro antecipada sobre novos investimentos produtivos COMPARAÇÃO DECISÓRIA Investidores comparam com taxa de juros: se maior, investem; se menor, aplicam em títulos VOLATILIDADE Sensível a expectativas e "espíritos animais" dos empresários
30
QUAIS MOTIVOS LEVAM AO ENTESOURAMENTO?
MOTIVO TRANSAÇÃO Necessidade de moeda para operações comerciais cotidianas MOTIVO PRECAUÇÃO Proteção contra imprevistos e situações emergenciais MOTIVO ESPECULAÇÃO Expectativa de ganhos futuros com variações nas taxas de juros
31
COMO KEYNES ENTENDE A DETERMINAÇÃO DO INVESTIMENTO?
EFICÁCIA MARGINAL DO CAPITAL (EMgK) Retorno esperado dos projetos de investimento. Exemplo: Expectativa de 15% de lucro em nova fábrica COMPARAÇÃO COM JUROS Investe-se apenas quando EMgK > taxa de juros. Exemplo: Se EMgK=12% e juros=8%, o investimento é viável VOLATILIDADE DAS EXPECTATIVAS Decisões influenciadas por "espíritos animais" e incertezas, não apenas cálculos racionais
32
O QUE É A TAXA DE JUROS EFETIVA PARA KEYNES?
EQUILÍBRIO ENTRE DEMANDA E OFERTA DE MOEDA Determinada onde a preferência pela liquidez (demanda) cruza a oferta monetária (fixada pelo BC) PRÊMIO PELA ILIQUIDEZ Remuneração para convencer agentes a abrirem mão da segurança do dinheiro em espécie DIFERENCIAL KEYNESIANO Não reflete produtividade do capital (como nos clássicos), mas o custo de oportunidade da liquidez Observação: Os exemplos numéricos (12%, 8%, 15%) ilustram os conceitos de forma concreta para facilitar a memorização.
33
POR QUE ANDRÉ LARA REZENDE DEFENDE QUE TEORIAS MONETÁRIAS SÃO HISTÓRICAS?
André Lara Resende defende que as teorias monetárias são indissociáveis do contexto histórico porque a moeda é uma construção social que evolui junto com as transformações econômicas, políticas e tecnológicas de cada época. Ele argumenta que conceitos como a Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) surgiram em realidades específicas - como o padrão-ouro do século XIX - e se tornaram inadequados para explicar os sistemas monetários modernos, baseados em moeda fiduciária e crédito eletrônico. Para Resende, o erro da ortodoxia econômica foi tratar a moeda como um fenômeno natural e atemporal, ignorando que seu valor e funcionamento dependem de convenções sociais e arranjos institucionais mutáveis. Essa visão histórica explica por que políticas monetárias baseadas em premissas ultrapassadas (como o controle rígido da oferta de moeda) frequentemente falham em lidar com desafios contemporâneos, desde a inflação crônica até crises financeiras globais. A essência de sua crítica está em demonstrar que não existe uma "teoria monetária universal", mas sim ferramentas conceituais que devem ser constantemente revisadas à luz das novas dinâmicas do capitalismo.
34
COMO REZENDE ENTENDE MOEDA LASTREADA VS FIDUCIÁRIA?
MOEDA LASTREADA (CRÍTICA) Visão obsoleta que associa valor a bens físicos (ouro), ignorando função social da moeda MOEDA FIDUCIÁRIA (TESE) Valor baseado em convenções e credibilidade institucional, não em lastro material DIFERENÇA CENTRAL Lastro: controle monetário rígido (TQM) Fidúcia: política focada em juros e expectativas (sistemas modernos)
35
QUAIS AS IMPLICAÇÕES DESSA CONTRAposição?
A contraposição entre moeda lastreada e fiduciária tem implicações profundas para a teoria e a política econômica. Segundo André Lara Resende, insistir numa visão ultrapassada — que trata a moeda como um bem material, controlável por mecanismos rígidos de oferta — leva a equívocos graves na condução da política monetária. Um exemplo claro é o combate à inflação via contração da base monetária, uma estratégia herdada do padrão-ouro, mas ineficaz em economias modernas, onde o crédito bancário e as expectativas dos agentes são os verdadeiros motores da liquidez. Essa dicotomia também explica por que crises financeiras são frequentemente mal interpretadas: autoridades monetárias, presas a teorias que ignoram a natureza endógena do dinheiro (criado pelo sistema bancário, não pelo Banco Central), falham em prever colapsos como o de 2008. A rigidez conceitual impede que se enxergue a moeda como uma instituição social, cujo valor depende de convenções e confiança — não de reservas físicas ou regras mecânicas. A superação dessa visão exige abandonar a ideia de que a política monetária deve controlar agregados (como M1 ou M2) e focar, em vez disso, na gestão da taxa de juros e na estabilização de expectativas. Resende mostra que, em um mundo fiduciário, a eficácia da moeda está menos em sua "quantidade" e mais em sua capacidade de coordenar contratos e transações de forma previsível. Essa mudança de paradigma é crucial para evitar políticas recessivas desnecessárias e para entender desafios contemporâneos, como a ascensão das criptomoedas ou os dilemas do financiamento público em economias desmonetizadas.
36
QUEM ERAM OS ANTI-BULIONISTAS?
GRUPO DE ECONOMISTAS DO SÉCULO XIX Contestavam os bulionistas na polêmica sobre inflação na Inglaterra pós-guerras napoleônicas PRINCIPAIS IDEIAS Defendiam que moeda fiduciária podia ser estável e que preços afetavam a demanda por moeda LEGADO HISTÓRICO Anteciparam conceitos modernos como moeda endógena e importância da taxa de juros
37
POR QUE ANDRÉ LARA REZENDE CRITICA O CONTROLE DA OFERTA MONETÁRIA?
MOEDA É MAIORIA CREDITÍCIA Bancos comerciais criam moeda via empréstimos, não apenas Bancos Centrais via emissão LIGAÇÃO COM ECONOMIA REAL Oferta monetária ajusta-se à demanda por crédito de empresas e famílias MUDANÇA DE PARADIGMA Política monetária moderna atua via taxa de juros (metas de inflação), não controlando agregados
38
O QUE É MOEDA LASTREADA?
DEFINIÇÃO BÁSICA Dinheiro com valor vinculado a reservas de commodities (ouro/prata) CARACTERÍSTICAS Emissão limitada pelas reservas físicas - conversibilidade garantida EXEMPLO HISTÓRICO Padrão-ouro (século XIX-XX) onde cédulas podiam ser trocadas por ouro no Banco Central
39
O QUE É MOEDA FIDUCIÁRIA?
DINHEIRO SEM LASTRO FÍSICO Seu valor deriva da confiança na autoridade emissora (Estado/Banco Central), não de reservas como ouro CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: Não conversível: Não pode ser trocada por metais preciosos Baseada em convenção social: Aceitação garantida por lei (curso forçado) e credibilidade institucional Flexível: Permite políticas monetárias ativas (ex.: emissão em crises) EXEMPLOS ATUAIS: Cédulas e moedas físicas (Real, Dólar) Dinheiro eletrônico (Pix, depósitos bancários)
40
O QUE É O SISTEMA SELIC?
SISTEMA DE LIQUIDAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS Criado em 1979 para gerenciar operações com títulos da dívida pública federal MECANISMO DE CURTO PRAZO Instituições financeiras fazem empréstimos de 1 dia usando títulos como garantia TAXA SELIC Média diária dessas operações, que serve como: Principal instrumento de política monetária Referência para toda a economia (créditos, investimentos) Ferramenta de controle inflacionário
41
QUAL A RELAÇÃO ENTRE O SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL E INVESTIMENTOS?
FACILITADOR DE FLUXOS DE CAPITAL Permite investimentos produtivos (fábricas, infraestrutura) e financeiros (ações, títulos) ESTABILIDADE PARA INVESTIMENTOS Sistemas cambiais e regras internacionais reduzem riscos para investidores estrangeiros EVOLUÇÃO HISTÓRICA Padrão-ouro e Bretton Woods criaram as bases para os atuais fluxos globais de investimento EXEMPLOS PRÁTICOS Greenfield (novas fábricas) e Brownfield (aquisições) dependem da arquitetura financeira internacional
42
QUAL A CRONOLOGIA DO SMI SEGUNDO EICHENGREEN?
FASE 1: PRÉ-1914 Sistema liberal com livre movimentação de capitais e conversibilidade cambial FASE 2: ENTRE-GUERRAS (1918-1939) Colapso do padrão-ouro e adoção generalizada de controles de capital FASE 3: BRETTON WOODS (1945-1971) Retomada gradual da liberalização com câmbio fixo ajustável FASE 4: PÓS-1971 Flexibilização cambial e nova era de fluxos financeiros globais
43
QUAL A CRONOLOGIA DETALHADA DO SMI?
PADRÃO OURO-LIBRA (1819-1914) Hegemonia britânica com lastro metálico completo PADRÃO OURO-DIVISAS (1914-1931) Ouro coexistindo com moedas conversíveis (dólar, libra) BRETTON WOODS (1944-1971) Dólar conversível em ouro ($35/oz) com paridades fixas CRISE (1971-1979) Fim da conversibilidade do dólar (Nixon Shock) DÓLAR FLEXÍVEL (1980-) Taxas flutuantes e maior integração financeira
44
COMO SURGIU O SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL?
ORIGEM NO COMÉRCIO GLOBAL Necessidade de mecanismos para viabilizar transações internacionais EVOLUÇÃO INSTITUCIONAL Do bimetalismo ao padrão-ouro (século XIX) e depois a sistemas fiduciários FATORES DETERMINANTES Liderança de potências dominantes (GB, EUA) Necessidade de estabilidade cambial Expansão do comércio e fluxos de capital MARCOS HISTÓRICOS 1821: Lei da Cunhagem (GB consolida padrão-ouro) 1944: Conferência de Bretton Woods 1971: Fim da conversibilidade dólar-ouro
45
QUAIS FORAM AS GRANDES EVOLUÇÕES DO SMI?
PADRÃO OURO (SÉC XIX-1914) Lastro metálico completo Libra esterlina como moeda âncora Ajustes automáticos via fluxo de ouro ENTREGUERRAS (1914-1944) Colapso do padrão-ouro Desvalorizações competitivas Fragmentação do sistema BRETTON WOODS (1944-1971) Dólar conversível em ouro Paridades fixas ajustáveis Nascem FMI e Banco Mundial ERA PÓS-1971 Câmbios flutuantes Dólar mantém hegemonia Surgimento do euro e multipolaridade
46
COMO FUNCIONAVAM AS TAXAS DE CÂMBIO NOS DIFERENTES PERÍODOS?
PADRÃO OURO Taxas fixas em paridade com ouro Ajuste via fluxo de reservas Exemplo: £1 = 7,322g de ouro ENTREGUERRAS Caos cambial Controles de capital Desvalorizações competitivas BRETTON WOODS Paridades fixas com dólar Margem de 1% de flutuação Ajustes autorizados pelo FMI PÓS-1971 Flutuação livre Dólar ainda dominante Bancos centrais intervêm ocasionalmente Observações: Todos os períodos refletem a relação entre: Poder econômico dominante Necessidades do comércio internacional Estabilidade sistêmica O padrão dólar flexível atual mantém: Herança institucional de Bretton Woods Externalidades de rede do dólar Maior volatilidade cambial
47
COMO SE FORMOU A RELAÇÃO DE PODER NO SMI?
HEGEMONIA BRITÂNICA (SÉC XIX) Libra esterlina como moeda global lastreada no padrão-ouro, sustentada pelo domínio comercial e industrial CRISE INTERGUERRAS (1914-1944) Colapso do padrão-ouro revelou necessidade de nova liderança (transição para os EUA) ERA BRETTON WOODS (1944-1971) Dólar como moeda-âncora lastreada em ouro, com EUA controlando FMI e Banco Mundial DOMINÂNCIA DO DÓLAR (PÓS-1971) Mesmo sem lastro em ouro, dólar mantém hegemonia por: Redes consolidadas (80% do comércio) Poder geopolítico dos EUA Custo elevado para mudança
48
O QUE FOI O PADRÃO OURO?
SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL (SÉC XIX-1914) Moedas conversíveis em ouro em paridade fixa, com ajustes automáticos via fluxo de reservas CARACTERÍSTICAS CHAVE: Estabilidade cambial garantida Ajuste automático de balanço de pagamentos Hegemonia da libra esterlina RAZÕES DO FIM: Primeira Guerra Mundial (1914) Grande Depressão (1930) Rigidez do sistema em crises
49
POR QUE O DÓLAR MANTEVE DOMINÂNCIA PÓS-1971?
INÉRCIA DAS REDES Sistema financeiro global já estruturado em dólar (contratos, reservas, petróleo) PODER GEOPOLÍTICO EUA como garantidor da segurança global (OTAN, petrodólar) FALTA DE ALTERNATIVAS Euro e yuan ainda não oferecem mesma liquidez e confiança CUSTO DE TRANSIÇÃO Mudar para novo sistema exigiria reorganização radical da economia global Observação: Todos os períodos demonstram como poder econômico, redes consolidadas e trajetória histórica moldam o SMI.
50
QUAL A RELAÇÃO DO PADRÃO OURO COM A TEORIA DO VALOR?
VÍNCULO COM TEORIA DO VALOR-TRABALHO Valor da moeda derivava do trabalho necessário para extrair ouro (alinhado a Smith/Ricardo/Marx) OBJETIVIDADE METÁLICA Lastro físico limitava manipulação monetária, mas causava rigidez econômica TRANSIÇÃO CONCEITUAL Fim do padrão ouro representou mudança: De valor objetivo (trabalho/ouro) Para valor institucional (confiança/poder) CRÍTICAS KEYNESIANAS Padrão ouro exacerbava depressões ao impedir políticas anticíclicas
51
O QUE FOI O PADRÃO BIMETÁLICO?
SISTEMA DUPLO DE LASTRO Moedas baseadas em ouro E prata com paridade fixa (ex: 1:15) PROBLEMAS ESTRUTURAIS Lei de Gresham: "Moeda ruim (desvalorizada) expulsa a boa" Exemplo: Prata barata circulava, ouro era entesourado FATORES DO DECLÍNIO Descobertas de prata (Nevada, 1870) desequilibraram paridade Grã-Bretanha adotou padrão-ouro primeiro (século XIX) EUA abandonou em 1900 após crises
52
POR QUE O BIMETALISMO FRACASSOU?
INSTABILIDADE INERENTE Oscilações nos preços dos metais quebravam paridades fixas ASSIMETRIA DE VALOR Ouro era preferido para reservas (mais estável/escasso) TRANSIÇÃO HISTÓRICA Padrão-ouro oferecia: Maior previsibilidade Melhor integração comercial Controle inflacionário mais eficaz Observação: Ambos os padrões (bimetálico e ouro) refletiam a busca por objetividade no valor monetário, mas foram superados por sistemas mais flexíveis diante das complexidades da economia moderna.
53
O QUE FOI O PADRÃO OURO-LIBRA E SUAS BASES DE FUNCIONAMENTO?
SISTEMA HEGEMÔNICO BRITÂNICO (SÉC XIX-1914) Liderado pela Grã-Bretanha com libra esterlina como moeda-âncora global TRÊS PILARES ESSENCIAIS: Conversibilidade fixa: £1 = 7,32g de ouro Livre fluxo de ouro entre países Banco da Inglaterra como estabilizador do sistema MECANISMO DE AJUSTE: Déficits comerciais: saída de ouro → contração monetária → deflação Superávits: entrada de ouro → expansão monetária DOMINÂNCIA COMERCIAL: 60% do comércio global em libras (1900) Rede de confiança internacional centrada no UK
54
POR QUE O PADRÃO OURO-LIBRA ENTROU EM CRISE?
FATORES DO COLAPSO: 1ª Guerra Mundial (1914): Suspensão da conversibilidade Financiamento bélico via inflação Declínio Britânico: Perda de supremacia industrial para EUA/Alemanha Dívida de guerra insustentável Fim Definitivo (1931): Grande Depressão Adoção de câmbio flutuante pelo UK
55
QUAL O LEGADO DO PADRÃO OURO-LIBRA?
LIÇÕES PARA O SMI: Necessidade de potência hegemônica Importância de redes de confiança Limitações dos ajustes automáticos INFLUÊNCIA HISTÓRICA: Modelo para Bretton Woods (dólar no lugar da libra) Primeiro sistema monetário verdadeiramente global Observação: O padrão ouro-libra mostrou como sistemas monetários dependem de: Poder econômico concentrado Credibilidade institucional Redes de interdependência
56
COMO FOI A TRANSIÇÃO DO BIMETALISMO PARA O PADRÃO OURO?
PROCESSO GRADUAL (SÉC XIX) Liderado pela hegemonia britânica (já no padrão ouro desde 1821) Alemanha adota em 1871 após unificação EUA consolidam em 1900 com Lei do Padrão Ouro MOTIVAÇÕES PRINCIPAIS Instabilidade bimetálica (Lei de Gresham) Expansão do comércio internacional Necessidade de lastro mais confiável IMPACTOS ECONÔMICOS Deflação global (redução base monetária) Libra esterlina torna-se moeda reserva dominante Maior integração financeira internacional
57
POR QUE OS PAÍSES ABANDONARAM O BIMETALISMO?
PROBLEMAS ESTRUTURAIS Oscilações nos preços ouro/prata "Moeda ruim expulsa boa" (Gresham) Dificuldade em manter paridade fixa VANTAGENS DO OURO Maior estabilidade de valor Alinhamento com potência britânica Credibilidade para comércio internacional FATOR DECISIVO Hegemonia econômica britânica tornou padrão-ouro atrativo para parceiros comerciais
58
QUAL O PAPEL DA INGLATERRA NESSA TRANSIÇÃO?
LÍDER DO PROCESSO Primeiro país a adotar padrão-ouro completo (1821) Libra como moeda de reserva global Banco da Inglaterra como estabilizador INFLUÊNCIA COMERCIAL 40% das reservas mundiais em libras (1913) Pressão sobre parceiros para adoção do sistema MODELO PARA OUTROS Alemanha (1871) e EUA (1879) seguem exemplo Cria rede de dependência do padrão-ouro Observação: A transição reflete como sistemas monetários evoluem através de: Necessidades práticas do comércio Liderança de potências dominantes Falhas estruturais dos arranjos anteriores
59
QUAL ERA A RELAÇÃO DE VALOR OURO/PRATA E SEUS IMPACTOS?
PARIDADE HISTÓRICA Século XIX: 1 ouro = 15,5 prata (fixo por lei) Atual: 1 ouro = 85 prata (variação de mercado) EFEITOS DO AUMENTO DA OFERTA DE PRATA Desvalorização da prata Minas novas (Nevada/México) baixavam preço Quebrava paridade legal (ex.: 1:15 → 1:20 no mercado) Lei de Gresham em ação População usava prata (desvalorizada) e acumulava ouro Ouro desaparecia da circulação Crises monetárias Escassez de moeda "boa" (ouro) Deflação e contração econômica (ex.: Pânico de 1893 nos EUA)
60
COMO OS PAÍSES REAGIRAM À DESVALORIZAÇÃO DA PRATA?
ABANDONO PROGRESSIVO DO BIMETALISMO Alemanha (1871): Primeira grande potência a adotar padrão-ouro EUA (1900): Lei do Padrão Ouro após décadas de instabilidade França: Reduziu gradualmente uso da prata MOTIVAÇÕES PRINCIPAIS Estabilidade cambial Alinhamento com comércio britânico Credibilidade internacional
61
QUAL O LEGADO DESSA TRANSFORMAÇÃO MONETÁRIA?
LIÇÃO CENTRAL Lastros múltiplos geram instabilidade - padrão único (ouro) mostrou-se mais eficaz TRANSIÇÃO HISTÓRICA Bimetalismo → Padrão-ouro → Bretton Woods → Câmbios flexíveis INFLUÊNCIA ATUAL Ouro mantém status de ativo seguro Prata tornou-se commodity industrial Sistemas fiduciários evitam amarras metálicas Observação: A crise do bimetalismo demonstrou como: Arranjos monetários rígidos falham ante choques de oferta Potências hegemônicas (GB) ditam padrões monetários Externalidades de rede consolidam sistemas dominantes
62
QUAIS ERAM OS INSTRUMENTOS-OURO DO PADRÃO OURO?
MECANISMOS DE CONTROLE (1870-1914) Empréstimos sem juros para importadores de ouro Compra direta em pontos estratégicos (portos/fronteiras) Restrições à exportação de ouro Manipulação de preços de barras Resgate preferencial com moedas danificadas Ajuste da taxa de juros (Bank Rate) OBJETIVO PRINCIPAL Manter conversibilidade fixa e estabilidade cambial EXEMPLO HISTÓRICO Banco da Inglaterra usava Bank Rate para: Atrair ouro (juros altos) Frear saídas (juros baixos)
63
COMO FUNCIONAVA O SISTEMA DE INSTRUMENTOS-OURO?
LÓGICA DE FUNCIONAMENTO Déficit comercial → Saída de ouro Banco Central ativava instrumentos: Elevava juros Facilita importação Dificulta exportação Ouro retornava → Equilíbrio restaurado LIMITAÇÕES Dependente da cooperação internacional Ineficaz em crises profundas (ex: 1ª Guerra) Favorecia países centrais (GB, EUA, França)
64
QUAL O LEGADO DOS INSTRUMENTOS-OURO?
INFLUÊNCIA MODERNA Bancos centrais ainda usam: Taxas de juros como instrumento Intervenções cambiais Lições sobre: Limites de sistemas rígidos Importância das reservas internacionais DIFERENÇA ATUAL Lastro ouro foi abandonado Controles são mais indiretos (metas de inflação)
65
COMO DAVID HUME EXPLICAVA O PADRÃO-OURO?
MECANISMO DE FLUXO METÁLICO Déficit comercial → Saída de ouro Redução oferta monetária → Deflação Exportações mais baratas → Reequilíbrio automático EXEMPLO PRÁTICO Inglaterra (déficit): Perde ouro → preços caem Exportações ficam competitivas França (superávit): Ganha ouro → inflação Importações encarecem LIMITAÇÕES Ignorava fluxos de capital Não considerava rigidez de preços Bancos centrais depois interferiram no mecanismo
66
QUAL ERA A SITUAÇÃO DOS PAÍSES PERIFÉRICOS?
DESVANTAGENS ESTRUTURAIS Dependentes de commodities voláteis Sem reservas de ouro suficientes Excluídos da rede de apoio financeiro Bancos centrais frágeis ou inexistentes CONSEQUÊNCIAS Crises cíclicas de balanço de pagamentos Endividamento crônico Dependência política das potências CASO BRASILEIRO Domínio do café como commodity Crise do Encilhamento (1890) Adoção tardia e problemática do padrão
67
QUAL O LEGADO DESSA ASSIMETRIA?
DESIGUALDADE PERMANENTE Sistema beneficiou centros industriais Periferia ficou presa em: Ciclos de dependência Instabilidade cambial Subdesenvolvimento financeiro INFLUÊNCIA ATUAL Padrões de comércio desigual ainda refletem: Divisão centro-periferia Vulnerabilidade a choques externos Dificuldade em ascender no SMI Observação: Ambos os cards mostram como: Teorias clássicas (Hume) explicavam o sistema ideal Realidade periférica revelava falhas estruturais Assimetrias moldaram o capitalismo global
68
QUAIS ERAM OS ELEMENTOS-CHAVE DA ANÁLISE DO SMI NO SÉC XIX/XX?
HEGEMONIA BRITÂNICA Libra esterlina como moeda global Banco da Inglaterra como regulador Londres como centro financeiro PADRÃO-OURO Conversibilidade fixa em ouro Livre fluxo de reservas Ajustes automáticos via balanço comercial EXTERNALIDADES EM REDE Países aderiam por pressão comercial Vantagem cumulativa do sistema CONTEXTO HISTÓRICO Revolução Industrial fortaleceu UK 1ª Guerra Mundial rompeu equilíbrio
69
O QUE ACONTECEU COM O SMI NA 1ª GUERRA MUNDIAL?
COLAPSO DO PADRÃO-OURO Suspensão da conversibilidade Controles de capital generalizados Fim do livre fluxo de ouro CAOS MONETÁRIO Hiperinflação (Alemanha/Áustria) Moedas flutuantes sem paridade Protecionismo cambial MUDANÇA GEOPOLÍTICA Declínio financeiro britânico Ascensão dos EUA como credor Acúmulo de ouro americano
70
QUAIS FORAM AS CONSEQUÊNCIAS DE LONGO PRAZO?
TRANSIÇÃO PARA NOVO SISTEMA Tentativas fracassadas de retorno ao ouro (anos 1920) Preparação para Bretton Woods MUDANÇAS ESTRUTURAIS Fim da hegemonia britânica Dólar começa a substituir libra Surgimento de bancos centrais modernos LIÇÕES APRENDIDAS Sistemas rígidos falham em guerras Necessidade de flexibilidade Importância da liderança americana Observação: Ambos períodos mostram como: Hegemonia econômica molda o SMI Crises globais forçam reinvenções monetárias Transições são graduais e conflituosas
71
QUAIS FORAM AS TENTATIVAS DE REESTRUTURAÇÃO DO PADRÃO-OURO PÓS-1ª GUERRA?
RETORNO PARCIAL (ANOS 1920) 39 países readotaram com paridades ajustadas GB em 1925 com libra supervalorizada Fragilidade: lastro insuficiente em ouro MUDANÇA NO EIXO FINANCEIRO EUA como novo polo (maior credor) Conflito: altos juros americanos (1927) prejudicaram Europa CRISE E ABANDONO (1929-1936) Grande Depressão rompeu fluxos de capital Saída em cascata: GB (1931), EUA (1933), França (1936)
72
POR QUE AS TENTATIVAS FRACASSARAM?
ASSIMETRIAS PÓS-GUERRA Europa endividada vs. EUA com reservas Impossibilidade de manter paridades realistas RIGIDEZ DO SISTEMA Ajustes automáticos não funcionaram em crise Bancos centrais priorizaram políticas domésticas FALTA DE COOPERAÇÃO EUA não assumiram papel estabilizador GB sem capacidade de liderança
73
QUAIS AS 3 MUDANÇAS-CHAVE SEGUNDO EICHENGREEN?
NOVAS PRIORIDADES Bancos centrais focaram em emprego, não conversibilidade CAPITAL ESPECULATIVO Fluxos financeiros tornaram-se voláteis Agravaram crises (ex: 1929) TRANSIÇÃO DE HEGEMONIA GB declinante, EUA emergente Período de vazio de liderança
74
QUAL O LEGADO DESSE PERÍODO?
LIÇÕES PARA BRETTON WOODS Necessidade de flexibilidade cambial Importância da liderança clara (EUA) Controles sobre fluxos especulativos FRACASSO DO RETORNO AO OURO Mostrou incompatibilidade com economias modernas Preparou terreno para sistemas fiduciários Observação: O período entre-guerras ilustra como: Sistemas monetários exigem coordenação Transições hegemônicas são turbulentas Crises aceleram transformações institucionais
75
QUAIS FORAM OS IMPACTOS DA CRISE DE 1929 NO SMI?
COLAPSO MONETÁRIO Abandono em massa do padrão-ouro Desvalorizações competitivas entre moedas Guerras cambiais e protecionismo CRISE FINANCEIRA GLOBAL Quebra de bancos internacionais (ex: Credit Anstalt) Contração drástica do crédito Fim dos empréstimos americanos à Europa FRAGMENTAÇÃO DO SISTEMA Formação de blocos monetários rivais Controles de capital generalizados Nacionalismo econômico
76
QUAL ERA A RELAÇÃO RESERVAS/OURO-LIBRA?
ERA PRÉ-1914 Libra = "ouro em papel" Aceita globalmente como reserva Reduzia necessidade de movimentar ouro físico MECANISMO DE ESTABILIDADE Déficits pagos em libras ou ouro Banco da Inglaterra como regulador Confiança na conversibilidade DECLÍNIO PÓS-GUERRA GB perdeu reservas de ouro Tentativa fracassada em 1925 Abandono definitivo em 1931
77
COMO A CRISE AFETOU ESSA RELAÇÃO?
FIM DA HEGEMONIA BRITÂNICA Libra perdeu status de reserva Bancos centrais diversificaram para dólar TRANSIÇÃO PARA NOVO SISTEMA Ouro concentrado nos EUA Dólar emergiu como nova âncora Preparou Bretton Woods (1944)
78
QUAL O LEGADO DESSA TRANSFORMAÇÃO?
LIÇÕES PARA BRETTON WOODS Necessidade de lastro misto (ouro-dólar) Importância de instituições multilaterais Flexibilidade controlada nas taxas MUDANÇA GEOPOLÍTICA Fim da era britânica Ascensão dos EUA como potência financeira Novo equilíbrio no pós-guerra Observação: A crise de 1929 mostrou que: Sistemas rígidos falham em choques globais Hegemonia monetária requer poder econômico real Transições entre moedas-reserva são traumáticas
79
O QUE FOI O ACORDO DE BRETTON WOODS?
ACORDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (1944) Criou FMI (estabilidade cambial) e Banco Mundial (reconstrução) Estabeleceu dólar como moeda-âncora (US$35/onça de ouro) Taxas de câmbio fixas mas ajustáveis OBJETIVOS PRINCIPAIS Evitar desvalorizações competitivas Promover comércio multilateral Reconstruir economias pós-guerra
80
COMO FUNCIONAVA O SISTEMA BRETTON WOODS?
MECANISMO CENTRAL Moedas atreladas ao dólar com banda de ±1% Dólar conversível em ouro apenas para bancos centrais FMI fiscalizava políticas econômicas INSTITUIÇÕES-CHAVE FMI: Empréstimos para desequilíbrios temporários Banco Mundial: Financiamento para desenvolvimento GATT: Liberalização comercial (precursor da OMC) PROBLEMAS ESTRUTURAIS Dilema de Triffin (confiança vs liquidez) Assimetria contra países periféricos Dependência excessiva do dólar
81
QUAL O CONTEXTO HISTÓRICO DE BRETTON WOODS?
TRAUMA DAS DÉCADAS ANTERIORES Grande Depressão (1929) Colapso do padrão-ouro Guerras cambiais e protecionismo CONDIÇÕES PÓS-1945 Europa destruída (45% da capacidade industrial perdida) EUA como única potência econômica intacta Medo de repetição da crise dos anos 1930 PROPOSTAS EM DISPUTA Plano Keynes: Bancor (moeda global) Plano White: Dólar como base (adotado) Compromisso: Sistema misto com dólar-ouro
82
QUAIS ERAM AS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA?
DILEMA DE TRIFFIN EUA precisavam emitir dólares para liquidez global Mas excesso de dólares minava conversibilidade em ouro ASSIMETRIA DE PODER Vantagens para EUA (senhoriagem) Países periféricos com menos flexibilidade PRESSÕES INFLACIONÁRIAS Guerra do Vietnã e gastos dos EUA Acúmulo de dólares no exterior (Eurodólares) Observação: O sistema Bretton Woods: Funcionou bem nos anos 1950-60 Entrou em crise nos anos 1970 (fim da conversibilidade) Moldou a arquitetura financeira atual
83
QUEM FORAM OS PRINCIPAIS NEGOCIADORES EM BRETTON WOODS?
DUELO DE VISÕES John Maynard Keynes (UK) Defendia sistema multilateral equilibrado Proposta: Bancor (moeda global) e Clearing Union Harry Dexter White (EUA) Arquitetou sistema centrado no dólar Criou estrutura do FMI atual RESULTADO Plano de White prevaleceu, mas com concessões às preocupações keynesianas
84
QUAL ERA A PROPOSTA DE KEYNES?
BANCOR Moeda internacional lastreada em ouro Evitaria hegemonia de moedas nacionais CLEARING UNION Mecanismo automático de ajustes Penalizaria superávits e déficits excessivos DIFERENCIAIS Ênfase na simetria entre países Maior autonomia para políticas anticíclicas
85
QUAL ERA A PROPOSTA DE WHITE?
FUNDO DE ESTABILIZAÇÃO Baseado em dólar e ouro Empréstimos condicionais via FMI PILARES Dólar como âncora Taxas fixas mas ajustáveis Controles temporários de capital OBJETIVO Preservar hegemonia dos EUA no pós-guerra
86
QUAL FOI O PAPEL DE KEYNES?
VISIONÁRIO DO SISTEMA Antecipou problemas da assimetria monetária Propôs soluções institucionais inovadoras LIMITAÇÕES PRÁTICAS EUA rejeitaram Bancor por interesses nacionais Mas incorporaram seu conceito de cooperação multilateral LEGADO Influenciou a arquitetura do FMI Debate sobre reformas do SMI ainda ecoa suas ideias Observação: O confronto Keynes vs. White ilustra: Tensão entre multilateralismo e hegemonias nacionais Desafios na governança monetária global Vitória do poder real sobre propostas técnicas
87
QUAL ERA A VISÃO DO SMI E SFI EM BRETTON WOODS?
SISTEMA MONETÁRIO Câmbios fixos mas ajustáveis (±1%) Dólar lastreado em ouro (US$35/oz) FMI como fiscalizador SISTEMA FINANCEIRO FMI: estabilidade cambial e empréstimos Banco Mundial: reconstrução/desenvolvimento Controles temporários de capitais OBJETIVO CENTRAL Equilibrar: Estabilidade internacional Autonomia para políticas domésticas Reconstrução pós-guerra
88
QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS ACORDOS?
INSTITUIÇÕES CRIADAS FMI (Fundo Monetário Internacional) Monitorar câmbios Empréstimos condicionais BIRD (Banco Mundial) Reconstrução europeia Desenvolvimento global REGRA MONETÁRIA Paridades fixas ao dólar Ajustes apenas com aval do FMI Dólar conversível em ouro para BCs
89
QUAIS ERAM AS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA?
DILEMA DE TRIFFIN EUA precisavam emitir dólares para liquidez global Mas excesso minava conversibilidade em ouro ASSIMETRIAS Países periféricos com menos flexibilidade EUA com privilégio de senhoriagem PRESSÕES INFLACIONÁRIAS Guerra do Vietnã e gastos dos EUA Acúmulo de Eurodólares nos anos 1960
90
QUAL FOI O LEGADO DE BRETTON WOODS?
TRANSFORMAÇÕES 1971: Fim da conversibilidade dólar-ouro Surgimento de câmbios flutuantes Mas FMI e BM permaneceram INFLUÊNCIA ATUAL Modelo para cooperação multilateral Debate sobre reformas do SMI Críticas à assimetria do sistema Observação: Bretton Woods mostrou que: Sistemas monetários exigem equilíbrio delicado Hegemonia monetária gera contradições Instituições sobrevivem a seus sistemas originais
91
O QUE É O DILEMA DE TRIFFIN?
CONTRADIÇÃO ESTRUTURAL EUA devem fornecer dólares para liquidez global Mas excesso mina confiança na conversibilidade APLICAÇÃO EM BRETTON WOODS Anos 1960: Dólares excedentes sem lastro em ouro 1971: Nixon suspende conversibilidade ("Nixon Shock") ATUALIDADE Dilema persiste com dólar como moeda reserva
92
POR QUE BRETTON WOODS RUIU?
CAUSAS PRINCIPAIS Guerra do Vietnã e gastos domésticos dos EUA Eurodólares superaram reservas de ouro França/Alemanha exigiram conversão ETAPAS DO COLAPSO 1960s: Acúmulo de dólares no exterior 1971: Suspensão da conversibilidade 1973: Adoção de câmbios flutuantes
93
QUAIS ERAM OS INTERESSES DOS EUA?
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Consolidar hegemonia do dólar Expandir comércio global Conter avanço comunista BENEFÍCIOS CONCRETOS Senhoriagem (lucro com emissão monetária) Financiamento de déficits sem crise Controle indireto da economia global
94
QUAL FOI O PAPEL DO "NIXON SHOCK"?
DECISÃO RADICAL (15/08/1971) Fim da conversibilidade dólar-ouro Imposto de 10% sobre importações Congelamento de preços/salários CONSEQUÊNCIAS Inflação global nos anos 1970 Crise do petróleo (1973) Transição para câmbios flutuantes Observação: O colapso de Bretton Woods revelou: Limites de sistemas baseados em moeda nacional Conflito entre interesses domésticos e globais Necessidade de reformas no SMI (nunca plenamente realizadas)
95
QUAL MODELO EMPRESARIAL OS EUA PROMOVERAM?
ESTRUTURA MULTIDIVISIONAL (TIPO M) Divisões autônomas por produto/região Controle estratégico centralizado Exemplos: General Motors, General Electric OBJETIVOS-CHAVE Dominar cadeias globais de valor Maximizar economias de escala Criar barreiras à entrada concorrente BASE TEÓRICA Modelo Chandleriano (Alfred Chandler) Integração vertical + descentralização operacional
96
COMO ESTAVAM AS EMPRESAS AMERICANAS NO PÓS-GUERRA?
DOMÍNIO GLOBAL (1945-1975) Liderança em setores estratégicos: * Automotivo (Ford, GM) * Petróleo (Exxon) * Tecnologia (IBM) CARACTERÍSTICAS Produção fordista em massa Oligopólios consolidados Internacionalização acelerada VANTAGENS COMPETITIVAS Acesso a mercados via Bretton Woods Financiamento abundante Poder de lobby internacional
97
QUAL O IMPACTO DESSAS CORPORAÇÕES?
NO SMI Pressão por liberalização comercial Expansão de investimentos diretos Formação de complexos industriais globais NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS Instrumentalização política (ex: ITT no Chile) Disseminação do "American way of business" Conflito com modelos estatais/nacionalistas Observação: Este modelo empresarial: Foi essencial para a hegemonia econômica dos EUA Entrou em crise nos anos 1970 (choques petrolíferos) Evoluiu para redes transnacionais flexíveis
98
QUAIS FATORES LEVARAM À CRISE DE BRETTON WOODS?
DILEMA DE TRIFFIN EUA precisavam emitir dólares (liquidez global) Mas excesso minava confiança no lastro-ouro GASTOS EXCESSIVOS Guerra do Vietnã Corrida espacial Programas sociais (Grande Sociedade) ESGOTAMENTO DAS RESERVAS Países convertendo dólares em ouro Reservas caíram de 25 b i ( 1950 ) p a r a 25bi(1950)para12bi (1971)
99
O QUE É SUPERPRODUÇÃO/SOBREACUMULAÇÃO?
DEFINIÇÃO Excesso de capital sem aplicação produtiva CAUSAS Esgotamento do modelo fordista Lucros oligopolistas não reinvestidos CONSEQUÊNCIAS Migração para especulação financeira Início da financeirização
100
QUAL FOI A CRISE DAS EMPRESAS AMERICANAS?
ESGOTAMENTO DO FORDISMO Rigidez organizacional Queda de produtividade CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL Avanço do toyotismo japonês Perda de competitividade ESTAGNAÇÃO Teoria de Steindl confirmada Lucratividade em declínio
101
COMO SURGIRAM AS EMPRESAS-REDE?
MODELO JAPONÊS Keiretsus (redes interligadas) Produção just-in-time GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA Desverticalização Cadeias globais de valor NOVO PARADIGMA Controle de marcas/design Produção terceirizada
102
COMO OS EUA RETOMARAM A HEGEMONIA?
FINANCEIRIZAÇÃO Foco em valor para acionistas Domínio de Wall Street TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Silicon Valley Controle de propriedade intelectual REDES GLOBAIS Modelo Apple/Amazon Produção modular globalizada TABELA COMPARATIVA ERA BRETTON WOODS ERA PÓS-CRISE Fordismo Toyotismo Empresas verticais Redes globais Dólar-ouro Dólar fiduciário Oligopólios nacionais Corporações transnacionais Observação: Esta transição mostra como: Crises sistêmicas geram reorganizações Hegemonia se mantém por adaptação Novas formas de acumulação emergem
103
Do que é composto o ambiente financeiro internacional?
É composto pelo SMI e o SFI. O SMI se trata do fluxo de dinheiro e na sua estrutura envolvida, neste caso, a moeda está sendo utilizada somente como meio de troca. Já o SFI possuí uma gama completa de ativos que geram juros e retornos, trata-se de um SMI com rentabilidade de moeda com especulação, troca de dinheiro-capital e valorização.
104
Quais seriam as autoridades envolvidas no SMI
Não existem autoridades superiores, os Estados são os Agentes e a hierarquia é pautada em relações de poder, uma anarquia.
105
Quais são os elementos determinantes da hierarquia no SMI?
1 - Tamanho da economia e seu grau de internacionalização: Estrutura e grau de produção; 2 - Poder geopolítico: Participação em organizações como G7 e poder militar; 3 - Voluntarismo político: Demonstração de estabelecimento diante dos demais agentes; 4 - Instituições fortes e sólidas: Refere-se a transparência e confiança; 5 - Resultados macroeconômicos: demonstrações financeiras e fiscais.
106
O que seria o curso forçado da moeda?
A moeda é imposta pelo Estado em seu âmbito doméstico
107
Definição de greenfield investiment
Investimentos produtivos com nova formação bruta de capital fixo.
108
Definição de brownfield investiment
Investimentos produtivos sem nova formação bruta de capital fixo, ou seja, a simples transferência de propriedade da estrutura produtiva para estrangeiros.
109
Quais as características do modelo toyotista?
* estrutura organizacional menos rígida * rede de empresas * maior autonomia e qualificação dos trabalhadores * rapidez na resposta a variações na demanda * maior flexibilidade e alta integração
110
Qual a diferença entre as lógicas do modelo fordista e do modelo toyotista?
A principal diferença é a redução das estruturas internas de produção para a busca de economias externas, ou seja, sai da lógica de reter e reinvestir para diminuir e distribuir, onde a emrpesa passa a ser operada por acionistas e quebra o conflito de agência entre acionistas e gestores.