3 - Choque Flashcards
(38 cards)
O que significa dizer que um paciente tem choque?
Que ele possui uma anormalidade do sistema circulatório que resulta em perfusão orgânica e oxigenação tecidual inadequadas.
Qual o tipo de choque mais comum em pacientes vítimas de trauma?
Choque hemorrágico
Qual a maneira mais eficaz de restaurar o débito cardíaco, perfusão sanguínea e oxigenação tecidual quando há perda sanguínea?
É restaurar o retorno venoso ao normal por meio da localização e parada do sangramento. Por isso o tratamento é focado em parar o sangramento, juntamente com prover O2, ventilação e ressucitação volêmica adequadas.
Em um paciente vítima de trauma que perdeu volume sanguíneo, quais os dois acontecimento mais precoces e qual a repercussão clínica esperada para eles? Que outros sinais podem estar presentes
Como uma forma de compensar o baixo débito cardíaco, o coração aumenta sua frequência e ocorre vasoconstricção periférica com o intuito de aumentar a pressão arterial. Com isso, o paciente tende a ficar frio e taquicárdico. OBS.: tal vasoconstricção periférica justifica o fato de vasopressores serem contraindicados como primeira linha do tratamento de choque hemorrágico.
Outros sinais que podem estar presentes são hipotensão, taquipnéia, pulso fino.
Até quantos % de perda de volume sanguíneo os mecanismos compensatórios podem manter a pressão sistólica?
30%
Quais parâmetros de taquicardia em: Infantis, Crianças pré-escolares, Crianças de pré-escolares à puberdade e Adultos?
160 BPM, 140 BPM, 120 BPM, 100 BPM. OBS.: idosos podem não apresentar taquicardia pela limitada resposta à catecolaminas, uso de medicações, como BB, ou uso de marcapasso.
Qual a importância de estar alerta caso o paciente tenha injúrias acima do diafragma?
Pois pode indicar que a perfusão orgânica e/ou a oxigenação tecidual inadequadas resultam de injúria miocárdica, tamponamento cardíaco ou pneumotórax hipertensivo.
Qual a importância do hematócrito e da hemoglobina no diagnóstico de choque?
Inicialmente, tendem a não se alterar. Portanto, não excluem o diagnóstico de choque. Contudo, uma vez que se apresentem manisfestem muito baixo após um trauma, sugerem uma perda de sangue maciça ou uma anemia pré-existente
Se há sinal de choque:
( ) O tratamento é voltado como se o paciente estivesse hipovolêmico
( ) Enquanto esse tratamento é instituido, se pesquisa outras possíveis causas para o choque que não sangramentos.
( ) Mesmo que sem perda sanguínea, todos os tipos de choque não hemorrágicos também respondem à volume inicialmente.
( ) São possíveis locais de foco para o sangramento: tórax, abdomen, pelve, retroperitôneo, extremidades e sangramento externo.
V
V
F: O tamponamento cardíaco é um exemplo que não responde.
V
Disfunção cardíaca pode ser uma causa de choque não hemorrágico e pode ser causada por injúria cardíaca contusa. Indique quando devemos suspeitar desse tipo de lesão e que medida adicional devemos implementar nesses pacientes.
Quando o mecanismo de injúria de tórax envolver rápida desaceleração. Esses pacientes precisam de monitorização eletrocardiográfica contínua para detectar padrões de injúria e arritmias.
Em que tipo de trauma torácico é mais comum que haja tamponamento cardíaco? Quais os sinais que esse tipo de injúria podem levar?
Trauma penetrante. Pode levar à taquicardia, abafamento de bulhas, turgência jugular, hipotensão e não resposta a fluidos.
Pneumotórax hipertensivo pode mimetizar tamponamento cardíaco com turgência jugular e hipotensão. Que outros achados podem nos auxiliar na diferenciação dessas duas patologias?
Ausência de murmúrio vesicular unilateral e hiperresonância à percussão indicam pneumotórax hipertensivo, enquanto abafamento de bulhas indica tamponamento cardíaco.
Como é possível diagnosticar o Tamponamento cardíaco na emergência? Qual a conduta frente a ele?
Por meio do FAST. Seu manejo formal é por meio de uma intervenção cirúrgica, enquanto a pericardiocentese é uma manobra temporária.
Apesar de ser raro, quando suspeitar de choque séptico no paciente vítima de trauma?
Quando o paciente demora muitas horas após o trauma até chegar ao departamento de emergência ou quando há trauma abdominal penetrante.
Quais sinais sugerem a existência de pneumotórax hipertensivo? Qual deve ser a conduta frente a ele?
Estresse respiratório (Ex: se paciente com respiração esponânea, taquipneia e fome de ar são esperados), enfisema subcutâneo, ausência de MV unilateral, hiperressonância à percussão e desvio da traqueia. A conduta deve ser descompressão torácica com agulha ou dedo, sem necessitar de confirmação por imagem, seguido de colocação de um tubo torácico.
Lesão da coluna cervical e da coluna torácica alta podem produzir hipotensão devido a perda do tônus simpático. Cite 2 achados que estão ausentes nesses pacientes?
Ausência de taquicardia e vasoconstrição cutânea.
Cite um fator que, durante o manejo do choque, pode sugerir a origem neurogênica deste.
Falha da ressuscitação volêmica em restaurar a perfusão orgânica e oxigenação tecidual.
Classifique os graus de choque dos seguintes pacientes e a conduta para eles:
(1) Paciente com taquicardia mínima ou inexistente. PA, pressão de pulso e FR normais.
(2) Paciente com marcada taquicardia e taquipneia, mudanças significativas no estado mental (< Glasglow) e redução da PAS.
(3) Paciente com marcada taquicardia, queda na PAS e estreita pressão de pulso. Há importante depressão do sistema nervoso central e ausência de débito urinário significativo.
(4) Paciente com sinais de medo e ansiedade apresentando pequena elevação da FC e FR associadas a diminuição da pressão de pulso. No decorrer da evolução observou-se aumento da PAD. PA, Glasgow e função urinária estavam normais.
(1) Grau I (<15%). Não requer reposição de volume.
(2) Grau III (31%-40%). A prioridade continua sendo parar o sangramento e a maioria dos pacientes requerem transfusão sanguínea.
(3) Grau IV (>40%). Requer transfusão imediata e intervenção cirúrgica.
(4) Grau II (15 a 30%). A maioria responde bem à reposição com cristalóides, enquanto uma menor parcela pode precisar de transfusão sanguínea.
Marque V ou F:
( ) A reposição de fluidos deve ser prontamente iniciada após a definição do grau de choque do paciente, juntamente com o controle da hemorragia.
( ) São causas de mudança no volume circulante secundários a injúria tecidual: sangramento no local da injúria e edema nos tecidos lesionados.
F - A reposição de fluidos e controle da hemorragia deve se iniciado assim que sinais e sintomas de perda sanguínea forem aparentes ou suspeitos.
V
Durante a etapa C (Circulação), são quatro passos importantes a serem avaliados no contexto do choque. Quais são eles?
1: Controle da hemorragia óbvia (se na extremidade pode colocar pressão direta ou, se necessário, fazer torniquete; se na pelve, pode ser preciso “lençol” para o controle; cirurgia ou embolização podem ser necessárias em caso de sangramento interno)
2: Obtenção de dois acessos intravenosos calibrosos (no mínimo um 18 para adultos), o qual é preferível para infusões volumosas e rápidas. Preferência: antecubital ou no antebraço. Alternativas: intraosseo ou até central, neste último necessitando de Rx para confirmar posição se subclávia ou jugular interna e avaliar pneumo ou hemotórax.
3: Terapia inicial: 1L de fluido isotônico em bolus em adultos, ou 20ml/kg em crianças com menos de 40kg.
4: Checar a perfusão tecidual: de acordo com a resposta do paciente à terapia inicial se define as próximas e mesmo o diagnóstico.
Como mensurar a resposta do paciente à terapia inicial de reposição volêmica?
O retorno da PA, pressão de pulso e FC ao normal são sinais de melhora na perfusão, mas não garantem perfusão organica e oxigenação tecidual adequadas. Para isso, o melhor parâmetro é o débito urinário (quando não sob ação de diuréticos ou com hiperglicemia), o qual deve ser de pelo menos 0,5 ml/kg/hr em adultos, 1ml/kg/hr em crianças e 2 ml/kg/hr se menor de 1 ano. A inabilidade de obter esse débito urinário ou a diminuição deste junto à aumento da gravidade do quadro sugerem ressuscitação inadequada.
Na avaliação inicial, ao expormos o paciente, que complicação devemos prevenir uma vez que ela pode causar aumento da perda sanguínea devido a contribuição para coagulopatia e piora da acidose? Como podemos prevenir sua ocorrência?
A complicação é a hipotermia e a podemos prevenir por meio da reposição de fluidos aquecidos e de técnicas de aquecimento externo.
A dilatação gástrica frequentemente ocorre em pacientes vítimas de trauma, especialmente crianças. Quais os achados clínicos e complicação potencialmente fatal dessa ocorrência e como devemos tratá-la?
A dilatação gástrica pode causar hipotensão ou arritmias cardíacas, comumente bradicardias, devido à estimulação vagal excessiva. Em pacientes inconscientes, ela aumenta o risco de de aspiração do conteúdo gástrico.
Para tratá-la devemos considerar a descompressão do estômago por meio da inserção de um tubo nasal ou oral que será anexado à sucção. Lembrando que a inserção desse tubo não elimina a chance de aspiração.
Marque V ou F:
( ) No trauma penetrante, atrasar uma ressucitação agressiva até o controle definitivo da hemorragia pode previnir sangramentos adicionais.
( ) Na fase precoce do choque hipovolêmico, há acidose metabólica.
( ) Está indicado o uso de bicarbonato de sódio para tratar acidose metabólica no choque hipovolêmico.
V
F: Há alcalose respiratória pela taquipneia, a qual é seguida por acidose metabólica e não requer tratamento. Em situação de choque severo por períodos prolongados, o paciente pode desenvolver acidose metabólica severa, geralmente por ressucitação inadequanda ou sangramento ainda vigente.
F: Não está indicado.