Epilepsias

Question 1

QUAL A DEFINIÇÃO DE CRISE EPILÉPTICA, CRISE CONVULSIVA, EPILEPSIA E ESTADO PÓS ICTAL?

Answer 1

Crise epiléptica: exacerbação paroxística de uma determinada função cerebral que pode ser sensitiva, motora, psíquica ou comportamental
Crise convulsiva: exacerbação paroxística motora
Síndrome epiléptica: 2 ou mais crises recorrentes
Estado pós-ictal: pós-crise. Marcado por disfunção da área afetada

Question 2

COMO INDENTIFICAR SE FOI UMA CRISE EPILÉPTICA?

Answer 2

Deve-se obter a anamnese detalhada do paciente, não só com ele mas com outra pessoa, e investigar como foi o evento e as situações que o precederam. Obter a história familiar em busca do evento precipitante inicial. Se já teve episódio anterior de aura, já é considerado epiléptico (crise focal sensitivo-sensorial)

Question 3

COMO DIFERENCIAR CRISE CONVULSIVA DE CRISE CONVERSIVA?

Answer 3

Na crise convulsiva o paciente fica de olhos abertos, há liberação esfincteriana, lesões, trauma pós-crise. Na crive conversiva o paciente fica de olhos fechados.

Question 4

QUAIS SÃO OS TIPOS DE CRISES?

Answer 4

Existem crises focais, que são aquelas que acontecem em uma determinada região cerebral, limitada a um hemisfério e visível em 1 ou 2 canais do EEG.
Crises generalizadas, que são as que começam em um ponto e rapidamente se espalham pelos dois hemisférios. Não necessariamente envolvem todo o córtex e podem ser assimétricas.
Crise focal que se generaliza

Question 5

COMO SÃO AS AURAS VISUAIS DA EPILEPSIA?

Answer 5

São coloridas e circulares, diferente da migrânea

Question 6

QUAIS SÃO OS TIPOS DE CRISE FOCAL?

Answer 6

Crise focal sem alteração da consciência
Crise focal com alteração da consciência. É marcada por automatismos e perseverações
Crise com generalização secundária

Question 7

QUAIS SÃO OS TIPOS DE CRISE GENERALIZADA?

Answer 7

Crise de ausência: comum em crianças e jovens, marcada por súbita perda da consciência sem alteração postural. Parada comportamental + alteração no EEG (3/s). Provocada por hiperventilação. Pode ser típica ou atípica.
Crise tônico-crônica
Crise mioclônica: espasmos musculares breves e súbitos.
Crise atônica: comum em crianças, marcada por súbita perda da consciência e do tônus, com recuperação rápida. Pode envolver apenas um grupo de músculos.

Question 8

QUAIS SÃO AS SÍNDROMES EPILÉPTICAS?

Answer 8

Síndrome de West
Síndrome de ausência da infância
Síndrome mioclônica juvenil
Síndrome de Lennox-Gastaut
Epilepsia de lobo temporal

Question 9

CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME DE AUSÊNCIA DA INFÂNCIA?

Answer 9

Marcado por crises de ausência, que podem evoluir para crises tônico-clônico generalizadas e alterações no EEG de 3Hz/s (típica)

Question 10

CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME MIOCLÔNICA JUVENIL?

Answer 10

Marcado por crises mioclônicas, que podem ter ausência e evoluir pra CTCG.
É benigna
Remissão completa é incomum

Question 11

CARACTERÍSTICAS DA EPILEPSIA DE LOBO TEMPORAL?

Answer 11

É uma crise focal generalizada
Mais comum em adultos
História prévia de convulsão febril
Apresenta aura com dor no estômago
Tem refratariedade
RNM mostra esclerose mesial temporal
EEG com ondas agudas temporais

Question 12

CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME DE WEST?

Answer 12

Tríade: espasmos infantis + retardo no desenvolvimento + hipsarritmia no EEG. Mais comum no sexo masculino

Question 13

CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME DE LENNOX-GASTAUT?

Answer 13

São crises mistas: atônicas, axiais tônicas e ausência
Apresentam retardo no desenvolvimento
EEG espícula-onda lento (2,5Hz/s) e atividade desorganizada de base
Mais comum no sexo masculino
Inicia por volta dos 8 anos
Tende a ser refratária
Tratamento com THC nos casos graves

Question 14

QUAIS SÃO AS CONSEQUENCIAS FÍSICAS DA CTCG?

Answer 14

Pode haver deslocamento gleno-umeral posterior e fraturas de vértebra

Question 15

COMO SABER SE FOI A PRIMEIRA CRISE EPILÉPTICA?

Answer 15

As CTCG são as que fazem os pacientes buscar o PS, e muitas das vezes apresentam história de crise menor no passado.
Caso tenha CTCG + história de crises menores, está firmado o diagnóstico de epilepsia.

Question 16

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE EPILEPSIA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA?

Answer 16

Primárias: não há substrato orgânico que explique as crises. É mais comum em crianças e adolescentes. São desencadeadas por estímulos luminosos, hiperventilação, privação do sono.
Secundárias: associado a stress metabólico, abstinências, AVC, tumores, ou seja, há uma causa para que a crise ocorra. Mais comum em adultos.

Question 17

QUAIS SÃO OS EXAMES SOLICITADOS PARA INVESTIGAÇÃO DE EPILEPSIA?

Answer 17

Exames laboratoriais (HMG, eletrólitos, glicemia, ureia e creatinina) para investigar infecção sistêmica
Líquor se suspeitar de infecção no SNC
EEG: principal exame, diagnostica em 80% dos casos. Só deve ser atrasado se houver sinais focais e/ou emergências, para fazer a TC. Apresenta cristas atípicas. Pode vir normal, mas não descarta a possibilidade. Detecta as alterações mais nas primeiras 24-48 horas pós crise. EEG seriados aumentam a sensibilidade.
TC com contraste em toda primeira crise (PS) e depois RNM (no ambulatório).
Se houver dúvida: vídeo-EEG

Question 18

QUANDO E COMO INCIAR O TRATAMENTO DE EPILEPSIA?

Answer 18

Após 2 crises ou após 1 com substrato anatomopatológico. Iniciar de forma lenta e gradual, da mesma forma que deve ser feita a retirada.

Question 19

QUAIS FÁRMACOS USAR (DE FORMA RESUMIDA) BASEADO NOS TIPOS DE CRISE EPILÉPTICA?

Answer 19

Focais: carbamazepina
Generalizada: valproato

Question 20

COMO É O SEGUIMENTO DO TRATAMENTO DE EPILEPSIA?

Answer 20

Clínico
EEG
Laboratorial (função hepática e renal)

Question 21

QUANDO INTERROMPER O TRATAMENTO DE EPILEPSIA?

Answer 21

Controle clínico por 1-5 anos

Crise estereotipada: EEG e RNM normais + 2 anos sem crise

Question 22

QUEM SÃO OS CANDIDATOS A CIRURGIA NA EPILEPSIA?

Answer 22

Casos refratários

Question 23

QUAIS SÃO AS INDICAÇÕES PARA MULHER EM USO DE CONTRACEPTIVO?

Answer 23

A maioria das drogas antiepilépticos clássicas interage com os hormônios: carbamazepina, oxcarbamazepina, fenobarbital, fenitoína, primidona. As que tem menos interações são: topiramato, lamotrigina, valproato, gabapentina, vigabatrina.
Fazer uso de anticoncepcional apenas de progesterona ou 50mcg de estrogeno complementado com DIU ou outro método de barreira

Question 24

POR QUE MEDIR OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DOS AE?

Answer 24

Para saber se o paciente está tomando a medicação
Para saber se está na faixa terapeutica ou tóxica
Lamotrigina se usa ACO ou se está na gestação
Quando faz uso de outra droga que interage
Fenitoína e sempre obrigatório

Question 25

QUAIS SÃO AS INDICAÇÕES PARA MULHERES GRÁVIDAS OU QUE DESEJAM ENGRAVIDAR?

Answer 25

Deve ser tirado só o valproato; oxcarbamazepina, fenitoína, lamotrigina, não precisa.
Se deseja engravidar: iniciar carbamazepina ou lamotrigina
Preferir monoterapia, mas se tiver em poli, não alterar esquema

Question 26

QUAIS SÃO OS FR PARA CRISE FEBRIL?

Answer 26

HF
Aumento rápido de temperatura
Duração da febre
Permanência em berçário por mais de 30 dias
Atraso no desenvolvimento

Question 27

PREDITORES PARA QUE A CRISE FEBRIL SEJA UMA EPILEPSIA NO FUTURO?

Answer 27

Apgar baixo nos primeiros 5 anos de vida
HF para epilepsia
Início antes de 12 meses
Encefalopatia crônica
O aparecimento da crise acontece em tempo inferior a 1 hora do início da febre

Question 28

QUAIS SÃO OS TIPOS DE CRISE FEBRIL?

Answer 28

Simples: generalizada, breve, não recorre em 24 horas
Complicada: focal, pode ser generalizada, dura mais que 15 minutos e recorre num período de 24 horas
Status eplepticus febril

Question 29

QUAL É O TRATAMENTO PARA CRISE FEBRIL?

Answer 29

Tratamento intermitente caso não seja crise focal, status epilepticus ou várias crises na mesma febre: Antitérmicos, BZDs e banho em temperatura ambiente por 15 minutos.
Tratamento contínuo caso haja alterações no EEG, ou se for focal ou com várias recidivas: Fenobarbital ou valproato (se maior de 2 anos)

Question 30

QUAL É O TRATAMENTO PARA O EME?

Answer 30

Medidas gerais
Investigação geral: HMG, eletrólitos, glicemia, ureia, creatinina, TGO, TGP, TAP, nível da DAE, gasometria arterial, toxicologia
Busca por infecções
Se necessário TC ou RNM
EEG
SG + tiamina
Piridoxina (<18 meses)
Diazepam (pode ser feito de novo até 3 vezes se voltar a convulsionar) + fenitoína (se crise focal que generalizou); se é de ausência: FENOBARBITAL
Se refratário: midazolam e transferir para UTI. Se persistir, tiopental (coma barbitúrico)