G.O. Flashcards
Em relação aos quadros clínicos ou laboratoriais encontrados na Síndrome de Morris ou feminilização testicular (insensibilidade completa aos andrógenos), assinale a alternativa ERRADA:
A) Ausência de útero e ovários e presença de testículos.
B) Cariótipo 46 XY e células de Leydig normais.
C) Genitália externa feminina normal.
D) Vagina normal e pelos pubianos na adolescência.
D
*MORRIS NAO TEM PELO!!!!!!
Adolescente de 16 anos apresenta queixa de “menstruação atrasada”. Informa que teve a menarca aos 11 anos e ciclos regulares até recentemente, há cerca de 6 meses, quando os intervalos entre as menstruações passaram de 30 para 40-50 dias. A última menstruação foi há 42 dias e ela está preocupada, pois teve uma relação sexual desprotegida e está sentindo as mamas dolorosas, com descarga mamilar leitosa. Entre os exames laboratoriais relacionados abaixo, quais seriam MAIS indicados para o esclarecimento diagnóstico:
Gonadotrofina coriônica humana - fração beta e prolactina.
Paciente de 22 anos de idade chega à consulta na Unidade Básica de Saúde com queixa de atraso menstrual de cinco semanas. Informa que no último ano, sua menstruação estava irregular e cada vez “demorando mais tempo para chegar”. Utiliza como método contraceptivo o dispositivo intrauterino de cobre há dois anos e cóndom masculino. Hoje realizou teste rápido para gravidez com resultado negativo, Ao exame: IMC de 28Kg/m2 e sem nenhuma outra alteração. Assinale a MELHOR conduta propedêutica inicial.
Dosagem sérica de progesterona, prolactina e TSH
Síndrome de Morris em sua forma completa têm excelente feminização na puberdade, com mamas normais ou aumentadas, contornos corporais femininos e ausência de acne, devido à produção de estrógeno pelos testículos e pela aromatização periférica da testosterona, apresentando genitália externa feminina, com ausência ou rarefação de pêlos pubianos, vagina em fundo-cego e ausência de útero.
Síndrome de Morris na forma parcial é mais grave, pois há apresentação de fenótipo feminino, geralmente com discreta clitoromegalia e fusão parcial dos pequenos lábios; outros pacientes têm importante ambiguidade genital ao nascimento. Em alguns casos, o fenótipo é masculino, porém com micropênis, hipospadia perineal e criptorquidia.
Teste de progestogênio pode ser negativo em casos de hipogonadismo (quando o endométrio não recebeu estímulo prévio de estrogênio proveniente dos ovários) hipogonadotrófico (problema hipofisário) ou hipergonadotrófico (problema ovariano), gravidez (quando há estabilização “contínua” do endométrio pela progesterona endógena), anormalidades anatômicas (agenesia mülleriana, septo vaginal, sinéquia uterina) ou ainda disfunção hipotalâmica.
Teste de progestogênio consiste na administração de 10 mg de acetato de medroxiprogesterona uma vez ao dia, durante 7 a 10 dias. O teste é considerado positivo caso ocorra sangramento dentro de 2 a 7 dias do término do curso de progesterona e significa que o endométrio recebeu estímulo de estrogênio capaz de desencadear sua proliferação e a parte anatômica está normal, porém não houve ovulação, logo, a progesterona não pode agir. A principal causa patológica desse tipo de amenorreia é a síndrome dos ovários policísticos.
Paciente de 31 anos em amenorreia há 3 meses procurou o ginecologista que prescreveu acetado de medroxiprogesterona, 10 mg/dia por 10 dias. Marque a alternativa ERRADA:
A) A síndrome de ovários policísticos é uma possibilidade diagnóstica.
B) Na ausência de gravidez, esta mulher apresentará sangramento se seu endométrio recebeu estímulo estrogênico prévio.
C) Se a paciente apresentar um quadro de hipogonadismo hipogonadotrófico poderá apresentar sangramento abundante.
D) Se a paciente estiver grávida não ocorrerá sangramento.
C
AMENORREIA
(1.1) Sangrou com PROG = ANOVULAÇÃO (SOP por ex.)
(1.2) NÃO SANGROU COM PROG = PROSSEGUIR
(2.1) SANGROU COM PROG + ESTR - PROSSEGUIR (DOSA FSH)
(2.2) NÃO SANGROU COM PROG + ESTR - UTEROVAGINAL (ASHERMAN)
(3.1) FSH ALTO - INSUF OVARIANA (SAVAGE) / FALENCIA OVARIANA
(3.2) FSH < 5 OU NORMAL - CENTRAL (HIPOFISE OU HIPOTALAMO?)
GNRH
(4.1) AUMENTOU FSH E LH (HIPOFISE FUNCIONA - CAUSA HIPOTALAMICA) - ANOREXIA / ESTRESSE/ TUMOR / ATIVIDADE FISICA
(4.2) NÃO AUMENTOU FSH E LH - SHEEHAN / PROLACTINOMA (HIPOFISARIA)
INVESTIGACAO DE AMENORREIA PRIMARIA
(1) CARACT SEXUAIS AUSENTES?
(1.1) FSH ALTO?
TURNER / CARIOTIPO (DISGENESIA GONADAL)
(1.2) FSH BAIXO? HIPÓFISE/HIPOTALAMO
(2) CARACT SEXUAIS PRESENTES?
AVALIACAO UTEROVAGINAL (ROKITANSKY)
O diagnóstico da DIP é baseado em critérios, sendo considerado positivo com 3 critérios maiores e 1 menor ou a presença de 1 critério elaborado. Os critérios menores são:
temperatura > 37,5°C, conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal, massa pélvica, acima de 5 leucócitos por campo de imersão em secreção de endocervical, leucocitose, PCR ou VHS elevados, comprovação laboratorial de infecção cervical pelo Gonococo, Chlamydia ou Mycoplasma.
O tratamento da DIP é baseado na classificação de Monif que varia de 1 a 4. Em caso de Monif 2 (salpingite com peritonite) e Monif 3 (salpingite com oclusão tubária ou abscesso tubo-ovariano pequeno íntegro) o tratamento é hospitalar com cefoxitina EV + doxiciclina EV (segunda opção gentamicina + clindamicina.
O diagnóstico da DIP é baseado em critérios, sendo considerado positivo com 3 critérios maiores e 1 menor ou a presença de 1 critério elaborado.
Os critérios elaborados são: histopatologia com evidência de endometrite, ultrassonografia com presença de abscesso tubo-ovariano ou no fundo de saco de Douglas, laparoscopia com evidências de DIP.
Os critérios maiores são: dor no abdome inferior, dor à palpação dos anexos e dor à mobilização do colo uterino.
Os critérios menores são: temperatura > 37,5°C, conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal, massa pélvica, acima de 5 leucócitos por campo de imersão em secreção de endocervical, leucocitose, PCR ou VHS elevados, comprovação laboratorial de infecção cervical pelo Gonococo, Chlamydia ou Mycoplasma.
O tratamento da DIP é baseado na classificação de Monif que varia de 1 a 4.
- Monif 1 (endometrite e salpingite sem peritonite) o tratamento é ambulatorial com ceftriaxone IM + doxiciclina VO + metronidazol VO.
- Monif 2 (salpingite com peritonite) e Monif 3 (salpingite com oclusão tubária ou abscesso tubo-ovariano pequeno íntegro) o tratamento é hospitalar com cefoxitina (ou ceftriaxona) EV + doxiciclina EV (segunda opção gentamicina + clindamicina).
- Monif 4 (abscesso tubo-ovariano roto ou acima de 10cm) o tratamento é cirúrgico podendo ser realizado por videolaparoscopia.
Você está de plantão no Pronto Atendimento e atende uma mulher de 22 anos, solteira, com queixa de dor pélvica intensa. Ao exame: Tax: 38.6°C; P = FC = 110 bpm; PA = 130 x 80 mmHg: dor à palpação superficial e profunda do abdome e à descompressão em ambas as fossas ilíacas. Ao exame especular identifica-se secreção puruolenta drenando pelo orifício externo do colo uterino. Ao toque vaginal, paciente refere dor à mobilização do colo uterino e à palpação de fossas ilíacas, sem massas palpáveis. Assinale a alternativa com o diagnóstico clínico e a conduta mais adequados ao caso.
Doença inflamatória pélvica - Estadio II. Conduta: internação hospitalar + antibioterapia combinada por via endovenosa (cefoxitina + doxiciclina).
Paciente de 26 anos, usuária de anticoncepcional oral combinado há um ano, procura consultório ginecológico queixando-se de dor pélvica, dispareunia e corrimento vaginal há sete dias. Ao exame clínico, apresenta bom estado geral, abdome doloroso à palpação profunda em região suprapúbica, mas sem massas palpáveis ou visceromegalias. Presença de secreção vaginal mucopurulenta no exame especular. Ao toque ginecológico: colo doloroso à mobilização e ausência de massas anexiais. Relata ciclos menstruais regulares, vida sexual ativa e sem parceiro fixo. Em relação a essa paciente assinale a conduta inicial CORRETA:
Iniciar antibioticoterapia oral que proporcione cobertura empírica de amplo espectro dos patógenos mais prováveis, com acompanhamento ambulatorial.
Em relação à tríade de sinais e sintomas para o diagnóstico clínico de doença inflamatória pélvica, assinale a alternativa CORRETA:
Dor pélvica, dor à mobilização do colo uterino e dos anexos, e febre.
Mulher de 42 anos, cabeleireira, relata dor abdominal difusa periumbilical de início há 12 horas que, depois, migrou para a fossa ilíaca direita. Náuseas e vômitos ocasionais. Refere febre não termometrada. Diz ser portadora do HIV e está em tratamento. Ao exame, apresenta-se corada, hidratada, taquicárdica. Temperatura axilar de 38,2°C. Abdome doloroso difusamente, mas principalmente em FID, com irritação peritoneal. Toque retal doloroso com temperatura retal de 38,7°C. Ao exame ginecológico, não se detectou corrimento, mas observa-se dor à manipulação do colo do útero. Exames laboratoriais: leucócitos 9.700/mm3 sem desvio para a esquerda. PCR pouco aumentado. Urinálise com leucocitúria e hematúria. Em relação ao diagnóstico dessa paciente, dentre as opções abaixo, assinale a alternativa INCORRETA:
A) A hipersensibilidade à manipulação do colo do útero não é suficiente para confirmar o diagnóstico de Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
B) Não se trata de apendicite aguda, pois pacientes soropositivos com apendicite apresentam contagem de leucócitos mais elevada.*
C) O resultado do exame de urina não exclui o diagnóstico de apendicite aguda nesse caso.
D) Considerando os achados aos exames físico e laboratoriais, seria desejável a realização de método de imagem.
Paciente de 32 anos, G2P2A0, união estável, usuária de DIU há três anos, desde o último parto, é atendida na maternidade apresentando sangramento vaginal moderado, dor pélvica intensa, sinais de irritação peritoneal, pressão arterial de 80 x 40 mmHg. Segundo seu parceiro, a paciente estava queixando-se de dor abdominal há cerca de 36 horas. Assinale a alternativa que contém a PRINCIPAL hipótese diagnóstica para esse quadro clínico:
Gravidez ectópica rota.
*Trata-se de quadro típico de gestação ectópica rota, havendo instabilidade hemodinâmica e irritação peritonial. A tríade clássica da gestação ectópica é dor abdominal, sangramento vaginal e atraso menstrual (teste de gravidez positivo). Pode haver instabilidade hemodinâmica nos casos de rotura tubária, além de dor abdominal à palpação, localizada ou generalizada, distensão, descompressão brusca dolorosa e redução de ruídos hidroaéreos. O toque vaginal pode demonstrar útero de tamanho normal e massa anexial dolorosa.
São fatores de risco para gestação ectópica:
infecções genitais / pélvicas, falha de DIU, de contracepção de emergência ou de laqueadura tubária, cirurgias tubárias prévias (salpingotomia, reanastomose tubária, fimbrioplastia e lise de aderências), antecedente pessoal de gestação ectópica, uso de técnicas de fertilização assistida, tabagismo. No caso apresentado, a gestação ocorreu por falha de DIU (30% das gestações por falha de DIU são ectópicas).
Na DIP Monif 4 (abscesso tubo-ovariano __________ ou acima de 10cm) o tratamento é cirúrgico.
Roto.
A Síndrome de Lynch, também conhecida como câncer colorretal não polipose hereditário, resulta de mutação de genes de linhagem reparativa (MLH1 e MLH2) e o câncer de endométrio é a manifestação extracolônica mais comum desta síndrome. Outros tumores podem estar presentes como de intestino delgado, pelve renal e ovário.
Para avaliação de endométrio, o exame inicial a ser solicitado deve ser a US transvaginal. Se espessura do endométrio for < ou = a 4 mm, confirma-se a atrofia como causa de sangramento; frente ao diagnóstico de atrofia endometrial, nenhuma conduta cirúrgica é imposta. Se houver espessamento endometrial (>4mm sem TRH ou >8mm com TRH), o exame padrão-ouro para avaliação da cavidade endometrial é a histeroscopia com biópsia dirigida, podendo ser utilizado a curetagem uterina ou biópsia com Pipelle, na ausência da disponibilidade da histeroscopia.
Em relação ao câncer de endométrio, assinale a alternativa ERRADA:
A) A maioria das pacientes com câncer de endométrio tem sangramento uterino anormal quando a neoplasia ainda está limitada ao útero.
B) As mulheres com síndrome de Lynch têm baixo risco de desenvolver câncer de endométrio e/ou de cólon.
C) Está comprovado que o estrogênio tem papel no seu desenvolvimento.
D) O risco de câncer de endométrio é cerca de três vezes maior em mulheres que estão com 9,5 a 22,5 kg acima de seu peso adequado.
B
*A metrorragia e corrimento vaginal estão presentes em até 90% das pacientes pós menopausadas com câncer de endométrio. Naquelas que ainda apresentam ciclos menstruais, o sangramento uterino anormal deve alertar quanto à possibilidade da doença, especialmente em sangramentos recorrentes e persistentes em mulheres obesas.
No chamado câncer colorretal hereditário não poliposo ou síndrome de Lynch, a maioria dos casos é causada por um defeito nos genes MLH1 e MSH2. Mas, pelo menos 5 outros genes podem causar a doença, como MLH3, MSH6, TGBR2, PMS1 e PMS2. Uma cópia anormal de qualquer um destes genes reduz a habilidade do organismo em reparar os danos do DNA ou regular o crescimento celular, o que resulta em um risco aumentado de câncer de cólon, bem como um risco elevado para câncer de endométrio. As mulheres com esta síndrome têm um risco de 40% a 60% de desenvolver câncer de endométrio em algum momento durante suas vidas. O risco de câncer de ovário também é aumentado.
Existem diversos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de endométrio. De modo geral, a maioria deles está relacionada a um ambiente hiperestrogênico, sendo a obesidade a causa mais comum. Outros fatores seriam: síndrome dos ovários policísticos, menarca precoce e menopausa tardia; irregularidade menstrual, nuliparidade, raça branca, idade avançada e tumores ovarianos (células da granulosa).
Em relação à avaliação da cavidade endometrial pela ultrassonografia endovaginal de paciente pós-menopausa e com sangramento vaginal, assinale a alternativa CORRETA:
A) A interpretação da medida da espessura do eco endometrial independe da idade e da fase de vida da mulher.
B) Um eco endometrial com espessura de 10 mm afasta a possibilidade de câncer de endométrio.
C) O diagnóstico de câncer do endométrio é confirmado se sua espessura for maior que 15 mm.
D) Espessura endometrial menor que 5 mm torna a presença de câncer de endométrio muito remota.
D
*Na pós menopausa, as principais causas de sangramento uterino anormal, em ordem decrescente, são atrofia endometrial e terapia de reposição hormonal (empatados em 1º lugar), câncer de endométrio e pólipos endometriais/cervicais.
O exame inicial a ser solicitado deve ser a US transvaginal, para avaliação da cavidade endometrial. Se espessura do endométrio < ou = a 4 mm, confirma-se a atrofia como causa de sangramento. Se houver espessamento endometrial (>4mm sem TRH ou >8mm com TRH), o exame padrão-ouro para avaliação da cavidade endometrial é a histeroscopia com biópsia dirigida, podendo ser utilizado a curetagem uterina ou biópsia com Pipelle, na ausência da disponibilidade da histeroscopia.
Espessura endometrial menor que 5mm é muito pouco indicativo de câncer de endométrio.
Quase a totalidade das pacientes com câncer de endométrio apresentam alguma sintomatologia, razão pela qual até 75% dos casos são detectados em estágios iniciais.
A metrorragia e corrimento vaginal estão presentes em até 90% das pacientes pós menopausadas com câncer de endométrio. Naquelas que ainda apresentam ciclos menstruais, o sangramento uterino anormal deve alertar quanto à possibilidade da doença, especialmente em sangramentos recorrentes e persistentes em mulheres obesas.
Paciente de 34 anos comparece à Unidade Básica de Saúde com relato de dor pélvica crônica há 11 meses, com piora do período menstrual, atrapalhando suas atividades diárias. Relata duas gestações prévias (dois partos normais), vida sexual ativa e que seu marido fez vasectomia há três anos. Ultrassonografia transvaginal recente evidenciou um cisto de conteúdo homogêneo em ovário direito, com aspecto de ¨vidro moído ¨ e volume estimado de 10 cm3, sem outras alterações no útero ou no anexo esquerdo. Assinale a MELHOR conduta para o caso apresentado.
A paciente pode se beneficiar do uso de contraceptivos orais combinados ou de progesterona isolada para alívio dos sintomas.
*Paciente com dor pélvica crônica e cisto ovariano sugestivo de endometrioma (aspecto de vidro moído, conteúdo heterogêneo).
Em casos de endometriose a paciente pode apresentar benefício no tratamento clínico com uso de anticoncepcionais combinados ou somente de progestágenos. Em casos refratários ou graves a abordagem cirúrgica pode ser uma opção, lembrando que a retirada dos focos visíveis de endometriose pode não resolver totalmente a dor pélvica crônica apresentada para essa paciente.
Os endometriomas são cistos de conteúdo achocolatado, associados a aderências com o peritônio posterior e/ou ligamento largo, classicamente presentes nos ovários, raramente podem estar presentes em cicatriz abdominal após procedimentos como cirurgia uterina ou cesariana. As pacientes geralmente se queixam de dismenorreia, dispareunia e dor pélvica. À USG podem apresentar conteúdo mais heterogêneo com paredes espessadas. Apesar de rara, sua transformação maligna pode originar os carcinomas de células claras.
O tratamento convencional dos endometriomas consiste na excisão completa desses cistos, com remoção da menor quantidade possível de tecido ovariano saudável. Em pacientes assintomáticas com cisto pequeno, pode-se fazer seguimento clínico (preservação da fertilidade).
Paciente de 42 anos relata dor e desconforto em baixo ventre há seis meses, sem alteração do ciclo menstrual, mantendo vida sexual ativa. Nega doenças prévias. G2P2n e usa DIU T de cobre há sete anos. Trouxe consigo exames recentes: hemograma e exame de urina rotina normais, dosagem de beta-hCG negativo, colpocitologia oncótica negativa para malignidade. A ultrassonografia endovaginal revela útero de 120 cm3, endométrio de 8 mm, DIU normoposicionado, ovário direito normal e ovário esquerdo com massa heterogênea de 11 cm de diâmetro e com áreas hiperecogênicas sugestivas de tecidos calcificados, ausência de líquido livre na pelve. Assinale a alternativa CORRETA em relação à melhor conduta para este caso.
O tratamento é cirúrgico e deve-se evitar o derramamento do conteúdo do cisto na cavidade abdominal.
*Os critérios de IOTA são os critérios ultrassonográfico mais utilizados para predição de malignidade dos tumores ovarianos. Deve-se cogitar a presença de tumor maligno quando existe: tumor sólido irregular, presença de ascite, pelo menos 4 vegetações, tumor sólido multilocular maior que 10cm com bordas irregulares e baixa resistência ao doppler (alto fluxo sanguíneo). Outros critérios de suspeita são a presença de paredes espessadas, septos espessos e fora do menacme.
Em caso de massas complexas suspeitas deve-ser realizada cirurgia para retirada do tumor e prosseguir com anatomopatológico da lesão. A punção biopsia não deve ser realizada em tumores / lesões císticas de ovário. Devemos realizar ainda completo inventário da pelve e da cavidade abdominal. Quando há suspeita de malignidade no ovário e a abordagem cirúrgica foi recomendada, deve-se proceder com a laparotomia exploradora com biópsia de congelação na sala a fim de determinar qual melhor abordagem intraoperatória.
O tratamento e estadiamento do câncer de ovário são eminentementes cirúrgicos. Idealmente, deve-se proceder à chamada “cirurgia fundamental” que consiste em histerectomia total com salpingo-ooforectomia bilateral, omentectomia infracólica e citorredução tumoral. Para mulheres com desejo reprodutivo e lesões pequenas, pode-se proceder à salpingo-ooforoplastia/ooforectomia unilateral. Para tumores não restritos ao ovário, pode-se realizar cirurgias citorredutoras (deixar a menor massa tumoral possível) ou quimioterapia neoadjuvante. A quimioterapia adjuvante quase sempre está indicada para complementação.
O modo mais comum de disseminação das células tumorais ovarianas é a chamada transcelômica a qual ocorre pela esfoliação das células do ovário e que se implantam na cavidade peritoneal. Portanto, não se deve fazer punções diagnósticas em massas anexiais e, quando da cirurgia, deve-se tentar evitar o derramamento de conteúdo na cavidade abdominal.
Mulher de 44 anos, nulípara, hipertensa bem controlada, com história pregressa de trombose venosa profunda há 10 anos, deseja iniciar método contraceptivo. A conduta MAIS ADEQUADA para essa paciente é:
Contraceptivo oral de desogestrel.
*A paciente poderia ser orientada a usar método com progestágeno somente ou DIU de cobre.
A paciente tem contraindicação ao uso de estrógenos devido ao antecedente de TVP (não poderíamos receitar pílula combinada) e devido a presença de multiplos fatores de risco para doença cardiovascular (idade, hipertensão arterial crônica),
Nos casos de amniorrexis prematura com idades gestacionais entre 24 e 34 semanas de gestação, a conduta é internação, pesquisa de infecções, especialmente urinária e genital, pesquisa de infecção pelo estreptococo, utilização de antibioticoterapia profilática por sete dias, prescrição de corticoterapia para benefício fetal, avaliação do bem estar fetal, realização de ultrassonografia, hidratação materna e controle e vigilância da ocorrência de corioamnionite.
Nos casos de amniorrexis prematura com idades gestacionais entre 24 e 34 semanas de gestação, a conduta é internação, pesquisa de infecções, especialmente urinária e genital, utilização de antibioticoterapia profilática por sete dias (conduta do Ministério da Saúde, não seguida por todos os serviços), prescrição de corticoterapia para benefício fetal, avaliação do bem estar fetal, realização de ultrassonografia, hidratação materna e controle e vigilância da ocorrência de corioamnionite. A quantidade residual de líquido amniótico tem interferência no prognostico gestacional.
Paciente com 30 semanas de gestação chega à maternidade referindo perda de líquido amniótico há oito horas. Ao exame, contrações uterinas ausentes, ausculta cardiofetal de 138 bpm e presença de líquido claro saindo pelo Orifício Externo (OE) do colo uterino. Assinale a opção que apresenta a CONDUTA INICIAL recomendada para essa paciente:
Hidratação endovenosa, corticoterapia e avaliação do Índice de Líquido Amniótico (ILA).
Para diagnóstico de corioamnionite, a gestante deve permanecer internada e os seguintes parâmetros clínicos e laboratoriais são observados: presença de febre, taquicardia materna ou fetal, dor abdominal (útero irritável), contrações uterinas, saída de secreção purulenta pelo colo, presença de leucocitose ou aumento de 20% dos leucócitos em 48h, aumento de PCR em 20% em 48h, ausência de movimento respiratório fetal no perfil biofísico.
De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, gestantes com amniorrexis prematura após 34 semanas de idade gestacional devem ser submetidas a parto (indicação obstétrica da via).
Gestante, hígida, 38 anos, G2P0A1, idade gestacional de 36 semanas e seis dias, comparece à Unidade Básica de Saúde com queixa de perda de líquido amniótico claro há duas horas. A paciente encontra-se afebril, com frequência cardíaca de 84bpm e pressão arterial de 110/60mmHg. Ao exame, identifica-se batimentos cardíacos fetais de 136bpm e ausência de contrações. Ao exame especular, obseva-se saída de líquido amniótico claro com vérnix, através do orifício cervical, à manobra de Valsalva. O toque vaginal mostra colo uterino fechado. Qual a conduta MAIS ADEQUADA para essa gestante nesse momento?
Encaminhar a paciente à maternidade para avaliar a indução de parto.
*De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, gestantes com amniorrexis prematura após 34 semanas de idade gestacional devem ser submetidas a parto, escolha pela via obstétrica. Não há indicação de corticosteroides (só se faz até 34 semanas) e nem de inibição do trabalho de parto quando da presença de contrações (amniorrexis contraindica tocólise). Sulfato de magnésio só é prescrito até 32 semanas de gestação.
Se não houver resultado de cultura de estreptococo do grupo B, deve ser feita profilaxia antibiótica.
Prolapso de cordão umbilical é uma intercorrência obstétrica que necessita de rápida intervenção, devido ao grande risco de morbimortalidade fetal. A conduta mais recomendada é interrupção da gestação por meio de cesariana e algumas medidas pré e perioperatórias devem ser realizadas a fim de reduzir a compressão do cordão e manter adequado fluxo sanguíneo para o feto até a intervenção obstétrica definitiva (especialmente o toque vaginal para elevação da apresentação fetal). O intervalo de tempo entre o prolapso do cordão e a interrupção da gravidez, assim como o grau de compressão do cordão, são fatores determinantes para o prognóstico neonatal.
Principais fatores predisponentes para hemorragia puerperal: gemelaridade, polidrâmnio, macrossomia fetal, multiparidade, hemorragia pós-parto e parto cesárea em gestação prévia, dequitação prolongada, parto assistido (fórcipe, vacuoextrator), trabalho de parto prolongado etc. Existem gestantes sem fatores de risco que desenvolvem hemorragia puerperal.
Gestante com 22 anos de idade, G3P2 (2 partos anteriores normais), com a seguinte dinâmica uterina: 3 contrações em 10 minutos durando 40 segundos, com frequência cardíaca fetal de 148 bpm, colo uterino dilatado 5 cm e pólo cefálico fetal no plano -3 de De Lee. Após a amniotomia detectou-se bradicardia fetal de 80 bpm durante 3 minutos. Assinale o próximo passo para esclarecer o diagnóstico desta situação:
Realizar toque vaginal para avaliar a possibilidade de prolapso de cordão.
Em relação à hemorragia pós-parto, assinale a alternativa ERRADA:
A) Na maioria dos casos não há fatores de risco identificáveis, portanto, toda puérpera deve ser rigorosamente monitorizada quanto à perda sanguínea.
B) O clampeamento precoce do cordão umbilical (até 60 segundos após a expulsão fetal) reduz o risco de hemorragia pós-parto
C) O misoprostol é mais efetivo do que a ocitocina na prevenção da hemorragia pós- parto.
D) Placenta prévia, pré-eclampsia, multiparidade e obesidade são conhecidos fatores de risco para hemorragia pós-parto.
C
*O clampeamento precoce do cordão umbilical (até 60 segundos após a expulsão fetal) reduz o risco de hemorragia pós-parto e é uma das condutas do manejo ativo da dequitação.
Conduta frente a atonia uterina: massagem uterina bimanual e uterotônicos: ocitocina intravenosa ou intramiometrial (primeira opção e mais efetiva), derivados do “ergot” (cautela em pacientes com hipertensão arterial), prostaglandinas por via retal (misoprostol).
Assinclitismo é o movimento de lateralização do polo cefálico no canal de parto; é anterior quando a sutura sagital está mais próxima do sacro do que do pube e posterior quando essa sutura está mais próxima do pube do que do sacro. A ocorrência de assinclitismo acentuado pode levar a distocia de rotação.
Quatro fatores podem ser responsáveis por hemorragia puerperal: alteração no tônus uterino (útero amolecido e aumentado), trauma de canal de parto (lacerações, hematoma de episiotomia, inversão uterina, rotura uterina), retenção do tecido placentário (geralmente com sangramento mais tardio) e coagulopatias. A inversão uterina pode ser corrigida pela manobra de taxe.
Uma parturiente é diagnosticada com parada de progressão da descida do polo cefálico fetal. Ao toque vaginal, o examinador nota que a sutura sagital se encontra em posição transversa, mas muito próxima da sínfise púbica. Qual é o diagnóstico dessa condição?
Assinclitismo posterior.
*Assinclitismo é o movimento de lateralização do polo cefálico que o feto executa para evolução no canal de parto que tem forma de J, sendo que será assinclitismo anterior quando a sutura sagital está mais próxima do sacro do que do pube e assiclitismo posterior quando essa sutura está mais próxima do pube do que do sacro. Nas primigestas é mais comum o assinclitismo posterior. A ocorrência de assinclitismo acentuado pode levar a distocia de rotação.
O sucesso na indução do trabalho de parto está diretamente relacionado ao escore de Bishop que é avaliado por meio do toque vaginal, sendo composto pelos seguintes parâmetros: condições do colo (dilatação, esvaecimento, amolecimento e posição) e altura da apresentação.
Na decisão pela indução do trabalho de parto, deve-se levar em consideração o índice de Bishop. Nos casos de colo desfavorável (Bishop<6) prefere-se realizar previamente a maturação cervical, com sonda de Folley, laminárias, prostaglandinas ou ácido hialurônico. A presença de cesárea prévia contraindica a utilização de misoprostol para maturação cervical. Se o colo for favorável, a indução propriamente dita é feita com prostaglandinas ou ocitocina.
Primigesta, 19 anos, Idade gestacional 37 semanas e três dias, pré-natal de alto risco por asma grave, é admitida na maternidade com quadro de amniorrexe prematura. Paciente nega dispneia e relata movimentos fetais presentes. Ao exame físico, PA: 120/80mmHg; FC: 92bpm; Saturação de oxigênio: 95%, ausculta pulmonar sem alterações, FR: 16irpm; Útero-fita (UF): 34cm, batimento cardíaco fetal de 150bpm, feto em posição cefálica. Ao exame especular, identificado presença de líquido amniótico claro e, ao toque, percebeu-se colo dilatado 1-2cm, posterior, 50% apagado e pólo cefálico no plano -3 de De Lee. Cardiotocografia com padrão fetal tranquilizador. A conduta MAIS ADEQUADA é indicar:
amadurecimento cervical com misoprostol.
Primigesta, 19 anos, Idade gestacional 37 semanas e três dias, pré-natal de alto risco por asma grave, é admitida na maternidade com quadro de amniorrexe prematura. Paciente nega dispneia e relata movimentos fetais presentes. Ao exame físico, PA: 120/80mmHg; FC: 92bpm; Saturação de oxigênio: 95%, ausculta pulmonar sem alterações, FR: 16irpm; Útero-fita (UF): 34cm, batimento cardíaco fetal de 150bpm, feto em posição cefálica. Ao exame especular, identificado presença de líquido amniótico claro e, ao toque, percebeu-se colo dilatado 1-2cm, posterior, 50% apagado e pólo cefálico no plano -3 de De Lee. Cardiotocografia com padrão fetal tranquilizador. A conduta MAIS ADEQUADA é indicar:
amadurecimento cervical com misoprostol.
*Como paciente termo, fora de trabalho de parto e bolsa rota com colo desfavorável, está indicada a indução de trabalho de parto. Para isso é necessário o amadurecimento do colo uterino com misoprostol, visto que não há estudos até o momento que contraindiquem seu uso em pacientes asmáticas, embora deva ser mantida vigilância mais rigorosa nesses casos.
O uso de sonda vesical de Foley é contraindicado quando há rotura prematura de membranas e o uso de ocitocina para indução em paciente com colo desfavorável aumenta muito a chance de falha e necessidade de parto cesárea.
Quando medidas clínicas não resolvem a atonia uterina, medidas cirúrgicas devem ser tomadas: suturas hemostáticas (anteroposterior, B-Lynch), ligadura de artérias uterinas ou hipogástricas, histerectomia.
São funções do fórcipe: preensão, rotação e tração. Algumas indicações de seu uso são abreviação do período expulsivo, alívio fetal em casos de sofrimento fetal, alívio materno em caso de exaustão, correção de distocias de rotação. São complicações possíveis do uso do fórcipe: lesões nervosas, laceração de canal de parto, cefalohematoma e outras lesões de pele e crânio.
O parto operatório via vaginal é um procedimento que requer grande domínio do obstetra e permite o sucesso do parto vaginal em muitos casos. Em relação ao parto operatório via vaginal, assinale a alternativa ERRADA:
A) Em geral, o fórcipe apresenta menor risco de trauma para o bebê do que o vácuo- extrator.
B) Fórcipe e vácuo-extrator são instrumentos importantes na resolução de estado fetal não tranquilizador no período expulsivo e em apresentação cefálica.
C) O parto operatório vaginal apresenta maior morbidade e mortalidade que a cesariana.
D) O vácuo-extrator não deve ser usado antes de 34 semanas de idade gestacional, enquanto o fórcipe pode ser usado em qualquer idade gestacional.
C
*Enquanto o fórcipe tem menor risco de trauma fetal, o vácuo tem menor risco de trauma materno. Ainda assim, levam a menor morbimortalidade do que o parto por via alta (cesárea).
Há algumas situações em que o parto com vácuo extrator não deve ser tentado pelo risco de morbilidade fetal, por exemplo, uma doença fetal subjacente como uma diátese hemorrágica ou doença desmineralizante óssea predispõe o feto a lesão major incluindo hemorragia intraventricular e fratura de crânio e, como tal, devem ser consideradas contra-indicações absolutas a parto auxiliado por ventosa. O parto instrumentalizado também não deve ser considerado se não há insinuação da apresentação fetal, se a posição e variedade da apresentação não são conhecidas (a menos que a apresentação seja visível entre as contracções a nível do intróito vaginal), se há suspeita de incompatibilidade feto-pélvica, se há uma má apresentação fetal (ex: apresentação de pelve, face ou fronte) e em idades gestacionais inferiores a 34 semanas.
Durante o plantão em um hospital geral, o médico avalia uma puérpera que foi trazida por um taxista, acompanhada da irmã. O parto ocorreu em casa, há cerca de 25 minutos. O neonato pesou 4.230g, encontra-se bem e exibe um choro vigoroso. A mulher, aos 26 anos de idade é tercípara e informa que o primeiro parto foi por via vaginal e o segundo foi por cesariana, pois a criança estava assentada. O sangramento genital parece abundante e o cordão umbilical encontra-se visível no introito vaginal. Assinale a medida MAIS IMPORTANTE a ser tomada neste momento.
Administrar ocitocina por via intramuscular
*Conduta frente a atonia uterina: massagem uterina bimanual e uterotônicos: ocitocina intravenosa ou intramuscular (primeira opção), derivados do “ergot” (cautela em pacientes com hipertensão arterial), prostaglandinas por via retal (misoprostol).
Paciente primigesta, gestação a termo, concepto adequado para a idade gestacional e pré-natal sem intercorrências. Às 6h é internada no pré-parto em fase ativa do trabalho de parto, apresentando colo completamente apagado, médio na consistência e com 3cm de dilatação. Inicia-se a construção do partograma, apresentação cefálica, bolsa íntegra, 140bpm de FCF, plano de De Lee-3, Na avaliação às 11h detectou-se colo fino central, 8cm de dilatação, plano De Lee zero, traçado cardiotocográfico tranquilizador. Às 13h, dilatação completa do colo, bolsa rota 1h antes com líquido claro com grumos, bossa documentada, plano De Lee zero. Às 14 e 15 horas observou-se a mesma condição anotada na avaliação das 13h, mas agora com bradicardia fetal durante as contrações. Qual o diagnóstico desse caso?
Parada secundária da descida da apresentação
*O período expulsivo inicia-se quando a dilatação do colo está completa e termina com o desprendimento total do feto.
Nas primigestas, a duração máxima do período expulsivo é de 60 minutos quando sem analgesia e de 120 a 180 minutos nas pacientes com analgesia de trabalho de parto.
A parada secundária da descida só pode ser diagnosticada quando houver dilatação total e a altura da apresentação for a mesma em duas avaliações consecutivas com intervalo de pelo menos uma hora entre elas.
No caso apresentado observa-se período expulsivo com duração de duas horas, desacelerações precoces (DIP I) que são fisiológicas e parada secundária da descida. A dinâmica uterina está adequada quando há cinco contrações em dez minutos no período expulsivo.
Não houve fase ativa prolongada (a velocidade de dilatação respeitou 1cm/h).
Uma paciente primigesta com gestação a termo, concepto adequado para a idade gestacional e pré-natal sem intercorrências, é internada às 9 horas com duas contrações de 30 segundos em 10 minutos. Ao exame, o colo uterino está completamente apagado, médio na consistência e permeável para 3 cm de dilatação. Inicia-se a construção do partograma: apresentação cefálica; bolsa íntegra; 140 bpm de FCF; plano de DeLee -3. A avaliação das 14 horas mostrou colo fino central; permeável para 8 cm; plano de DeLee zero; traçado cardiotocográfico tranquilizador. Às 15 horas ocorreu a ruptura da bolsa com líquido meconial fluido e, às 16 horas, a dilatação do colo uterino está completa, plano de DeLee zero e 3 contrações em 10 minutos, durando 40 segundos. Às 17 e às 18 horas, observou-se a mesma condição anotada na avaliação das 16 horas, mas agora com bradicardia fetal durante as contrações. Qual o diagnóstico mais provável neste caso?
Parada secundária da descida da apresentação.
Gestante de 30 semanas, primípara, vem para consulta pré-natal solicitando informação sobre o parto. Em relação ao processo fisiológico do trabalho de parto, o médico deve estar seguro para esclarecer as vantagens do parto normal, seu mecanismo, assim como suas eventuais contraindicações. Assinale a orientação MAIS ADEQUADA a ser dada à gestante.
A fase latente do trabalho de parto pode durar várias horas e caracteriza-se por contrações de duração e intensidade bastante variáveis.
*O período de dilatação inicia-se com o trabalho de parto: contrações uterinas rítmicas e coordenadas, com frequência de 2 a 5 eventos a cada 10 minutos e duração de 45 a 60 segundos.
O período de dilatação pode ser subdividido em 2 etapas: fase de latência (duração de 8 a 20 horas) e fase ativa do trabalho de parto, quando a velocidade de de dilatação média é de 1 cm/h; se velocidade inferior a 1cm/h, dirá estar ocorrendo fase ativa prolongada.
A presença de ruptura das membranas não é necessária para o diagnóstico de trabalho de parto.
Durante todo o período de dilatação a parturiente deve ter a oportunidade de se movimentar e deambular, com raras exceções.
O período expulsivo inicia-se quando a dilatação do colo está completa e termina com o desprendimento total do feto.
Nas primigestas, a duração máxima do período expulsivo é de 60 minutos quando sem analgesia e de 120 a 180 minutos nas pacientes com analgesia de trabalho de parto. Nas multíparas, a duração máxima é de 40 minutos quando sem analgesia e de 60 minutos quando ela foi realizada. A ausência de puxos maternos, que são bastantes frequentes nessa fase, não é indicação de cesárea.
Período de dilatação pode ser subdividido em 2 etapas: fase de latência (duração de 8 a 20 horas) e fase ativa do trabalho de parto com dilatação média de 1 cm/h. Se velocidade inferior a 1cm/h, considera-se fase ativa prolongada. O partograma só deverá ser preenchido a partir da fase ativa e mostra evolução fisiológica da fase ativa quando as anotações estiverem à esquerda da linha de alerta.
O período de dilatação se inicia com o trabalho de parto: contrações uterinas rítmicas e coordenadas, com frequência de 2 a 5 eventos a cada 10 minutos e duração de 45 a 60 segundos.
Gestante, 22 anos, G2P0A1, idade gestacional 39 semanas é admitida para assistência ao trabalho de parto. Na hora de registro 8 do partograma a equipe assistencial reavalia a gestante e faz o seguinte registro conforme figura abaixo. Assinale a alternativa que apresenta a conduta MAIS ADEQUADA e sua justificativa CORRETA.
Acompanhamento habitual, pois o diagnóstico é de trabalho de parto eutócico
*A paciente se encontra em fase ativa de trabalho de parto. No início houve evolução mais morosa da dilatação, mas, no momento, a contratilidade uterina está adequada e a evolução da dilatação também esta adequada (velocidade de dilatação de 1cm/hora). Sendo assim, não há nenhuma medida a ser tomada, apenas a observação da evolução do trabalho de parto.
Conduta ativa na dequitação: visa a diminuir a chance de hemorragia pós-parto; consiste em tração controlada do cordão, massagem uterina e administração de ocitócicos logo após o desprendimento dos ombros fetais ou nascimento do feto.
Dequitação começa após o nascimento e termina com a saída da placenta. Geralmente ocorre entre 5 e 10 minutos e é considerada prolongada quando ultrapassa 30 minutos.
Parturiente de 24 anos de idade teve parto normal de um recém-nascido a termo. Após o parto, a placenta não foi expulsa após 30 minutos de observação. Assinalar a conduta CORRETA como primeira opção neste momento:
A) Aplicação de Misoprostol via retal
B) Esperar mais 30 minutos
C) Realizar tração do cordão umbilical
D) Tentar a extração manual da placenta
D
1) estrogênio da menacme: estradiol (E2)
2) estrogênio da gestação: estriol (E3)
3) estrogênio da menopausa: estrona (E1).
Patologias em geral = parenteral.
Antes do início da terapia hormonal são indispensáveis alguns exames, segundo a Associação Brasileira de Climatério, são eles: mamografia de rastreamento (feita no máximo há um ano), dosagem de colesterol total, HDL, triglicérides e glicemia de jejum para avaliação do risco cardiovascular. A realização de outros exames deve ser motivada pela suspeita de contraindicações à TH, por exemplo USG transvaginal para sangramento uterino anormal.
A maioria das mulheres sofre algum efeito da deficiência de estrogênio durante o climatério, que pode variar desde pequeno desconforto até alterações que comprometam a sua saúde. Entre as afirmativas abaixo, assinale a ERRADA em relação ao climatério:
A) A determinação da função ovariana baseia-se, principalmente, em critérios clínicos.
B) Se a mulher está produzindo hormônios suficientes para que haja menstruação regular, presume-se que ela esteja protegida contra osteoporose e cardiopatia.
C) O achado mais constante na transição para menopausa é a elevação dos níveis séricos de FSH. Os níveis de LH parecem ser menos úteis que outras avaliações hormonais.
D) O nível sérico absoluto de estradiol deve ser decisivo ao se considerar a terapia hormonal.
D
*Os termos perimenopausa e climatério se referem ao período de tempo relativo ao final do período reprodutivo, em geral no final dos 40 e início dos 50 anos de idade. Caracteristicamente esse período se inicia com irregularidade no ciclo menstrual (ciclos anovulatórios) e se estende até um ano após a cessação permanente da menstruação (menopausa). Portanto, a transição menopausal, portanto, tem diagnóstico clínico e não há obrigatoriedade da solicitação de exames para este fim.
As alterações hormonais esperadas e que podem ser avaliadas no climatério em comparação com as mulheres do menacme são: elevação dos níveis de FSH e LH; redução do estradiol, da inibina, da progesterona e da testosterona. Destes, o mais útil para tal avaliação é o FSH.
Paciente com 49 anos queixa-se de ondas de calor (fogachos) sudorese, calafrios, palpitações, irregularidade menstrual, tonturas, insônia e fadiga. Considerando o que é necessário para o diagnóstico de climatério nessa paciente, assinale a alternativa CORRETA:
A) Dados clínicos e dosagem de FSH
B) Dados clínicos e dosagem de LH
C) Dados clínicos e dosagem de TSH
D) Dados clínicos relatados pela paciente
D
*O climatério (ou perimenopausa) é definido pela Organização Mundial de Saúde como uma fase fisiológica da vida e não um processo patológico, que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher, período em que surgem as irregularidades menstruais e queixas vasomotoras, antecedendo a menopausa. A menopausa é o marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo menstrual, que foi seguido por doze meses de amenorreia, ou seja, é a parada permanente da menstruação. A idade média de sua ocorrência em âmbito mundial é aproximadamente aos 50 anos, com uma variação de 43 a 57 anos. Portanto, a transição menopausal, portanto, tem diagnóstico clínico e não há obrigatoriedade da solicitação de exames para este fim.
A terapia de reposição hormonal deve ser individualizada (dose/duração e via de administração) de acordo com as queixas da paciente, a fim de melhora qualidade de vida da mesma. Quando há doenças sistêmicas, como diabetes e hipertensão, prefere-se a via parenteral à via oral. Classicamente, é indicada para tratamento de sintomas vasomotores, síndrome geniturinária da menopausa (secura vaginal, incontinência etc) e prevenção da perda de massa óssea.
O termo terapêutica hormonal é usado para descrever a terapia isolada com estrogênios, a combinada de estrogênios / progestogênios ou de estrogênios / bazedoxifeno ou o uso de tibolona em mulheres durante a peri e a pós-menopausa. O uso dos progestogênios é indicado para mulheres com útero (tecido endometrial) a fim de prevenir espessamento endometrial e câncer de endométrio.
EFB, 51 anos, procura a Unidade Básica de Saúde, relatando ondas de calor, insônia, diminuição da libido e ressecamento vaginal há nove meses. Esses sintomas têm comprometido muito sua qualidade de vida. Foi submetida a histerectomia total por via abdominal aos 45 anos devido a miomatose uterina. G3P3. Vida sexual ativa. Nega tabagismo, nega passado tromboembolismo e não relata casos de câncer de mama na família. Trouxe colpocitologia, mamografia e perfil lipídico normais, realizados há dois meses. Entre as opções terapêuticas para essa paciente, assinale a alternativa ERRADA:
A) Iniciar administração concomitante de estrogênio e progesterona, diariamente.
B) Iniciar terapia sistêmica com estrogênios.
C) Iniciar inibidores seletivos da receptação de serotonina.
D) Iniciar o uso de Cimicífuga racemosa.
A
*A terapia de reposição hormonal deve ser individualizada (dose/duração e via de administração) de acordo com as queixas da paciente, a fim de melhora qualidade de vida da mesma. Classicamente, é indicada para tratamento de sintomas vasomotores, síndrome geniturinária da menopausa (secura vaginal, incontinência etc), prevenção da perda de massa óssea e menopausa precoce.
Progesterona deve ser associada a tratamento estrogênico nos casos em que houver útero (prevenir espessamento endometrial e câncer de endométrio) e quando, mesmo sem útero, houver história de endometriose. Nos demais casos, não há necessidade de reposição de progesterona.
Terapia não hormonal, com isoflavona ou inibidores da recaptação de serotonina (paroxetina, fluoxetina, venlafaxina), podem ser utilizados para tratamento de ondas de calor, irritabilidade.
Mulher de 56 anos teve última menstruação aos 52 anos e comparece à UBS queixando de ressecamento vaginal, diminuição da libido, dispareunia, o que está interferindo na sua qualidade de vida. Nega fogachos, tabagismo, doenças prévias, uso de medicações e está com IMC = 23kg/m². Trouxe resultados de exames de mamografia e citopatológico do colo uterino normais, realizados há dois meses. A conduta MAIS ADEQUADA é indicar o uso de:
A) extrato de amora por via oral.
B) paroxetina por via oral.
C) probiótico por via vaginal.
D) tibolona por via oral.
D
*Paciente com sintomas típicos de hipoestrogenismo relacionado ao climatério. Não apresenta contra-indicações ao uso de terapia hormonal.
O termo terapêutica hormonal é usado para descrever a terapia isolada com estrogênios, a combinada de estrogênios / progestogênios ou de estrogênios / bazedoxifeno ou o uso de tibolona em mulheres durante a peri e a pós-menopausa. O uso dos progestogênios é indicado para mulheres com útero (tecido endometrial) a fim de prevenir espessamento endometrial e câncer de endométrio.
O uso da terapia de reposição hormonal (TRH) atualmente tem como única indicação o tratamento da sindrome climatérica: fogachos importantes, ressecamento vaginal, pele seca, irritabilidade. Está indicada para mulheres que tenham < 10 anos de diagnóstico de menopausa , período conhecido como janela terapêutica, para minimizar os efeitos colaterais de aumento de risco de aumento da incidência de doença cardiovascular.
O teste rápido para HIV pode ser utilizado para diagnóstico da doença durante o pré-natal e antes do parto (internação na maternidade). Frente a um resultado positivo, outro teste com métodos/reagentes diferentes deve ser feito imediatamente.
A sorologia de HIV durante a gestação deve ser oferecida na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre da gestação), no início do terceiro trimestre e no momento do parto.
A transmissão vertical do HIV diminuiu significativamente no Brasil e no mundo, indicando sucesso nas estratégias de prevenção de transmissão do vírus. Dentre as afirmações abaixo relacionadas às medidas de prevenção da transmissão vertical do HIV, assinale a alternativa ERRADA:
A) Administração da zidovudina intra-parto para todas as pacientes HIV positivas independentemente da carga viral e da contagem de células CD4*
B) Iniciar terapia antirretroviral com esquema tríplice, em caráter profilático, a partir de 14 semanas gestacionais nas gestantes HIV positivas
C) Inicio do rastreamento universal da infecção pelo HIV nas gestantes, o mais precocemente possível
D) Realização de cesariana eletiva com 39 semanas de gestação em todas as gestantes HIV positivas, independentemente da carga viral e da contagem de células CD4*
A administração da zidovudina antes da cesárea e no intra-parto deve ser feita para todas as pacientes HIV positivas com carga viral positiva, independentemente da contagem de células CD4+. Cargas virais indetectáveis na 34a semana dispensa a utilização da droga.
A terapia antirretroviral com esquema tríplice, em caráter profilático ou terapêutico, deve ser iniciado o quanto antes nas gestantes HIV positivas.
O inicio do rastreamento universal da infecção pelo HIV nas gestantes deve ser feito o mais precocemente possível.
Indica-se a realização de cesariana eletiva com 38 semanas de gestação em todas as gestantes HIV positivas com carga viral maior que 1.000 cópias.
Paciente de 22 anos, primigesta na 10a semana de gestação quer informações sobre a testagem para o HIV na gravidez. A esse respeito, assinale a recomendação INCORRETA.
A) Informar que o teste rápido deve ser realizado apenas para situações em que se necessite do diagnóstico com urgência.
B) Informar que a testagem para HIV deve ser realizada no primeiro trimestre, idealmente na primeira consulta do pré-natal e no início do terceiro trimeste de gestação.
C) Orientar que é importante realizar a testagem no pré-natal e os benefícios do diagnóstico precoce, tanto para o controle da infecção materna, quanto para a prevenção da transmissão vertical.
D) Orientar que está recomendada a realização de testagem rápida também na admissão na maternidade, no hospital ou na casa de parto para assistência ao parto.
A
*O teste rápido pode ser realizado em várias situações durante a gestação em que se necessite do diagnóstico do HIV, especialmente no primeiro e terceiro trimestres e no momento da internação para o parto, universalmente.
É fundamental a realização de testagem no pré-natal para o diagnóstico, controle da infecção materna e diminuição da chance de transmissão vertical em casos de diagnóstico positivo.
Apenas as gestantes HIV positivas que apresentem carga viral detectável (ou desconhecida) após 34 semanas de gestação é que necessitam receber zidovudina profilática antes da cesárea ou no momento do trabalho de parto / parto.
As gestantes soropositivas com carga viral desconhecida ou maior que 1.000 cópias/mL após 34 semanas de gestação, deve ser submetida a cesárea eletiva com 38 semanas de gestação por razão da diminuição do risco de transmissão vertical do HIV.