Argumentos cognitivos Flashcards
(19 cards)
Quem está por detrás do argumento ontológico?
Anselmo de Cantuária.
Enuncia o argumento ontológico.
- Deus existe no pensamento.
- Se Deus existisse apenas no pensamento (e não na realidade) poderíamos pensar num ser ainda maior do que ele (que existiria no pensamento e na realidade).
- Não podemos pensar um ser ainda maior do que Deus (o ser maior do que o qual nada pode ser pensado).
- Logo, Deus não existe apenas no pensamento (existe também na realidade).
Como define Anselmo de Cantuária Deus?
Para Anselmo, Deus é definido como “tu és um ser do qual não é possível pensar nada maior”, ou como o ser maior do que o qual nenhum outro é possível, ou seja, um ser que acumula em si todas as perfeições que existam, que detém todas as propriedades positivas e nenhuma negativa, de tal modo que seja o máximo possível da perfeição. “Maior” significa, aqui, “com o maior número de qualidades, poderes, propriedades positivas, etc.
Que tipo de argumento é o argumento ontológico?
Este argumento ontológico é um argumento a priori, ou seja, não apela à experiência.
Quais são as principais objeções ao argumento ontológico?
- Gaunilo de Marmoutier argumenta que o argumento serve para provar a existência de coisas que não existem (ex. ilha perfeita; coisas maximamente perfeitas), logo, não podemos confiar neste argumento (a estratégia é aplicar a mesma estrutura lógica do argumento ontológico para concluir que existem coisas que obviamente não existem).
- Kant: A existência não é uma propriedade das coisas como o peso, a forma ou a cor. O argumento trata este conceito como se o fosse.
Quem está por detrás do argumento cosmológico?
Tomás de Aquino.
Enuncia o argumento cosmológico.
- Tudo o que começou a existir tem uma causa (sem a causa não pode haver efeito).
- Se o Universo veio a existir, então nem sempre ele existiu.
- Nenhum evento se pode causar a si mesmo.
- Não pode haver regressão infinita de causas.
- Logo, o Universo tem uma causa primeira (Deus, entidade independente do mundo natural, ou seja, um ser sobrenatural).
O que é que Tomás de Aquino ficou famoso por fazer?
Conciliar a razão com a fé. O seu trabalho foi muito inspirado por Aristóteles.
O que é que o argumento cosmológico afirma?
O raciocínio cosmológico afirma que: Deus é a primeira causa de tudo o que ocorre no Universo.
Que tipo de argumento é o argumento cosmológico?
Este argumento cosmológico é um argumento a posteriori, pois parte da observação empírica.
Quais são as principais objeções ao argumento cosmológico?
- Provar uma causa primeira não é provar a existência de Deus (se o argumento for válido, prova que existe uma primeira causa, mas não determina nada sobre a natureza dessa causa: será uma causa ou mais do que uma? Será uma divindade teísta, deísta ou panteísta?).
- A sucessão de eventos não exige que exista um começo, uma vez que, é
racionalmente aceitável imaginar que ela regride infinitamente (Hume rejeita a impossibilidade de as sequências de eventos regredirem infinitamente Como podemos pensar sempre num número anterior ou posterior a um dado número, existe uma regressão infinita nos números, sendo racionalmente aceitável imaginar que ela regride infinitamente). - O argumento comete a falácia da composição (Afirmar que todos os eventos têm uma causa é apenas uma suposição, pois nem observamos todos os eventos que ocorrem, nem sequer conseguimos explicar causalmente todos os fenómenos que constatamos. Esta ideia- todo o evento tem uma causa- é fruto de uma indução por generalização, que não nos garante absolutamente que a sua conclusão é verdadeira; Mesmo que se afirme que cada evento exige uma causa, não é lícito concluir que a totalidade dos eventos exige também uma causa).
- A sucessão de eventos não exige que exista um começo, uma vez que, é
O que é que teleológico significa?
Estudo do propósito (Telos- fim; propósito).
Que outro nome podemos dar ao argumento teleológico?
Argumento do desígnio.
Quem está por detrás do argumento teleológico?
Tomás de Aquino.
Enuncia o argumento teleológico.
- Algumas coisas sem inteligência agem em vista de uma finalidade.
- Ou alcançam essa finalidade por mero acaso, ou são guiadas por algo inteligente.
- Não é por acaso que alcançam essa finalidade.
- Logo, existe algo inteligente que dirige essas coisas (Deus).
O que é que o argumento teleológico afirma?
O raciocínio teleológico afirma que: Deus, a inteligência criadora das coisas naturais, existe.
Que tipo de argumento é o argumento teleológico?
É um argumento a posterori.
Em que analogia se baseia o argumento teleológico?
O argumento baseia-se numa analogia entre o Universo e um artefacto humano, como um relógio ou uma máquina (William). Pressupõe a existência prévia de um relojoeiro como seu autor e um desígnio ou propósito deste: dispor as várias peças de modo a que se obtivesse a leitura das horas. Do mesmo modo, a grande organização de partes nos seres vivos, ou organicidade, cada uma delas com uma função, mas concorrendo para a sobrevivência e multiplicação desses organismos, sugere também que eles foram concebidos por uma força inteligente com um propósito. Essa força é Deus.
OU
Analogia entre as máquinas desenhadas e pensadas pela inteligência humana e as estruturas naturais que apresentam uma enorme complexidade e perfeita adaptação aos seus fins. Os defensores do argumento teleológico ou do desígnio concluem que na origem do Universo tem de estar uma inteligência capaz de desenhar e pensar o mundo, tal como o ser humano fez para as suas máquinas. Essa inteligência é Deus.
Quais são as principais objeções ao argumento teleológico?
- Charles Darwin: teoria da seleção natural explica a adaptação. Segundo Darwin, as espécies evoluíram mediante seleção natural. Podemos aceitar a existência do acaso para explicar o mundo natural (Se a seleção natural consegue explicar a adequação dos seres vivos ao seu propósito (finalidade) de sobrevivência, então deixa de ser necessário fazer referência a uma entidade que tenha desenhado os seres vivos para esse propósito; O acaso pode, afinal, ter um papel importante na adequação das coisas desprovidas de inteligência às suas finalidades).
- Falácia da falsa analogia: David Hume. A analogia entre o Universo e os artefactos é uma má analogia, pois existem entre eles diferenças cruciais.