aula 10 Flashcards
(7 cards)
Descreva o n. olfativo e lesões
Os neurónios do n. olfativo são bipolares, têm corpos celulares na mucosa olfativa e projetam seus axónios para a cavidade craniana atravessando a lâmina crivosa do osso etmóide para recolha de sensibilidade aferente visceral especial (olfato), terminando em sinapses no bulbo olfativo.
Os nn. vomeronasal e terminal, também relacionados com o olfato, acompanham o n. olfativo e terminam em sinapses no bulbo olfativo acessório.
Lesões no n. olfativo são raras devido à sua grande proteção (revestido por meninges), mas resultaria numa perda de olfato.
Descreva o n. ótico e lesões
O nervo ótico é mais um trato do cérebro do que um nervo propriamente dito. Os corpos celulares dos seus neurónios encontram-se na capa ganglionar da retina e seus axónios projetam-se para a cavidade craniana atravessando o canal ótico. Formam o quiasma ótico dentro da cavidade craniana, onde muitas fibras decussam, sobretudo aquelas provenientes da retina nasal, e posteriormente continuam para fazer sinapse com núcleos do cérebro pelo trato ótico, transmitindo estimulos aferentes somáticos especiais relacionados com a visão.
Lesões do n. ótico resultam em perda de visão e são testadas por respostas de ameaça ou respostas de fixação ocular.
Descreva o n. oculomotor e lesões
O n. oculomotor tem um núcleo motor destinado para inervação do globo ocular, e um núcleo parassimpático para atividade parassimpática da pupila, ao nível ds pedúnculos cerebrais, sendo a sua origem aparente a nível do sulco médio do mesencéfalo.
O nervo sai da cavidade craniana pela fissura orbitária e as suas fibras motoras dividem-se num ramo dorsal para inervação do m. elevador da pálpebra superior e reto dorsal, e num ramo ventral para inervação do m. reto medial, reto ventral e oblíquo ventral.
Suas fibras parassimpáticas pré-ganglionares fazem sinapse no gânglio ciliar, que emite o n. ciliar curto, destinado à inervação do esfincter pupilar e o m. ciliar, para constrição da pupila e regulação da curvatura da lente respetivamente.
Para testar a atividade deste nervo um olho é iluminado e é esperado que as duas pupilas constrictem (reflexo pupilar)
Uma lesão neste nervo leva à um estrabismo ventrolateral.
Descreva o n. troclear e lesões
O n. troclear tem um núcleo motor destinado para inervação do globo ocular, a sua origem aparente é dorsalmente no mesencéfalo, e suas fibras decussam no véu medular rostral e saem da cavidade craniana pela fissura orbitária para inervar o m. oblíquo dorsal. Uma lesão neste nervo leva à um estrabismo dorsomedial.
Descreva o n. trigémio e lesões
O n. trigémio tem um núcleo do trato mesencefálico para recolha de sensibilidade propiocetiva, um núcleo sensitivo pontino para recolha de sensibilidade tátil epicrítica, um núcleo do trato espinhal para recolha de sensibilidade nocicetiva, e um núcleo motor na ponte para inervação dos mm. mastigadores. A sua origem aparente é ventralmente na ponte. As suas fibras sensitivas formam um gânglio a nível do canal do n. trigémio no osso temporal, e se dividem em 3 ramos principais, o n. oftálmico, n. maxilar e n. mandibular, todos estes emitem ramos meníngeos para inervar as meninges.
o n. oftálmico sai da cavidade craniana pela fissura orbitária e tem 3 ramos divergentes principais, os nn. lacrimal, nasociliar e frontal. o n. lacrimal recebe fibras parassimpáticas do n. petroso maior (VII) e inerva a gl. lacrimal. O n. frontal atravessa o orifício supraorbitário (nos cavalos) para recolha de sensibilidade da pálpebra superior e testa mediante seus ramos supratroclear e supraorbitário. O n. nasociliar tem um ramo etmóide, que volta para a cavidade craniana pelo orifício etmóide e atravessa a lâmina crivosa para recolher sensibilidade da cavidade nasal, um ramo infratroclear para recolha de sensibilidade da pálpebra inferior, e um ramo ciliar longo que se associa à fibras simpáticas para inervação do m. dilatador da pupila e também recolhe sensibilidade do olho.
o n. maxilar sai da cavidade craniana pelo orifício redondo e atravessa o canal alar para chegar na fossa pterigopalatina. Nela emite o n. zigomático, que recolhe sensibilidade da zona parietal, e o n. esfenopalatino, que emite o n. nasal caudal, que atravessa o orifício esfenopalatino para recolher sensibilidade da cavidade nasal juntamente com o n. etmóide, e dois ramos que atravessam o orifício palatino caudal, o n. palatino maior que sai pelo orifício palatino maior para o palato duro, e o n. palatino menor que sai pelo orifício palatino menor para o palato mole. Após a emissão desses ramos, o n. maxilar atravessa o orfício maxilar, e continua no canal maxilar como n. infraorbitário, que emite nn. para os dentes superiores, e sai pelo orifício infraorbitário, onde emite ramos nasolabiais que recolhem a sensibilidade do nariz, lábio superior, e pele adjacente.
o n. mandibular recebe fibras motoras do núcleo motor e sai pelo orifício oval. Emite ramos motores para o m. pterigóide lateral e medial, um n. mastigador que se ramifica no n. massetérico para inervação do m. masséter, e no n. temporal profundo para inervação do m. temporal. Emite o n. auriculotemporal para recolha de sensibilidade do pavilhão auricular e região temporal, que continua como n. transverso da face, e também o n. bucal, que recolhe sensibilidade das bochechas e mucosa bucal e associado com o n. petroso menor inerva as gls. bucais. O n. lingual também é emitido pelo n. mandibular e recebe fibras da corda timpânica do n. facial para recolha de sensibilidade gustativa e somática aferente geral dos dois terços mais rostrais da língua. Após a emissão desses nervos, o n. mandibular continua como n. alveolar inferior, que emite o n. milohióideu para inervação do m. com o mesmo nome e do ventre rostral do digástrico, e posteriormente entra no orifício mandibular para recolher sensibilidade dos dentes inferiores até sua saída pelos orifícios mentonianos como nn. mentonianos, para recolha de sensibilidade do lábio inferior.
Descreva o n. abducente e lesões
O n. abducente tem um núcleo motor na medula oblonga destinado à inervação do olho e sua origem aparente é no sulco lateral ventral da medula oblonga. Suas fibras saem da cavidade craniana pela fissura orbitária para inervar os mm. retrator do globo ocular e reto lateral. Uma lesão neste nervo leva à um estrabismo medial.
Descreva o n. facial e lesões
O n. facial tem um núcleo motor na medula oblonga para inervação dos mm. faciais, um núcleo parassimpático para atividade parassimpática de gls. da cabeça, e faz parte do núcleo solitário para recolha de sensibilidade gustativa e aferente somática geral. Sua origem aparente é lateralmente ao corpo trapezóide na medula oblonga. O n. facial entra no meato acústico interno, onde forma o gânglio geniculado e emite alguns ramos antes de sair pelo orifício estilomastoideu como n. facial. No meato acústico interno emite um ramo motor para o m. estapédico, e dois nervos que constituem o n. intermédio: o n. petroso maior, que se junta a fibras simpáticas e faz sinapse no gânglio pterigopalatino para depois continuar para inervar a gl. lacrimal juntamente com fibras do n. lacrimal; e a corda timpânica, que recolhe sensibilidade gustativa e somática geral dos dois terços mais rostrais da língua juntamente com o n. lingual.
Após a saída pelo orifício estilomastoideu, o n. facial emite o n. auricular interno, que se junta ao ramo auricular do n. vago para recolher sensibilidade do ouvido interno, o n. auricular caudal para inervar os mm. caudais do pavilhão auricular, o n. auriculopalpebral, que se divide num ramo auricular rostral para inervação dos grupos mais rostrais dos mm. do pavilhão auricular, e um ramo palpebral para inervação dos mm. faciais ao serviço do olho, e um ramo cervical que comunica com o n. transverso do pescoço. Também emite ramos digástricos para os ventres caudal e occipitomandibular do m. digástrico, e ramo estilohioideu para os mm. estilohioideu e occipitohioideu. O n. facial continua então como o n. bucal dorsal e bucal ventral, cada um termina em ramos bucolabiais e são responsáveis para a inervação dos restantes mm. faciais, incluindo os mm. do nariz e boca.
Uma lesão no n. facial tem efeitos diferentes dependendo da sua localização, podendo resultar numa queda das orelhas (n. auriculopalpebral), nos mm. da boca (nn. bucais ventral e dorsal) ou numa incapacidade de fechar as pálpebras (ramo zigomático).