Câncer de Estômago Flashcards

(42 cards)

1
Q

Qual o tipo histológico mais comum do ca de estômago?

A

O adenocarcinoma gástrico (AcG). Outros: linfomas (é o sítio extranodal mais frequente no LNH), sarcomas, etc.

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2
Q

FR Ca gástrico.

A

HP (gastrite crônica atrófica), anemia perniciosa, HF, gastrectomia parcial (eg, refluxo alcalino), sangue A, baixo nível socioeconômico, tabagismo, etilismo, dieta rica em sal e defumados, EBV.

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3
Q

Quais os tipos de AcG? Quais as características histológicas e macroscópicas de cada um? Como é a disseminação?

A

Pela classificação de Lauren:

1) Intestinal: bem diferenciado, subtipo mais comum, pref homens, associado a gastrite crônica atrófica, principalmente distal. Disseminação hematogênica. IH: instabilidade de microssatélites.
2) Difuso: indiferenciado, células em anel de sinete, infiltrativo. É mais proximal com prognóstico pior. Contiguidade e linfogênica. Igual nos sexos. Mais jovens, hereditário. Grupo sanguíneo A. Bx superficiais podem dar falso-negativos.

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4
Q

Qual a importância de um pólipo gástrico?

A

Deve ser SEMPRE ressecado. Hiperplásicos são marcadores de risco (RARAMENTE degeneram em câncer) e os adenomatosos (podem evoluir para câncer).

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5
Q

Comente sobre o cancer gástrico difuso hereditário.

A

Relação familiar, difuso, invasivo e com pior prognóstico.
Gene CDH1 (redução da função da E-caderina).
Autossômica dominante com alta penetrância.
Cx profilática entre 30-40 anos.

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6
Q

Como classificar macroscopicamente o AcG?

A

Borrmann:
I: carcinoma polipoide (sobrevida 40%)
II: ulcerado com margens bem demarcadas e sem nenhuma infiltração (~ úlcera gástrica benigna). 35%
III: ulcerado infiltrante com margens pouco definidas. 20%
IV: infiltrativo difuso - lesão difícil de ser definida, se estendendo por todas as camadas gástricas e em todas as direções. Quando acomete todo estômago, chamase linite plástica.
V: ca gástrico cuja definição não se enquadra nas anteriores.

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7
Q

Comente sobre a classificação molecular do AcG.

A

I: infecção pelo EBV.
II: instabilidade de microssatélite
III: genomicamente estáveis (CDH1 - ca gástrico difuso)
IV: instabilidade cromossômica (p53 HER2)

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8
Q

O que é o câncer gástrico precoce?

A

São tumores restritos à mucosa e/ou submucosa (não ultrapassam isso), INDEPENDENTEMENTE do acometimento linfonodal.
T1 e qualquer N.

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9
Q

Qual o QC do AcG?

A

Inicial: assintomático ou dispepsia.
Avançado: perda ponderal, dor epigástrica, vômitos (se obstrução pilórica), náusea/anorexia/disfagia, melena, saciedade precoce, dor semelhante à DUP.

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10
Q

Quais os principais locais de mx do AcG?

A

Fígado > pulmão > peritônio (p difuso).
Linfonodos: Virchow (linfonodo supraclavicular E), Irma Maria Jose (umbilical), Irish (axilar E), prateleira de Blumer (carcinomatose peritoneal), Krukemberg (ovário) e omental cake (carcinomatose do omento).

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11
Q

Quais síndromes paraneoplásicas podem estar presentes no AcG?

A

Sd de Trousseau (tromboflebite migratória superficial), sinal de Leser-Trélat (ceratose seborreica difusa), acantose nigricans e sd nefrótica.

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12
Q

Como dx o AcG?

A

EDA + bx na margem e base. Exame baritado (SEED - seriografia esôfago-estômago-duodeno) pode ser usado como triagem, sendo bom para identificar linite plástica (aspecto de “garrafa de couro”).

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13
Q

Quais os exames para estadiamento do AcG?

A

TC tórax e abdome: avaliar mx. Falho para avaliação regional de nódulos pequenos e peritoneal.

USG endoscópico: padrão ouro para N. Avalia o N pré-operatório. Bom para lesões menores.

PET-TC: avaliar mx oculta (não apresenta marcador tumoral) ou recidiva. Pode dar falso negativo.

VLP: >=T2 +/- linfonodo positivo. Avaliar meta oculta (hepática ou peritoneal), muda o estadiamento em até 40% dos casos. Caso não achar: realizar lavado peritoneal.

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14
Q

Estadiamento TNM.

A

T:
- T1a: até lamina própria ou muscular da mucosa // T1b: submucosa.
- T2: muscular
- T3: subserosa sem peritônio.
- T4a: peritônio visceral // T4b: estruturas adjacentes.
N:
- N1: 1-2 linfonodos regionais
- N2: 3-6 linfonodos regionais.
- N3a: 7-15 // N3b: 16+
M:
- M0 sem mx.
- M1a: linfonodos não regionais
- M1b: ossos.
- M1c: outros sítios.

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15
Q

Qual o tto do AcG?

A

Ressecção com margem de segurança (em torno de 6 cm; se difuso: 8 cm) + linfadenectomia a D2.
*Omentectomia se indiferenciado e T4b com sinal de invasão do omento.

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16
Q

Quantos linfonodos retirar na linfadenectomia?

A

Mínimo 16 linfonodos.

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17
Q

Quais os tipos de linfadenectomia?

A

D1: próximo ao estômago.
- 1-7
- D1 plus: 8a + 9 + 11p (condição clínica com dç local OU sem linfonodo acometido previamente)
D2: até a cadeia 12a
D3: sem benefício de sobrevida

18
Q

Linfonodos da linfadenectomia.

A

1 Paracárdicos direitos
2 Paracárdicos esquerdos
3 peq curv
4 grande curv
5 suprapilóricos
6 infrapilóricos
7 gástrica esquerda
8 hepática comum
9 tronco celíaco
10 hilo esplênico
11p ou d esplênica proximal ou distal
12 lig hepatoduodenal (a artéria b biliar p porta)
13 retropancreáticos

19
Q

Quais as modalidades de QT para o AcG?

A

QT periop (neo e adj): >= T2 e/ou N+ (FLOT-4 - fluoracil, oxiplatina e docetaxel 4 antes e 4 dps)
QT adjuvante: ressecável T3, T4 ou N+
- T2N0 de alto risco: indiferenciado, IAL ou IPN+ ou < 16 linfonodos.
RT: padrão não realizar. Considerar se margens comprometidas ou < 16 linfonodos.

20
Q

Classificação das margens cirúrgicas.

A

R0 margens livres
R1 margem macro livre e micro comprometida
R2 tudo comprometido.

21
Q

TTO cx AcG metastático.

A

Sangramento: EDA, angioembolização, RT (cx último caso).
Obstrução: prótese autoexpansível por EDA, gastroenteroanastomose sem ressecção do tumor.
Perfuração: cirurgia.
*Cx higiênica eletiva é contraindicada!!

22
Q

TTO AcG metastático.

A

QT paliativa
QT conversão: oligometastácio (1 sítio de meta): avaliar metastasectomia.
Imunoterapia: HER2+ = trastuzmabe // antiPD1 = pembro e nivo.

23
Q

Como fazer o tto do ca gástrico precoce?

A

Igual ao do adenocarcinoma (gastrectomia com margem de segurança + linfadenectomia). Em algumas situações, pode receber tto endoscópico.

24
Q

Classificação AcG precoce.

A

Japonesa e Paris:
I lesão polipoide
p pediculado
ps subpediculado
s sessil
II planas ou superficiais
a superficial elevada
b plano
c com depressão
III ulceradas
IV invasão lateral.

25
Quais as situações permitem o tto do ca gástrico precoce por endoscopia?
Preencher todos os requisitos a seguir: - Limitado à mucosa (t1a ou T1b sm1) - Não pode ser ulcerada. - Não pode ter invasão linfovascular ou IPN - Lesão pequena (=< 2 cm). - Bem diferenciado
26
Cadeias de linfonodos ressecados.
D1: perigástricos até 3 cm das margens do tumor. D2: D1 + os que acompanham as artérias mais próximas (gástrica esquerda, esplênica e tronco celíaco). D3: D2 + linfonodos do ligamento hepatoduodenal, cabeça do pâncreas e raíz do mesentério de delgado.
27
Quais os linfomas gástricos mais comuns?
Linfoma difuso de grandes células B (LNH) e o linfoma MALT.
28
Qual achado macroscópico por EDA do linfoma gástrico?
Indistinguível do AcG.
29
Como dx o linfoma gástrico?
EDA + bx.
30
Qual doença o linfoma MALT está fortemente associado?
HP.
31
Qual o tto do linfoma gástrico?
Grandes células B: grastectomia total + RT + QT. MALT: erradicação do HP.
32
Qual o tumor mesenquimal mais comum do TGI?
O GIST (gastrintestinal stromal tumor).
33
Qual a localização mais comum do GIST?
Estômago (até 60%) > ID > cólon.
34
Qual a epidemiologia do GIST?
Maioria 60 anos, sem predileção por sexo.
35
Qual a origem do GIST?
Derivam de células neurológicas autonômicas da camada muscular da parede gástrica, as céluals de Cajal (responsáveis pelo marca-passo da peristalse).
36
Marcadores GIST.
CD 117 (C-KIT). Outros: CD34 e PDGF.
37
Como dx o GIST?
Análise histopatológica da peça cirúrgica. BX: se irresecável ou mx. TC tórax e abd USG EDA: para realizar bx.
38
Quais os fatores relacionados ao GIST afetam seu grau de malignidade?
O n° de mitoses por campo (5 ou menos por 50 campos é benigno) e o tamanho do tumor (5 ou menos cm geralmente são benignos). \*Não são 100% confiáveis.
39
Qual o tto do GIST?
Ressecção cirúrgica SEM linfadenectomia (exceto se linfonodo comprometido). \* RT e QT não são úteis no GIST. ** < 2 cm: pode realizar acompanhamento com EDA se assintomático. Ressecar se irregular, ulcerado, heterogênio ou extragástrico. ***Imatinibe: inibidor de tirosina quinase. Indicado na mx ou alto/mod risco de recorrências (GIST extragástrico, perfurados, índice mitótico, recorrência). ****Irressecável: neoadj c imatinibe.
40
Como é a gastrectomia do GIST?
Pode ser atípica a depender do tamanho e localização.
41
Como são as margens de seguraça no tratamento do GIST?
Não precisam ser extensas, podendo-se realizar as gastrectomias atípicas.
42
Classificação dos tumores na JEG.
Classificação de Siewert (avalia o epicentro da lesão): I: esôfago até 5 cm da JEG - tto como esôfago II: epicentro entre 1 cm proximal da JEG até 2 cm distal da JEG - tto como esôfago (exceto se não cruzar a TEG proximal - tratar como de estômago). III: abaixo da cardia 2-5 cm - tto como estômago.