Capítulo 6 Flashcards

1
Q

Que tipos de redistribuição existem? Especifica

A

1) Redistribuição compulsória: levada a cabo pelo Estado e financiada compulsoriamente pelos cidadãos
- Pela via da receita: a redistribuição resulta da forma como se cobram as receitas (nomeadamente da progressividade dos impostos)
- Pela via da despesa: a redistribuição resulta de programas de intervenção (que originam despesa)

2) Redistribuição voluntária: a que é realizada através de iniciativas provadas e que correspondem à ação de IPSS e de agentes com preferências altruístas

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2
Q

O que diz o princípio da capacidade tributária?

A

Determina que o imposto devido deve ser função da capacidade pessoal do contribuinte para pagar

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3
Q

O que implica o princípio da equidade?

A

Implica que o sistema fiscal deve assegurar:
- Equidade horizontal: Indivíduos nas mesmas circunstâncias (com igual capacidade tributária ou benefício)
- Equidade intergeracional: Os sistemas fiscais devem repartir de forma equilibrada os sacrifícios entre gerações
- Equidade vertical: Indivíduos com capacidades tributárias ou benefícios diferentes devem ter tratamento fiscal diferenciado

Combinada a definição do princípio da capacidade tributária com a equidade vertical implica a definição de um sistema fiscal com o nível de progressividade adequado

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4
Q

Como pode ser efetuada a definição do nível de progressividade?

A

Pode ser efetuada de acordo com:
- Princípio do sacrifício absoluto igual: O valor do imposto a pagar deve ser tal que cada indivíduo perca exatamente a mesma utilidade total, qualquer que seja o rendimento antes do imposto (mesmo sacrifício)

  • Princípio do sacrifício proporcional igual: O pagamento do imposto deve ser tal que os indivíduos no cumprimento da sua obrigação fiscal percam uma utilidade tal que a proporção entre a utilidade perdida a pagar o imposto e a utilidade total seja a mesma para todos os contribuintes, qualquer que seja o rendimento antes do imposto
    (Se a Umg do rendimento for decrescente, impor o sacrifício proporcional igual implica que haja um sistema com impostos progressivos)
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5
Q

Existem 6 tipos de programas de redistribuição de rendimento

A

O aumento do rendimento das famílias mais necessitadas pode ser obtido através de diferente tipos de programas de apoio social:

1) Programas de transferências monetárias
2) Programas de transferências em espécie: programas de apoio condicional ao consumo de determinados bens ou serviços
3) Programas gerais: Programas aplicados a toda a população com determinado nível de rendimento
4) Programas dirigidos: Programas aplicados a toda a população com determinado nível de rendimento (EX: Famílias com crianças pequenas, reformados)
5) Programas com condição de recursos: Programas cujo acesso exige a comprovação de uma situação de insuficiência de rendimento e de património, por vezes abrangendo famílias alargadas
6) Programas sem condição de recursos: Acesso depende apenas do nível de rendimento corrente

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6
Q

Dá exemplos de 1) Programas de transferências monetárias e de 2) Programas de transferência em espécie

A

1) Programas de transferências monetárias
- Pensões não contributivas;
- Rendimento social de inserção
- Complemento solidário para idosos

2) Programas de transferência em espécie
- Habitação social
- Creches
- Estruturas residenciais para pessoas idosas
- Proteção jurídica

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7
Q

Como pode ser calculado o valor das transferências monetárias para redistribuição do rendimento?

A
  • Transferências de valor fixo (EX: Pensões não contributivas)
  • Transferências decrescentes com o rendimento original
  • Transferências que garantem um determinado rendimento 8EX: CSI)
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8
Q

As transferências monetárias podem estar dependentes da verificação da condição de recursos. No caso da SS como é definida?

A
  • Património Mobiliário do agregado familiar não ser superior a 240 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, 115303
  • Avaliação do rendimento global do agregado familiar, incluindo o rendimento presumido do património mobiliário e imobiliário e todas as outras fontes de rendimento
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9
Q

O que é o INR?

A

É uma transferência monetária que depende negativamente do nível de rendimento do agregado familiar e positivamente da dimensão do agregado familiar; na análise subsequente, este último fator será mantido constante.

O INR é um modelo de transferências monetárias geral, que incorpora vários tipos de programas como casos particulares

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10
Q

Um modelo concreto de INR é definido por 3 parâmetros. Quais são?

A
  • Rendimento mínimo assegurado (A): Valor mínimo de rendimento que todos os cidadãos têm garantido
  • Taxa marginal de imposto (t), que reflete a taxa a que a transferências (Ti) se reduz, à medida que aumento o rendimento antes da transferência (Ri); Ti = A - tRi
  • Rendimento a partir do qual a transferências é nula (B): É o rendimento a partir do qual se deixa de ter direito à transferência
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11
Q

O INR é um exemplo do trade-off entre eficiência e equidade. Porquê?

A

As escolhas dos agentes em termos de trabalho e lazer alteram-se com a transferência, no sentido da redução da quantidade de trabalho fornecida (menor produção)

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12
Q

A transferência de INR aumenta a utilidade do agente, mas reduz a sua oferta de trabalho. Qual o impacto em termos de ineficiência?

A

A transferência gera ineficiência porque incentiva o agente a substituir trabalho por lazer (o C.O do lazer agora é inferior)

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13
Q

Os programas de redistribuição através de transferência de rendimento necessitam de ser calibrados para encontrar um equilíbrio entre equidade e eficiência. Explica

A
  • À medida que a taxa marginal de imposto aumenta, o efeito substituição funciona no sentido de menos trabalho e mais lazer (e, portanto, mais ineficiência) porque a renumeração associada ao trabalho é menor
  • Esquemas de redistribuição com taxas marginais de imposto elevadas (EX: RSI) proporcionam maior equidade mas também geram maior ineficiência (por criarem um maior incentivo ao lazer)
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14
Q

O que é um subsídio em espécie?

A

Trata-se de um subsídio condicional à utilização de um bem: só aufere o subsídio do Estado quem consumir o bem subsidiado

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15
Q

2º a teoria económica, uma transferência em rendimento é sempre melhor do que um subsídio em espécie em termos de BE do agente. O que justifica então a concessão de um subsídio em espécie?

A
  • Paternalismo/Bens de mérito: O Estado considera que deve orientar as escolhas dos consumidores no sentido de determinados bens cujo consumo é considero como desejável (EX: Educação)
  • Grupos de interesse/Lóbis: São favoráveis à subsidiação de certos bens como medicamentos, livros
  • Razões de políticas setoriais
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16
Q

O que é um subsídio em espécie em quantidade fixa?

A

É uma transferência condicional cujo montante é decidido à partida pelo Estado

17
Q

O que é um subsídio em espécie em quantidade variável?

A

É uma transferência condicional cujo beneficiário determina o montante do subsídio que vai receber

Quanto mais o indivíduo consumir do bem, mais subsídio terá, pois funciona como uma redução do preço do bem. Com o subsídio, consome mais unidades do bem, aumentando o BE

18
Q

Qual a diferença entre a TER de Hicks e o subsídio?

A
  • Comparando com a TER de igual bem-estar - Hicks (com base na RO paralela à inicial e tangente à CI final), o indivíduo teria o mesmo bem-estar a um menor custo para o Estado. Logo, este subsídio não maximiza o BE
  • Com o subsídio, consome mais unidades do que consumiria com a TER. O sobreconsumo do bem devido à redução do preço mede a ineficiência associada ao subsídio (efeito substituição)
  • Embora não maximize o BE, este subsídio incentiva o consumo; este incentivo é tanto maior, quanto maior o subsídio (menos inclinada é a RO) e quanto maior a apetência pelo bem