Caso 2: Cardiopatias congênitas Flashcards
(154 cards)
CC: cardiopatia congenita
introdução
definição
uma alteração estrutural do coração ou dos grandes vasos da base, apresentando significância funcional real ou potencial
CC epidemio
Estudos mais recentes têm encontrado aumento na prevalência de cardiopatias congênitas, principalmente naquelas menos complexas, como a comunicação interventricular (CIV
Na evolução natural da cardiopatia congênita, a mortalidade é extremamente alta
CC aspectos clínicos e fisiopatológicos
Os neonatos e lactentes são encaminhados, geralmente, por quatro alterações clínicas: 4
Em crianças maiores e adolescentes, outros sintomas podem estar associados às anomalias congênitas, como: 3
cianose, insuficiência cardíaca (IC), sopro e arritmia
dor precordial, tontura e síncope
são causas das CC 5
- Uma das causas mais comuns de defeitos cardíacos congênitos é uma infecção viral na mãe durante o primeiro trimestre de gestação, quando o coração fetal está sendo formado Ex: rubeola
- Tomar certos medicamentos, como inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ACE) e medicamentos para acne (p. ex., isotretinoína)
- abuso de álcool ou drogas
- Alguns defeitos cardíacos congênitos são hereditários, porque o mesmo defeito ocorre em gêmeos idênticos, bem como nas gerações seguintes.
- defeitos cardíacos congênitos frequentemente estão associados a outros defeitos congênitos.
Os sintomas dos pacientes são manifestações de distúrbios hemodinâmicos e estão fundamentalmente relacionados às alterações no fluxo pulmonar; por isso, as cardiopatias congênitas são classificadas funcionalmente em: 3
cardiopatia de hipofluxo pulmonar, cardiopatia de hiperfluxo pulmonar e cardiopatia de normofluxo pulmonar.
As cardiopatias congênitas podem ser divididas em quatro tópicos:
cardiopatias cianóticas, lesões com shunt esquerda direita, lesões obstrutivas e miscelâneas.
A cianose da criança com cardiopatia congênita é do tipo X, quase sempre generalizada; entretanto, em alguns casos, ela pode ser evidente no dimídio inferior (membros inferiores) e ausente no dimídio superior (membros superiores e mucosas) e vice-versa, denominada cianose Y
X: central
Y: diferencial.
Quais principais CC que se manifestam com cianose 2
TGA
tetralogia de fallot
Há três causas para a cianose:
presença de uma lesão obstrutiva direita com shunt da direita para esquerda (por exemplo, tetralogia de Fallot), conexão ventrículo-arterial discordante (TGA) e presença de uma mistura comum (por exemplo, ventrículo único).
O aparecimento da cianose ocorre quando
-valor
O aparecimento da cianose ocorre quando a concentração da hemoglobina reduzida no sangue circulante é maior que 5 g/dL, por isso ela pode estar ausente em crianças com anemia. A cianose também pode ser leve ou mesmo ausente nos casos de fluxo pulmonar aumentado e grande mistura arteriovenosa.
como pode ser feita a diferenciação entre a cianose de causa cardíaca e não cardíaca
e no caso de cianose central
A diferenciação entre a cianose de causa cardíaca e a não cardíaca (pulmonar, hematológica e neurológica) pode ser feita de maneira simples e rápida com o auxílio do ecocardiograma, embora a utilização deste método ainda seja restrita em muitos serviços.
O teste de hiperoxia pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre causa cardíaca e não cardíaca de cianose central
quais valores do teste de hiperoxia sugerem CC causa cardíaca e não cardíaca de cianose central
O aumento de pO2 acima de 160 mmHg após a administração de oxigênio a 100%, por 5 a 10 minutos, sugere ausência de cardiopatia congênita cianótica, mas pO2 > 250 mmHg efetivamente a exclui. O não aumento do pO2 acima dos níveis citados está fortemente associado a alteração cardiológica.
Teste positivo:
PO2 > 250 mmHg: excluem-se as CCC.
Teste negativo:
PO2 < 100 mmHg: provável cardiopatia congênita cianótica crítica do tipo fluxo pulmonar canal-dependente (atresia pulmonar) ou circulação em paralelo (TGA).
PO2 entre 100 e 250 mmHg: possível cardiopatia congênita com shunt misto (por exemplo, tronco arterial comum, ventrículo único sem estenose pulmonar, síndrome de hipoplasia do coração esquerdo).
Caso ocorra uma diferença maior que 20 mmHg entre a PO2 pré e pós-ductal, deve-se pensar na possibilidade de hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido.
Tabela 2 Esquema diagnóstico das principais cardiopatias congênitas que se manifestam com cianose
OLHAR
Tabela 2 Esquema diagnóstico das principais cardiopatias congênitas que se manifestam com cianose
Uma variedade de cardiopatias congênitas pode evoluir com IC, porém as principais são 2 (tipo dos mecanismos e não as doenças em si)
as cardiopatias congênitas de hiperfluxo pulmonar com hipertensão venocapilar pulmonar e as doenças obstrutivas, nas quais predominam as obstruções esquerdas
lesoes com shunt E-D e lesoes obstrutivas
qual quadro clínico das CC que podem evoluir com IC
O quadro clínico, em geral, é de IC global, com taquipneia, cansaço e interrupções às mamadas, sudorese, taquicardia, cardiomegalia e hepatomegalia. É rara a descompensação isolada do lado esquerdo ou do lado direito do coração.
Lesões com shunt E-D e lesões obstrutivas
Dois fatores são fundamentais para o desencadeamento da IC:
o primeiro é o fechamento do canal arterial, que ocorre funcionalmente durante as primeiras horas ou nos dias iniciais de vida; e o segundo, a diminuição da resistência vascular pulmonar, que ocorre ao longo dos primeiros meses de idade.
doencas obstrutivas
qual mecanismo de desencadeamento da IC em relação do fechamento do canal arterial?
O débito sistêmico em doenças obstrutivas, como hipoplasia de ventrículo esquerdo, estenose aórtica crítica e coarctação da aorta pré-ductal, depende do fluxo da artéria pulmonar para a aorta através do canal arterial. Com o fechamento do canal, o fluxo sistêmico diminui abruptamente, ocorrendo IC e choque cardiogênico
O quadro clínico é mais tardio em doenças com shunt da esquerda para a direita, que são 2
CIV e PCA
Lesões com shunt E-D e lesões obstrutivas
A passagem de sangue da circulação sistêmica para a circulação pulmonar depende de
de uma diminuição significativa da resistência vascular pulmonar, o que ocorre a partir do final do primeiro mês de vida. O aparecimento da anemia fisiológica contribui para essa diminuição.
Tabela 3 Frequência das principais cardiopatias congênitas que se manifestam com IC
ORDEM de mais pra menos 4
CIV
TGA
Coarctação da aorta
PCA
Tabela 4 Características clínicas das principais cardiopatias congênitas que evoluem com IC
COARCTAÇÃO DA AORTA
-idade
-característica clinicas 4
idade: 2a a 3a semanas
característica clínica: Ausência de pulso em membros inferiores, choque, ausência de sopro, SVD
Tabela 4 Características clínicas das principais cardiopatias congênitas que evoluem com IC
TGA
- idade
-características clinicas 2
idade: > 3 semanas
características clinicas: Cianose central, SBIV
Tabela 4 Características clínicas das principais cardiopatias congênitas que evoluem com IC
CIV, PCA ( cardiopatias de shunt)
- idade
-características clinicas 1
idade: > 3semanas
características clinicas: Sopro de aparecimento tardio
qual é a maior causa de encaminhamento para investigação de CC
sopro cardíaco
aproximadamente metade apresenta sopro inocente, situação na qual não existe doença cardíaca como causa de sopro.