Cirurgia Flashcards
(88 cards)
PÓS-OP
Infecção de sítio
- Suspeita:
-> sinais flogísticos e drenagem de secreção purulenta - Manejo:
-> Abrir os pontos, lavar com SF e desbridar, fechar ou deixar para cicatrização em segunda intenção
-> Antibioticoterapia = apenas se sinais sistêmicos de infecção (febre, taquicardia)
PÓS-OP
Deiscência de FO (aponeurose)
- Suspeita:
-> drenagem de secreção em água de carne / cor de salmão / serossanguinolenta
-> pode ser eventração (pele íntegra) ou evisceração (contato da alça com meio externo)
=> principal causa = infecção de sítio citúrgico - Tratamento:
-> eventração: exploração digital
=> se deiscência pequena = tratamento expectante;
=> se deiscência grande = ressuturar em CC
-> evisceração: ressuturar em CC (inicialmente cobrir as alças com compressa úmida estéril)
FEBRE
Causas de febre pós-op
- Primeiras 72h:
-> atelectasia (fisioterapia respiratória)
-> SIRS (taquicardia, hipotensão) - Após 72h:
-> pneumonia
-> ITU
-> infecção de sítio cirúrgico
-> TVP
-> fístulas / deiscência de anastomoses - Após 7o dia:
-> infecção intra-abdominal
PÓS-OP
Deiscência de anastomose e fístula
- Suspeita:
-> dor abdominal e peritonite, febre, taquicardia, hipotensão (sepse de foco abdominal) - Confirmação:
-> TC abdome com contraste EV +/- contraste oral e/ou retal - Tratamento:
-> ATBterapia (sempre!) + jejum VO e NPP + estabilização clínica
-> avaliar necessidade de reoperar = se precisar, fazer ostomia e reconstruir futuramente
=> a maioria das fístulas fecha sozinha, mas algumas têm mau prognóstico:
-> TREINO = trajeto curto (< 2 cm) / radioterapia / corpo estranho / infecção / neoplasia / obstrução distal (aumenta a pressão)
PÓS-OP
Síndrome compartimental abdominal
- Fisiopatologia:
-> aumento da pressão intra-abdominal
-> contexto de trauma abdominal, hiper-hidratação - Diagnóstico:
-> Aumento da pressão intra-abdominal (> 12) = aferida pela pressão intravesical
-> Aumento da pressão das vias aéreas
-> Oligúria e hipotensão - Tratamento:
-> Evitar hiper-hidratação e buscar BH negativo
-> SNG para descompressão
-> Sedoanalgesia para complacência abdominal
-> Se refratário OU PIA > 25 = peritoniostomia
AAO
Imagem e causas
- Delgado:
-> empilhamento de moedas (pregas coniventes), dilatação de alças centrais
-> causas: bridas > carcinomatose peritoneal > hérnias > Crohn etc - Grosso:
-> haustrações, dilatação de alças periféricas, grão de café (volvo de sigmoide), imagem em vírgula (volvo de ceco)
-> causas: CA colorretal > volvo de sigmoide/ceco - Oclusão vs suboclusão:
-> ar na ampola = suboclusão
AAO
Tratamento
- Delgado:
-> brida: tentativa inicial de tratamento conservador por 48h = jejum, SNG, correção de DHE
=> se falha em 48h ou piora clínica: cirurgia para lise de aderências - Grosso:
-> neoplasia: cirurgia (ressecção ou apenas ostomia)
-> volvo de sigmoide: colonoscopia descompressiva seguida de cirurgia eletiva (sempre faz sigmoidectomia, pelo alto risco de recorrência)
-> volvo de ceco: cirurgia (hemicolectomia direita)
=> Independente da causa, se houver sinais de perfuração, instabilidade hemodinâmica ou peritonite -> tratamento cirúrgico
PRÉ-OP
Manejo de anticoagulantes
Varfarina:
- Suspender 5 dias antes
- Se risco alto/moderado de TEV: fazer ponte com enoxaparina e suspender 24h antes
- Controle de RNI no dia anterior: se RNI > 1,5, fazer vitamina K 2 mg
- Retornar anticoagulação 12-24h após cirurgia
=> se cirurgia de urgência = suspender + vitamina K + complexo protrombínico ou PFC
DOACs:
- função renal normal: suspender 24h antes
- função renal alterada: suspender 48h antes
PRÉ-OP
Manejo de antiagregantes e corticoide
- AAS:
-> manter (exceto neurocirurgia ou RTUp) - Clopidogrel:
-> suspender 5 dias antes - Corticoide:
-> Manter dose usual e ACRESCENTAR:
=> hidrocortisona 50 mg antes da incisão
=> hidrocortisona 25 mg 8/8h nas primeiras 24h de pós-op
PRÉ-OP
Classificação ASA
- ASA 1: sem comorbidades, não fumante, etilista social
- ASA 2: doença leve = tabagista, gestante, IMC 30-40, HAS, DM2
- ASA 3: doença grave sem limitação = IMC > 40, DRC dialítica [DRC = 3 letras]
- ASA 4: doença grave com ameaça constante à vida = IC descompensada, sepse [4me4ç4]
- ASA 5: moribundo, sem expectativa de sobreviver sem a cirurgia = AVEh grave, AAA roto
- ASA 6: morte encefálica [en6fálica]
HPB
Tratamento clínico, indicações de cirurgia e procedimentos de escolha
- Clínico:
-> doxazosina ou tansulosina (alfa-bloqueador)
-> se próstata > 30-40 g OU PSA > 1,5 = associar finasterida (inibidor da 5-alfa-redutase) - Cirurgia:
-> falha do tratamento clínico
-> retenção urinária
-> ITU de repetição
-> hidronefrose com disfunção renal
-> hematúria persistente
-> cálculo vesical - Procedimentos:
-> RTUp
-> Se próstata > 80 g OU cálculo vesical = prostatectomia subtotal
COLEDOCOLITÍASE
Diagnóstico e tratamento
- Diagnóstico:
-> USG abdome
-> se USG duvidoso ou apenas sinais indiretos = colangioRM - Tratamento:
-> CPRE
-> se diagnóstico por colangiografia intraoperatória = exploração cirúrgica da via biliar
-> se colédoco dilatado (> 15-20 mm) e múltiplos cálculos = derivação biliodigestiva (coledocojejunostomia)
COLANGITE
Clínica, diagnóstico e tratamento
- Clínica:
-> tríade de Charcot: dor abdominal + febre + icterícia
-> pêntade de Reynolds: dor abdominal + febre + icterícia + instabilidade hemodinâmica + confusão mental - Diagnóstico:
-> USG com dilatação do colédoco
-> se USG duvidoso: colangioRM - Tratamento:
-> ATBterapia EV (unasyn pelo efeito da ampicilina contra Enterococus)
-> Drenagem de via biliar: CPRE (preferencial) => se falha, drenagem transparieto-hepática ou por ecoendoscopia
-> se colédoco dilatado (> 2 cm) ou múltiplos cálculos = derivação biliodigestiva
DAOP
Diagnóstico e tratamento (incluindo cirurgia)
- Diagnóstico:
-> ITB < 0,9
=> angioTC APENAS para planejamento cirúrgico - Tratamento clínico:
-> AAS + estatina + controle dos fatores de risco
-> cilostazol e exercícios supervisionados - Cirurgia = sinais de isquemia critica:
-> dor ao repouso
-> gangrena
-> lesão trófica > 2 sem
=> angioplastia, bypass/derivação arterial ou amputação
OAA
Causas, classificação e manejo
- Causas:
-> êmbolo (FA) ou aterosclerose
- Classificação e manejo:
-> sempre: proteção térmica e anticoagulação plena
-> membro viável (1) ou risco potencial (2a): trombólise química e confirmação com exame contrastado (angioTC) - pode ter comprometimento sensitivo leve em dedos (não mais que isso)
-> risco imediato (2b) = alteração de sensibilidade e/ou motricidade: cirurgia imediata com arteriografia intraoperatória (revascularização se trombose OU embolectomia com cateter de Fogarty se embólico)
-> membro inviável (3) = cianose fixa, anestesia profunda, rigidez muscular: amputação
HEMATOMAS CRANIANOS
Peculiaridades do epidural, subdural, subaracnóideo e intraparenquimatoso
Epidural:
- sangramento arterial (meníngea média)
- formato de limão
- intervalo lúcido
Subdural:
- sangramento venoso pelas veias pontinas
-> maior risco em idosos e etilistas (atrofia cerebral, maior tensão nas veias)
- formato de banana
- sem intervalo lúcido
Subaracnóideo:
- cefaleia súbita e sinais meníngeos
Intraparenquimatoso:
- cefaleia súbita e déficit focal
HEMORRAGIA
Graus de choque hemorrágico no ATLS
1:
- FC < 100
- PA normal
- Perda de 15%
2:
- FC 100-120
- PA normal
- Perda de 15-30%
=> apenas cristaloides
3:
- FC 120-140
- PA diminuída
- Perda de 30-40%
=> reposição de cristaloides + hemoderivados
4:
- FC > 140
- PA diminuída
- Perda > 40%
=> cristaloides + hemoderivados em protocolo de transfusão maciça
HEMORRAGIA
Transamin e transfusão maciça
- Transamin:
-> Indicado se FC > 110 e/ou PAS < 90
-> Até 3h após o trauma (TRês = TRansamin)
-> 1 g EV bolus + 1 g em 8h - Transfusão maciça:
-> Choque grau 4
-> Choque grau 2 e 3 refratários à expansão inicial
-> Escore ABC >= 2 (FC > 120 // PA < 90 // FAST positivo // trauma penetrante) - Protocolo:
-> 1 CH para 1 PLT para 1 PFC
-> Gluconato de cálcio (1 amp para cada 2 CH) -> citrato da bolsa causa hipocalcemia
RETROPNEUMO
Retropneumoperitônio
- Ar no retroperitônio secundário à perfuração de víscera oca retroperitonial (p.ex. segunda porção duodenal após CPRE)
-> Dor abdominal SEM peritonite
-> RX abdome = ar ao redor dos rins
PNEUMOTÓRAX
Pneumotórax oculto
- Visto apenas na TC, não identificado no RX simples
- Se estável, pode ser conduta conservadora com controle clínico-radiológico
-> ATLS sugere drenagem tubular
-> SEMPRE drenar se transporte aéreo ou ventilação mecânica
INSTRUMENTAÇÃO
Posicionamentos
- Cirurgião: lado direito do paciente (ou esquerdo, se cirurgia lateralizada)
- Segundo auxiliar: ao lado do cirurgião
- Primeiro auxiliar: à frente do cirurgião, do outro lado do paciente
- Instrumentador: ao lado do primeiro auxiliar
- Mesa: ao lado do instrumentador, perpendicular ao paciente
QUEIMADURA
Parkland e reposição volêmica
Parkland ATLS última edição:
- Queimaduras em geral, exceto elétrica
- 2 X peso X SCQ = resultado em mL
-> se idade < 14 anos = 3 x SCQ x peso
Parkland original:
- Apenas queimaduras elétricas
- 4 X peso X SCQ
=> Ringer lactato aquecido!
-> peso em kg e SCQ em %
-> contar apenas 2o e 3o graus (não primeiro)
-> 50% nas primeiras 8h + 50% nas próximas 16h (descontar o tempo do transporte e o volume feito no pré-hospitalar)
Alvo:
- diurese > 0,5 mL/kg/h (geral) e > 1 mL/kg/h (elétrica e crianças > 1a) e > 2 mL/kg/h (crianças < 1a)
FAST
Janelas
- Pericárdica
- Hepatorrenal (Morrison)
- Esplenorrenal
- Pelve (fundo de saco de Douglas)
- E-FAST: estende para pulmão (pneumotórax e hemotórax)
PARENQUIMATOSAS
Trauma esplênico e hepático
BAÇO:
- Paciente instável: esplenectomia
- Paciente estável com trauma IV ou V: esplenectomia
- Paciente estável com trauma I, II e III: tratamento não operatório
-> tratamento endovascular (angioembolização) se sangramento ativo em TC (blush arterial)
[b4ço = cirurgia a partir do grau 4]
FÍGADO:
- Paciente instável: cirurgia
- Paciente estável com trauma grau VI: cirurgia
- Paciente estável com trauma grau I, II, III, IV e V: tratamento não operatório com controle de Hb/Ht
-> se grau III, IV ou V + sangramento ativo na TC (blush arterial): angiografia e angioembolização
[Fígado = Foda de operar, apenas no último grau]