CLM: Síndromes de Imunodeficiência Flashcards

1
Q

Qual a história natural do HIV desde o primeiro contato até a fase AIDS?

  • Fase aguda
    • Clínica
    • Diagnóstico
  • Latência clínica
    • Clínica
  • AIDS
    • CD4
    • Clínica precoce
    • Clínica doenças definidoras
A

Aguda:

  • ↑carga viral ↓CD4Mononucleose-like
    • Febre
    • Rash cutâneo
    • Linfonodomegalia
    • Mialgia
    • Faringite
  • Diagnóstico
    • Mais precoce
      • Carga viral: 5 - 10 dias
    • Soroconversão
      • 30 dias (janela imunológica 15 - 30 dias)

Latência clínica = set point viral:

  • Assintomática (10 anos)
    • Pode haver linfonodomegalia generalizada persistente
      • ≥ 2 cadeias extrainguinais
      • > 3 meses

AIDS (sintomática):

  • CD4 < 200 - 350 céls
    • No Brasil, < 200; pelo CDC, < 350
    • Precoce:
      • Candidíase oral e vaginal
      • Herpes zóster
      • TB pulmonar
  • Doenças oportunistas / definidoras
    • Candidíase esofágica
    • Pneumocistose
    • TB extra-pulmonar
    • Neurotoxoplasmose
    • Sarcoma de Kaposi

  • Ao primeiro contato com o vírus, o corpo nunca tinha visto nada igual antes, então o vírus replica muuuuito e vc perde TCD4 pq tá pipocando HIV pelos linfócitos - fase aguda cursa com pico de carga viral e baixa resposta imune
  • Após 30 dias, passa a ter controle da replicação viral, “calmaria” - reduz a replicação, mas NÃO elimina o vírus
  • Quanto maior a fase de latência (set point viral), mais rápido progride pra fase AIDS
  • Carga viral no geral fica sob controle por 10 anos, com perda de cerca de 50 linfócitos TCD4 por ano, até q a pessoa passa a ter várias doenças infecciosas de repetição
  • Candidíase oral não é específica de fase AIDS, mas qd pessoa portadora do HIV com candidíase oral, entende-se q a pessoa está para entrar em fase AIDS
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2
Q

O que define a fase AIDS?

A

CD4 < 200 - 350 céls/mm3

E/OU

  • Fungos
    • PCP
    • Histoplasmose disseminada
    • Cândida esofageana / via aérea
  • TB extrapulmonar
  • Vírus
    • CMV em locais “atípicos” (exceto fígado, baço, linfonodos)
    • JC (LEMP - leucoencefalopatia…)
  • Neoplasia
    • CA cervical uterino invasivo
    • Sarcoma de Kaposi (HHV8 - lesões violáceas)
    • Linfoma não-Hodgkin
  • Parasitos
    • Neurotoxoplasmose
    • Chagas aguda
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3
Q

Como fazer o diagnóstico de HIV em > 18 meses pelo fluxograma 1?

A

Fluxograma 1: TESTE RÁPIDO - exame de triagem: sensibilidade de 99,99999%

  • Teste rápido (TR1 + TR2)
  • Material: sangue ou fluido oral
  • Se TR1 (-): NÃO REAGENTE; pessoa não vive com HIV
    ↓Caso pct relate exposição recente, pensar em janela imunológica
    Nova amostra em 30 dias

————————

  • Se TR1 e TR2 (+): REAGENTE: pessoa vive com HIV

————————

  • Se TR1 e TR2 DISCORDANTES: TROCAR FLUXOGRAMA

↓↓↓↓

Se testes rápidos divergentes / discordantes, fazer:

Imunoensaio (sorologia - IE)

  • Se + → TESTE MOLECULAR (carga viral no sangue)
  • Se - → NÃO reagente
    ↓ Caso pct relate exposição recente, pensar em janela imunológica
    Nova amostra em 30 dias

——————-

IE + e CV ≥ 5.000: REAGENTE

  • Coletar 2ª amostra e repetir IE (pra ter certeza do diagnóstico / que a amostra não foi errada / trocada)

——————-

IE + e CV < 5.000:

  • realizar Western ou Imunoblot (exames mais específicos)

Fazer testes rápidos de diferentes empresas

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4
Q

Quais os exames mais específicos para diagnóstico de HIV?

A

Western ou Imunoblot

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5
Q

Qual o esquema de primeira linha para tratamento do PVHIV?

A

TDF + 3TC + DTG

Tenofovir + lamivudina + dolutegravir

Carga indetectável = intransmissível (i = i)

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6
Q

Quais os principais efeitos colaterais dos medicamentos de primeira linha no tratamento do HIV?

A

TDF “Tenefrotoxicidade” - usa “abacavir”

  • Nefrotoxicidade
  • Osteoporose

DTG

  • Não usar com anticonvulsivantes / rifampicina, pq reduzem a potência do DTG. Se não tiver como mudar o medicamento, DOBRAR dose do DTG (50mg 12/12h)

NÃO PODE USAR DTG COM CARBAMAZEPINA

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7
Q

Qual a definição de profilaxia pré-exposição contínua para HIV?

  • Qual o nome do comprimido usado?
  • Quais os grupos chave?
  • Quais fatores nos depertam a indicação do uso?
A

Uso contínuo de ARV para evitar infecção: Truvada - TDF + entricitabina (FTC)

Grupos chave

  • HSH
  • Casais sorodiscordantes
  • Pessoas trans
  • Profissionais do sexo

——

Basta 1 das 3:

  • Relação anal / vaginal SEM preservativo ≤ 6m
  • ISTs recorrentes
  • Uso repetido de PEP (profilaxia pós exposição)
  • Chemsex

Pessoas com comportamento de risco

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8
Q
  • O que deve ser feito / qual o “pré requisito” para início do esquema de PrEP contínua para HIV?
  • Qual o esquema?
A
  1. Testar para HIV
  2. Se negativo:
  • Truvada: TDF + FTV (entricitabina) uso contínuo
    • Iniciar com 2cp (1º dia); após, tomar 1cp/dia
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9
Q

Qual a definição de profilaxia pré exposição ao HIV sob demanda?

  • Critérios
A

Uso de ARV sob demanda para evitar infecção

  • < 2 relações/semana
  • Ato sexual planejado
  • NÃO prescrever para
    • Mulher cis
    • Mulher trans em terapia estrogênica

Estrogênio impede q os ARV cheguem aos tecidos de forma rápida

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10
Q

Qual o esquema da profilaxia pré exposição ao HIV sob demanda?

A

Esquema 2 + 1 + 1

  • Iniciar 2 - 24h antes do ato
  • 1ª dose: TDF/FTC + TDF/FTC

24h após 1ª dose

  • 2ª dose: TDF/FTC

24h após 2ª dose

  • 3ª dose: TDF/FTC

Primeira dose: 2cp
Segunda dose: 1cp
Terceira dose: 1cp

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11
Q

Quando fazer a profilaxia pós exposição para HIV?

A

Uso de ARV após exposição de risco: percutânea, sexual, em pele não íntegra

  • Avaliar material: é infectante?
    • Sangue
    • Líquidos cavitários
    • Fluidos genitais
  • Avaliar envolvidos: teste rápido
    • Iniciar PEP se:
      • Exposta (-) E fonte (+) ou desconhecida
  • Profilaxia: Iniciar até 72h; ideal: 2h
    • TDF + 3TC + DTG por 28 dias

Sexo anal - no “passivo” / receptivo tem maior chance de infecção pelo HIV que o “ativo”

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12
Q

Quando NÃO prescrever a profilaxia pós exposição?

A
  • Uso de PrEP
  • Exposição sexual crônica
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13
Q

Qual a clínica da meningite criptocócica em fase AIDS?

  • Agente etiológico
  • Faixa de CD4
  • Clínica geral
  • Achado que mais chama atenção
A

Cryptococcus neoformans

  • CD4 < 100
  • Subaguda
  • Febre + cefaleia + raros sinais meníngeos + paralisia de VI par
  • Grave hipertensão intracraniana / confusão mental

Não tem clínica típica de meningite pq o sistema imune tá rebaixado, ou seja, não consegue fazer a resposta “adequada / esperada” ao patógeno

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14
Q

Como está o líquor na meningite criptocócica em fase AIDS?

  • Achados específicos
A

Achados gerais

  • ↑ da pressão liquórica
  • ↑ da celularidade (MONOnuclear)
  • ↑PTN + ↓glicose

Achados específicos

  • Tinta Nanquim (+)
  • Cultura
  • Antígeno criptocócico
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15
Q

Como fazer o tratamento para meningite criptocócica?

  • Ataque
  • Manutenção
A

Ataque

  • Anfotericina B + flucitosina

Manutenção

  • Fluconazol

Se pressão > 25cmH2O → punção de alívio diária

Primeiro flucItosina, dps flucOnazol (ordem alfabética)

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16
Q

Qual a clínica da toxoplasmose cerebral em pessoa em fase AIDS?

  • Qual o agente etiológico?
  • Ocorre com qual valor de CD4?
A

Febre + sinal focal (hemiparesia)

  • CD4 < 100
  • Subaguda
  • Convulsão, cefaleia

—————

Toxoplasma gondii (reativação)

Lesão com efeito de massa

“Bolota de pus crescendo no encéfalo”

17
Q

Como fazer o diagnóstico da neurotoxoplasmose em fase AIDS?

  • Cite as características
A

Clínica + imagem

  • Múltiplas lesões hipodensas (gânglios basais)
  • Realce anelar pelo contraste + edema perilesional
18
Q
  • Qual o tratamento para neurotoxoplasmose em pct fase AIDS?
  • Não havendo melhora em X dias, qual o ddx a se pensar?
A

Sulfadiazina + pirimetamina + ác folínico por no mínimo 6 semanas
——————-

  • Se não houver melhora em 14 dias → pensar em Linfoma primário do SNC (EBV)

A expectativa é que haja melhora do quadro com 14 dias

19
Q
  • Quando fazer a profilaxia da neurotoxoplasmose?
  • Qual o fármaco?
A

CD4 < 100
+
IgG (+) para T. gondii

——————————–

Sulfametoxazol + Trimetoprim

20
Q

Qual a clínica do Linfoma primário do SNC em pct fase AIDS?

A
  • CD4 < 50
  • Semelhante ao quadro clínico da neurotoxoplasmose
  • Refratário a 14 dias de tratamento para neurotoxo
21
Q

Como fazer o diagnóstico do Linfoma primário do SNC em pct fase AIDS?

A
  • RM com lesão única
  • PCR (+) para EBV no líquor
  • Biópsia → após biópsia, permite-se fazer o tratamento paliativo - RT paliativa
22
Q
  • Qual o agente etiológico da leucoencefalopatia multifocal progressiva?
  • Ocorre a partir de quais níveis de CD4?
  • Clínica
  • Diagnóstico
  • Tratamento
A

Vírus JC

—————

< 200

—-

Múltiplos déficits focais

—–

Clínica + PCR (+) para JC no LCR + imagem

  • RMN: hiperintensidade em T2

—–

TARV

23
Q

Qual o tempo ideal para início do PEP (profilaxia pós exposição)?

  • Qual o tempo máximo?
  • Como avaliar a necessidade do PEP?
  • Qual esquema utilizado?
A

2h

———————

72h

Avaliar o acidente

Material

  • Sangue
  • Líquidos cavitários ou genitais

Acidentes de risco

  • Percutâneo
  • Mucosa
  • Pele não íntegra

Avaliar as pessoas envolvidas

  • Exposta: teste (-)
  • Fonte: teste (+) ou desconhecido

—-

TDF + 3TC + DTG por 28 dias

24
Q
  • Quais fármacos são utilizados na PEP para HIV?
  • Por quanto tempo?
A

3TC + TDF + DTG por 28 dias

25
Q

Qual o agente etiológico da pneumocistose pulmonar?

  • Qual o valor de CD4 compatível com essa doença?
  • Clínica
  • Radiografia
  • Laboratório
  • Tratamento
  • Profilaxia
A

Pneumocystis jirovecii (fungo)

  • < 200

—–

  • Febre
  • Tosse seca
  • Candidíase oral → citam para demonstrar a baixa imunidade
  • Hipoxemia (cianose, dispneia progressiva, arrastada)

—-

Infiltrado bilateral peri-hilar

  • NÃO causa derrame pleural ou adenomegalia

—-

↑ LDH

—–

SMX - TMP por 21 dias

  • Corticoide se PaO2 ≤ 70mmHg

—–

Profilaxia primária se:

  • CD4 < 200 → SMX-TMP baixas doses diário
26
Q
  • Qual o RX clássico de TB pulmonar em PVHIV com CD4 ≥ 350?
  • Qual o RX clássico de TB pulmonar em PVHIV com CD4 < 350?
  • Clínica
  • Tratamento
A

“Caverna” apical

  • Ainda tem competência imune

—————————-

Padrão miliar

—–

  • Tosse produtiva
  • Febre
  • Sudorese noturna
  • Perda ponderal

—–

RIPE

  • Se diagnosticar TB e HIV no mesmo momento, começa tratando primeiro a TB e inicia TARV em até 7 dias após inicio do tratamento da TB com DTG dobrado (mudou este ano!!)

TB é principal causa de morte em PVHIV

27
Q

Quais as características e o tratramento da esofagite por:

  • Candidíase
  • Herpes Simplex
  • CMV
A
  • Candidíase
    • Placas esbranquiçadas/amareladas ao longo da mucosa
    • Fluconazol 400mg/dia VO ou EV por 7 - 14 dias
  • Herpes Simplex
    • Aspecto vesicular q dps forma úlceras múltiplas e pequenas
    • Aciclovir 10mg/kg EV 8/8h por 14 - 21 dias
  • CMV
    • Úlceras longitudinais, serpentiginosas e mais profundas no terço médio e distal
    • Ganciclovir 5mg/kg EV 12/12h por 14 - 21 dias // Alternativa: Foscarnet
28
Q

Como fazer a profilaxia da transmissão vertical do HIV?

A

Pré-natal

  • Testagem anti-HIV na 1ª consulta
  • Genotipagem (antibiograma)
  • TARV: TDF + 3TC + DTG → Não esperar resultado da genotipagem para iniciar TARV

Parto

  • Carga viral ≥ 34 semanas
    • CV > 1.000 ou desconhecida: AZT IV (3h antes até clampeamento do cordão) + cesárea eletiva 38s
      • Bolsa íntegra
      • < 3 - 4cm de dilatação
    • CV < 1.000: AZT IV± parto por indicação obstétrica
    • Indetectável: SEM AZT IV + parto por indicação obstétrica

Puerpério

  • CONTRAINDICAR ALEITAMENTO MATERNO
  • Mantém TARV
29
Q

Como avaliar RN de mãe PVHIV?

A

Baixo risco

  • TARV regular + CV indetectável no 3º trimestre
  • AZT 28 dias

Alto risco

  • ≥ 37 semanas: AZT + 3TC + RAL 28 dias
  • 34 - 37 semanas: AZT + 3TC + NVP 28 dias
  • < 34 semanas: AZT 28 dias → única droga segura para essa IG

RAL termo
NVP: novinha pra usar