Descolamento Prematuro de Placenta Flashcards
(15 cards)
O que é o descolamento prematuro de placenta (DPP)?
Separação parcial ou completa da placenta normalmente inserida antes do nascimento do feto, geralmente após 20 semanas de gestação.
Como se classifica o DPP clinicamente?
-Grau 0: Assintomático
-Grau I: Sangramento discreto; feto viável, sem repercussão materna ou hipertonia.
-Grau II: Sangramento moderado, hipertonia uterina, alterações hemodinâmicas e fetal.
-Grau III: Óbito fetal e comprometimento hemodinâmico materno; pode ter coagulopatia (IIIA: sem; IIIB: com).
Fisiopatologia
*Ruptura dos vasos maternos na decídua basal
- Esse é o evento inicial. Pequenos vasos sanguíneos se rompem na interface entre o útero e a placenta (zona decidual basal).
*Acúmulo de sangue entre o útero e a placenta (hematoma retroplacentário)
-O sangue extravasado começa a dissecar (separar) a interface decíduo-placentária.
-Isso causa a separação parcial ou total da placenta do útero.
*Comprometimento da unidade fetoplacentária
-A parte da placenta descolada perde sua função de troca gasosa e nutricional.
-Se a área descolada for grande ou a unidade restante não compensar, há risco de hipóxia fetal.
*Dois tipos de hemorragia envolvidos:
-Arterial (alta pressão): geralmente central, evolui rapidamente e está associada a quadros graves (coagulação intravascular disseminada – CIVD, óbito fetal, sangramento maciço).
-Venosa (baixa pressão): geralmente marginal, evolução mais lenta, podendo gerar RCF, oligoidrâmnia, sangramento leve e crônico.
*Papel da trombina
-A hemorragia leva à liberação de fator tecidual → formação de trombina, que contribui para:
-Hipertonia uterina;
-Rompimento precoce de membranas;
-Ativação de coagulação (CIVD);
-Inflamação decidual;
-Inibição da ação da progesterona, favorecendo contrações.
*Fatores mecânicos também podem contribuir
-Trauma abdominal, descompressão uterina súbita (ex: saída rápida de líquido amniótico), tração uterina, podem provocar separação da placenta inelástica.
Quais as principais causas traumáticas de DPP?
Quais as principais causas não traumáticas de DPP?
Qual o mnemônico de causas da DPP?
Quais são os principais sinais e sintomas do DPP?
Sangramento vaginal, dor abdominal súbita, hipertonia uterina, contrações frequentes e padrão de frequência cardíaca fetal não tranquilizador.
Qual a principal causa de morte fetal em casos de DPP?
Hipóxia fetal por falha na troca de gases e nutrientes devido à separação placentária.
Qual a incidência estimada de DPP?
Ocorre em cerca de 1% das gestações e é responsável por 10% dos partos prematuros.
Como é feito o diagnóstico de DPP?
Eminentemente clínico. Pode ser apoiado por USG (hematoma retroplacentário), exames laboratoriais e avaliação pós-parto.
Quais exames laboratoriais ajudam no diagnóstico de DPP grave?
Fibrinogênio <200 mg/dL sugere sangramento grave; PDF e D-dímero auxiliam na avaliação de CIVD.
Qual a conduta em DPP com feto vivo e gestante estável?
Se parto vaginal for iminente, prosseguir com ele, em caso de dilatação máxima pode-se utilizar o fórceps. Caso contrário, indicar cesárea de emergência.
Geralmente se faz cesárea.
E quando há feto morto e gestante estável?
Opta-se por parto vaginal, com uso de amniotomia e ocitocina, se necessário. Se demorar muito, fazer cesareana.
O que fazer em caso de instabilidade hemodinâmica na gestante com DPP?
Dois acessos venosos calibrosos, infusão rápida de cristaloide (1000 mL), monitorização fetal contínua e preparação para parto de emergência.
O que deve-se considerar sempre fazer diante de uma DPP?