Do Direito das Obrigações (arts. 233 a 420) Flashcards
(148 cards)
Dentro da classificação de direitos reais e direitos obrigacionais, explique o que são as teorias unitária e dualista? Qual delas é adotada pelo nosso ordenamento?
Teoria unitária: não distingue os direitos reais e os direitos obrigacionais, pois ambos tratam de direitos patrimoniais.
Teoria dualista/clássica: embora ambos tratem de direitos patrimoniais, são institutos diferentes. Essa é a teoria adotada no nosso ordenamento jurídico.
Quais são as figuras obrigacionais híbridas?
São as obrigações que se situam entre o direito real e o direito obrigacional, possuindo características de ambos. São elas:
-
propter rem ou ob rem
- obrigação que recai sobre o titular do bem, independentemente de ter sido ele quem constitui o débito.
-
ônus reais
- obrigação que limita o uso e gozo da propriedade
-
obrigações com eficácia real
- obrigação pessoal que, em virtude de seu registro, nos termos da lei, passa a ter oponibilidade erga omnes. Ex: registro do contrato de locação.
Na relação jurídica obrigacional, qual é o objeto mediato e o objeto imediato?
Objeto imediato; obrigação de dar; fazer; não fazer
Objeto mediato: o bem da vida discutido
Quais os dois elementos das obrigações civis? Explique-os.
Pela teoria da dualidade do vínculo obrigacional, os dois elementos são:
- Schuld: débito ou a obrigação
- Haftung: responsabilidade ou o dever (exigibilidade).
Mnemônico:
- Schuld = should (deveria pagar)
- Haftung = have to (tem que pagar).
O que é o princípio do pacta sunt servanda?
É o princípio que trata da força obrigatória dos contratos, de modo que o contrato “faz lei perante as partes”.
As obrigações de fazer são necessariamente infungíveis?
Em regra, não. Somente serão infungíveis se assim dispuser a natureza ou o título da obrigação.
O valor da cominação imposta na cláusula penal pode exceder o da obrigação principal?
Não (art. 412, CC).
Na obrigação de dar coisa certa, se a coisa se deteriorar sem culpa do devedor, o que poderá fazer o credor?
Poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu (art. 235, CC).
Na obrigação de dar coisa certa, se a coisa se deteriorar com culpa do devedor, o que poderá fazer o credor?
O credor poderá escolher entre:
- exigir o equivalente (devolução do dinheiro); ou
- aceitar a coisa no estado em que se encontra;
Em ambos os casos terá direito às perdas e danos.
Na obrigação de dar coisa certa, o que acontecerá se a coisa se perder antes da tradição ou pendente condição suspensiva SEM culpa do devedor?
A obrigação se resolve.
Na obrigação de dar coisa certa, o que acontecerá se a coisa se perder antes da tradição ou pendente condição suspensiva COM culpa do devedor?
O devedor responderá pelo equivalente (devolução do valor) mais perdas e danos.
De que forma, ao menos, será indicada a coisa incerta?
Pelo gênero e pela quantidade.
Na obrigação de dar coisa incerta, o que significa dizer que o gênero não perece?
EM REGRA, o gênero não perece.
Isso significa que antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito (art. 246, CC).
EXEMPLO: sujeito se obriga a “dar um iphone”. Daí alega que não existe mais iPhone 7 à venda, de modo que não cumprirá a obrigação. Ocorre que o gênero “iphone” não pereceu, razão pela qual deverá entregar qualquer outro iphone que esteja disponível.
TODAVIA, a doutrina aponta que o art. 246 do CC é falho, pois se o gênero for limitado na natureza, poderá perecer.
EXEMPLO: sujeito se obriga a entregar uma arara azul, espécie em ameaçada de extinção. Ocorrendo a morte do último animal existente, o gênero perecerá.
Nas obrigações de dar coisa incerta, a quem pertence a escolha?
Ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação. Mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
O que é previsto no CC ao devedor que recusar a prestação a ele só imposta ou só por ele exequível?
Incorrerá na obrigação de indenizar perdas e danos.
Na obrigação de fazer, o que acontecerá se a prestação tornar-se impossível sem culpa do devedor?
Resolver-se-á a obrigação.
Na obrigação de fazer, o que acontecerá se a prestação tornar-se impossível com culpa do devedor?
O devedor responderá por perdas e danos.
Nas obrigações alternativas, a quem cabe a escolha?
Ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
Nas obrigações alternativas, pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra?
Não.
Em se tratando de obrigações alternativas, o que acontecerá caso haja pluralidade de optantes sem acordo unânime entre eles?
Decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
Nas obrigações alternativas, o que acontecerá se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível?
Subsistirá o débito quanto à outra prestação.
Nas obrigações alternativas, o que acontecerá se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações?
-
Não competindo ao credor a escolha:
- ficará o devedor obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar
-
Competindo ao credor a escolha:
- poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
Nas obrigações alternativas, o que acontecerá quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor?
O credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos.
A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela ainda que não mencionados?
Sim, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.