Doença Inflamatória Intestinal Flashcards
(41 cards)
O que é retocolite ulcerativa?
O processo patológico é contínuo?
Como são as úlceras?
Alteração inflamatória que envolve a mucosa e submucosa, sem comprometer a camada muscular, do cólon e reto.
É um processo patológico contínuo, com inflamação ininterrupta da mucosa colônica.
Apesar do nome, nem sempre formam úlceras. Elas são chamadas de erosões com fibrina no fundo e inflamação com hiperemia de mucosa.
Qual é a clínica de um paciente com RU?
ANAMNESE E MANIFESTAÇÕES EXTRA-INTESTINAIS
Anamnese: diarreia com muco, sangue e pus, emagrecimento e desconforto abdominal, tenesmo (vontade intensa de evacuar, mas a sensação é de não ocorrer esvaziamento completo ou nem ocorrer a evacuação)
Manifestações extra-intestinais: colangite esclerosante, espondilite anquilosante, artralgias/artrites, manifestações cutâneas – melhoram quando trata a inflamação
Como realizar o diagnóstico de RU?
Colonoscopia com biópsia: como o problema é de mucosa, o único exame que vai enxergá-la é justamente a colono.
Em ambas as doenças inflamatórias observa-se apenas a mucosa na biópsia, então, se não for encontrado o sinal patognomônico (abscesso de criptas para retocolite e granuloma não caseoso para Crohn), não dá para afirmar ser uma ou outra condição.
Sorologia para ASCA ou ANCA: ANCA positivo = RCU
TC: mostra inflamação do cólon a partir do borramento de gordura
Cultura de fezes: há parasitose?
Hemograma e PCR
Êntero-TC ou êntero-RM: procura-se algum envolvimento de intestino delgado para excluir ou não Chron
Como é o tratamento clínico da RU?
Depende da gravidade da doença!
- Se leve: anti-inflamatório (mesalazina)
- Se moderada: anti-inflamatório e imunossupressor de manutenção e corticóide para remissão
- Se grave: internar para hidratação e correção de distúrbio hidroeletrolítico. Administra-se terapia biológica, imunossupressor e corticóide.
Probiotico (rcu) atb (e analgesicos etc) > corticoide (prednisona e budesonida) > imunosupressores > imunobiologicos > cirurgia
TIRAR O CORTICOIDE APÓS REMISSÃO
Como é o tratamento cirúrgico da RU?
- Se eletiva: proctocolectomia (excisão de todo o cólon, reto e canal anal) com bolsa ileoanal
- Se urgência (megacólon tóxico): realiza-se colectomia total (remoção de todo o cólon até mais ou menos o nível do promontório no sigmoide) com ileostomia e, em um segundo tempo cirúrgico, decide se retira o reto e faz uma anastomose ileoanal.
Quais as possíveis complicações da RU?
- Colite fulminante: febre alta, dor abdominal intensa, sensibilidade exacerbada, taquicardia e leucocitose.
- Megacólon tóxico: infiltração bacteriana que pode causar uma perfuração.
- Carcinoma colorretal: estenose em paciente com retocolite ulcerativa é câncer até que se prova o contrário, principalmente, se tem pancolite
Se o paciente tiver RCU há mais de 8 anos, qual a indicação que deve ser feita?
Por que?
Colonoscopias anuais com biópsias de todos os segmentos do cólon. Faz-se cromoscopia para buscar mucosas alteradas de forma mais direcionada.
Isso é feito pq há maior chance de CA colorretal. Assim, se o paciente paresentar displasia de alto grau na biópsia, há indicação de colectomia ou proctocolectomia
Esse caso é característico de qual DII?
ID: A. T. S., 27 anos, sexo feminino, branca, em união estável, administradora, natural e procedente de Salvador, Bahia
QD: diarreia de consistência líquida há 2 meses
HPMA: queixa de diarreia de consistência líquida há 2 meses, 6-8 evacuações/dia, com presença de sangue e muco. Refere tenesmo e dor abdominal associada ao quadro, tipo cólica, difusa, 7/10, sem irradiação e sem fatores de melhora ou piora. Refere perda de peso não quantificada, astenia e ressecamento e descamação na pele. Nega febre ou outros sintomas.
AP: hepatite A na infância. Nega alergias, cirurgias anteriores ou transfusões sanguíneas.
HV: Nega tabagismo ou alcoolismo.
AF: refere mãe hipertensa e diabética.
EF geral: letárgica, em regular estado geral, lúcida e orientada em tempo e espaço, desidratada (+/++++), anictérica, acianótica
EF medidas: eupneica (FR=19ipm), normocárdica (FC= 87bpm), normotensa (110X70mmHg), afebril (36,5ºC),
EF respiratório: murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios.
EF cardiovascular sem alterações
EF abdominal: abdome plano, flácido, cicatriz umbilical protrusa, ausência de circulação colateral. RHA preservados. Timpânico à percussão. Sem sinais de ascite. Hepatimetria: 7 cm em LD e 8 cm em LE. Espaço de Traube livre. Abdome indolor à palpação superficial e profunda. Ausência de massas palpáveis. Baço e fígado não palpáveis.
Laboratório:
Hemoglobina - 10,5g/dL (VR: 14-18g/dL)
Proteína C Reativa - 15mg/L (VR: até 0,8mg/L)
Retocolite Ulcerativa
Esse caso é característico de qual DII?
Mulher, 55 anos, com história de dor abdominal e diarreia com sangue intermitente, há 6 meses. Refere perda ponderal < 10% de seu peso corporal no período.
Há 2 dias com aumento de volume abdominal, piora da diarréia, com 10 evacuações ao dia, com sangue e muco, além de dor abdominal intensidade 8/10 e febre 38ºC.
Exames laboratoriais: Leucócitos 25 mil, 7% bastões, Ht 28%, Hb 8,3
Megacólon tóxico
O que é doença de Crohn e qual o aspecto do TGI quando acomete o paciente?
Como é a evolução da doença?
Como é o processo patológico?
- É uma doença inflamatória crônica, resultante de uma ativação imune inadequada da mucosa
Tem aspecto salteado, sendo que a mucosa pode apresentar úlceras lineares/serpiginosas e lembram garras de urso. - À medida que a doença progride, a ulceração se torna mais profunda, transmural (todas as camadas) e discreta, podendo ocorrer em qualquer porção do trato gastrointestinal, sendo mais comum em íleo terminal e cólon proximal.
- O processo patológico da doença é descontínuo e segmentar.
A doença de Crohn pode ser complicada pela obstrução intestinal ou pela perfuração localizada com a formação de fístulas.
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Como é a clínica na doença de Crohn?
ANAMNESE E MANIFESTAÇÕES EXTRA-INTESTINAIS
Anamnese: dor abdominal (fossa ilíaca direita), diarreia (sem sangue) e perda de peso. Úlceras orais, fístulas, doença perianal.
Manifestações extra-intestinais: eritema nodoso em regiões pré tibiais, dermatopatias, artralgias
Como fazer o diagnóstico de doença de Crohn?
Colonoscopia com biópsia: distribuição salteada da doença, com a microscopia mostrando granuloma não caseoso
Êntero-TC ou êntero-RM: tem envolvimento do intestino delgado? É obrigatório pedir se suspeita de doença inflamatória intestinal!
Sorologia de ASCA e ANCA: ASCA positivo mais sugestivo de Crohn
Cultura de fezes: há parasitose?
Hemograma e PCR
Calprotectina (fezes): exame de prova inflamatória que permite o seguimento do paciente
Como é o tratamento clínico da doença de Crohn?
Quais exames pedir para acompanhar esse paciente?
Depende da gravidade da doença
Na exacerbação:
➞ Se leve: corticóide sistêmico por curto tempo
➞ Se moderada: imunossupressor ou corticóide na exacerbação
➞Se grave: terapia biológica
- O seguimento deve ocorrer de 3 a 6 meses!
Geral, sem exacerbação:
➞ TNF-alfa (imunossupressor) para induzir a remissão e manter dessa forma
Exames para acompanhamento de sintomas:
➞ VHS
➞ PCR
➞ Calprotectina e lactoferrina (Marcadores de inflamação da mucosa, Dosadas nas fezes)
Como é o tratamento cirúrgico da doença de Crohn?
Ressecção: apenas as partes acometidas, sem necessidade de margens amplas, poupando reto. Não é curativa, podendo haver recidivas.
Indicações: intratabilidade (presença de fibrose), obstrução intestinal, abscesso intra-abdominal, fístula, colite fulminante, megacólon tóxico, sangramento maciço, câncer e retardo de crescimento.
Se megacólon tóxico: atenção! A cirurgia é realizada, mas não é a 1ª abordagem. Deve-se antes administrar antibióticos e esteroides, realizar repouso intestinal e hidratação. Se não houver melhora em 48 a 72 horas, optar por colectomia subtotal com ileostomia terminal.
Estenoplastia/Estricturoplastia: incisa o intestino longitudinalmente e fecha transversalmente. Serve quando o paciente já foi submetido a enterectomias prévias devido às estenoses ou quando há estenoses pequenas com sintomas obstrutivos.
Como é feita a drenagem de fístulas perianais - Seton - para o paciente com Crohn?
São fístulas complexas. Em tratamentos simples, abre a fístula e deixa cicatrizar por segunda intenção
Em Crohn, os -izumabes (anti-TNF) usados têm excelente ação de fechamento das fístulas e não pode fazer corticoide nem atb. Queremos que o trajeto permaneça aberto para que não acumule pus no meio do caminho.
Então, introduz o estilete e vê onde ele sai dentro do canal anal ou reto. Passa-se um “cadarço” pelo trajeto da fístula para garantir que o orifício externo da fístula não vai fechar e o pus não vai acumular dentro
Posteriormente, abordagem imunobiológica para que então esses canais possam cicatrizar os trajetos fistulosos.
Resseca-se uma área maior do que só o orifício da fístula para deixar uma maior área de drenagem. A fístula fica aberta para que saia todo o pus e iniciar a medicação que vai deixar o paciente imunossuprimido e permitir a cicatrização
O cordão fica frouxo para não traumatizar o esfíncter
O tratamento de fístula de crohn é medicamentoso (imunobiológico = anti-TNF); mas não pode começar se tem abscesso. Seton para crohn é para não fechar e formar abscesso; após melhorar, dá o medicamento
Quais as possíveis complicações de um paciente com Crohn?
Fístula: pela inflamação contínua, as alças vão migrando para se proteger, o que facilita a perfuração e a comunicação entre as estruturas
Síndrome do intestino curto: após tantas ressecções do intestino delgado, é possível ocorrer diarreia e má absorção dos nutrientes.
Para RU:
- Como são as úlceras?
- Acometimento de qual camada?
- Microscopia?
- Que perfil de paciente?
- Presença de sangue nas fezes?
- Como são as úlceras? Aftoides, várias úlceras pequenas não lineares
- Acometimento de qual camada? Apenas da mucosa: Mucosa “morre” e com o tratamento começa a se recuperar, isso faz com que apareçam “ilhas” de nova mucosa, dando um aspecto endoscópico de pseudopólipos
- Microscopia? Abscessos de criptas na mucosa
- Que perfil de paciente? Doentes ao longo das 4a/5a décadas
- Presença de sangue nas fezes? Sempre há sangue nas fezes
Para Crohn:
- Como são as úlceras?
- Acometimento de qual camada?
- Microscopia?
- Que perfil de paciente?
- Presença de sangue nas fezes?
- Como são as úlceras? Profundas, longitudinais e lineares/serpiginosas
- Acometimento de qual camada? Acometimento salteado em aspecto de pedra de calçamento
- Microscopia? Granulomas não caseosos
- Que perfil de paciente? Pacientes jovens; pico na 2a e na 3a década para diagnóstico; segundo pico na 7a década de vida
- Presença de sangue nas fezes? Eventualmente há sangue nas fezes
O caso clínico abaixo é característico de qual DII?
ID: U.I.O., masculino, 19 anos,
QD: obstipação há 5 dias
HPMA: constipação há 5 dias associada a tenesmo e hematoquezia durante treinamento militar. O quadro se intensificou em um mês, com surgimento de dor anal que persistia após a evacuação. Um ano depois, recebeu o diagnóstico de duas fissuras anais e foi tratado com AINES, analgésicos e pomada anestésica. Com a falha do tratamento e perda ponderal de 22kg, foi submetido a uma fissurectomia após 3 meses. Não houve melhora do quadro, e cursando com dor abdominal em cólica de forte intensidade, seguida de diarreia sanguinolenta, inapetência e aftas orais.
Doença de Crohn
Na retocolite, as lesões são ……… na mucosa
Além disso, as úlceras tem formato ………
Na retocolite, as lesões são contínuas na mucosa
Além disso, as úlceras tem formato aftoide
Na retocolite distal, o que está acometido?
Reto ou reto e sigmoide
Como se caracteriza uma DII grave?
10 evacuações diárias, febre, abdome difusamente doloroso e anemia
Caracterize as diferentes apresentações da doença de Crohn:
• Inflamatória
• Estenosante
• Penetrante (fistulizante)
• Peritônio
Se for uma doença mais inflamatória → dor, sangramento, diarreia
Se for uma doença mais estenosante → dor (predomina no delgado, pelo estreitamento de segmento), com eventual constipação
Forma penetrante (fistulizante) → comumente causa abscessos
Peritônio (peritonite ou abscessos): úlceras se aprofundam e perfuram o peritônio, podendo fistulizar para outros órgãos também (cólon ou delgado, mais comumente; pele e bexiga também)
Qual é um marcador inflamatório importante, que está aumentado nas DII?
VHS