Doenças Clínicas da Gravidez: DHEG, DMG, Gemelaridade e ITU Flashcards

1
Q

Qual a base fisiopatológica da pré-eclâmpsia?

A

Teoria da placentação anormal: Implantação anormal da placenta no leito uterino devido à ausência da segunda onda de invasão trofoblástica (motivos imunológicos e genéticos), que ocorre no segundo trimestre, levando ao prejuízo na destruição da camada muscular média das artérias espiraladas do útero. A consequência é uma isquemia placentária pois a resistência arterial não cai adequadamente.

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2
Q

Em relação à pré-eclâmpsia/eclâmpsia, responda:

  • Qual é a base fisiopatológica das repercussões sistêmicas da pré-eclâmpsia?
  • Qual é a lesão renal característica da pré-eclâmpsia?
  • Quais as principais alterações uteroplacentárias encontradas na pré-eclâmpsia?
A

Fisiopatologia nas Repercussões sistêmicas: Dano endotelial sistêmico -> Aumento da coagulação (tromboxano A2) + Vasoespasmo arterial (ou seja, não é a hipertensão propriamente) + Contração do volume intravascular (por isso se deve evitar diuréticos)

Lesão renal: Endoteliose Capilar Glomerular

Úteroplacentário: Isquemia/Infartos placentários + Hipersistolia + DPP

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3
Q

Quais são os fatores de risco para DHEG?

Há algum fator de proteção?

A

FATORES DE RISCO

  • Pré-Eclâmpsia Anterior (pessoal ou familiar)
  • Primigesta / Gemelar ou Mola
  • Vasculopatia: HAS, DM, DRC, LES e SAAF
  • Extremos da vida reprodutiva: >35a e < 18a
  • Raça negra
  • Obesidade
  • Novo parceiro

FATORES DE PROTEÇÃO
Tabagismo

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4
Q

Há recomendações de Prevenção de Pré-Eclâmpsia? Como se faz a prevenção?

A

Há recomendações, porém controversas, de prevenção de pré-eclâmpsia em pacientes de alto risco para pré-eclâmpsia.

Prevenção:

  1. AAS 60-150mg/dia: Iniciado até a 16° semana e mantido até o parto. Problemas: Alto NNT e aumento da chance de DPP.
  2. Cálcio 2g/dia: A partir da 12° semana até o fim da gestação, em mulheres com baixa ingesta. Controverso pois não reduziu natimortos.
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5
Q

Quais as formas de DHEG podemos encontrar? Como definir cada uma delas?

A

I) Pré-Eclâmpsia
- Surgimento após a 20° semana de IG
- PA maior ou igual a 140 x 90 +
-> Proteinúria (maior ou igual a 300mg/dia OU spot urinário > 0,3 OU fita positiva em uma cruz ao menos)
OU
-> Alterações específicas (ao menos uma): Plaquetopenia <100.000, creatinina >1.1, Elevação de transaminases >2x, EAP, Sintomas cerebrais ou visuais (iminência de eclâmpsia)

Obs¹: A presença de crises convulsivas ajuntada à pré-eclâmpsia define a Eclâmpsia.
Obs²: A pré-eclâmpsia/eclâmpsia costumam gerar edema generalizado. Pode ocorrer durante a gravidez (mais comum), no parto ou no puerpério.

II) Hipertensão Gestacional

  • Surgimento de HAT após a 20° semana
  • Sem proteinúria e Sem alterações específicas
  • Pode durar até 6-12 semanas de puerpério (diagnóstico retrospectivo)

III) HAS crônica

  • HAS antes da 20° semana de IG
  • Persiste no puerpério: ou seja, se a HAT descoberta na gravidez persistir por > 12 semanas de puerpério, classificaremos como sendo HAS crônica

IV) HAS crônica com pré-eclâmpsia superajuntada

  • HAS crônica que evoluiu com critérios de pré-eclâmpsia
  • Ganha importância para seu diagnóstico, a solicitação de proteinúria no 1° trimestre e após a 20° semana. Tendo em vista que muitas HAS crônicas não apresentarão proteinúria, o seu aparecimento após a 20° semana falará a favor de um diagnóstico de pré-eclâmpsia superajuntada
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6
Q

Aponte as diferenças características que encontramos na HAS crônica e na Pré-Eclâmpsia.

A
HAS CRÔNICA
> 35 anos 
Multigesta
HAS antes da 20° semana 
Proteinúria ou não 
Calciúria > 100mg/24h 
Persiste no puerpério 
Fundoscopia: pode estar alterada
PRÉ-ECLÂMPSIA 
Extremos da idade: < 18a. e >35a. 
Primigesta
HAS após a 20° semana 
Proteinúria após a 20° semana (não obg.)
Calciúria < 100mg/24h 
Melhora até 12 semanas de puerpério 
Ácido úrico > 6mg/dl
Baixa atividade de antitrombina III
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7
Q

Há como fazer uma predição de pré-eclâmpsia? Como é a sua acurácia? Qual situação é considerada bem indicada para rastreio? Quais achados seriam indicativos?

A

PREDIÇÃO DE PRÉ-ECLÂMPSIA

  • Possibilidade: Sim, com o dopplerfluxometria.
  • Acurácia: Baixa sensibilidade e baixo VPP.
  • Indicação: Pacientes de alto risco para pré-eclâmpsia
  • Achados: Onda patológica com alto índice de resistência e pulsatilidade e presença de incisura bilateral protodiastólica com mais de 24 semanas.
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8
Q

A pré-eclâmpsia pode ser classificada em leve a grave. Quais achados levam à classificação de gravidade?

A

PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE

  • PAS ≥ 160 e PAD ≥ a 110
  • Proteinúria ≥ 5g/dia (ou ≥ 2g/dia)
  • Oligúria (< 25ml/h) OU Creatinina ≥ 1,3mg/dl
  • EAP
  • Síndrome HELLP

Dados da Síndrome HELLP:

  • Hemólise: LDH > 600; Esquizócito; BT ≥ 1,2
  • Transaminases ≥ 70
  • Plaquetopenia < 100.000 (alt. hematológica + comum)
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9
Q

Qual deve ser a conduta na pré-eclâmpsia leve e na hipertensão gestacional?

E em relação à HAS crônica/prévia, como manejar os anti-hipertensivos?

A

< 37 SEMANAS: ACOMPANHAMENTO MÃE-FETO

  1. Orientações Gerais: Retorno ao pré-natal para 7 dias; Informar sinais clínicos de agravamento da doença.
  2. Acompanhamento Materno
    - Anti-Hipertensivo: NÃO prescrever anti-hipertensivos nem restrição de sódio. Pioram função placentária. Obs¹: Se HAS crônica, os anti-hipertensivos são mantidos, optando por Metildopa +/- Hidralazina.
    - Monitorar na mãe: Exames que indicam gravidade.
  3. Acompanhamento Fetal:
    - Movimentação fetal
    - Cardiotocografia (semanalmente a partir de 30 sem)
    - USG-doppler (no diagnóstico e uma vez por mês, atentando para SFA)

≥ 37 semanas: Em geral, interrupção da gravidez.
Por quê? Feto em risco pelo baixo suprimento.
Via de Parto Preferencial: Parto Vaginal, mesmo que seja necessário realizar a indução.

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10
Q

Qual deve ser a conduta na pré-eclâmpsia grave e na eclâmpsia?

A

1) Internação Hospitalar

2) Avaliar Anti-Hipertensivo:
- Somente se PAS > 160 ou PAD > 110
- Objetivo: PAS 140-155 e PAD 90-100
- Tratamento (crise):
Hidralazina EV ou Labetalol EV ou Nifedipina VO
- Tratamento (manutenção):
Metildopa VO ou Hidralazina VO ou Pindolol VO
(chegar na dose máx. de 1 para adicionar outro).
- Evitar no Tratamento:
Propanolol (CIUR); iECA/BRA; Diuréticos

3) Prevenção e Controle de Convulsões
- Droga de escolha: Sulfato de Magnésio (A+M)
- Tempo de uso: Até 24h após o parto

Método Pritchard (não precisa de BI)
A: 4g EV, em 20min + 10g IM
M: 5g IM de 4 em 4 horas

Método Zuspan (precisa de BI)
A: 4g EV, em 20min (no Sibai são 6g EV)
M: 1-2g/h, EV (no Sibai são 2-3g/h, EV)

4) Rastreio de Intoxicação pelo Magnésio

Intoxicação pelo Magnésio
- Reflexo Patelar: Abolido (1° manifestação)
- Respiração: FR < 16
- Magnesemia: > 7mEq/L (N = 4-7)
- Diurese < 25ml/h ou Cr > 1.2 (risco, não sinal de intox.)
(Se houver risco, reduzir manutenção pela metade)

# Conduta na Intoxicação
Suspender imediatamente o MgSO4 + 
Aplicar gluconato de cálcio 1g, EV, em 5min (antídoto) 

5) Interrupção da Gestação após Estabilização
- É o tratamento definitivo da DHEG
- Indicação de Interrupção:
≥ 34 semanas: Conduzir ao parto
< 34 semanas e Mau estar materno ou fetal: Conduzir ao parto (se possível fazer corticoide 24h antes).
Obs¹: Se < 34 semanas e bem estar materno e fetal: Estabilizar + Corticoide + Acompanhar até 34sem.

  • Via de Parto:
    Parto Vaginal Induzido: Preferencial
    Parto Cesárea (se alguma condição dessas): Mãe em condições de gravidade; Parâmetros desfavoráveis do feto; < 30 semanas ou cesárea prévia com colo desfavorável; Presença de hematoma hepático
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11
Q

Quais complicações maternas e fetais esperadas na DHEG?

A

MATERNAS

  • Pré-eclâmpsia evoluir para Eclâmpsia
  • Ecâmpsia reentrante evoluindo com AVE
  • DPP pelo aumento pressórico
  • Rotura hepática (obstrução sinusoidal por depósito de fibrina -> complicação temida da HELLP)

FETAIS

  • CIUR
  • Centralização fetal
  • Óbito
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12
Q

Quais as características clínicas e laboratoriais esperadas na Esteatose Hepática Aguda da Gestação? Cite três diagnósticos diferenciais dessa condição.

A

CLÍNICA

  • 3° trimestre
  • Náusea e vômitos
  • Dor em HCD
  • Icterícia (geralmente sem prurido)

LABORATÓRIO

  • Leucocitose
  • Aumento de BT às custas de BD
  • Aumento de transaminases
  • Hipoglicemia: redução da gliconeogênese
  • Hipofibrogenemia: tendência à sangramento
  • Aumento de creatinina e ácido úrico
  • Ausência de hemólise
  • Plaquetometria normal

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

  1. Síndrome HELLP: Porém na esteatose teremos aumento de BT às custas de BD e não de indireta, além de apresentar plaquetometria normal.
  2. Hepatites Virais: Maior causa de icterícia na gravidez
  3. Hiperêmese gravídica
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13
Q

Qual é o tratamento recomendado na Esteatose Hepática Aguda da Gestação? Quais complicações podem acontecer?

A

TRATAMENTO

  1. Internação em CTI + Estabilização clínica
  2. Encaminhar ao parto (tratamento definitivo)

COMPLICAÇÕES
1. Insuficiência hepática
2. Insuficiência renal
Essas condições poderão gerar acidose materna, que é muito deletéria ao feto, podendo levá-lo ao óbito precocemente.

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14
Q

Quais são os fatores de risco do Diabetes na Gestação?

A
  1. Idade ≥ 35 anos
  2. Sobrepeso/Obesidade
  3. HAS
  4. História familiar de DM (1° grau)
  5. Macrossomia ou Polidramnia fetal atual ou prévia
  6. Óbito fetal sem causa aparente ou Malformação fetal em gestação anterior
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15
Q

Como se classifica a Diabetes na Gestação segundo Priscila White?

A
  • Classe A1 = DG em Terapia com Dieta
  • Classe A2 = DG em Terapia com Insulina
  • Classe B em diante = Diabetes Prévia
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16
Q

Como diagnosticar e como classificar o Diabetes na Gestação?

A

1° TRIMESTRE (MS: < 20 semanas)

# Glicemia de Jejum
< 92 -----> TOTG75g (24-28 semanas) 
92-125 -----> DMG
126 ou mais ------> DM Prévio 
Obs¹: O manual do MS não estabelece a necessidade de repetir a GJ para determinar conduta/diagnóstico. 
# Glicemia aleatória (sem jejum)
200 ou mais + Sintomas típicos  ---> DM Prévio
# Hemoglobina Glicada (polêmica): 
6,5 ou mais -------> DM Prévio 

2° TRIMESTRE (24-28 semanas)

Para o Manual de Pré-Natal (2012), será considerado como DMG a presença de qualquer um dos abaixo:

  • Glicemia de Jejum: 92 ou mais
  • TOTG 1° hora: 180 ou mais
  • TOTG 2° hora: 153 ou mais

Para o Manual de Diabetes da Gestação (2017), a diabetes vai ser classificada da seguinte forma:

  • > DMG (na presença de qualquer um abaixo)
  • GJ: 92-125
  • TOTG 1° hora: 180 ou mais
  • TOTG 2° hora: 153 a 199

-> DM Prévio (na presença de qualquer um abaixo)
- GJ: 126 ou mais
- TOTG 2° hora: 200 ou mais
Obs¹: Se enquadrará em DM prévio mesmo se glicemia do 1° trimestre ter dado normal.

17
Q

Como deve ser a conduta para o controle glicêmico no DMG? E após o parto?

A

Primeiras medidas:

  • Dieta fracionada: 6 refeições
  • Atividade física

Controle glicêmico:

  • Jejum < 95;
  • Pré-Prandial < 100;
  • TOTG pós 1h < 140;
  • TOTG pós 2h < 120.
# Em caso de falha após 2 semanas: Insulinoterapia
- Esquema: NPH 0,3-0,5 U/kg/dia, em duas doses diáras +/- Insulina Rápida

A orientação no pós-parto para pacientes com DMG que começaram a usar a insulina durante a gestação é suspender a insulina e observar os níveis de glicemia nos primeiros dias após o parto, pois a maioria não necessitará mais. A indicação da insulina estaria restrita a casos de hiperglicemia no período pós-parto (reavaliação 6 semanas após o parto com TOTG75g)

18
Q

Como deve ser a conduta para o controle glicêmico no DM Prévio?

A

Substituir antidiabéticos orais por insulina: NPH 0,3-0,5 U/kg/dia, em duas doses diáras +/- Insulina Rápida

1° Trimestre e no Pós-Parto: Menor resistência insulínica, menor dose necessária de insulina.

2° e 3° Trimestre: Maior resistência insulínica, maior dose necessária de insulina.

19
Q

O que devemos pensar quando nos depararmos com hipoglicemia no 3° trimestre em uma paciente diabética que fazia insulinoterapia e estava equilibrada?

A

Insuficiência placentária

20
Q

Qual via de parto e qual momento deverá ocorrer o parto na paciente com diabetes na gestação?

A

DM em tratamento apenas com dieta + Bem estar fetal:

  • Não precisa antecipar o parto.
  • Via de parto: Vaginal

DM em uso de insulina + Bem estar fetal:

  • Antecipação do parto com 38 semanas
  • Via de parto: Vaginal ou Cesárea (princ. se > 4kg)

Bem estar fetal comprometido:

  • Antecipar o parto
  • Via de parto: Avaliar cesárea
21
Q

Quais complicações fetais podemos esperar no Diabetes na Gestação?

A
  1. Macrossomia fetal (>4kg)
  2. Distócia de espáduas (ombro)
  3. Sofrimento fetal
  4. Polidramnia: Devido à glicosúria
  5. Anomalias Congênitas (EXCLUSIVAS do DM prévio):
    - Mais específica: Síndrome de regressão caudal
    - Mais comum: Cardíaca
    - Hiperglicemia durante a organogênese
  6. Prematuridade
22
Q

Em relação à Distócia de Espáduas, cita as duas manobras primordiais iniciais (1° linha) e pelo menos duas outras em caso de refratariedade da complicação.

A

MANOBRAS INICIAIS
- Eficazes e com baixo potencial de dano.

1) Manobra de McRoberts : Hiperflexão das coxas + Abdução (leva à mudança do ângulo de saída)
2) Pressão Suprapúbica (Rubin I)

NA REFRATARIEDADE

1) Manobra de Jacquemier: Altera o diâmetro biacromial para axiloacromial
2) Manobra de Woods (“Saca rolha”): Gira-se em 180° o ombro que está posteriorizado, colocando-o para anterior, facilitando a saída do feto em “rotatória”.
3) Rubin II
4) Zavanelli: Retorna ao útero para retirar por cesárea.

23
Q

Como podemos classificar as Gestações Gemelares? Indique as faixas temporais em que podemos encontrar cada caso. Em qual classificação podemos encontrar um maior número de complicações relacionadas?

A

GESTAÇÃO DIZIGÓTICA (Ovos diferentes) 2/3
Todos serão Dicoriônicos e Diamnióticos.

GESTAÇÃO MONOZIGÓTICA 1/3

Divisão Zigótica em até 72h

  • Dicoriônico
  • Diamniótico

Divisão Zigótica entre 4-8 dias

  • Monocoriônico
  • Diamniótico

Divisão Zigótica após 8 dias

  • Monocoriônico
  • Monoamniótico

Maior número de complicações gestacionais: A morbimortalidade perinatal está associada à corionicidade e não à zigotia: gestações monocoriônicas complicam mais do que as dicoriônicas.

24
Q

Quais são os fatores de risco relacionados à Gemelaridade?

A
  • Hist. familiar, raça negra, idade materna, paridade: aumenta risco para Dizigótica.
  • Técnicas de fertilização: aumenta risco para Monozigótica e Dizigótica.
25
Q

Como diferenciar entre gemelaridade monocoriônica e dicoriônica? Como recomendar o tempo de ocorrer o parto baseado nessa informação? Há como diferenciar a zigotia?

A

DIFERENCIAR CORIONICIDADE: USGTV

-> Dicoriônica:
- Saco gestacional duplo: 6-9 semanas
- Sinal do Lambda (Reentrância de tecido coriônico), com septo intergemelar > 1,5mm: 11-14 semanas
Parto: +/- 38 semanas (antes de complicar)

-> Monocoriônica:
- Saco gestacional único: 6-9 semanas.
- Sinal do T (septo intergemelar <1,5mm): 11-14 semanas
Parto: +/- 36 semanas (antes de complicar)

Obs¹: O melhor período para diferenciar a corionicidade é entre 6-9 semanas, avaliando o saco gestacional. Após isso eles se aproximam, necessitando olhar outros sinais, porém piores.

DIFERENCIAR ZIGOTIA

  • A USGTV de 1° trimestre não é confiável para isso.
  • Sexo discordante: Dizigótica obrigatoriamente, e portanto dicoriônica e diamniótica.
  • Monocoriônica: Monozigótica obrigatoriamente.
  • Sexo concordante e Dicoriônica: Não conseguiremos determinar a Zigotia.
26
Q

Qual importante complicação podemos encontrar em uma gestação monocoriônica? Como se apresentariam cada um dos fetos? Qual é o melhor critério diagnóstico? Quais são os estágios de comprometimento de Quintero? Como conduzir?

A

SÍNDROME DE TRANSFUSÃO FETO-FETAL
(Comunicações arteriovenosas profundas + escassez de anastomoses arterioarteriais que ocorre em gestações monocoriônicas)

Discrepâncias: de tamanho e de bolsões amnióticos

-> Feto doador
Menor tamanho
Oligodramnia
Palidez

-> Feto receptor (costuma morrer primeiro)
Maior tamanho
Polidramnia
Hidropsia (ICC)

MELHOR CRITÉRIO DIAGNÓSTICO: Discordância de líquido amniótico entre as duas cavidades Bolsão > 8cm do feto receptor e Bolsão < 2cm do feto doador.

ESTÁGIOS DE COMPROMETIMENTO (QUINTERO)

  • Estágio I: Polidramnia/Oligodramnia;
  • Estágio II: Bexiga do feto doador não é visualizada;
  • Estágio III: Doppler anormal em qualquer um dos fetos
  • Estágio IV: Hidropsia fetal
  • Estágio V: Óbito de um ou ambos os fetos

CONDUÇÃO DO CASO
- Casos leves e/ou tardio (>26 semanas):
Amniocentese seriada do maior bolsão (receptor)

  • Casos graves e/ou < 26 sem : Fotocoagulação com laser da anastomose vascular através de fetoscopia, entre 16-26 semanas da gestação
26
Q

Quais as indicações de cesárea na gemelaridade?

A
  1. Número de fetos ≥ 3
  2. STFF ou Fetos unidos
  3. Gemelaridade monoamniótica
  4. Quando 1° feto não está cefálico
  5. Quando o 2° feto é muito maior que o 1°
  6. Anomalias congênitas / Vitabilidade comprometida

Nas outras condições, principalmente quando os fetos são “cefálico-cefálico”, pode-se optar por parto vaginal.

28
Q

Em relação à Infecção Urinária na Gravidez, responda:

  • Qual o agente bacteriano principal?
  • Como se caracteriza e como conduzir a bacteriúria assintomática, a cistite e a pielonefrite?
A

Agente Principal: E.coli

Bacteriúria Assintomática:
- Há rastreio na gestação (1° e 3° trimestre)
- Problemas: Aumenta risco de parto e amniorrexe prematuro, além da pielonefrite.
- Definição: > 100.000 UFC + assintomática
- Conduta: Tratar sempre (Amoxicilina ou Nitrofurantoína por 7 dias OU Fosfomicina dose única)
+ Urocultura de controle (uma semana após o tratamento e repetido mensalmente até o final da gravidez)

Obs¹: Na recaída (cultura de controle positiva), está indicado novo antimicrobiano seguido de profilaxia antibiótica até o final da gravidez (1/4 da dose)

Cistite = Conduta da BA

  • Diagnóstico clínico -> Tratamento
  • Apesar de clínico, a urocultura deve ser realizada

Pielonefrite:
1. Internação sempre + Estabilização clínica
2. Urocultura
3. ATB parenteral (cefalosporina) até 48 afebril
+ Continuar em casa até completar 14d
+ Antibioticoterapia supressiva com Nitrofurantoína durante toda a gravidez

29
Q

Quais alterações neonatais podemos esperar de fetos de gestantes com diabetes pré-gestacional?

A
  1. Hipoglicemia: Ambiente de hiperinsulinemia neonatal
  2. Policitemia: Hipoxemia placentária / Vasculopatia
  3. Hipocalcemia: Causa desconhecida
  4. Hiperbilirrubinemia: Degradação aumentada de hemácias + Imaturidade hepática
30
Q

Quais complicações pré-natais podemos encontrar na gestação gemelar de uma forma geral? E quais podemos encontrar apenas nas gestações monocoriônicas?

A

DE UMA FORMA GERAL

  1. Parto prematuro / Amniorrexe prematura
  2. DHEG
  3. Diabetes gestacional e polidramnia
  4. Abortamento
  5. CIUR
  6. Placenta prévia e DPP

APENAS EM MONOCORIÔNICAS

  1. STFF
  2. Gemelaridade imperfeita
  3. Sequência de perfusão arterial reversa gemelar