Exame oftálmico Flashcards

1
Q

Que informações devem ser recolhidas da história oftálmica? Qual a sua importância?

A

Em termos gerais é importante registar a espécie, idade, género, raça estado vacinal e de desparasitação, história clínica e cirúrgica anterior, ambiente onde vive, interações com outros animais e crianças, realização de viagens e medicações em curso.
É importante pois uma alteração ocular permite o diagnóstico precoce de outras doenças, uma vez que existem frequentemente manifestações oculares de doenças sistémicas.

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2
Q

O que se tentar conhecer na anamnese oftálmica?

A

Forma de apresentação inicial da doença ocular, tempo decorrido desde a primeira alteração, forma de progressão, se é uni ou bilateral, tratamentos já instituídos, resposta à terapêutica e acuidade visual do paciente.

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3
Q

Como é feita a contenção do animal para a realização do exame oftalmológico?

A

O animal deve ser colocado em posição de esfínge no bordo da mesa, e as mãos da pessoa que o contém devem ser colocadas no mento e na região occipital.

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4
Q

Como se pode avaliar a visão?

A

Recorrendo a provas de obstáculos ou à prova do algodão (ambas influenciadas pelo caráter do animal).
Podemos ainda recorrer à resposta de ameaça .

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5
Q

Em que consiste o exame ocular à distância?

A

Consiste em examinar a cabeça e os olhos numa sala iluminada, procurando quaisquer sinais de assimetria dos globos oculares, tumefações, hiperémia, desvios dos eixos visuais ou secreções de qualquer tipo.

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6
Q

O que devemos realizar no exame ocular sistemático?

A

1- Numa sala iluminada devem-se testar os reflexos oculares, realizar o teste de Schirmer e colher amostras bacterianas e fúngicas.
2- Após aplicação de um colírio anestésico tópico podem-se colher amostras para citologia e medir a pressão intraocular.
3- Após aplicação de um colírio midriático, numa sala escura, realiza-se o estudo do interior do olho, recorrendo à oftalmoscopia direta e indireta (se necessário realiza-se o teste da fluoresceína).
Posteriormente podem realizar-se exames complementares mais especializados.
Deve preencher-se uma ficha de exame oftálmico detalhada.

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7
Q

Quais são os instrumentos utilizados no diagnóstico básico em oftalmologia?

A

Lanterna punctiforme, lente de 20 dioptrias, oftalmoscópio direto, tiras de teste de Schirmer, tiras de fluoresceína, tonómetro, tropicamida a 1%, anestésico tópico.

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8
Q

Para um diagnóstico avançado a que instrumentos podemos recorrer?

A

Biomicroscópio, oftalmoscópio indireto, lente de gonioscopia, eletroretinógrafo, câmara fotográfica de fundo de olho e ecógrafo.

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9
Q

Quais os reflexos oculares testados no exame oftalmológico?

A

Resposta de ameaça
- aproximação rápida de um objeto ao globo ocular e observar o piscar dos olhos que se segue
- testa a integridade do nervo óptico e facial, bem como do músculo orbicular das pálpebras e, em menor grau, do nervo oculomotor

Reflexo fotomotor pupilar
- testa a integridade do nervo óptico e oculomotor
- realiza-se fazendo incidir um feixe de luz forte num olho e verificando se há miose nesse olho (reflexo pupilar direto) e no olho contralateral (reflexo pupilar consensual)

Reflexo corneal
- consiste no toque da córnea e no consequente encerramento da fenda palpebral
- testa a integridade do nervo trigémio (ramo oftálmico faz a inervação sensitiva da córnea), facial (encerramento das pálpebras) e oculomotor (inervação do músculo elevador da pálpebra superior)

Reflexo palpebral
- consiste no toque da comissura palpebral e no consequente encerramento da fenda palpebral
- testa a integridade do nervo facial e do músculo orbicular das pálpebras, do nervo trigémio (sensibilidade facial) e do oculomotor

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10
Q

Qual é a função do teste de Schirmer? Como se realiza?

A

Avalia a produção da película lacrimal précorneal quantitativamente, e deve ser realizado antes da instilação de qualquer colírio.
Coloca-se uma tira de papel absorvente estéril e graduada na pálpebra inferior durante 60s. No cão e no gato pode variar entre 15 a 25 mm/minuto.

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11
Q

Como se colhem amostras bacterianas, víricas, fúngicas e citológicas?

A

Amostras bacterianas - colher separadas da conjuntiva e margem palpebral de cada olho com zaragatoa estéril; enviar em meio apropriado.
Amostras víricas - na córnea ou margem palpebral, por intermédio de uma zaragatoa humedecida com soro fisiológico estéril; enviar congelada.
Amostras fúngicas - raspagens corneais ou cutâneas; cultivar em agar de Saboraud.
Estas três devem ser realizadas antes da instilação de colírios.

Amostras citológicas - instilar previamente um colírio anestésico; raspagens da conjuntiva palpebral ou punções aspirativas de agulha fina.

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12
Q

O que é a tonometria?

A

Técnica que permite a avaliação da pressão inraocular.

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13
Q

Que tipos de tonometria existem e o que requer cada uma ?

A

Tonometria de indentação:
- animais com pescoço em hiperextensão e córnea na horizontal
- difícil de realizar

Tonometria de aplanamento (TONOPEN)
- mais cara
- medida mais precisa da PIO
- baseia-se na força que é necessária para aplanar a superfície da córnea

Tonometria de ressalto (TONOVET)
- não é necessária anestesia tópica prévia
- aparelho mede a desaceleração

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14
Q

Quais os valores normais da PIO para o cão e gato?

A

15 a 25 mmHg

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15
Q

Caracteriza o exame de oftalmoscopia direta.

A

Numa sala escura, utilizando um oftalmoscópio direto, esta técnica permite realizar o estudo do interior do olho.
Examinar todas as estruturas sequencialmente , no sentido antero-posterior.
Aplicar um colírio midriático em cada olho e repetir após 5min.
O efeito máximo é atingido ao fim de cerca de 20min, e geralmente desparece ao fim de 3 a 6h.

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16
Q

Que tipo de imagem se obtém comum oftalmoscópio direto? Que características possui este aparelho?

A

Permite a obtenção de uma imagem não invertida e ampliada.
O oftalmoscópio possui um reóstato que permite regular a intensidade luminosa e um filtro de cores:
- luz branca para observação usual
- filtro verde para visualização dos vasos do fundo do olho
- filtro azul para evidenciar a fluoresceína
A luz pode ter formato circular, forma de fenda (corte transversal da córnea e cristalino) e um quadriculado para localizar lesões.
Este aparelho possui ainda um sistema de lentes que ajustam a profundidade focal dentro do olho (+20 dioptrias para a córnea e 0 para a retina).

17
Q

O que se realiza na oftalmoscopia indireta e que imagem obtemos?

A

Estudo do fundo do olho com o auxílio de uma lente biconvexa (20-30 dioptrias) e de uma luz punctiforme.
Dá-nos um menor aumento e uma imagem invertida, com maior campo de visão.

18
Q

Que tipos de exames complementares de diagnóstico oftalmológico existem?

A

Corantes oculares, teste de Jones, biomicroscopia, gonioscopia, ecografia ocular, radiografia, TC/RM, eletrorretinografia, paracentese da câmara anterior/vítrea, angiografia fluoresceínica da retina e fotografia.

19
Q

Qual é a função dos corantes oculares?

A

A fluoresceína é um corante utilizado para identificação de lesões na córnea, e para testar a permeabilidade das vias de drenagem do sistema lacrimal.
É hidrossolúvel e, por isso, não tinge o epitélio corneano, mas penetra no estroma em caso de ulceração, corando-o de verde.
O corante é melhor evidenciado pela luz azul do oftalmoscópio ou duma lâmpada de Wood.

20
Q

Como se realiza o estudo da permeabilidade das vias lacrimais (teste de Jones)?

A

Realiza-se a prova de passagem de fluoresceína, na qual se instila o corante para o saco conjuntival e se observa se aparece cor verde junto à narina ipsilateral.

21
Q

Em que consiste a biomicroscopia?

A

Consiste num microscópio binocular com uma fonte de luz ajustável.
Permite a visualização e a localização de lesões das várias camadas da córnea, da câmara anterior e do cristalino.

22
Q

O que é a gonioscopia?

A

Técnica que permite a visualização do ângulo iridoconeal com auxílio de uma goniolente sobre a superfície da córnea.
É essencial para classificar o tipo de glaucoma.

23
Q

Para que é utilizada a ecografia ocular?

A

Avaliação do segmento posterior em caso de perda de transparência da córnea ou cristalino, avaliação de doenças orbitárias e retrobulbares, alterações congénitas, deslocamentos da retina, etc.

24
Q

Como devem ser obtidas as radiografias e qual o seu uso?

A

Obtidas em posição lateral, ventrodorsal, oblíqua e dorsoventral para discriminação de corpos estranhos e orbitários, tumores ou fraturas.

25
Q

Em que situações é útil recorrer a tomografia computorizada/ressonância magnética?

A

Diagnóstico de lesões orbitárias ou retrobulbares.
Permite visualizar as margens e os limites das lesões, não fornecendo diagnóstico definitivo.

26
Q

Qual a função da eletrorretinografia (ERG)?

A

Testar a funcionalidade da retina.
Importante no caso de atrofia súbita ou progressiva da retina e como exame complementar à realização de cirurgia de cataratas.

27
Q

O que é a paracentese da câmara anterior/vítrea?

A

A paracentese aquosa e vítrea são exames complexos que requerem a anestesia do paciente. São realizados sempre que se pretende obter amostras para análise citológica, microbiológica ou analítica.
Podem ser usadas com fins terapêuticos (aspiração de lesões quísticas ou aplicação intraocular de fármacos).

28
Q

Em que consiste a angiografia fluoresceínica da retina?

A

Injeção de um contraste fluoresceínico numa veia periférica, seguido de fotografia seriada do fundo ocular que nos permite avaliar a integridade da barreira hemato-ocular.

29
Q

Que função possui a fotografia das lesões oculares como exame complementar?

A

Permite avaliar a evolução das patologias nas consultas de acompanhamento.