FIGADO E PANCREAS Flashcards
(65 cards)
COLESTASE
fígado aumentado de tamanho, com coloração verde difusa e com bordos arredondados.
etiologia da colestase
as etiologias da colestase são muito variadas.
Colestase pré-hepática ocorre em casos de anemias hemolíticas que podem ser causadas, por exemplo, por babesias.
Colestase hepática é provocada por inúmeros agentes que provocam lesões nos hepatócitos, como bactérias, vírus e substâncias
químicas (ex tetraciclinas).
Colestase pós-hepática é provocada por obstrução luminal dos ductos biliares por parasitas ou cálculos, ou compressões externas
por massas tumorais ou inflamações.
Cavalos também podem fazer colestase fisiológica após jejuns prolongados
CIRROSE
superfície do fígado irregular, com nódulos de diferentes tamanhos separados por septos brancos
(fibrose), provocando uma completa distorção arquitetural difusa.
Os nódulos regenerativos são mais evidentes no cão (direita) do que na vaca (esquerda), em que o fígado se encontra atrofiado.
Tem uma imagem de fígado de cão mais bonita, com alteração da cor, de ferrugem. Pode se confundir com neoplasia.
ETIOLOGIA CIRROSE
Cirrose é uma lesão final, irreversível e que se auto-alimenta, desencadeada por estímulos agressores crónicos ou
repetitivos no fígado, exemplos são aflotoxicose crónica, intoxicação por alcalóides pirrolizidínicos e fasciolose
A destruição da rede de reticulina
responsavel pela orientação espacial dos hepatócitos pode culminar com cirrose.
V
descreva a patologia das alterações vistas em caso de cirrose hepatica
Os hepatócitos ao serem destruídos libertam fatores que estimulam a proliferação de outros hepatócitos vizinhos que não foram
destruídos, os hepatócitos ao proliferar, sem a rede de reticulina, dispõem-se de forma aleatória, sem relação com a artéria
hepática, veia porta e veia centrolobular, portanto os hepatócitos não são oxigenados nem nutridos e rapidamente entram em
hipóxia e morrem, desencadeando um ciclo vicioso, porque os hepatócitos mortos estimulam a regeneração e proliferação de
outros hepatócitos, que formam nódulos de regeneração de diferentes tamanhos
consequecias da cirrose a nivel sistemico
Encefalopatia hepática: os aminoácidos são degradados em amoníaco, um composto tóxico que é convertido em ureia
no fígado. Com insuficiência hepática, acumula-se amoníaco no sangue, e é distribuído para o sistema nervoso central,
onde tem efeitos tóxicos e o animal fica comatoso/inconsciente.
➢ Hemorragias: o fígado deixa de sintetizar quantidades suficientes de fatores de coagulação.
➢ Hipoalbuminemia: o fígado deixa de sintetizar quantidades suficientes de albumina (proteína mais abundante do
plasma), consequentemente a pressão oncótica plasmática baixa e ocorrem edemas hidrostáticos e frequentemente
ascites.
➢ Alterações vasculares e hemodinâmicas: a fibrose provoca estase do sangue venoso do fígado, aumentando a
pressão venosa na veia porta, para ultrapassar este problema são formados shunts porto-sistémicos, ou seja,
comunicações entre a veia porta e veia cava, que contribui para a encefalopatia hepática porque o amoníaco proveniente
do tubo digestivo ultrapassa o fígado e é transportado para o SNC.
A hipertensão portal também contribui para a formação de ascites.
➢ Síndrome hepatocutânea: lesões na pele nos cães e gatos (crostas, erosões, úlceras)
➢ Fotossensibilização: ocorre em herbívoros, a clorofila é metabolizada em filoeritrina (pelas bactérias) que é eliminada
na bílis. Em casos de insuficiência hepática, acumula-se no sangue e distribui-se para a pele, sendo um pigmento
fotossensibilizante, provoca alopécia e necrose cutânea.
➢ Manifestações imunológicas: maior suscetibilidade a endotoxémias ou embolias sépticas, principalmente devido a
shunts porto-sistémicos (as bactérias e toxinas não são filtradas pelas células de Kupffer)
ESTEATOSE POR TENSÃO
lesão focal, marginal, amarela, triangular e untuosa ao toque, na zona de inserção de ligamentos
patogenia de esteatose por tensão
pensa-se que em algumas situações os ligamentos provocam tração no fígado e colapso dos sinusóides, provocando
uma hipóxia relativa dos hepatócitos daquela zona, afetando seu metabolismo lipídico e provocando esteatose (acumulação de
lípidos)
é comum esta patologia em bovinos e outros ruminantes
CONGESTÃO PASSIVA CRÓNICA
Fígado tumefacto, com bordos arredondados e lobulação evidenciada por lesão zonal com zonas
vermelho escuras (congestão) e zonas amarelas (esteatose).
Significado clinico de congestao passiva cronica do figado ( figado noz moscada)
em situações prolongadas em que há fibrose da veia centrolobular, aumenta-se a pressão hidrostática da
veia porta (hipertensão portal), que pode culminar na formação de shunts porto-sistémicos, e consequentemente num bypass do
sangue porta pelo fígado, o que pode levar a encefalopatias hepáticas (aminas resultantes do metabolismo dos aminoácidos
ultrapassam o fígado e entram em circulação sistémica, atingindo o cérebro e provocando efeitos tóxicos).
etiologia de congestão passiva do figado
: na maioria dos casos tem origem na insuficiência cardíaca que afeta o coração direito (nos cães velhos é comum na
doença mixomatosa da válvula mitral), mas este aspeto morfológico não é patognomónico, também pode ter etiologia tóxica ou
parasitária (Dirofilaria immitis), ou anemia grave.
TELANFIECTASIA ( MACULOSA)
áreas cinzentas/vermelhas deprimidas (algumas podem ser tumefactas), máculas, circunscritas com
distribuição multifocal aleatória. Exsudam sangue ao corte.
patogenia de telangiectasia
: dilatação dos sinusóides em áreas onde houve perda de hepatócitos, preenchendo-as com sangue, sem inflamação
associada. O mecanismo é desconhecido.
É comum em bovinos reprodutores e em gatos idosos
figado rejeitado por ser repugante em matadouro
ESTEATOSE HEPÁTICA
fígado tumefacto, com bordos arredondados e coloração amarela difusa, untuoso ao toque.
Engrossamento dos hepatócitos dá uma sensação que as trabéculas são visíveis macroscopicamente.
Microscopicamente os hepatócitos têm acumulação vacuolar, que pode ser microvacuolar ou macrovacuolar, formando vesículas
redondas bem delimitada
ETIOLOGIA DE ESTEATOSE HEPATICA
Excesso de lípidos ou carbohidratos na dieta.
➢ Agressão hepatocelular por tóxicos ou hipóxia.
o Doença do fígado branco: ovinos com uma dieta deficiente em cobalto não sintetizam quantidades suficientes
de vitamina B12 e consequentemente de hemoglobina, resultando em anemia e consequentemente hipóxia e
esteatose.
➢ Mobilização de gordura do tecido adiposo em animais obesos com défice energético, a gordura não é oxidada nos
hepatócitos porque a oxidação requer energia, portanto acumula-se.
o Cetose: em ruminantes, há uma grande mobilização de ácidos gordos, que se acumulam no fígado e são
convertidos em corpos cetónicos.
o Síndrome do fígado gordo bovino: normalmente precendida por eventos que provocam anorexia como
retenção placentária ou mamites, em vacas obesas no fim da gestação ou pico de lactação.
o Síndrome do fígado gordo felino: precendido por eventos que provocam anorexia como stresse ou dor, o
gato obeso deixa de comer e mobiliza gordura corporal.
o Lipidose hepatocelular dos cavalos miniatura, póneis e burros: semelhante à síndrome do fígado gordo
bovino.
o Toxemia de gestação: em pequenos ruminantes com gestação gemelar, os fetos no fim da gestação
comprimem o rúmen e o animal não ingere nutrientes suficientes para suprir os dois fetos e entra em défice
energético, mobilizando gordura para o fígado. Animal normalmente morre no fim da gestação.
➢ Doenças endócrinas: hipotiroidismo e diabetes.
➢ Deficiência na síntese de apoproteínas
SIGNIFICADO CLINCO DE ESTEATOSE HEPATICA
tumefação do fígado provoca distensão da cápsula, tornando-a mais frágil e suscetível a roturas
espontâneas. Roturas do fígado provocam hemorragia interna e morte súbita.
ACUMULAÇÃO GLICOGENIO
gado tumefacto e descorado (coloração castanha/verde), com bordos arredondados e superfície
capsular irregular, como uma casca de citrino, lobulação exacerbada (padrão zonal), consistência firme.
É possível confundir com esteatose e também é possível que coexistam as duas situaçõe
PATOGENIA DE ACUMULAÇÃO DE GLICOGENIO
acumulação de glicogénio é regulada pela glicose sintetase produzida pela glândula adrenal, e também pelas
hormonas do pâncreas (insulina, glucagon).
Em algumas situações patológicas administramos glucocorticóides (cães), que afeta a adrenal, e consequentemente afeta essa
regulação pela adrenal e ocorre acumulação de glicogénio no fígado.
SIGNIFICADO CLINCO DE ACUMULAÇÃO DE GLICOGÉNIO
Não sabemos o ponto de não retorno, por isso em animais tratados com corticos é feita periodicamente
avaliações do fígado (ecografia), quando começa a ficar muito alterado fazer desmame.
Não esperar que as enzimas hepáticas estejam aumentadas porque podem aumentar somente num ponto de não retorno.
Hepatócitos tumefactos colapsam os sinusóides, levam a hipertensão portal e podem levar a hipóxia dos hepatócitos e esteatose,
por isso podem coexistir as duas situações em fases mais avançadas.
amiloidose hepática
fígado com coloração laranja difusa, bordos arredondados e consistência firme (não untuoso) e
superfície irregular, como uma casca de citrino
etiologia da emiloidose hepática
Amiloidose primária: mieloma múltiplo (neoplasia dos plasmócitos), os plasmócitos neoplásicos secretam
imunoglobulinas de cadeia leve (AL) que depositam nas membranas basais
➢ Amiloidose secundária: é secundária a inflamações crónicas, em que o fígado começa a produzir proteínas da fase
aguda fibrilhares (proteína AA) que depositam nas membranas basais.
significado clinico de amiloidose hepática
: fígado fica mais friável, o animal pode morrer por rotura do fígado e hemorragia interna.
Também ocorre deposição de proteínas fibrilhares nos glomérulos renais, por isso a amiloidose pode culminar em insuficiência
hepática e insuficiência renal.
Em matadouro, para confirmar rapidamente que é amiloide, testam com solução aquosa de iodo (lugol, ou betadine), e mergulhar
um pedaço de rim nessa solução, os glomérulos com amiloide ficam pintados de castanho.
patogenia : deposição de proteínas amilóide insolúveis (existem 16 proteínas diferentes do tipo amiloide) no espaço de Disse
(membrana basal). Essas proteínas dificultam a nutrição e função hepática, provocam atrofia hepatocelular e pode culminar em
insuficiência hepática
hepatite infeciosa canina
fígado tumefacto e friável, com filamentos amarelos, frágeis e brilhantes (fibrina e edema – quadro exsudativo) na
cápsula hepática e entre os lobos, também na vesícula biliar. Superfície do fígado tem um aspeto heterogéneo.
Microscopicamente há necrose multifocal aleatória de hepatócitos isolados, e hepatócitos com inclusões intranucleares basófilas, com um halo claro
em volta, e condensação de cromatina na periferia do núcleo.
Outra imagem da teórica dá para ver focos claros aleatórios no fígado e focos escuros aleatórios no intestino (petéquias).