FIGADO E PANCREAS Flashcards

(65 cards)

1
Q

COLESTASE

A

fígado aumentado de tamanho, com coloração verde difusa e com bordos arredondados.

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2
Q

etiologia da colestase

A

as etiologias da colestase são muito variadas.
Colestase pré-hepática ocorre em casos de anemias hemolíticas que podem ser causadas, por exemplo, por babesias.
Colestase hepática é provocada por inúmeros agentes que provocam lesões nos hepatócitos, como bactérias, vírus e substâncias
químicas (ex tetraciclinas).
Colestase pós-hepática é provocada por obstrução luminal dos ductos biliares por parasitas ou cálculos, ou compressões externas
por massas tumorais ou inflamações.
Cavalos também podem fazer colestase fisiológica após jejuns prolongados

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3
Q

CIRROSE

A

superfície do fígado irregular, com nódulos de diferentes tamanhos separados por septos brancos
(fibrose), provocando uma completa distorção arquitetural difusa.
Os nódulos regenerativos são mais evidentes no cão (direita) do que na vaca (esquerda), em que o fígado se encontra atrofiado.
Tem uma imagem de fígado de cão mais bonita, com alteração da cor, de ferrugem. Pode se confundir com neoplasia.

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4
Q

ETIOLOGIA CIRROSE

A

Cirrose é uma lesão final, irreversível e que se auto-alimenta, desencadeada por estímulos agressores crónicos ou
repetitivos no fígado, exemplos são aflotoxicose crónica, intoxicação por alcalóides pirrolizidínicos e fasciolose

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5
Q

A destruição da rede de reticulina
responsavel pela orientação espacial dos hepatócitos pode culminar com cirrose.

A

V

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6
Q

descreva a patologia das alterações vistas em caso de cirrose hepatica

A

Os hepatócitos ao serem destruídos libertam fatores que estimulam a proliferação de outros hepatócitos vizinhos que não foram
destruídos, os hepatócitos ao proliferar, sem a rede de reticulina, dispõem-se de forma aleatória, sem relação com a artéria
hepática, veia porta e veia centrolobular, portanto os hepatócitos não são oxigenados nem nutridos e rapidamente entram em
hipóxia e morrem, desencadeando um ciclo vicioso, porque os hepatócitos mortos estimulam a regeneração e proliferação de
outros hepatócitos, que formam nódulos de regeneração de diferentes tamanhos

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7
Q

consequecias da cirrose a nivel sistemico

A

Encefalopatia hepática: os aminoácidos são degradados em amoníaco, um composto tóxico que é convertido em ureia
no fígado. Com insuficiência hepática, acumula-se amoníaco no sangue, e é distribuído para o sistema nervoso central,
onde tem efeitos tóxicos e o animal fica comatoso/inconsciente.
➢ Hemorragias: o fígado deixa de sintetizar quantidades suficientes de fatores de coagulação.
➢ Hipoalbuminemia: o fígado deixa de sintetizar quantidades suficientes de albumina (proteína mais abundante do
plasma), consequentemente a pressão oncótica plasmática baixa e ocorrem edemas hidrostáticos e frequentemente
ascites.
➢ Alterações vasculares e hemodinâmicas: a fibrose provoca estase do sangue venoso do fígado, aumentando a
pressão venosa na veia porta, para ultrapassar este problema são formados shunts porto-sistémicos, ou seja,
comunicações entre a veia porta e veia cava, que contribui para a encefalopatia hepática porque o amoníaco proveniente
do tubo digestivo ultrapassa o fígado e é transportado para o SNC.
A hipertensão portal também contribui para a formação de ascites.
➢ Síndrome hepatocutânea: lesões na pele nos cães e gatos (crostas, erosões, úlceras)
➢ Fotossensibilização: ocorre em herbívoros, a clorofila é metabolizada em filoeritrina (pelas bactérias) que é eliminada
na bílis. Em casos de insuficiência hepática, acumula-se no sangue e distribui-se para a pele, sendo um pigmento
fotossensibilizante, provoca alopécia e necrose cutânea.
➢ Manifestações imunológicas: maior suscetibilidade a endotoxémias ou embolias sépticas, principalmente devido a
shunts porto-sistémicos (as bactérias e toxinas não são filtradas pelas células de Kupffer)

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8
Q

ESTEATOSE POR TENSÃO

A

lesão focal, marginal, amarela, triangular e untuosa ao toque, na zona de inserção de ligamentos

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9
Q

patogenia de esteatose por tensão

A

pensa-se que em algumas situações os ligamentos provocam tração no fígado e colapso dos sinusóides, provocando
uma hipóxia relativa dos hepatócitos daquela zona, afetando seu metabolismo lipídico e provocando esteatose (acumulação de
lípidos)
é comum esta patologia em bovinos e outros ruminantes

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10
Q

CONGESTÃO PASSIVA CRÓNICA

A

Fígado tumefacto, com bordos arredondados e lobulação evidenciada por lesão zonal com zonas
vermelho escuras (congestão) e zonas amarelas (esteatose).

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10
Q

Significado clinico de congestao passiva cronica do figado ( figado noz moscada)

A

em situações prolongadas em que há fibrose da veia centrolobular, aumenta-se a pressão hidrostática da
veia porta (hipertensão portal), que pode culminar na formação de shunts porto-sistémicos, e consequentemente num bypass do
sangue porta pelo fígado, o que pode levar a encefalopatias hepáticas (aminas resultantes do metabolismo dos aminoácidos
ultrapassam o fígado e entram em circulação sistémica, atingindo o cérebro e provocando efeitos tóxicos).

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10
Q

etiologia de congestão passiva do figado

A

: na maioria dos casos tem origem na insuficiência cardíaca que afeta o coração direito (nos cães velhos é comum na
doença mixomatosa da válvula mitral), mas este aspeto morfológico não é patognomónico, também pode ter etiologia tóxica ou
parasitária (Dirofilaria immitis), ou anemia grave.

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11
Q

TELANFIECTASIA ( MACULOSA)

A

áreas cinzentas/vermelhas deprimidas (algumas podem ser tumefactas), máculas, circunscritas com
distribuição multifocal aleatória. Exsudam sangue ao corte.

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12
Q

patogenia de telangiectasia

A

: dilatação dos sinusóides em áreas onde houve perda de hepatócitos, preenchendo-as com sangue, sem inflamação
associada. O mecanismo é desconhecido.
É comum em bovinos reprodutores e em gatos idosos
figado rejeitado por ser repugante em matadouro

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13
Q

ESTEATOSE HEPÁTICA

A

fígado tumefacto, com bordos arredondados e coloração amarela difusa, untuoso ao toque.
Engrossamento dos hepatócitos dá uma sensação que as trabéculas são visíveis macroscopicamente.
Microscopicamente os hepatócitos têm acumulação vacuolar, que pode ser microvacuolar ou macrovacuolar, formando vesículas
redondas bem delimitada

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14
Q

ETIOLOGIA DE ESTEATOSE HEPATICA

A

Excesso de lípidos ou carbohidratos na dieta.
➢ Agressão hepatocelular por tóxicos ou hipóxia.
o Doença do fígado branco: ovinos com uma dieta deficiente em cobalto não sintetizam quantidades suficientes
de vitamina B12 e consequentemente de hemoglobina, resultando em anemia e consequentemente hipóxia e
esteatose.
➢ Mobilização de gordura do tecido adiposo em animais obesos com défice energético, a gordura não é oxidada nos
hepatócitos porque a oxidação requer energia, portanto acumula-se.
o Cetose: em ruminantes, há uma grande mobilização de ácidos gordos, que se acumulam no fígado e são
convertidos em corpos cetónicos.
o Síndrome do fígado gordo bovino: normalmente precendida por eventos que provocam anorexia como
retenção placentária ou mamites, em vacas obesas no fim da gestação ou pico de lactação.
o Síndrome do fígado gordo felino: precendido por eventos que provocam anorexia como stresse ou dor, o
gato obeso deixa de comer e mobiliza gordura corporal.
o Lipidose hepatocelular dos cavalos miniatura, póneis e burros: semelhante à síndrome do fígado gordo
bovino.
o Toxemia de gestação: em pequenos ruminantes com gestação gemelar, os fetos no fim da gestação
comprimem o rúmen e o animal não ingere nutrientes suficientes para suprir os dois fetos e entra em défice
energético, mobilizando gordura para o fígado. Animal normalmente morre no fim da gestação.
➢ Doenças endócrinas: hipotiroidismo e diabetes.
➢ Deficiência na síntese de apoproteínas

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15
Q

SIGNIFICADO CLINCO DE ESTEATOSE HEPATICA

A

tumefação do fígado provoca distensão da cápsula, tornando-a mais frágil e suscetível a roturas
espontâneas. Roturas do fígado provocam hemorragia interna e morte súbita.

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16
Q

ACUMULAÇÃO GLICOGENIO

A

gado tumefacto e descorado (coloração castanha/verde), com bordos arredondados e superfície
capsular irregular, como uma casca de citrino, lobulação exacerbada (padrão zonal), consistência firme.
É possível confundir com esteatose e também é possível que coexistam as duas situaçõe

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17
Q

PATOGENIA DE ACUMULAÇÃO DE GLICOGENIO

A

acumulação de glicogénio é regulada pela glicose sintetase produzida pela glândula adrenal, e também pelas
hormonas do pâncreas (insulina, glucagon).
Em algumas situações patológicas administramos glucocorticóides (cães), que afeta a adrenal, e consequentemente afeta essa
regulação pela adrenal e ocorre acumulação de glicogénio no fígado.

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18
Q

SIGNIFICADO CLINCO DE ACUMULAÇÃO DE GLICOGÉNIO

A

Não sabemos o ponto de não retorno, por isso em animais tratados com corticos é feita periodicamente
avaliações do fígado (ecografia), quando começa a ficar muito alterado fazer desmame.
Não esperar que as enzimas hepáticas estejam aumentadas porque podem aumentar somente num ponto de não retorno.
Hepatócitos tumefactos colapsam os sinusóides, levam a hipertensão portal e podem levar a hipóxia dos hepatócitos e esteatose,
por isso podem coexistir as duas situações em fases mais avançadas.

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19
Q

amiloidose hepática

A

fígado com coloração laranja difusa, bordos arredondados e consistência firme (não untuoso) e
superfície irregular, como uma casca de citrino

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20
Q

etiologia da emiloidose hepática

A

Amiloidose primária: mieloma múltiplo (neoplasia dos plasmócitos), os plasmócitos neoplásicos secretam
imunoglobulinas de cadeia leve (AL) que depositam nas membranas basais
➢ Amiloidose secundária: é secundária a inflamações crónicas, em que o fígado começa a produzir proteínas da fase
aguda fibrilhares (proteína AA) que depositam nas membranas basais.

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21
Q

significado clinico de amiloidose hepática

A

: fígado fica mais friável, o animal pode morrer por rotura do fígado e hemorragia interna.
Também ocorre deposição de proteínas fibrilhares nos glomérulos renais, por isso a amiloidose pode culminar em insuficiência
hepática e insuficiência renal.
Em matadouro, para confirmar rapidamente que é amiloide, testam com solução aquosa de iodo (lugol, ou betadine), e mergulhar
um pedaço de rim nessa solução, os glomérulos com amiloide ficam pintados de castanho.

patogenia : deposição de proteínas amilóide insolúveis (existem 16 proteínas diferentes do tipo amiloide) no espaço de Disse
(membrana basal). Essas proteínas dificultam a nutrição e função hepática, provocam atrofia hepatocelular e pode culminar em
insuficiência hepática

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22
Q

hepatite infeciosa canina

A

fígado tumefacto e friável, com filamentos amarelos, frágeis e brilhantes (fibrina e edema – quadro exsudativo) na
cápsula hepática e entre os lobos, também na vesícula biliar. Superfície do fígado tem um aspeto heterogéneo.
Microscopicamente há necrose multifocal aleatória de hepatócitos isolados, e hepatócitos com inclusões intranucleares basófilas, com um halo claro
em volta, e condensação de cromatina na periferia do núcleo.
Outra imagem da teórica dá para ver focos claros aleatórios no fígado e focos escuros aleatórios no intestino (petéquias).

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23
etiolofia de hepatite infeciosa canina
a: adenovirus canino tipo 1.
24
patogenia de hepatite infeciosa canina e significado clinico
vírus tem tropismo a 3 diferentes tipos celulares: hepatócitos, células endoteliais e células mesoteliais. Provoca necrose hepatocelular e hepatite aguda, assim como hemorragias em diversos órgãos. A infeção ocorre normalmente por via oral, e os sinais clínicos frequentemente iniciam-se com amigdalites. O fígado é um dos principais produtores de linfa, a dificuldade da circulação de retorno é bem visível a nível dos vasos linfáticos pode provocar letargia, icterícia, anemia e hemorragias, em casos mais graves pode causar insuficiência hepática. Hoje em dia a infeção é rara devido ao aumento da prevalência da vacinação (polivalentes, também com Leptospira). Em infeções antigas, o cão pode apresentar um “olho azul” devido à deposição de imunocomplexos na córnea (uveíte, hipersensibilidade tipo III). Também aparecem corpos de inclusão nos glomérulos renais (células endoteliais). Edema da vesícula biliar
25
hepatite multifocal necrotica
pequenos focos brancos distribuídos de forma aleatória e difusa pelo parênquima hepático. fígado com lesões brancas/amarelas, extensas e circulares de distribuição multifocal, com centro deprimido (sugestivo de necrose de liquefação) e periferia mais consistente (necrose de coagulação). As lesões são delimitadas por um halo vermelho-escuro (halo congestivo hemorrágico). Microscopicamente cada foco é uma necrose panlobular que afeta vários lóbulos
26
etiologia para hepatite multifocal necrotica
esta apresentação é inespecífica e requer um diagnóstico microscópico e possivelmente microbiológico para identificação do agente etiológico. São vários os microrganismos que podem causar lesões com esta apresentação, alguns exemplos são vírus como Herpesvírus (primeira suspeita em animais muito jovens), bactérias como Salmonella spp. (primeira suspeita em aves) e E. coli (colibacilose, é problema de maneio), e fungos como Mucor spp. Fusobacterium necrophorum. Fetos de ovinos apresentam fígados com lesões semelhantes, provocadas por Campylobacter.
27
significado clinco de hepatite multifocal necrotica e PATOGENIA
com o tempo, pode desenvolver abcessos hepáticos ou granulomas. A evolução da doença depende do agente etiológico e extensão da lesão, em infeções maciças pode haver sinais de insuficiência hepática. Em alguns casos em matadouro, em situações agónicas pode haver dispersão de bactérias do tubo digestivo no fígado (é rejeitado). a distribuição aleatória e difusa da necrose indica uma infeção por via artéria hepática, em que o agente patogénico é proveniente da circulação sistémica, por isso é distribuído de forma indiferenciada nos lobos hepáticos.
28
Hepatite multifocal supurativa
: lesões amarelas salientes com distribuição multifocal coalescente, ocupando um dos lobos do fígado na sua totalidade. A consistência é mais ou menos fúida e exsuda material cremoso e amorfo ao corte.
29
patogenia de hepatite multifocal suspurativa
a distribuição diferencial da lesão, que ocupa preferencialmente um dos lobos hepáticos, indica que a via de acesso ao fígado pelo agente infecioso foi a veia porta, o agente teve origem numa das porções do tubo digestivo e devido ao fluxo laminar do sangue na veia porta, ocorre o fenómeno de portal streaming em que sangue proveniente de diferentes porções do tubo digestivo são distribuídos preferencialmente para determinados lobos hepáticos. A formação de abcessos indica que a lesão é antiga, e provavelmente de origem bacteriana a distribuição multifocal aleatória dos abcessos é sugestiva de infeção bacteriana por via artéria hepática, bactérias provenientes da circulação sistémica. Em lesões crónicas as bactérias podem ser acantonadas em abcessos, que são acumulações de neutrófilos e detritos necróticos.
30
etiologia da hepatite multifocal supurativa
qualquer bactéria do tubo digestivo pode provocar abcessos hepáticos
31
significado clinoc da hepatite multifocal supurativa
abcessos normalmente são achados, mas podem provocar perda de peso ou diminuição da produção. Às vezes podem se alojar na veia hepática e destacar, dando origem a êmbolos sépticos que atingem o pulmão e provocam pneumonias, ou enfartes pulmonares por obstrução capilar, e morte súbita.
32
HEPATITE MULTIFOCAL GRANULOMATOSA
lesões brancas/amarelas circulares, de consistência firme e distribuição multifocal aleatória
33
PATOGENIA DE MULTIFOCAL GRANULOMATOSA
a distribuição multifocal aleatória dos granulomas é sugestiva de infeção bacteriana por via artéria hepática, bactérias provenientes da circulação sistémica. Em lesões crónicas as bactérias podem ser acantonadas em granulomas, que são estruturas concêntricas com um centro necrótico e periferia constituída por camadas de células (macrófagos, células gigantes multinucleadas e células da linha linfoplasmocitária).
34
ETIOLOGIA DE HEPATITE MULTIFOCAL GRANULOMATOSA
uma grande variedade de bactérias, e também fungos e protozoários, podem provocar granulomas hepáticos. O Coronavirus do gato (peritonite infeciosa felina) também pode causar granulomas, desencadeia vasculite e quadro granulomatoso por hipersensibilidade.
35
hepatite multifocal granulomatosa caseocalcária (tuberculose)
FIGado com múltiplos focos brancos/amarelos salientes/nodulares e bem delimitados, com uma periferia branca e firme (fibrose) e centro amarelo caseocalcário (pode ou não apresentar calcificação, se a consistência for firme apresenta calcificação, se for amorfa e branda, é necrose de caseificação). Tem que se abrir os abcessos para identificar. Os linfonodos hepáticos apresentam-se aumentados de tamanho e com nódulos amarelos correspondentes a necrose de caseificação.
36
patogenia de hepatite multifocal granulomatosa caseocalcária (tuberculose)
local primário de infeção é os pulmões, mas o agente infecioso distribui-se via sanguínea para os linfonodos e fígado (via artéria hepática, por isso a distribuição é multifocal aleatória), provocando granulomas caseocalcários. Mycobacterium bovis é fagocitado, mas impede a fusão do fagossoma com o lisossoma, permitindo sua multiplicação dentro dos macrófagos, provocando sua necrose e libertação das micobactérias. Por isso o organismo rapidamente responde formando granulomas
37
etiologia de hepatite multifocal granulomatosa caseocalcária (tuberculose)
Mycobacterium bovis (bovinos), Mycobacterium caprae (caprinos)
38
significado clinico de hepatite multifocal granulomatosa caseocalcária (tuberculose)
: na grande maioria dos casos o agente patológico é acantonado nos granulomas e não desencadeia doença. A tuberculose está praticamente erradicada
39
hepatite parasitária (ascariose).
múltiplas áreas brancas e deprimidas na superfície capsular do fígado, distribuídas de uma forma aleatória e difusa (fibrose, “milk spots”)
40
patogenia de hepatite parasitária (ascariose).
: estas lesões são antigas, resultantes de prévias migrações parasitárias que provocaram lesões que foram reparadas por fibrose.
41
etiologia de hepatite parasitária (ascariose).
formas larvares de nemátodes (Ascaris suum ou Stephanurus dentatus
42
significado clinico de hepatite parasitária (ascariose).
lesão é antiga e o nemátode já não se encontra no fígado, portanto não tem significado clínico.
43
colangiohepatite parasitária (fasciolose)
superfície capsular do fígado irregular (fibrose), com trajetos brancos e irregulares, outros trajetos vermelhos, hemorrágicos (também com produtos de excreção negros da Fasciola), ductos biliares com parede espessa e preenchidos por conteúdo preto amorfo. Ver imagem da teórica com perda completa de um dos lobos hepáticos por fibrose.
44
etiologia colangiohepatite parasitária (fasciolose)
Fasciola hepatica.
45
patogenia da colangiohepatite parasitária (fasciolose)
a metacercária de Fasciola hepatica é ingerida pelo ruminante e perfura o duodeno para atingir o fígado via cavidade peritoneal, a migração dessas formas larvares provoca destruição do parênquima hepático, que posteriormente é reparado por fibrose. As formas adultas localizam-se nos ductos biliares e provocam hiperplasia e metaplasia dos ductos, e preenchem os ductos com detritos e hematina parasitária.
46
significado clinco de colangiohepatite parasitária (fasciolose)
: lesões graves e extensas podem provocar necrose hepática e destruição da rede de reticulina, que culminam em cirrose e insuficiência hepática. As formas larvares de Fasciola hepatica ao chegar no fígado podem carregar esporos de bactérias como Clostridium haemolyticum ou Clostridium noyvium tipo B, que posteriormente em situações de hipóxia podem germinar e provocar hemoglobinuria bacilar e hepatite necrótica infeciosa, respetivamente, que se caracterizam por icterícia e hemólise.
47
esteatose hepática e hepatite parasitária (calicose nodular)
ígado tumefacto, de bordos arredondados e coloração amarela difusa (esteatose). Lesão focal saliente e branca, de consistência muito firme (calicose nodular).
48
etiologia de esteatose hepática e hepatite parasitária (calicose nodular)
Excesso de lípidos ou carbohidratos na dieta ➢ Agressão hepatocelular por tóxicos ou hipóxia ➢ Mobilização de gordura do tecido adiposo em animais obesos com défice energético o Lipidose hepatocelular dos cavalos miniatura, póneis e burros: semelhante à síndrome do fígado gordo bovino. ➢ Doenças endócrinas: hipotiroidismo e diabetes ➢ Deficiência na síntese de apoproteínas
49
significado clinco de steatose hepática e hepatite parasitária (calicose nodular)
Calicose nodular não tem significado clínico, porque resulta de migrações parasitárias antigas. a tumefação do fígado por esteatose provoca distensão da cápsula, tornando-a mais frágil e suscetível a roturas espontâneas. Roturas do fígado provocam hemorragia interna e morte súbita.
50
patogenia de calicose nodular
: a calicose nodular resulta de migrações parasitárias antigas por formas larvares de Strongylus spp., os cavalos têm tendência a fibrosar e calcificar os túneis provocados por esses nemátodes. Esteatose é provocada por acumulação de lípidos nos hepatócitos, por aporte excessivo de lípidos da dieta ou mobilização de tecido adiposo, ou lesão hepatocelular, em que a capacidade do fígado de exportar lípidos, conjugando-os com apoproteínas. Basicamente qualquer evento que leve a um aumento da taxa de acumulação lipídica nos hepatócitos em relação à sua oxidação ou exporte.
51
olangite parasitária (coccidiose hepática)
52
patogenia e etiologia e significado clinco de colangite parasitária (coccidiose hepática)
é frequente nos coelhos (principalmente de índole doméstica), as coccídeas alojam-se nos ductos biliares, provocando hipertrofia e hiperplasia, e colangite. Eimeria stiedae a coccidiose hepática é mais rara comparada com a coccidiose intestinal. Os coelhos bravos podem morrer de insuficiência hepática. Coccidiose hepática não existe em explorações intensivas, só a coccidiose intestinal.
53
necrose panlobular (hepatosis dietetica)
fígado com padrão lobular exacerbado de forma difusa, com áreas vermelho escuras (necrose, com substituição dos hepatócitos por sangue) e áreas pálidas (necrose, com colapso dos hepatócitos)
54
necrose panlobular (hepatosis dietetica) etiologia patogenia significado clinico
os suínos com hepatosis dietética podem ter morte súbita por hemorragia interna o mecanismo é desconhecido, mas a deficiência em selénio, vitamina E e amino-ácidos sulfurados está relacionada com necrose panlobular do fígado, necrose fibrinóide das artérias e consequentemente hemorragias, e ulceração gástrica. É mais frequente em suínos de exploração intensiva. os suínos com hepatosis dietética podem ter morte súbita por hemorragia interna
55
hepatite sérica equina.
: fígado com coloração cinzenta, e consistência mole e flácida de forma difusa.
56
hepatite serica equina etiologia patogenia e significado clinco
antisoro equino. mecanismo é idiopático, mas ocorre cavalos que receberam antisoro de cavalos (ex soro antitetânico ou soro com eCG). A doença tem um período de incubação muito longo mas o desfecho é muito rápido e frequentemente fatal resultando em necrose centrolobular a maciça e consequente insuficiência hepática. cavalos normalmente morrem por insuficiência hepática que resulta em encefalopatia hepática e iceterícia, frequentemente apresentam hemólise grave no desfecho da doença.
57
mucocele da vesícula biliar
figado tumefacto e com padrão lobular exacerbado, bordos arredondados (glicogénio). Vesícula biliar aumentada de tamanho, com parede espessada e branca e conteúdo negro/verde escuro, viscoso, gelatinoso (muco).
58
etiologia, patogenia e s clinico de mucocele de v biliar
pensa-se que esteja associada a administração de glucocorticóides. Somente descrito em cães. excesso de produção e acumulação de muco no lúmen da vesícula biliar, que provoca distensão e pode provocar colestase. colestase pode dar origem a icterícia. A única maneira de tratar é através de colecistectomia, porque após remoção do muco a vesícula biliar volta a encher de muco. Diagnósticos diferenciais: neoplasia Descrição microscópica (lâmina 11
59
pancreatite necrotico-hemorrágica
pâncreas tumefacto, com lesões vermelhas gelatinosas (hemorragia) que ocupam quase a totalidade do pâncreas, e zonas brancas circulares (necrose de coagulação)
60
patogenia pancreatite necrotico-hemorrágica
seja qual for a etiologia, todas resultam em lesão nas células acinares e libertação de enzimas (destacar tripsina e fosfolipase) que provocam auto-digestão do pâncreas e necrose hemorrágica. Libertação de elastases provoca destruição dos vasos sanguíneos, hemorragia e isquémia. Libertação de mediadores inflamatórios resulta em choque, edema e hepatite reativa inespecífica. Libertação de lipases provoca necrose do tecido adiposo peripancreático.
61
etiologia e s clinico de pancreatite necrotico-hemorrágica
é mais comum em cães, depois em gatos. Nas outras espécies é raro. ➢ Obstrução dos ductos biliares: cálculos (bovinos), parasitas (Opisthorchis), neoplasia. ➢ Agressão às células acinares: agentes infeciosos, tóxicos, medicamentos, traumatismo, isquémia. ➢ Alteração do tráfego enzimático: proenzimas são ativadas em enzimas ainda dentro das células acinares, provocando necrose. ➢ Idiopático: ingestão excessiva de lípidos dores graves no abdómen cranial esquerdo, vómitos sem parar, é frequentemente mortal.
62
queilite vesicular.
63