Geriatria Flashcards

1
Q

SES-DF – ACESSO DIRETO – 2009. Em relação à transição demográfica no Brasil, pode-se dizer que o
envelhecimento da população nos últimos anos:

A. Processou-se de forma abrupta, muito mais rápida do que nos países europeus.

B. É pouco relevante para a saúde no que se refere às demandas atuais por atenção médica.

C. Se deve ao processo de distribuição mais eficiente das consultas médicas, que reduziram a taxa de
mortalidade brasileira.

D. Se deve ao Programa Nacional de Controle da Natalidade, implantado pelo MS, desde 1977.

E. Não deve ainda ser considerado no conjunto das políticas públicas para a saúde

A

Letra “A” - Processou-se de forma abrupta, muito mais rápida do que nos países europeus.

Comentário: A transição demográfica do Brasil é similar a de outros países em desenvolvimento e
essencialmente mais acelerada que em países desenvolvidos (Letra A: verdadeira). O impacto disso é a
escassez de recursos técnicos e socioeconômicos para contemplar tamanho crescimento. Por isso, é
tema de extrema relevância no contexto de atenção em saúde e para o desenvolvimento de políticas
públicas (Letras B e E: falsas). A redução da mortalidade aconteceu pela melhoria das condições
sanitárias, programas de vacinação e pelos avanços da medicina (Letra C: falsa). Apesar da queda da
taxa de fecundidade ser um componente da transição demográfica, não há qualquer política de controle
de natalidade no Brasil.

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2
Q

UFPB – Acesso direto – 2016. Dentre os itens abaixo, qual deles NÃO corresponde à alteração
fisiológica da senescência?

A. Elevada sensibilidade à hipercapnia.
B. Redução da peristalse intestinal.
C. Menor sensibilidade à hipóxia.
D. Redução da complacência ventricular.
E. Elevação da resistência vascular periférica.
A

Letra “A” - Elevada sensibilidade à hipercapnia.

Comentário: Questão que aborda várias alterações fisiológicas do envelhecimento. No sistema
digestório há diminuição da motilidade (Letra B verdadeira). O sistema cardiovascular conta com
enrijecimento arterial, aumentando a resistência vascular periférica (Letra E verdadeira) e os
miócitos diminuem em número, necessitando aumentar seu volume hipertrofiando-se. A parede
hipertrofiada é, naturalmente, menos complacente (Letra D verdadeira). O sistema respiratório,
entre outras alterações, apresenta falha nos sistemas de controle central e carotídeo gerando
MENOR sensibilidade aos níveis de pH, PaO2 (Letra C Verdadeira) e PaCO2 (Letra A Falsa).
Resposta: A.

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3
Q

SES-PE – R3 CLÍNICA MÉDICA – 2013. NÃO são incomuns entre idosos as manifestações atípicas de
doenças. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA (adaptada).

A. Estado confusional agudo pode ser apresentação comum de infecção urinária, mas não é comum em
infecção respiratória no idoso;

B. Bradicinesia e quedas repetidas, mesmo que frequentes, sem tremor, não podem ser marcadores de Doença de Parkinson em idosos;

C. Delirium pode ser a única apresentação de uma síndrome coronariana aguda em idoso;

D. Um idoso octagenário com fenótipo de fragilidade e suspeita clínica de infecção, se não apresentar
nenhum episódio de febre, praticamente descarta infecções graves e atentatórias à vida;

E. Instabilidade postural e quedas não são frequentes como sintomas sentinelas de infecção urinária em
idosos.

A

Letra “C” - Delirium pode ser a única apresentação de uma síndrome coronariana aguda em idoso;

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4
Q

UNIFESP-SP – Acesso direto – 2019. Mulher de 88 anos de idade apresenta hipertensão arterial,
hipotireoidismo, osteoartrite de joelhos e neoplasia maligna de pâncreas com metástase. Faz uso
domiciliar de codeína e dipirona e tem ficado mais acamada, necessitando de ajuda para
transferência. Foi internada por piora da dor abdominal que melhorou com uso de morfina parenteral. Diagnosticada úlcera por pressão em região sacral (estágio 3). Qual é o melhor preditor de prognóstico para a paciente?

A. Baixa performance funcional.
B. Idade avançada.
C. Dor não controlada.
D. Comorbidades múltiplas.
E. Uso de opioides
A

Letra “A” - Baixa performance funcional.

As bancas adoram perguntar o melhor marcador prognóstico no idoso. Apesar de
multimorbidade (letra D) ser um bom preditor de desfechos, sem dúvida a capacidade funcional é
a melhor ferramenta para prognosticar o idoso. Aqueles com baixa reserva funcional costumam
ter maior mortalidade, hospitalização e menor qualidade de vida. Resposta: A.

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5
Q

SES-PE – ACESSO DIRETO – 2010. Em relação à AGA (Avaliação Geriátrica Ampla), NÃO podemos afirmar:

A. Utiliza lista de problemas ao invés de hipóteses diagnósticas.

B. Não valoriza muito a avaliação funcional do idoso, já que visa sempre a um diagnóstico mais exato.

C. É obrigatoriamente multidimensional e geralmente interdisciplinar.

D. Utiliza avaliações quantitativas através de escalas geriátricas validadas.

E. Visa buscar ativamente: depressão, incontinência, desnutrição e déficit cognitivo.

A

Letra “B” - Não valoriza muito a avaliação funcional do idoso, já que visa sempre a um diagnóstico mais exato.

Comentário: A AGA é processo que vai além em todos os sentidos. Ultrapassa as barreiras da clínica,
avaliando aspectos mentais, sociais, espirituais e, principalmente, funcionais (Letra B: falsa/Letra E:
verdadeira). Por conta de sua multidimensionalidade (Não existe AGA sem avaliar amplamente os vários
domínios da saúde do idoso!), frequentemente o geriatra precisa de suporte de outras equipes, como
fisioterapia, fonoaudiologia, serviço social… (Letra C: verdadeira). A lista de problemas é usada pela
frequente imprecisão diagnóstica nos pacientes idosos, dada sua atipicidade de sinais e sintomas
peculiar (Letra A: verdadeira) e as escalas validadas ajudam a objetivar os achados (Letra D: verdadeira).

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6
Q

ABC-SP – Acesso direto – 2019. As Grandes Síndromes Geriátricas, também conhecidas como “Os
Grandes Gigantes da Geriatria”, podem ser definidas como grupos de sinais e sintomas que ocorrem
com frequência na população idosa, acometendo em geral idosos frágeis, levando a comprometimento
da qualidade de vida e se revestindo de grande complexidade terapêutica. Elas são:

A. latrogenia, instabilidade postural, imobilidade, incontinências e insuficiência cerebral;

B. Instabilidade hemodinâmica, instabilidade postural, imobilidade, incontinências e insuficiência cerebral;

C. latrogenia, imobilidade, incontinências, instabilidade emocional e instabilidade postural;

D. Instabilidade emocional, instabilidade postural, insuficiência cerebral, imobilidade e incontinências.

A

Letra “A” - latrogenia, instabilidade postural, imobilidade, incontinências e insuficiência cerebral;

Questão conceitual cobrando os grandes “Is” da geriatria: Insuficiência cerebral,
instabilidade postural, imobilidade, incontinências e iatrogenia. Não vá cair na pegadinha da
instabilidade emocional!

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7
Q

INCA-RJ – Acesso direto – 2014. Dentre as causas de eventos iatrogênicos relacionados ao uso de
drogas em idosos encontramos as causas a seguir listadas, EXCETO UMA, que está ERRADA.
Assinale-a:

A. Redução do metabolismo das drogas relacionado à redução da função hepática e renal.

B. Respostas biológicas variáveis para um dado nível sérico da droga.

C. Modificação do volume de distribuição da droga.

D. Em função do menor volume de água, existe uma redução da meia-vida das drogas lipossolúveis.

A

Letra “D” - Em função do menor volume de água, existe uma redução da meia-vida das drogas lipossolúveis.

As alternativas “A”, “B” e “C” tratam de mudanças fisiológicas do envelhecimento que aumentam a chance de iatrogenias. A letra B em especial detalha um aspecto interessante: para um mesmo valor sérico, o organismo dos diferentes idosos podem oferecer diferentes respostas biológicas (ninguém envelhece igual!). No idoso, temos um menor volume de água, aumentando a concentração de drogas HIDROssolúveis. Ocorre ainda um AUMENTO da meia-vida de drogas hidrossolúveis, em função do maior volume de distribuição corporal de gordura, tornando a alternativa D errada.

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8
Q

SES-PE – R3 CLÍNICA MÉDICA – 2013. Em relação às iatrogenias medicamentosas e às boas práticas
da prescrição médica para idosos, qual a alternativa VERDADEIRA?

A. O uso de benzodiazepínicos não é uma boa opção para tratar insônia em idosos, mas, se for necessário usar algum, devemos dar preferência aos de meia-vida curta, a exemplo do flurazepam.

B. Dentre os medicamentos inapropriados para idosos pelos critérios de Beers, os anticolinérgicos estão entre as drogas mais arriscadas.

C. Os betabloqueadores estão entre os anti- hipertensivos de principal escolha para tratamento de HAS em idosos.

D. No tratamento de IC sintomática em idosos, a dose recomendada de digoxina é de 0,25mg/dia.

E. Para garantir o tratamento, evitando baixa aderência aos fármacos prescritos à população idosa, devemos, sempre, iniciar a terapêutica com doses plenas.

A

Letra “B” - Dentre os medicamentos inapropriados para idosos pelos critérios de Beers, os anticolinérgicos estão entre as drogas mais arriscadas.

A alternativa “B” responde à questão com um conceito simples. Os sintomas
anticolinérgicos (retenções, boca seca, delirium…) limitam o uso de diversas drogas no idoso, como
tricíclicos e anti-histamínicos de primeira geração. As outras alternativas, contudo, trazem
conceitos importantes. Benzodiazepínicos devem ser evitados em idosos, especialmente os de
meia-vida longa (maior duração do risco de quedas, sonolência…). O flurazepam tem meia-vida
longa. Entre os de meia vida curta, lorazepam e alprazolam são os mais conhecidos. Os
betabloqueadores não são os anti-hipertensivos de primeira escolha nem no adulto, que dirá no
idoso! Aqueles lipossolúveis (ex.: propranolol) atravessam a barreira hematoencefálica e podem
produzir mais efeitos colaterais ao nível de SNC (tonturas, pesadelos, depressão). A dose da
digoxina deve ser reduzida pela metade em idosos, pelo baixo limiar para toxicidade da droga.
Independente de qual droga usarmos, um dos princípios é o de começar com doses mais baixas
(start low) e oferecer aumentos progressivos, para maior tolerabilidade.

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9
Q

UNICAMP – R3 CM – 2018. Homem, 86 anos, autônomo e independente, portador de hipertensão
arterial sistêmica, osteoartrose de joelhos, hiperplasia prostática benigna e osteoporose. Faz uso
regular de hidrocloratiazida 25mg cedo, enalapril 5mg de 12/12h, amlodipina 5 mg cedo, doxazosina 4 mg cedo, alendronato 70 mg uma vez por semana, clonazepan 2,5mg/ml (5 gotas à noite), ciclobenzaprina 5 mg à noite e dipirona 30 gotas de 12/12hs. Busca atendimento médico com queixa de tontura há 1 ano com quedas frequentes. Em relação à reação adversa a medicamentos é correto afirmar:

A. Apesar das alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, a absorção de medicamentos
não sofre alteração significativa no idoso desde que a mucosa gástrica esteja íntegra.

B. Com o processo de envelhecimento ocorrem alterações na farmacocinética das drogas enquanto a
farmacodinâmica segue inalterada.

C. A utilização de diversas classes medicamentosas para a mesma doença deve ser evitada, pois isso
contribui para a prescrição em cascata e consequente polifarmácia.

D. Ao iniciar determinada medicação para um idoso deve-se iniciar em dose baixa e evitar a progressão
para doses maiores em função do risco de reação adversa aos medicamentos.

A

Letra “A” - Apesar das alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, a absorção de medicamentos não sofre alteração significativa no idoso desde que a mucosa gástrica esteja íntegra.

Questão difícil. O idoso apresenta diversas alterações farmacológicas, tanto na farmacocinética (o que o corpo faz com a droga), como na farmacodinâmica (o que a droga faz com o corpo) das medicações.
Letra B errada. Essas alterações implicam em maiores riscos de efeitos adversos e interações medicamentosas. Por isso, é de bom tom INICIAR DROGAS COM DOSES BAIXAS e PROGREDIR lentamente, mas NUNCA DEIXAR DE PRESCREVER medicações potencialmente benéficas (START LOW, GO SLOW, BUT GO).
A letra C é errada por conceito. A cascata iatrogênica não é resultante de prescrição de várias classes de medicações para um mesmo fim e sim da prescrição EM SEQUÊNCIA, com nova droga sendo prescrita para tratar inadvertidamente efeito colateral da droga anterior.
Letra C errada.
Finalmente, a Letra A é autoexplicativa: dos processos farmacocinéticos, fisiologicamente a absorção é a menos alterada na velhice.

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10
Q

UFSC – Acesso direto – 2013. Um homem de 80 anos de idade está se recuperando de cirurgia abdominal de grande porte no hospital. Quatro dias após a cirurgia tenta levantar-se da cama pela primeira vez, sente-se desorientado e sem firmeza e cai sem se machucar. Desde então começou a apresentar medo de caminhar. Antes da cirurgia, ele andava normalmente, e estava em uso de ß-bloqueador seletivo, de estatina e acetaminofen. Qual das seguintes respostas descreve o procedimento que mais provavelmente melhorará seus sintomas?

A. Introduzir um psicoestimulante em baixa dose (exe.: metilfenidato).

B. Exercícios de contra resistência, de baixa intensidade para os membros inferiores.

C. Iniciar um Betabloqueador com atividade simpaticomimética intrínseca, ao invés de um agente
cardiosseletivo.

D. Iniciar o uso de andador com quatro pontos de apoio.

E. Iniciar um benzodiazepínico (exe.: cloxazolam) para tratar a ansiedade.

A

Letra “B” - Exercícios de contra resistência, de baixa intensidade para os membros inferiores.

O paciente da questão desenvolveu a principal complicação de uma queda: o medo de novos eventos. A imobilização prolongada é um dos principais motivos para perda de massa muscular e piora funcional. A MELHOR intervenção para esse paciente, portanto, é a de exercícios resistidos (anaeróbicos), especialmente em membros inferiores, onde a musculatura proximal é
uma das mais afetadas. Benzodiazepínicos e betabloqueadores não cardiosseletivos aumentam o
risco de quedas (sintomas a nível de SNC como tonturas e sonolência). O andador pode até ser útil em um primeiro momento, mas não é a melhor intervenção. Medidas de adequação do ambiente e otimização do sensório também devem ser empregadas.

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11
Q

SCMSP – ACESSO DIRETO – 2013. Assinale a alternativa certa para a Síndrome da Imobilidade do idoso:

A. Considera-se imobilidade a restrição do idoso ao leito por mais de 30 dias.

B. A primeira modificação notada é comprometimento cutâneo e/ou úlcera de decúbito.

C. Em quatro semanas de restrição ao leito pode perder até 50% de seu nível inicial de força muscular.

D. O diagnóstico inicial é feito pela eletromiografia.

E. A principal causa de morte é a embolia pulmonar.

A

Letra “C” - Em quatro semanas de restrição ao leito pode perder até 50% de seu nível inicial de força muscular.

Questão difícil, que traz alguns conceitos básicos, mas com alguns detalhes numéricos que complicam a vida do estudante. Antes de mais nada, deve-se saber que a síndrome da imobilidade é um diagnóstico clínico, com critérios estabelecidos. A eletromiografia seria de pouca serventia diagnóstica (Letra D: incorreta).

Complicação inexorável, a morte acontece normalmente por falência múltipla de órgãos (Letra E: incorreta).

O critério de imobilismo é funcional: a supressão dos
movimentos voluntários articulares, especialmente de membros inferiores. Não há critério temporal para definição de imobilidade. Há algumas referências, contudo, que definem o decúbito prolongado
como aquele superior a 15 dias (absurdo esse tipo de cobrança!). (Letra A: incorreta).

A resposta da questão repousa em um dos principais conceitos em relação a perda muscular no imobilismo. Estima-se que pacientes possam perder 10% a 15% de sua massa muscular (e não força, como diz a questão!)
por semana. Ainda assim, é a melhor resposta.

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12
Q

SCM UNIFESP – ACESSO DIRETO – 2011. Paciente do sexo feminino, 73 anos, comparece à consulta
médica, informando que durante o último ano apresentou perda espontânea de 5 kg. Afirma que está inapetente e que observou dificuldade crescente para realizar atividades habituais como subir no
ônibus ou levantar-se da cadeira. Relata grande fadiga. Nega humor deprimido ou anedonia. Ao exame
físico, nota-se redução da força muscular, medida através da força de preensão palmar. A paciente
afirma que passou por diversos médicos sem receber um diagnóstico preciso. Traz vários exames
realizados que se mostraram normais. O diagnóstico mais provável para a paciente é:

A. Hipogonadismo.
B. Síndrome paraneoplásica.
C. Distimia.
D. Depressão menor.
E. Síndrome da fragilidade.
A

Letra “E” - Síndrome da fragilidade

A paciente em questão apresenta 4 critérios para a síndrome de fragilidade (3 são suficientes para o diagnóstico): Perda de peso > 4,5 kg, fadiga, redução da força de preensão palmar e baixo nível de atividades (pouco gasto energético). A dificuldade de levantar-se da cadeira é sinal de fraqueza muscular proximal em membros inferiores, uma provável sarcopenia, condição quase universal no frágil. A ausência de sintomas depressivos ou anedonia afasta as letras C e D. Apesar de hipogonadismo fazer parte da disfunção neuroendócrina encontrada no paciente frágil, essa alteração sozinha não explica o quadro completo. Os exames normais tendem a afastar a letra A, assim como a síndrome paraneoplásica (letra B).

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13
Q

USP-RP – ACESSO DIRETO – 2011. Em relação aos maus-tratos e negligência ao idoso é correto
afirmar que:

A. Proporcionalmente, é mais frequente a negligência aos idosos que vivem em instituições de longa
permanência.

B. Dependentes físicos ou mentais têm maiores risco de maus-tratos.

C. O homem sofre mais maus-tratos que a mulher.

D. Só devem ser denunciados os casos comprovados

A

Letra “B” - Dependentes físicos ou mentais têm maiores risco de maus-tratos.

Todos os casos de maus-tratos devem ser notificados à suspeição (Letra D: errada) para os órgãos competentes: autoridade policial, Ministério Público e Conselhos a nível federal, estadual e municipal. O perfil epidemiológico dos maus tratos é de vítimas mulheres (Letra C: errada), com agressões proporcionalmente maiores a nível intradomiciliar e não nas instituições de longa permanência (Letra A: errada). Os mais dependentes têm maior risco de maus-tratos (são mais vulneráveis pois muitas vezes são incapazes de se defender e, por vezes, geram um nível de sobrecarga alto aos seus cuidadores pelas demandas maiores (o que obviamente não justifica a violência).

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14
Q

UNESP-SP – Acesso direto – 2013. Questão 5 – Sobre a vacinação em idosos, assinale a correta:

A. Após os 60 anos, as doses de reforço da vacinação contra o tétano devem ocorrer a cada 5 anos.

B. A vacina antipneumocócica reduziu a mortalidade por pneumonia, mas não por doença pneumocócica invasiva.

C. Idosos portadores de HIV não devem receber vacinação anual contra influenza.

D. Idosos em tratamento imunossupressor não devem receber vacinação antipneumocócica.

E. A vacinação anual contra influenza reduziu a mortalidade geral não apenas relacionada às doenças
respiratórias.

A

Letra “E” - A vacinação anual contra influenza reduziu a mortalidade geral não apenas relacionada às doenças respiratórias.

Grave este conceito: das vacinas de rotina do idoso, a única que apresenta agente infeccioso atenuado (ou seja, vivo) é a de Herpes-Zóster. A administração em imunodeprimidos pode, portanto, gerar a doença. Todas as outras vacinas são inativadas (agentes mortos, alterados ou fragmentos deles). Não há preocupação com os imunodeprimidos nesse caso. Com esse conceito, concluímos que as alternativas C e D são falsas. As doses de reforço do tétano são iguais às do adulto, a cada 10 anos (Letra A: falsa). O benefício da vacina antipneumocócica reside principalmente para as formas invasivas. Uma menor proteção acontece para pneumonia comunitária, fato mais bem comprovado para a VPC-13 (Letra B: falsa). A vacina da influenza mostrou ser útil para reduzir a mortalidade geral, hospitalizações e complicações dos quadros respiratórios (Letra E: correta).

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15
Q

(SES-PE 2019 R3 CLÍNICA MÉDICA) – O envelhecimento da população e os importantes avanços terapêuticos contribuíram para um crescente e alarmante aumento na prevalência e incidência de insuficiência cardíaca. Quanto às principais alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento, assinale a alternativa INCORRETA.

 A) Enrijecimento arterial
 B) Hipertrofia miocárdica
 C) Diminuição da função do nó sinusal
 D) Menor produção de ATP pelos cardiomiócitos
 E) Aumento da resposta beta-adrenérgica
A

Letra “E” - Aumento da resposta beta-adrenérgica

A RESERVA FUNCIONAL DIMINUI AO LONGO DO TEMPO: CONSEQUÊNCIAS + COMPENSAÇÃO

Com o envelhecimento, a reserva funcional orgânica começa a diminuir, o que acarreta em alterações compensatórias e consequências. Quanto ao sistema cardiovascular, essas alterações podem ser estruturais, autonômicas e elétricas. A nível estrutural, os vasos costumam perder a elasticidade, tornando-se mais rígidos, levando ao aumento da resistência vascular periférica e, consequentemente, da pressão arterial, principalmente, a sistólica. Em se tratando do músculo cardíaco, os cardiomiócitos começam a entrar em processo de morte celular. A fim de compensar esse efeito, as células remanescentes passam a aumentar de tamanho, levando à hipertrofia, melhor observada, em ventrículo esquerdo, podendo produzir uma disfunção diastólica, comum ao ecocardiograma de pacientes idosos. Quanto ao sistema autonômico, existe queda da resposta beta-adrenérgica, gerando efeito de diminuição da frequência cardíaca. Já a perda de função do nó sinusal, ocasionando consequências elétricas, fica evidenciada pelo surgimento de arritmias. Sendo assim, a única alteração não compatível com a fisiologia do envelhecimento é a encontrada na ALTERNATIVA E.

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16
Q

(SES-PE 2013 R3 CLÍNICA MÉDICA) - NÃO são incomuns entre idosos as manifestações atípicas de doenças. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA (ADAPTADA).

A) Estado confusional agudo pode ser apresentação comum de infecção urinária, mas não é comum em infecção respiratória no idoso

B) Bradicinesia e quedas repetidas, mesmo que frequentes, sem tremor, não podem ser marcadores de Doença de Parkinson em idosos

C) Delirium pode ser a única apresentação de uma síndrome coronariana aguda em idoso

D) Um idoso octagenário com fenótipo de fragilidade e suspeita clínica de infecção, se não apresentar nenhum episódio de febre, praticamente descarta infecções graves e atentatórias à vida

E) Instabilidade postural e quedas não são frequentes como sintomas sentinelas de infecção urinária em idosos

A

Letra “C” - Delirium pode ser a única apresentação de uma síndrome coronariana aguda em idoso

IDOSO: SINTOMAS ATÍPICOS + SINTOMAS SENTINELA

As manifestações atípicas das doenças em pacientes idosos seguem o modelo da ponta do iceberg, visto que eventos como queda, delirium, incontinência, entre outros, representam apenas um pequeno indício de que existe um problema maior associado ao quadro clínico. Sobre esse tema, seguem as assertivas. ALTERNATIVA A – INCORRETA: Estado confusional pode ser marcador de infecção em qualquer sítio. ALTERNATIVA B – INCORRETA: O parkinsonismo atípico pode se apresentar sem o tremor clássico. ALTERNATIVA C – CORRETA: O delirium pode ser o sintoma sentinela de vários eventos agudos, inclusive de síndrome coronariana aguda. ALTERNATIVA D – INCORRETA: Muitas vezes, a infecção cursa sem infecção nos idosos, devendo atentar para outros sintomas sentinelas, como queda e delirium. ALTERNATIVA E – INCORRETA: Como supracitado, instabilidade postural e queda podem representar sintomas sentinela de infecção de qualquer sítio.

17
Q

(SES-PE 2016 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Incontinência urinária é um problema médico comum em idosos e considerada uma das grandes síndromes geriátricas devido a sua alta morbidade e impacto negativo na saúde e qualidade de vidado indivíduo. Em relação a essa síndrome em idosos, assinale a alternativa CORRETA.

A) É mais prevalente em homens devido às patologias da próstata

B) O tipo mais comum é a incontinência de urgência

C) O estudo urodinâmico, quando realizado precocemente, permite corretos diagnóstico e tratamento

D) Na incontinência de esforço, o resíduo pós-miccional é grande, e o seu valor serve de indicador para tratamento cirúrgico

E) Os antagonistas muscarínicos são drogas de primeira escolha no tratamento dos sintomas de incontinência urinária por transbordamento

A

Letra “B” - O tipo mais comum é a incontinência de urgência

IU:

  • +COMUM: MULHER;
    • COMUM: IUU;
  • NÃO É FISIOLÓGICO DA VELHICE
    • NORMALMENTE RESOLVE COM TTO
  • ESTUDO URODINÂMICO É EXCEÇÃO (PROGRAMAÇÃO CIRÚRGICA OU DÚVIDA DX)
  • IUU: anti-mUscarínicos

IUU: CONTRAÇÕES NÃO INIBIDAS DO DETRUSOR: PERDE URINA

Os antagonistas mUscarínicos são drogas de primeira escolha no tratamento dos sintomas de incontinência urinária DE URGÊNCIA

IUE: AUMENTO pABD>pESFÍNCTER: PERDE URINA COM TOSSE, ESPIRRO

IUT: ACÚMULO INSENSÍVEL DE URINA (CONTRAÇÃO VESICAL BAIXA OU VIA DE SAÍDA FECHADA - HPB): pVESICAL>pESFÍNCTER

Na incontinência de TRANSBORDAMENTO, o resíduo pós-miccional é grande, e o seu valor NÃO serve de indicador para tratamento cirúrgico

IUFUNCIONAL: SEM ACESSO AO BANHEIRO (ACAMADO)

A síndrome de incontinência urinária no idoso é mais comum em pacientes do sexo feminino (ALTERNATIVA A – INCORRETA), sendo a incontinência de urgência o tipo mais frequente(ALTERNATIVA B – CORRETA). Nesse caso, existem contrações não inibidas do músculo detrusor, fazendo com que haja escape urinário. Dentre os outros tipos, encontra-se a incontinência urinária de esforço, na qual um aumento da pressão abdominal (tosse, espirro), leva a uma força maior que a de resistência do esfíncter. Já no caso de transbordamento, existe um acúmulo insensível de urina, que gera uma pressão vesical maior que a pressão da via de saída. Esse acúmulo pode ser proveniente de hipocontratilidade vesical ou por aumento na força de via de saída, como resultado de um aumento prostático, por exemplo. Vale lembrar que a síndrome da incontinência urinária no idoso não corresponde a um sinal fisiológico do envelhecimento e, quando tratada, possui resposta terapêutica bastante eficiente, baseada em orientações, tratamento farmacológico e, eventualmente, manejo cirúrgico. Pacientes que referem incontinência fisiológica, geralmente, apresentam o quadro devido à dificuldade de acesso ao banheiro, como os acamados. ALTERNATIVA C – INCORRETA: O estudo urodinâmico é usado como exceção, em casos em que não há certeza do diagnóstico, que em geral, é clínico. Outra indicação ao exame é a programação cirúrgica. ALTERNATIVA D – INCORRETA: O resíduo pós-miccional é elevado na incontinência de transbordamento e, normalmente, não é o parâmetro para definição de tratamento cirúrgico. ALTERNATIVA E – INCORRETA: São medicações de primeira escolha para tratamento da incontinência de urgência, visto que buscam bloquear os receptores colinérgicos que geram as contrações não inibidas do detrusor.

18
Q

(SES-PE 2009 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Os idosos são vítimas frequentes das iatrogenias medicamentosas, com vistas a melhorar a prescrição dos gerontes e evitar as temidas iatrogenias. Sobre isso, assinale a alternativa correta.

A) Os antidepressivos tricíclicos são os de escolha para uso em idosos, pois têm um perfil de ação muito seletivo

B) Quando precisamos usar uma droga sedativa para insônia em idosos demenciados, a prometazina é uma excelente opção, pois tem menor potencial de complicações para esses pacientes

C) A escopolamina, encontrada comumente em associações com a dipirona, geralmente não oferece riscos de delirium em idosos, apesar de sua ação colinérgica em SNC

D) As drogas lipossolúveis têm meia vida longa no organismo dos idosos, sendo assim acumulativas, pois os idosos têm maior massa gorda e menor massa magra na sua composição corporal

E) O uso de digoxina em dose menor que 0,25mg/dia para idosos com ICC é inapropriado

A

Letra “D” - As drogas lipossolúveis têm meia vida longa no organismo dos idosos, sendo assim acumulativas, pois os idosos têm maior massa gorda e menor massa magra na sua composição corporal

IATROGENIA:
-CRITÉRIOS DE BEER - MED. POT. INAPROPRIADAS

-EF. ANTICOLINÉRGICOS:
\+ANTIHISTAMÍNICOS 1ª GERAÇÃO: PROMETAZINA
\+ANTIPSICÓTICOS
\+BZD
\+ADT
-ALT. VISUAL
-BOCA SECA
-CONSTIPAÇÃO
-DELIRIUM (ACh é o NT da cognição)
-rEtenção vEsical
-Fudeu! Caiu! HIPOTENSÃO POSTURAL

DIGOXINA: AJUSTE DE DOSE PELA 1/2 (0,125mg)

Questão a respeito da iatrogenia medicamentosa que é combatida através da utilização dos critérios de BEERS, que correspondem a uma listagem dos medicamentos considerados inapropriados e/ou pouco seguros para serem administrados em geriatria. A título de prova, geralmente são abordados os efeitos anticolinérgicos ligados à prescrição dos gerontes. Dentre esses se encontram: boca seca, retenção vesical, constipação, hipotensão postural, delirium, estado confusional agudo, dentre outros. Medicações que classicamente cursam com esses efeitos colaterais são anti-histamínicos de primeira geração, antipsicóticos, benzodiazepínicos, tricíclicos e a digoxina com ajuste de dose (pela metade) para o paciente idoso. Diante do exposto, seguem as assertivas. ALTERNATIVA A – INCORRETA: Como dito anteriormente, os tricíclicos apresentam bastante efeito anticolinérgico no idoso. ALTERNATIVA B – INCORRETA: Prometazina constitui um anti-histamínico de primeira linha, não sendo boa indicação para pacientes idosos. ALTERNATIVA C – INCORRETA: O buscopam (escopolamina + dipirona) também apresenta efeito anticolinérgico, por conta da escopolamina, que pode acarretar em confusão mental e delirium. ALTERNATIVA D – CORRETA: No paciente idoso, existe diminuição de água e de massa muscular (com consequente queda de albumina), e aumento da gordura corporal. Com o decréscimo dos níveis hídricos, drogas hidrossolúveis apresentam maior concentração, logo, maiores efeitos colaterais. A redução da massa muscular e da albumina leva à maior fração livre de drogas, potencializando a medicação e seus efeitos colaterais. Já o aumento do tecido adiposo contribui para o acúmulo de drogas lipossolúveis. ALTERNATIVA E – INCORRETA: Como o risco de intoxicação digitálica é maior em pacientes idosos, a dose de digoxina deve ser ajustada.

19
Q

(SES-PE 2011 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Cascata iatrogênica é a prescrição de uma medicação para tratar efeito adverso de uma primeira medicação utilizada, que foi erroneamente interpretado como uma nova condição clínica. Qual das alternativas abaixo NÃO corresponde a uma cascata droga-efeito-droga?

A) Opioide – constipação – laxante
B) Flunarizina – parkinsonismo – levodopa
C) Hidroclorotiazida – hiperuricemia – alopurinol
D) Ciprofloxacina – delirium – clonazepan
E) Amitriptilina – tontura – difenidramina

A

Letra “D” - Ciprofloxacina – delirium – clonazepan

QUINOLONAS PODE CAUSAR DELIRIUM - MAS NÃO SE USA BZD EM DELÍRIUM, MAS SIM ANTIPSICÓTICOS

Segue a análise das cascatas iatrogênicas apresentadas. ALTERNATIVA A – CORRETA: Constipação constitui um efeito colateral do uso de opioides e sua regressão é obtida através de laxativos. ALTERNATIVA B – CORRETA: A flunarizina é um bloqueador de canal de cálcio pouco utilizado, que pode produzir parkinsonismo, levando à necessidade de levodopa. ALTERNATIVA C – CORRETA: O tiazídico gera aumento na reabsorção de urato, que pode levar a hiperuricemia, para a qual se administra o alopurinol. ALTERNATIVA D – INCORRETA: Embora seja um efeito colateral das quinolonas, o delirium não é combatido com uso de benzodiazepínicos. Para tal, pode-se lançar mão de antipsicóticos, caso o delirium seja hiperativo, por exemplo. ALTERNATIVA E – CORRETA: Pelo efeito anticolinérgico, os tricíclicos podem levar ao desenvolvimento de tontura, que pode ser evitada através do uso de antivertiginoso.

20
Q

(SES-PE 2015 R3 CLÍNICA MÉDICA) - A Campanha Choosing Wisely é uma iniciativa da American Board of Internal Medicine (ABIM), que reúne recomendações baseadas em evidências de diversas especialidades com o objetivo de ajudar médicos e pacientes na tomada de decisão em várias situações clínicas. Alguns princípios norteadores da boa prática em Geriatria foram publicados nessa campanha pela Sociedade Americana de Geriatria, como

A) Manter controle glicêmico rigoroso (com HbA1c abaixo de 7,5) em adultos diabéticos tipo 2 com mais de 65 anos

B) Priorizar alimentação por gastrostomia percutânea em vez da via oral assistida em pacientes com demência avançada, a fim de prevenir pneumonia aspirativa

C) Usar antipsicótico como droga de primeira linha para tratamento de sintomas psicológicos e comportamentais na demência

D) Orientar contenção física no leito, no manejo de sintomas comportamentais em pacientes hospitalizados com delirium, a fim de evitar uso de antipsicóticos

E) Avaliar periodicamente os benefícios do anticolinesterásico na cognição de pacientes com demência e considerar a suspensão na ausência de resposta terapêutica ou aparecimento de efeitos colaterais

A

Letra “E” - Avaliar periodicamente os benefícios do anticolinesterásico na cognição de pacientes com demência e considerar a suspensão na ausência de resposta terapêutica ou aparecimento de efeitos colaterais

ANTIPSICÓTICOS: APAGAR INCÊNDIO - CRITÉRIOS DE BEER

MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS –>CONTENÇÃO QUÍMICA (ANTIPSICÓTICOS) –> CONTENÇÃO MECÂNICA

A respeito da boa prática médica em Geriatria, norteada pela Campanha Choosing Wisely, são elaboradas as assertivas: ALTERNATIVA A – INCORRETA: Quanto mais idoso o paciente e quanto mais comorbidades presentes, associadas a menor expectativa de vida, menos rigoroso se torna o controle glicêmico, visto que os benefícios do controle rigoroso são alcançados em 8 a 10 anos. ALTERNATIVA B – INCORRETA: Pacientes com demência avançada têm como prioridade a alimentação por via oral assistida, já que os dispositivos percutâneos não diminuem o risco de pneumonia aspirativa e aumentam os riscos contensão física do idoso. ALTERNATIVAS C e D – INCORRETAS: A primeira linha de tratamento de sintomas psicológicos no idoso é a instauração de medidas comportamentais, considerando que os antipsicóticos estão associados com o aumento de mortalidade e AVC em pacientes com demência. Além disso, a contenção física só é utilizada caso o paciente apresente risco para si ou para outras pessoas, sendo, portanto, medida de última escolha. ALTERNATIVA E – CORRETA: A avaliação do uso de anticolinesterásicos tem indicação de ser iniciada, a partir, de três meses da administração da droga. Caso não seja encontrada resposta terapêutica ou o paciente passe a apresentar efeitos colaterais, a medicação deve ser suspensa.

21
Q

(SES-PE 2012 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Em relação à abordagem ao idoso com síndrome da fragilidade, assinale a alternativa CORRETA.

A) Atividade física regular é fundamental no tratamento do idoso frágil, devendo priorizar atividade física aeróbica

B) É importante o adequado acompanhamento nutricional com orientação de um aporte normoproteico

C) Visando melhorar o quadro de sarcopenia, deve-se prescrever suplemento polivitamínico composto por vitamina C, A, D, E e complexo B

D) As evidências apontam que o adequado suporte nutricional necessita da concomitância de atividade física regular, preferencialmente anaeróbica, para melhora da sarcopenia

E) A perda da massa óssea acelerada é a principal responsável pela instabilidade postural e por quedas em idosos com fenótipo frágil

A

Letra “D” - As evidências apontam que o adequado suporte nutricional necessita da concomitância de atividade física regular, preferencialmente anaeróbica, para melhora da sarcopenia

FRAGILIDADE: DESORDEM IMUNOLÓGICA (PROINFLAMAÇÃO) + ENDOCRINOMETABÓLICA (CATABOLISMO) + SARCOPENIA: HOMEOESTENOSE

TTO: EXERCÍCIO RESISTIVO/DE FORÇA (ANAERÓBICO) + DIETA HIPERPROTÉICA

A síndrome da fragilidade no idoso é responsável por diminuição da capacidade de resposta do paciente a eventos adversos, como infecção, por exemplo. Esse processo é resultante, principalmente, de três disfunções associadas: Imunológica, com predisposição a um perfil pró-inflamatório; Neuroendócrina, com elevação dos níveis de cortisol, favorecendo o catabolismo; Sarcopenia, levando a perda de massa e força MUSCULAR. A terapia é composta pela execução de exercícios físicos de força, ou seja, de caráter anaeróbico. Além disso, adiciona-se nutrição com dieta hiperproteica, a fim de gerar anabolismo muscular. ALTERNATIVA D – CORRETA.

22
Q

(SES-PE 2014 R3 CLÍNICA MÉDICA) – A síndrome da Imobilidade se caracteriza por déficit cognitivo, disfagia, sofrimento cutâneo, contraturas de membros e incontinência urinária. Assinale a alternativa CORRETA em relação a essa síndrome geriátrica.

A) São pacientes candidatos a cuidados paliativos exclusivos, em que o tratamento visa ao controle de sintomas e conforto

B) A manutenção do estado nutricional deve ser prioridade, e o uso de sondas de alimentação previne a síndrome da Fragilidade

C) Dor pode ser causa de agitação nesses pacientes, mas se deve evitar o uso corriqueiro de analgésicos e preferir os neurolépticos

D) Os laxantes à base de fibras, associados à maior oferta de líquidos, são os de escolha para o controle da constipação em pacientes acamados

E) Doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em pacientes portadores dessa síndrome

A

Letra “A” - São pacientes candidatos a cuidados paliativos exclusivos, em que o tratamento visa ao controle de sintomas e conforto

SÍND. IMOBILIDADE: 2M + 2m
M:
-DEMÊNCIA MOD-AVANÇADA
-CONTRATURAS FIXAS DE MEMBROS

m: DUDA
- DISFAGIA;
- DUPLA INCONTINÊNCIA;
- SOFRIMENTO CUTÂNEO - UPP;
- AFASIA.

CAUSA-MORTIS: FMO
CANDIDATOS A CCPP EXCLUSIVOS
SÍNDROME IRREVERSÍVEL

ACAMADO: NÃO USA LAXANTE A BASE DE FIBRAS, POIS NÃO TEM ACESSO À AGUA - FORMARÁ FECALOMA!

Questão a respeito da síndrome da imobilidade no idoso. ALTERNATIVA A – CORRETA: Como descrito no enunciado, o paciente acometido pela síndrome da imobilidade possui diversas comorbidades, que o limitam e causam sofrimento. Dessa forma, tornam-se mais frágeis e com maior susceptibilidade à complicações, que levam à letalidade, considerando que trata-se de uma síndrome irreversível. Sendo assim, a melhor conduta nesses casos deve ser o controle dos sintomas, fornecendo o maior conforto possível, através da instituição de cuidados paliativos exclusivos. ALTERNATIVA B – INCORRETA: Estudos nos quais a nutrição foi priorizada, em pacientes com síndrome da imobilidade, não demonstraram diferença de desfecho para os casos. Além disso, vale lembrar que o excesso de manejo e a invasão, para a passagem de sondas ou gastrostomia, podem acabar acarretando em maiores prejuízos ao idoso que já se encontra frágil. Dessa forma, a prioridade deve ser o conforto do paciente. ALTERNATIVA C – INCORRETA: A dor deve ser tratada, através da analgesia, e não oculta por medicações de efeito sedativo. ALTERNATIVA D – INCORRETA: Pacientes acamados não são candidatos ao uso de laxantes a base de fibras, por conta do maior risco para surgimento de fecalomas e desidratação. ALTERNATIVA E – INCORRETA: A principal causa de morte nesses pacientes é a FALÊNCIA MÚLTIPLA DE ÓRGÃOS que, geralmente é devida a processos infecciosos. Quando se tenta achar o principal sítio de infecção que desenvolve o processo, na maior parte dos casos, estão as infecções respiratórias.

23
Q

(SES-PE 2013 R3 CLÍNICA MÉDICA) - A prática da geriatria sabe que, no paciente muito idoso, frágil e com várias comorbidades, doenças comuns costumam manifestar-se de forma atípica e peculiar. Sobre isso, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Febre não é parâmetro sensível que devemos esperar nas infecções

B) Instabilidade postural e quedas podem ser os únicos marcadores de infecções agudas

C) É comum delirium ser a única apresentação de uma doença aguda grave

D) Um paciente com demência avançada e síndrome da imobilidade que apresenta taquipneia, tosse e rebaixamento do nível de consciência deve receber haloperidol

E) Sinal mais sensível de infecção respiratória nos muito idosos é a taquipneia

A

Letra “D” - Um paciente com demência avançada e síndrome da imobilidade que apresenta taquipneia, tosse e rebaixamento do nível de consciência deve receber haloperidol

IDOSO: SINTOMAS ATÍPICOS + SINTOMAS SENTINELA

As manifestações atípicas das doenças em pacientes idosos seguem o modelo da ponta do iceberg (sintomas sentinela), visto que eventos como queda, delirium, incontinência, entre outros, representam apenas um pequeno indício de que existe um problema maior associado ao quadro clínico. Sendo assim, a única assertiva, apresentada pela questão, que não se encaixa nesse contexto está presente na ALTERNATIVA D, visto que os sintomas sentinelas expostos são compatíveis com um quadro infeccioso. Dessa forma, o paciente deve ser tratado com antibióticos e não com o haloperidol. Este medicamento pode ser utilizado em casos de delirium hiperativo que gere risco ao idoso ou a outras pessoas, como familiares e acompanhantes.

24
Q

(SES-PE 2017 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Em relação às denominadas grandes síndromes geriátricas, todas as alternativas abaixo são falsas, EXCETO a

A) Os 5 I’s da geriatria ou gigantes da geriatria são: insuficiência cognitiva, instabilidade postural, infecção, imobilidade e incontinência

B) As incontinências urinárias não são tratáveis ou reversíveis na maioria dos casos

C) Iatrogenia é comum entre idosos e sempre decorre de erro médico

D) Depressão não causa a insuficiência cognitiva em idosos

E) Fobia de queda é uma complicação comum em pós-queda de idosos

A
Letra "E" - Fobia de queda é uma complicação comum em pós-queda de idosos
5 "I"s:
-INSUFICIÊNCIA COGNITIVA
\+DEPRESSÃO;
\+DELIRIUM;
\+DEMÊNCIA.
  • INSTABILIDADE POSTURAL - RISCO DE QUEDA (SINTOMA SENTINELA): COMPLICAÇÃO MAIS COMUM - FOBIA NOVAS QUEDAS;
  • INCONTINÊNCIAS: URINÁRIA-MULHER-IUU-TRATÁVEIS-REVERSÍVEIS; NÃO SÃO NORMAIS DO ENVELHECIMENTO.
  • IMOBILIDADE;
  • IATROGENIA: DIFERENTE DE ERRO MÉDICO.

Questão que aborda as grandes síndromes geriátricas. ALTERNATIVA A – INCORRETA: Os cinco gigantes da geriatria ou 5I’s são: Insuficiência cognitiva, ou os 3 D’s – depressão, delirium, demência; Instabilidade postural, manifestado pelo risco de quedas, que funciona como sintoma sentinela; Imobilidade; Incontinências, seja urinária, a mais comum, ou fecal; Iatrogenia. ALTERNATIVA B – INCORRETA: A maioria das incontinências urinárias é tratável e reversível e não corresponde a sinal fisiológico de envelhecimento. ALTERNATIVA C – INCORRETA: A iatrogenia não é apenas decorrente de erro médico, podendo estar presente mesmo em casos em que as condutas adequadas foram escolhidas. ALTERNATIVA D – INCORRETA: Os 3 D’s da insuficiência cognitiva dos idosos têm relação muito íntima, podendo atuar como causa e consequência, além da possibilidade de existirem concomitantemente. ALTERNATIVA E – CORRETA: A fobia de quedas é complicação MAIS comum em pós-queda nos idosos.

25
Q

(SES-PE 2012 ACESSO DIRETO) - O uso racional e cuidadoso de medicamentos em idosos é importante para evitar iatrogenia, uma vez que esse é um importante tema da geriatria, responsável por grande número de mortes e hospitalizações entre as faixas etárias mais elevadas. Visando a uma boa prescrição geriátrica, dentre as medidas e critérios que podemos adotar para diminuir os riscos de iatrogenias farmacológicas na população idosa e buscar uma prescrição mais adequada e segura, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Devemos começar os medicamentos psicotrópicos, anti-hipertensivos, dentre outros, com doses mais baixas e titular devagar
B) É importante eleger prioridades, evitar medicamentos potencialmente inapropriados e sempre revisar a prescrição para evitar ou diminuir a polifarmácia
C) Para ajustar as doses dos medicamentos à função renal do idoso, o valor absoluto da creatinina e ureia sérica geralmente não são suficientes, necessitando se utilizarem fórmulas para o cálculo do clearance de creatinina
D) O uso de polivitamínicos deve fazer parte da prescrição do idoso, visando reduzir o estresse oxidativo e diminuir os eventos cardiovasculares
E) Devemos nos guiar pelos critérios de Beers-Fick, para tentar evitar o uso de medicamentos inapropriados nos idosos

A

Letra “D” - O uso de polivitamínicos deve fazer parte da prescrição do idoso, visando reduzir o estresse oxidativo e diminuir os eventos cardiovasculares

Questão que aborda o tema da iatrogenia no paciente idoso. ALTERNATIVA A – CORRETA: Corresponde ao princípio de “start low, go slow, but go!”, através do qual infere-se que se uma medicação é necessária, desde que não haja contraindicação formal, ela deve ser iniciada, porém com cautela, em baixas doses, e a titulação pode ser realizada sem pressa. ALTERNATIVA B – CORRETA: Os critérios de BEERS é um bom guia para evitar a prescrição de medicamentos inapropriados e a revisão constante da prescrição do paciente é um importante mecanismo para evitar a polifarmácia, visando a prevenção quaternária. ALTERNATIVA C – CORRETA: A perda da massa muscular, principalmente em idosos frágeis, pode mascarar os valores de creatinina. Dessa forma, existem fórmulas, como a de Cockcroft-Gault e a CKD-EPI, que buscam compensar as variáveis no cálculo do clearance de creatinina. ALTERNATIVA D – INCORRETA: Os polivitamínicos não tem comprovação científica para nenhum benefício em pacientes assintomáticos. A reposição de vitaminas específicas deve ser reservada a pacientes que desenvolvam quadros clínicos por hipovitaminose. ALTERNATIVA E – CORRETA: Como explicado acima, os critérios de Beers constituem uma lista de medicações e doses inapropriadas para a prescrição geriátrica.

26
Q

(SES-PE 2009 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Sobre as características clínicas peculiares do idoso e as boas condutas médicas geriátricas, marque a alternativa incorreta.

A) Além da avaliação clínica tradicional, a avaliação funcional do idoso é importante na definição de condutas
B) Para idosos hospitalizados que têm diagnóstico de síndrome demencial, devemos evitar as drogas com ações colinérgicas, pois é importante fator de risco para delirium ou piora dos sintomas demenciais
C) Na úlcera de Pressão Grau I, não ocorre lesão de continuidade da pele
D) Impactação fecal é causa de estado confusional agudo em idosos hospitalizados
E) Instabilidade postural e quedas podem ser manifestações atípicas de infecção do trato urinário

A

Letra “B” - Para idosos hospitalizados que têm diagnóstico de síndrome demencial, devemos evitar as drogas com ações ANTIcolinérgicas, pois é importante fator de risco para delirium ou piora dos sintomas demenciais

Questão que aborda as características clínicas peculiares dos idosos e a prática da geriatria. ALTERNATIVA A – CORRETA: A avaliação funcional é o grande indicador prognóstico do paciente em geriatria, sendo de extrema importância, para a elaboração de condutas. ALTERNATIVA B – INCORRETA: As drogas que prejudicam a cognição são as de efeito ANTIcolinérgico, visto que a acetilcolina corresponde ao neurotransmissor da cognição. ALTERNATIVA C – CORRETA: A úlcera de pressão grau I é caracterizada pela presença de eritema fixo que não alivia quando não está sob pressão. ALTERNATIVA D – CORRETA: Delirium pode representar o sintoma sentinela de vários acometimentos agudos no idoso, como um fecaloma. ALTERNATIVA E – CORRETA: Bem como o delirium, a instabilidade postural e as quedas podem representar sintomas sentinela para infecções de qualquer sítio e outros acometimentos agudos no paciente idoso.

27
Q

(SES-PE 2020 R3 CLÍNICA MÉDICA) - A iatrogenia medicamentosa em idosos pode ser provocada por problemas envolvendo os medicamentos entre si. Ao introduzir, retirar, aumentar ou diminuir a dose de uma droga, pode-se modificar o efeito de outra droga. Considerando os princípios da prescrição para idosos, assinale a alternativa INCORRETA.

A) A digoxina não deve ser usada em dose diária superior a 0.125 mg
B) Aspirina em dose > 150 mg/dia aumenta o risco de hemorragia digestiva, sem evidência de aumento da eficácia
C) Anti-hipertensivos podem ser eficazes em doses tão baixas quanto 6,25 mg de hidroclorotiazida
D) A prometazina é a droga de escolha para o tratamento das alergias cutâneas no idoso
E) A glibenclamida apresenta maior risco de hipoglicemia prolongada grave em idosos

A

Letra “D” - A prometazina é a droga de escolha para o tratamento das alergias cutâneas no idoso

PROMETAZINA: ANTI-HISTAMÍNICO DE 1ª GERAÇÃO: NÃO É MEDICAÇÃO DE ESCOLHA PARA IDOSO - EFEITOS ANTICOLINÉRGICOS

Questão a respeito da iatrogenia medicamentosa no paciente idoso. ALTERNATIVA A – CORRETA: Pelo risco de intoxicação por digitálico, graças a diminuição da excreção renal, a digoxina tem sua dose ajustada para o paciente idoso, não devendo ultrapassar o valor de 0,125 mg/dia. ALTERNATIVA B – CORRETA: Embora a assertiva não justifique a qual eficácia da droga se refere (profilaxia primária, profilaxia secundária, antipirético), o aumento da dose também eleva o risco de evento colateral, como a hemorragia digestiva. ALTERNATIVA C – CORRETA: A maior parte das drogas em geriatria segue o princípio do “start low”. ALTERNATIVA D – INCORRETA: Por conta dos sintomas anticolinérgicos (boca seca, retenção vesical, constipação, hipotensão postural, delirium), os anti-histamínicos de primeira geração não são drogas de primeira escolha para pacientes idosos. ALTERNATIVA E – CORRETA: As sulfonilureias constituem uma classe de antiglicemiantes orais que cursam com hipoglicemia, não sendo de primeira escolha para pacientes idosos. No caso de haver necessidade de utilização dessas medicações, a preferência deve ser da glicazida.

28
Q

(SES-PE 2013 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Em relação às iatrogenias medicamentosas e às boas práticas da prescrição médica para idosos, qual a alternativa VERDADEIRA?

A) O uso de benzodiazepínicos não é uma boa opção para tratar insônia em idosos, mas, se for necessário usar algum, devemos dar preferência aos de meia-vida curta, a exemplo do flurazepam
B) Dentre os medicamentos inapropriados para idosos pelos critérios de Beers, os anticolinérgicos estão entre as drogas mais arriscadas
C) Os betabloqueadores estão entre os anti-hipertensivos de principal escolha para tratamento de HAS em idosos
D) No tratamento de IC sintomática em idosos, a dose recomendada de digoxina é de 0,25mg/dia
E) Para garantir o tratamento, evitando baixa aderência aos fármacos prescritos à população idosa, devemos, sempre, iniciar a terapêutica com doses plenas

A

Letra “B” - Dentre os medicamentos inapropriados para idosos pelos critérios de Beers, os anticolinérgicos estão entre as drogas mais arriscadas

BDZ: PODEM CAUSAR DELIRIUM E RISCO DE QUEDA
FLURAZEPAM: T1/2 LONGA

-EF. ANTICOLINÉRGICOS:
\+ANTIHISTAMÍNICOS 1ª GERAÇÃO: PROMETAZINA
\+ANTIPSICÓTICOS
\+BZD
\+ADT
-ALT. VISUAL
-BOCA SECA
-CONSTIPAÇÃO
-DELIRIUM (ACh é o NT da cognição)
-rEtenção vEsical
-Fudeu! Caiu! HIPOTENSÃO POSTURAL

DOSE DIGOXINA: 0,125MG/DIA

START LOW - GO SLOW - BUT GO

Sobre a iatrogenia medicamentosa no paciente idoso, seguem as assertivas. ALTERNATIVA A – INCORRETA: Diazepam, clonazepam e flurazepam são benzodiazepínicos de meia-vida longa. Os de meia-vida curta são lorazepam e alprazolam. ALTERNATIVA B – CORRETA: Dentre os efeitos anticolinérgicos encontram-se boca seca, retenção vesical, constipação, hipotensão postural, delirium. Drogas que podem cursar com esses efeitos colaterais são anti-histamínicos de primeira geração, tricíclicos, antiespasmódicos (como a escopolamina). ALTERNATIVA C – INCORRETA: Os betabloqueadores não constituem primeira linha de tratamento anti-hipertensivo nem mesmo em pacientes adultos jovens. ALTERNATIVA D – INCORRETA: Pelo risco de intoxicação por digitálico, graças a diminuição da excreção renal, a digoxina tem sua dose ajustada para o paciente idoso, não devendo ultrapassar o valor de 0,125 mg/dia. ALTERNATIVA E – INCORRETA: A maior parte das drogas em geriatria segue o princípio de “start low, go slow, but go!”, através do qual infere-se que se uma medicação é necessária, desde que não haja contraindicação formal, ela deve ser iniciada, porém com cautela, em baixas doses, e a titulação pode ser realizada sem pressa.

29
Q

(USP-SP 2020 ACESSO DIRETO) – Mulher de 67 anos de idade, cozinheira, vem para consulta com demanda de prevenção de doenças e promoção de saúde. Nega doenças prévias. É tabagista 30maços-ano e tem hábitos sedentários. Nega etilismo e uso de drogas ilícitas. Ao exame clínico: dentes em mal estado de conservação, IMC: 32Kg/m2, circunferência abdominal 108cm, PA: 136x70mmHg, FC: 76bpm, sem outras alterações. Dentre as alternativas abaixo, qual dela apresenta dois exames que devem ser solicitados para esta paciente?

A) Densitometria óssea e colesterol total e frações
B) Mamografia e angiotomografia de coronárias
C) Ultrassonografia de abdome e glicemia de jejum
D) Pesquisa de sangue ocultos nas fezes e teste ergométrico

A

Letra “A” - Densitometria óssea e colesterol total e frações

Os exames de prevenção de doenças têm início de solicitação, a partir dos 25 anos de idade, e seguem, em geral, uma regra de adição de novos rastreios a cada 10 anos.

25 anos – Para a saúde da mulher, inicia-se o rastreamento para o câncer de colo uterino.
35 anos – Passa-se a investigar as dislipide3ia5, nos homens.
45 anos – É iniciado o rastreio de diabetes mellitus, principalmente, em pacientes obesos, com síndrome metabólica. Além disso, passa-se a investigar as dislipidemias nas mulheres.
50 anos – Pesquisa-se o câncer de cólon e o câncer de mama.
55 anos – Inicia-se a pesquisa para câncer de pulmão, nos pacientes com carga tabágica de pelo menos 30 maços-ano e que fuma/fumou, nos últimos 15 anos.
65 anos – Investiga-se osteoporose nas mulheres e aneurisma de aorta abdominal, nos homens tabagistas.

Sendo assim, de acordo com as assertivas. ALTERNATIVA A – CORRETA: A densitometria óssea estaria indicada desde os 65 anos e a pesquisa de dislipidemias desde os 45. ALTERNATIVA B – INCORRETA: O rastreio de doenças coronarianas não é indicado para pacientes assintomáticos. ALTERNATIVA C – INCORRETA: A USG de abdome para pesquisa de aneurisma de aorta abdominal é reservado aos homens tabagistas, acima dos 65 anos. ALTERNATIVA D – INCORRETA: Como dito anteriormente, a pesquisa de DAC, em pacientes assintomáticos, não está indicada.

30
Q

(SES-PE 2012 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Paciente com 82 anos, sexo feminino, portadora de demência de Alzheimer em estágio grave, com dependência para as atividades de vida diária, desenvolve quadro de delirium e retenção urinária aguda e é levada para atendimento em emergência, onde recebe diagnóstico de infecção urinária. Foi indicado internamento clínico para tratamento antibiótico com boa evolução. Porém, a partir do 7º dia de internamento, a paciente apresentou piora clínica devido à pneumonia nosocomial, que culminou com insuficiência respiratória e internamento na UTI para assistência ventilatório-mecânica. Recebeu alta da UTI após 30 dias e foi para casa em assistência de homecare, traqueostomizada e com gastrostomia. Encontra-se restrita ao leito, em estado de mutismo e múltiplas contraturas. Baseado nesse quadro clínico, assinale a alternativa CORRETA.

A) Mediante o acompanhamento de uma equipe interdisciplinar (fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional, médico e enfermagem) é possível, em médio a longo prazo, reverter a síndrome da imobilidade

B) A restrição prolongada ao leito durante o internamento foi um fator determinante para o desenvolvimento da síndrome de imobilidade, embora a indicação do internamento em UTI tenha sido adequada, pois, caso contrário, estaríamos incorrendo em eutanásia

C) Sendo a paciente portadora de síndrome de imobilidade por demência avançada, com apraxia de deglutição, traz aumento da sobrevida a passagem de sonda nasoenteral ou gastrostomia

D) Na prevenção de úlceras por pressão, é importante manter bom aporte nutricional e hídrico, além de orientação de mudança de decúbito a cada 6 horas

E) O uso de analgesia em doses fixas de dipirona e titulação parcimoniosa de baclofeno é uma conduta adequada para essa paciente com imobilidade e múltiplas contraturas

A

Letra “E” - O uso de analgesia em doses fixas de dipirona e titulação parcimoniosa de baclofeno é uma conduta adequada para essa paciente com imobilidade e múltiplas contraturas

NÃO DEVERIA NEM TER IDO PRA UTI E IOT (DISTANÁSIA): ERA PRA SER CCPP
RESTRIÇÃO PROLONGADA AO LEITO NA UTI: SÍNDROME DE IMOBILIDADE
SÍNDROME DE IMOBILIDADE É IRREVERSÍVEL, NÃO PASSAR SONDA (NÃO MELHORA SOBREVIDA, NÃO PREVINE PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO), APORTE NUTRICIONAL E HÍDRICO NÃO SÃO PRIORIDADES E A MUDANÇA DE DECÚBITO É DE 2/2H PARA PREVENÇÃO DE UPP

Questão que traz paciente idosa frágil que foi internada em UTI, para tratamento de insuficiência respiratória por infecção, recebendo alta após um mês com traqueostomia e gastrostomia. Dessa forma, infere-se que a paciente que já apresentava um elevado grau de limitação, desenvolveu síndrome da imobilidade após o internamento. Diante desse quadro clínico, são expostas as assertivas. ALTERNATIVA A – INCORRETA: A síndrome da imobilidade é caracteristicamente irreversível, sendo a paciente candidata a cuidados paliativos exclusivos. ALTERNATIVA B – INCORRETA: O internamento em UTI repercutiu em prática de distanásia, prolongando a vida da paciente, sem garantir conforto. ALTERNATIVA C – INCORRETA: Estudos nos quais a nutrição foi priorizada, em pacientes com síndrome da imobilidade, não demonstraram diferença de desfecho para os casos. Além disso, vale lembrar que o excesso de manejo e a invasão, para a passagem de sondas ou gastrostomia, podem acabar acarretando em maiores prejuízos ao idoso que já se encontra frágil. ALTERNATIVA D – INCORRETA: A mudança de decúbito para evitar o desenvolvimento de úlceras de pressão deve ser a cada duas horas. ALTERNATIVA E – CORRETA: Para controle da dor, proporcionando maior conforto da paciente, pode-se fazer uso da analgesia com o dipirona e o baclofeno, ainda que não seja uma das drogas mais utilizadas em idosos, para relaxamento muscular.

31
Q

(SES-PE 2019 R3 CLÍNICA MÉDICA) - As doenças infecciosas são responsáveis por elevadas taxas de morbidade, hospitalização e letalidade entre os idosos. Tal fato pode ser explicado pela menor reserva funcional e pelas alterações nos mecanismos de defesa próprios da imunossenescência. Quanto à imunização na população idosa, assinale a alternativa INCORRETA.

A) A vacinação anti-pneumocócica, em pacientes nunca vacinados, deve-se iniciar esquema com dose única de vacina 13-valente, seguida 2 meses após da vacina 23-valente. Uma segunda dose da 23-valente deve ser aplicada 5 anos após a primeira
B) O Herpes Zoster é uma doença bastante prevalente entre os idosos, e a vacina é recomendada para aqueles acima de 60 anos, como forma de prevenção da doença e da neuralgia pós-herpética. Aqueles que ainda não foram vacinados e que apresentaram a doença (Herpes Zoster) devem ser orientados a receber a vacina o quanto antes, para evitar novo episódio
C) A indicação da vacina contra Hepatite B para idosos não é recomendação de rotina. Porém, com a mudança no padrão de atividade sexual após surgimento de medicações para tratamento de disfunção erétil, os médicos devem ficar atentos para a prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis nessa faixa etária
D) A vacina contra febre amarela deve ser administrada no mínimo 10 dias antes de viagem para área endêmica e riscos, e benefícios devem ser pesados junto com o paciente
E) A vacinação contra Influenza deve ser recomendada para todos acima de 60 anos, com aplicação anual, preferencialmente no período que antecede o outono e o inverno

A

ANULADA - LETRA “A”, “B” e “C’ ESTÃO ERRADAS

VACINAS IDOSO (05): outras vacinas não de rotina, pois aumentam risco de EC - ponderar

  • INFLUENZA: >60a/Anual (abril: antecede outono/inverno)
  • TÉTANO
  • HEP B
  • PNEUMO 13 E 23V: 13V –6-12m–> 23V –5a–>23V
  • HERPES ZOSTER: >50a (previne incidência e neralgia pós-herpética)

-FA: igual a adulto: 10d antes

As cinco vacinas indicadas para a população idosa são Influenza, tétano e hepatite, que se encontram no calendário do Ministério da Saúde; além da pneumocócica (13V e 23V) e herpes zoster. A respeito do calendário vacinal na população idosa, seguem as assertivas. ALTERNATIVA A – INCORRETA: O esquema de vacinação anti-pneumocócica é realizado com administração de dose 13-valente, seguida de dose 23-valente, após 6 a 12 meses. Depois de cinco anos, deve ser realizado reforço com nova dose 23-valente. ALTERNATIVA B – INCORRETA: Graças à queda da imunidade, a herpes zoster se torna uma afecção bastante comum em pacientes idosos. Entretanto, pacientes que apresentaram quadro agudo da doença, devem realizar a imunização após um ano da conclusão do quadro. ALTERNATIVA C – INCORRETA: A vacina contra Hepatite B é recomendação de rotina pelo calendário do Ministério da Saúde. ALTERNATIVA D – CORRETA: A vacina contra febre amarela, em geral, segue as mesmas recomendações para o calendário do adulto, sendo administrada ao menos 10 dias antes de viagem para regiões endêmicas. Contudo, vale lembrar que quanto mais velho o paciente, maiores as chances de apresentação de efeitos colaterais severos. Portanto, a administração deve ser ponderada. ALTERNATIVA E – CORRETA: A campanha para a vacinação contra influenza geralmente é iniciada em meados de abril, antecedendo a manifestação sazonal do vírus (outono e inverno).

            Como a questão apresenta três proposições incorretas, a banca optou pela ANULAÇÃO.
32
Q

(SES-PE 2011 R3 CLÍNICA MÉDICA) - Os Critérios de Medicamentos Inapropriados para Idosos foram criados por BEERS e atualizados por FICK (Arch Intern Med. 2003), e são muito utilizados para uma boa prática geriátrica. Não são, pelos critérios de BEERS-FICK, medicamentos inapropriados para uso em idosos:

A) Cimetidina, meperidina, propoxifeno
B) Digoxina = 0,125mg/dia, diazepam, Clorpropamida
C) Sertralina, anlodipina, codeína
D) Amitriptilina, propranolol, rivastigmina
E) Metildopa, hidroclorotiazida, atenolol

A

Letra “C” - Sertralina, anlodipina, codeína

A) Cimetidina (X - bloq.h2 - piora delírium), meperidina (X muito EC e delirium), propoxifeno (X - AINE)

B) Digoxina = 0,125mg/dia (OK), diazepam (X- risco de queda, cognição - preferir de curta: alprazolam), Clorpropamida (X - induz hipoglicemia)

C) Sertralina (OK), anlodipina (OK), codeína (OK)

D) Amitriptilina(X - EF anti-ACh), propranolol, rivastigmina

E) Metildopa (X - ag. a2: risco de queda), hidroclorotiazida (OK, mas risco de hipoNa), atenolol (OK, mas não primeira escolha)

Como a questão busca as medicações que não são consideradas inapropriadas pelos critérios de BEERS, é importante lembrar-se daquelas que compõem as principais classes dessa lista. Dessa forma, eliminam-se drogas de efeito anticolinérgico, como tricíclicos, anti-histamínicos de primeira geração, antipsicóticos, antiespasmódicos. Além disso, excluem-se também as drogas que levam à deficiência da cognição como os benzodiazepínicos, principalmente os de longa ação. Drogas hipoglicemiantes, como as sulfonilureias, também são evitadas, bem como o uso de anti-inflamatórios. Também não é preconizada a utilização de alfa-2-agonistas, como a metildopa, pelo risco de efeitos sobre o SNC. Sendo assim, a assertiva que apresenta medicações que não são consideradas inapropriadas pelos critérios de BEERS é a ALTERNATIVA C.