Gestão de materiais Flashcards
(121 cards)
Qual é a diferença entre recursos materiais e recursos patrimoniais?
Os recursos materiais podem ser definidos como os elementos físicos que servem para a
construção do produto final e funcionamento da organização, sempre caracterizados por
não serem permanentes. Esses recursos são transformados ou consumidos, tornando-se produtos acabados ao final da cadeia
de produção. Isso diferencia claramente o que é material do que é patrimônio.
Já os recursos patrimoniais são definidos como o conjunto de bens, valores, direitos e
obrigações que possuam valor monetário quantificável e possam ser utilizados para gerar
riqueza. Nesse contexto, o foco da atividade de administração patrimonial recai sobre os
bens patrimoniais de caráter permanente (ao contrário dos materiais) que incluem
instalações, veículos, móveis, equipamentos, etc.
O que é a administração de recursos materiais?
A administração dos recursos materiais é a atividade responsável pela gestão do fluxo de materiais. Engloba todo fluxo de uma cadeia produtiva, o chamado ciclo produtivo. Algumas fontes e mesmo algumas bancas chamam o processo de “gestão da cadeia de suprimentos”, “cadeia de valor” ou mesmo, de forma genérica, de “logística”.
É um conjunto de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada
ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais necessários ao
desempenho normal das respectivas atribuições.
Quais são os principais objetivos da administração de materiais?
Podemos considerar como principais objetivos da gestão de materiais a maximização da
utilização dos recursos, um alto nível de serviço por meio do atendimento das demandas de materiais no volume, local e momento adequados e, tudo isso, ao menor custo possível. Além disso, busca observar a qualidade correta, o preço correto, continuidade no fornecimento, registros contábeis e financeiros fidedignos e minimização dos custos.
Quais são as atribuições da área de materiais?
Planejamento e previsão da demanda; avaliação e seleção de fornecedores; fixação de estoques mínimos e aplicação de um sistema adequado para reposição dos estoques; realização de compras; estabelecimento de um sistema adequado para estocagem de materiais; implantação e uso da taxonomia dos materiais; supervisão dos almoxarifados; administração e controle dos estoques; transporte de materiais; gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Qual é a diferença entre a geração de valor à jusante e à montante?
Ao longo da cadeia, cada uma das etapas tem a função de gerar valor ao longo do processo, seja ele à jusante (do fornecedor ao cliente final) ou à montante (do consumidor ao fornecedor, ou logística reversa).
Quais as vantagens e desvantagens dos modelos centralizado e descentralizado de administração de materiais?
Modelo centralizado (vantagens): Economias de escala, planejamento integrado, alocação de especialistas e controle de custos.
Modelo centralizado (desvantagens): Menor agilidade para demandas urgentes.
Modelo descentralizado (vantagens): agilidade e flexibilidade.
Modelo descentralizado (desvantagens): custos mais altos, falta de “visão do todo”, controle de custos mais complexo.
O que é o nível de serviço?
O Nível de Serviço nada mais é do que o percentual de pedidos/requisições de materiais
que são atendidos de maneira satisfatória pela área de administração de materiais.
Nível de Serviço = Pedidos Atendidos Satisfatoriamente / Pedidos Totais.
O administrador de materiais deve ser competente o suficiente para trabalhar com o estoque mais baixo possível, reduzindo os custos do emprego de capital, de armazenagem e demais custos alocados e, ao mesmo tempo, ser capaz de manter um alto Nível de Serviço, ou seja, atender o maior número possível de pedidos/requisições de materiais colocadas pela área de produção ou demais clientes internos, tudo dentro da estratégia estabelecida pela empresa, que visa a maior lucratividade possível.
Veja que é uma fronteira na qual o administrador de materiais tem que transitar o tempo todo. Não pode ter estoques altos a ponto de aumentar os custos de produção da organização e, ao mesmo tempo, não pode ter estoques baixos a ponto de afetar uma das métricas mais importantes que medem o seu trabalho: o Nível de Serviço.
Obs.: A requisição de materiais é o documento hábil pelo qual o material é solicitado ao almoxarifado para utilização. É o pedido de material enviado ao setor responsável pelo fornecimento de materiais. É por meio dela que os clientes internos informam ao responsável pelo almoxarifado/estoque, que estão desabastecidos e precisam de reposição.
O que são empresas estendidas?
Cadeias formadas pelas empresas mais seus
fornecedores e distribuidores.
O que significa classificar materiais?
Agrupar ou aglutinar materiais por características de semelhança, segundo sua forma, dimensão, peso, tipo, uso, etc.
Catalogar, simplificar, especificar, normalizar, padronizar e codificar todos os materiais
componentes do estoque da empresa.
Qual a finalidade da classificação dos materiais?
A classificação deve sempre ser feita de maneira que cada material, identificado em todo seu nível de detalhe, ocupe seu respectivo local, onde obtenha segurança para sua armazenagem, não ofereça perigo aos materiais próximos (exemplo: produto químico que altere a característica de um produto alimentício ao lado) e possa ser rapidamente localizado
Quais são os principais tipos de classificação?
- Tipo de Demanda
- Criticidade
- Aplicação
- Perecibilidade
- Periculosidade
- Possibilidade de fazer ou comprar
- Tipos de estocagem
- Dificuldade de aquisição
- Mercado fornecedor
- Valor do consumo ou ABC
- Importância Operacional ou XYZ
- Permanentes ou de Consumo
Como funciona a classificação por aplicação?
Matéria Prima
Materais em Processamento
Materiais Semi Acabados
Materiais Acabados
Produto Acabado
Outros: Materiais auxiliares ou improdutivos; Materiais de manutenção; Materiais de consumo geral.
Como funciona a classificação Valor do Consumo ou ABC?
Os materiais da classe “A” são aqueles que têm alto consumo anual e de menor quantidade de itens (em torno de 20%). Exigem os maiores investimentos e atenção do gestor de materiais ao longo do tempo. São sempre aqueles de maior valor de consumo (ao redor de 80%)
ou chamados de material de grande valor de consumo.
Temos ainda os materiais da classe “B”. São aqueles com um número médio de itens (cerca de 30% dos itens) e que representam, isoladamente, cerca de 15% do valor total dos estoques. Somados aos materiais da classe “A” perfazem quase que a totalidade dos materiais consumidos ao longo do processo de produção (aproximadamente 95% do total, ou seja, os 80% da classe “A” mais os 15% da classe “B”, e
representam 50% dos itens: 20% da classe “A” e 30% da classe “B”). Os materiais da classe “B” também são chamados de materiais de importância intermediária ou de médio valor de consumo.
Por fim temos ainda os materiais da classe “C” que perfazem uma longa lista de itens (cerca de 50% deles) porém representam muito pouco em termos de importância e valor ao processo produtivo (geralmente algo em torno de 5%). São conhecidos por materiais de pouca ou menor importância ou de baixo valor de consumo.
Esse princípio da concentração da importância em setores que acolhem poucos itens (ou cidadãos ou qualquer outra unidade a ser considerada) forma a base do Princípio de Pareto e foi adaptado ao processo de controle de estoques, batizado como Curva ABC
Como funciona a classificação de importância operacional ou XYZ?
Visa identificar materiais imprescindíveis ao funcionamento da empresa. Em linhas gerais, em relação à criticidade, os materiais podem ser críticos ou não. Note que aqui não estamos mais falando de valores mas sim da importância do material para o processo produtivo da empresa, ou seja, sem o material crítico, a produção ou a operação da empresa, para! São geralmente materiais vitais para equipamentos produtivos, que servem de reposição para um equipamento ou grupo de equipamentos e que devem permanecer estocados até a sua utilização,
compensando o prejuízo potencialmente gerado pela sua falta.
Classe X - Materiais de aplicação não importante. Criticidade baixa. Falta não acarreta paralisação do processo. Podem ser facilmente adquiridos ou substituídos por materiais similares da própria organização.
Classe Y - Criticidade média. São importantes para o processo porém podem ser substituídos por outros com relativa facilidade, mesmo não possuindo similares na empresa.
Classe Z - Criticidade máxima. Imprescindíveis ao processo e não podem ser substituídos por
similares. Sua falta provoca a paralisação da produção e/ou fases operativas da organização.
Quais são as etapas de classificação?
✓ Catalogação
✓ Simplificação
✓ Especificação
✓ Normalização
✓ Padronização
✓ Codificação
A catalogação nada mais é do que a fase em que o gestor de materiais elabora uma lista completa de todos os itens de materiais que existem no estoque. O fim é enxergar tudo.
A etapa de simplificação procura identificar quais os itens que possuem o mesmo
objetivo no processo produtivo e entregam o mesmo resultado. Identificados itens que se enquadram nesses quesitos a ordem é escolher apenas um deles e deixar de trabalhar com os demais, eliminando duplicidades, custos e complexidade na gestão.
A especificação significa uma minuciosa descrição do material. Também chamada
de identificação, nessa fase os materiais catalogados e simplificados serão descritos de forma detalhada, incluindo seu peso, medida, forma, finalidade e demais atributos.
A normalização refere-se, objetivamente, às normas de utilização de cada item. É importante que a organização estabeleça como cada item deverá ser utilizado ao longo do processo produtivo ou de seu emprego em qualquer outra atividade operacional.
A padronização procura estabelecer padrões idênticos de medidas de peso, formato e outras
correlatas e está diretamente ligada ao processo de simplificação pois, obtida a padronização, um dos seus grandes benefícios é a diminuição do número de itens em estoque, evitando ou minimizando a variedade de itens dentro de uma mesma classe de materiais utilizados para o mesmo fim.
Após percorrida todas essa etapas e considerando que temos um bom processo de classificação disponível, podemos partir para a codificação dos itens, ou seja, representar todas as informações necessárias, suficientes e desejadas de um item por meio de números e/ou letras com base em toda a classificação recém obtida do material. Nesse cenário cada item terá seu código, permitindo e facilitando o controle, a retirada e a movimentação dos itens na organização. Sabendo qual o código do item qualquer um desses processos se torna completamente objetivo e traz rapidez na identificação e localização dos itens nos armazéns assim como nos controles de volumes e demais controles gerenciais em relação aos estoques disponíveis.
Quais são os objetivos da codificação?
✓ Facilitar a comunicação interna e as transações da empresa
✓ Evitar duplicidade de itens em estoque
✓ Permitir gestão eficiente de estoques e compras
✓ Facilitar a padronização dos materiais
✓ Facilitar o controle contábil dos estoques
O que é o ponto ideal e o lote econômico de compra?
O LEC busca determinar qual é o lote ideal de compras, capaz de equilibrar os custos de
armazenagem dos materiais com os custos do pedido, minimizando os custos totais.
Lembre-se que os pedidos têm custos e uma das formas de diluir seus custos é fazê-los em
volumes maiores. O ponto ideal (volume de compras que minimiza o custo) está justamente no ponto em que as curvas do custo do pedido e da manutenção de estoque (genericamente são os custos de armazenagem) se tocam. É neste ponto que a curva de custo total (a que está mais acima) tem seu ponto mínimo e, portanto,
é aí que se localiza o Lote Econômico de Compra, ou seja, o volume que deve ser adquirido para minimizar os custos da atividade de compra. Perceba que essa “conta” considera os aspectos matemáticos do caso, mas não é capaz de mensurar, por exemplo, o impacto que a decisão pode ter no cliente (como vimos acima) ou outras variáveis subjetivas.
Para que serve o cadastro de fornecedores?
O cadastro de fornecedores tem o objetivo de qualificar e avaliar o desempenho de fornecedores de
materiais e serviços.
Quais são as localizações de área de compra recomendadas para cenários estáveis e instáveis?
Em cenários de demandas estáveis e com processos acurados de previsão, não é necessário pagar por estratégias descentralizadas (sim, elas são mais caras pois envolvem mais gente e diferentes locais de
atuação) já que na maioria das vezes as compras são feitas de maneira previsível e controlada e, de preferência, em poucos ou em um único fornecedor com o objetivo de conquistas os ganhos de escala. Assim, a estratégia de centralização é a indicada.
Já em um cenário instável, difícil de ser previsto e no qual o fornecedor precisa ter muita agilidade de resposta para pedidos em diferentes épocas e em diferentes regiões do país ou do mundo, aí sim a estrutura descentralizada funciona muito melhor e acaba compensando seus custos adicionais.
Do que se trata o efeito lubrificante do estoque?
Marketing, Vendas e, sobretudo, a área Operacional (fábrica) vão querer sempre estoques mais altos para honrar suas metas internas ou com clientes. Porém, estoque além da conta gera desperdício, custo adicional e impacta negativamente a rentabilidade.
Por outro lado a área Financeira sempre vai recomendar estoques mais baixos. Porém, estoque menor do que o necessário pode acabar e parar a produção ou a prestação do serviço, gerando impacto imediato na receita (vendas) e, de novo, na lucratividade. Veja que o gestor do processo deverá buscar sempre o ponto ótimo entre esses dois extremos e daí
surge o conceito do “efeito lubrificante” dos Estoques, ou seja, não permitir que os diferentes interesses entrem em atrito.
O chamado efeito lubrificante dos estoques é responsável por minimizar os conflitos entre as áreas de vendas e de planejamento e programação da produção. A existência do estoque permite que a empresa continue operando em situações nas quais, por exemplo, a área de vendas comercializou mais do que o esperado ou, por qualquer razão, o planejamento da produção não deu conta do volume necessário de material para que a produção continuasse a todo vapor.
Nesses casos o estoque supre essas lacunas no processo produtivo e permite que a organização
mantenha em funcionamento o seu processo produtivo. Lembre-se ainda que a organização deve minimizar os seus investimentos em estoques pois ele possui diversos custos atrelados a sua aquisição e manutenção, que aumentam de acordo com o seu volume
e custo financeiro. Assim, quanto maior o estoque, maior será o comprometimento e a responsabilidade de cada um dos departamentos envolvidos. Nesse contexto, a área financeira estará sempre buscando minimizar os investimentos em estoques, tendo esta ação como uma de suas metas prioritárias, muitas vezes se opondo aos objetivos de outros departamentos como vendas, marketing e produção, que sempre optarão por estoques mais altos com o intuito de garantir - com a máxima segurança possível - a continuidade do
processo produtivo. Uma das maiores funções do processo de gestão de estoques portanto, será otimizar esse investimento, maximizando o uso dos recursos financeiros e reduzindo as necessidades do capital investido.
Observando a tabela acima, entenda que uma das maiores funções do estoque é conciliar
esses objetivos conflitantes, sem prejudicar a atividade operacional da empresa, minimizando seus custos e praticando a política de estoque da forma como foi previamente definida, levando em consideração os ajustes necessários devido a eventuais variações do cenário.
O que é o estoque?
Materiais, mercadorias ou produtos acumulados para utilização posterior, de modo a
permitir o atendimento regular das necessidades dos usuários para a continuidade das atividades da empresa, sendo o estoque gerado, consequentemente, pela impossibilidade de prever-se a demanda com exatidão.
Note na definição que o estoque só existe pois não há a possibilidade de prever com exatidão a
demanda (consumo do material ao longo de toda a cadeia). Não só é difícil prever a demanda como a reposição também pode apresentar problemas, seja com o fornecedor ou qualquer outro obstáculo, aumentando ainda mais a necessidade da existência de estoques para permitir a manutenção da operação
da organização.
Qual é a função do Nível de Serviço?
O Nível de Serviço apontará qual o % de pedidos será satisfatoriamente atendido dentro
do total de pedidos recebidos, seja por clientes internos ou externos.
Quais são os modos de consumo de materiais
- Projeção: a quantidade consumida no passado ou as tendências passadas permanecerão as
mesmas, ou seja, se o volume consumido cresceu 10% nos últimos 12 meses, projeta-se que para os próximos 12 meses crescerá novamente 10%. Nesse caso a técnica é essencialmente quantitativa. - Explicação: acrescentam-se fatores diversos ao consumo real. Exemplos: variações do PIB, do
salário mínimo, taxas de crescimento ou desemprego etc. Usa técnicas quantitativas no
cálculo da demanda, inclusive recursos como regressão e correlação. - Predileção: emprego de técnicas qualitativas como a opinião de funcionários, especialistas,
analistas ou consultores. Com base nessas percepções de mercados e de tendências faz-se o cálculo da demanda
Do que se trata a curva dente de serra?
Os níveis de estoque são costumeiramente representados pela chamada curva “dente de serra”. Nesse tipo de representação temos todas as informações sobre a movimentação dos materiais em estoque (tanto entradas como saídas).