Imunoglobulinas Flashcards

1
Q

Qual a origem das imuglobulinas (anticorpos)?

A

A produção de anticorpos corresponde à imunidade adaptativa do tipo humoral, na qual os linfócitos B ativados - os plasmócitos - são as únicas células produtoras de anticorpos.

Após os processos de contração e homeostasia, restam plasmócitos de vida longa (é como se fossem “plasmócitos de memória”), que permanecem produzindo anticorpos, e LB de memória, que não produzem anticorpos, mas realizam uma resposta secundária (conversão em plasmócitos) muito mais rapidamente.

Obs: Os anticorpos são formados a partir dos BCRs, que se originam junto com os LB no órgão linfóide gerador.

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2
Q

Considerando que o anticorpo provém do BCR, descreva suas características estruturais.

A

Observe a imagem da sua galeria

A única diferença entre o BCR e o anticorpo é a presença de uma cauda citoplasmática que possui uma região transmembrana hidrofóbica. Ao perder essa aderência ao LB, a estrutura deixa de ser um receptor e passa a se chamar de anticorpo.

Estrutura dos anticorpos
• Região V (variável)
• Região C (constante) da cadeia pesada y
• Região C (constante) da cadeia leve
• Peça caudal

A região V varia de acordo com a especificidade do anticorpo.
A região C está de acordo com o tipo de função da Ig

São formadas por 4 cadeias polipeptídicas unidas por ligações dissulfídricas:
• 2 pesadas (dependem do tipo de Ig)
• 2 leves (podem ser do tipo lambda ou capa)

A proporção de cadeias leves no organismo é sempre 40% lambda e 60% capa. Variações nessa proporção indicam tumores de LB.

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3
Q

Quais fragmentos proteolíticos são gerados ao submeter os anticorporpos à clivagem de enzimas papaína e pepsina?

A

Papaína: 2 Fab + 1 Fc
Pepsina: 2 Fab ligadas + fragmentos de Fc

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4
Q

Explique o que é o fragmento proteolítico Fab.

A

O Fab corresponde à região variável do anticorpo. A região variável está de acordo com a especificidade do antígeno, sendo ela a responsável pela gama de reconhecimento de diferentes antígenos pelo organismo.

Portanto, é no Fab que ocorre reconhecimento de antígeno, especificidade, diversidade e maturação de afinidade.

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5
Q

O que são as regiões hipervariáveis dos anticorpos?

A

São regiões localizadas nas extremidades que se ligam aos antígenos no Fab. Essas regiões também são chamadas de CDRs (Regiões Determinantes de Complementariedade).

Existem 3 CDRs na cadeia leve e 3 CDRs na cadeia pesada. Lembre-se que um Fab é constituído de uma cadeia leve e uma cadeia pesada. Portanto, em uma Fab temos 6 CDRs.

Portanto, a variabilidade da sequência não é distribuída uniformemente por toda a região V, mas sim em segmentos específicos.

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6
Q

O que é um epítipo?

A

Um epítopo ou determinante antigênico é o nome da estrutura do antígeno que é reconhecida pelo anticorpo.

Um mesmo antígeno apresenta mais de um epítopo e cada um pode ser reconhecido por mais de um tipo de anticorpo pela região variável.

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7
Q

O que é um parátopo?

A

É o nome da região em que ocorre a ligação com o epítopo. O parátopo contém o Fab.

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8
Q

Quais são os 3 tipos de epítopos/determinantes?

A

Epítopo:
Conformacional ou descontínuo: o determinante é formado a partir da forma como o antígeno proteico está enovelado. Em caso de desnaturação (febre, por exemplo), a conformação do antígeno muda e o epítopo é perdido.

Contínuo ou linear: mesmo sofrendo desnaturação, o determinante ainda pode ser reconhecido pelo parátopo, pois sua conformação é linear.

Ainda dentro desse tipo de epítopo, é possível observar determinantes lineares que só ficam acessíveis aos parátopos quando o antígeno sofre desnaturação.

Neoantígeno: novo determinante. O epítopo não existia originalmente no antígeno, mas foi criado por modificações bioquímicas (glicosação, fosforilação, ubiquitinização, acetilação e proteólise) e passa a poder ser reconhecido por um parátopo.

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9
Q

O que é e o que permite a flexibilidade dos anticorpos?

A

Essa é uma uma característica dos anticorpos de poderem se abrir ou se fechar para melhor se encaixarem as epítopos. Isso é possível graças à presença de dobradiças nos anticorpos.

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10
Q

A) Quais são os tipos de isotipos que podem existir nos anticorpos?
B) O que é valência de interação?
C) O que é avidez de interação?

A

A) IgG, IgE, IgD (monômeros), IgA (monômero, dímero ou trímero) e IgM (monomérico como BCR e pentamérico quando secretado)

B) Valência de interação corresponde à quantidade de Fabs interagindo com determinantes. Pode ser do tipo:

Monovalente: apenas 1 Fab interagindo.
Bivalente: 2 Fabs interagindo.
Polivalente: mais de 2 Fabs interagindo.

Isotipos monoméricos só conseguem ser monovalentes ou bivalentes. Já dímeros, trímeros e pentâmeros podem ser polivalentes.

C) Avidez da interação: corresponde à força da interação determinada pela quantidade de Fabs interagindo.

ATENÇÃO! Não confunda avidez de interção com avidez de anticorpo (= maturação de afinidade). Maturação de afinidade corresponde à força da ligação em si, sem considerar a quantidade de ligações realizadas.

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11
Q

Existem três tipos de zonas criadas quando ocorre a ligação entre antígeno e anticorpo. Defina-as.

A

Zona de excesso de antígeno: quando há excesso de antígenos, são formados pequenos complexos de interação.

Zona de excesso de anticorpos: quando há excesso de anticorpos, também são formados pequenos complexos de interação.

Zona de equivalência: quando há equivalência na quantidade de antígenos e anticorpos, são formados complexos grandes de interação.

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12
Q

Quais são as funções dos anticorpos?

A

As funções estão relavionadas à região Fc:
• Neutralização de microorganismos e toxinas por meio do processo de opsonização, que facilitará a fagocitose do antígeno.

• Promover a citotoxidade celular dependente do anticorpo: sinalização à NK de que uma célula precisa sofrer apoptose.

• Participa de uma das vias do complemento: via clássica do complemento, que promove opsonização, inflamação e lise de microorganismos.

Obsservações
• Para exercer suas funções, os anticorpos precisam estar ligados a antígenos.

• Para sinalizar algo para uma célula, é necessário que pelo menos duas porções Fc adjacentes estejam ligadas aos antígenos.

• Cada isotipo está relacionado a uma função do anticorpo. Portanto, mudança de isotipo influencia na resposta e na erradicação do Ag.

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13
Q

Explique o que é o fragmento proteolítico Fc.

A

É formada por região contante, ou seja, 2 cadeias pesadas dependentes do isotipo (Ig) do anticorpo. Por esse motivo, o Fc está relacionado à função do anticorpo.

Quais as cadeias pesadas correspondentes a cada isotipo?
IgG - cadeia pesada Gama (ƴ)
IgM - cadeia pesada Muj (ų)
IgA - cadeia pesada Alfa (a)
IgD - cadeia pesada Delta (&)
IgE - cadeia pesada Epsilon (E)

Para gravar: a letra é a mesma

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14
Q

Qual a função de cada isotipo?

A

IgA: quando secretado, é principalmentr dímero, mas também pode ser monômero ou trímero. Função: imunidade da mucosa.

IgD: monômero apenas. É pouquíssimo secretado. Função: receptor de antígenos na célula B imatura, ou seja, atua como BCR nos LB naive.

IgE: monômero apenas. Função: atua em defesa contra helmintos e em alergias (hipersensibilidade imediata).

IgG: monômero apenas. É o isotipo predominante no corpo.
Funções:
• promover imunidade neonatal (é o único que consegue atravessar a placenta)
opsonização
ativação do complemento
citotoxidade mediada por célula dependente de anticorpo
inibição por retroalimentação dos LB (ou seja, ele regula a resposta de células B)

IgM: monômero como BCR e pentâmero quando secretado.
Funções:
• receptor de antígenos na célula B imatura, ou seja, atua como BCR nos LB naive (forma monomérica).

ativação do complemento

• são as primeiras Ig a serem produzidas (relacionadas à fase aguda da infecção)

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15
Q

O IgG é o isotipo com maior meia-vida dentre as outras Ig. Por que?

A

Proteínas plasmáticas são degradadas em endossomos (dentro das células) por meio de fagocitose. Os IgG acabam sendo fagocitados junto delas, mas, dentro do endossomo, há receptores FcRn que se ligam aos IgG e permitem que liberados para fora da célula, ou seja, são “reciclados”.

As proteínas restantes nos endossomos são separadas e levadas para os lisossomos, onde são degradadas.

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16
Q

Um anticorpo pode sofrer três tipos de alterações em sua estrutura que podem ou não alterar o reconhecimento do antígeno e suas funcões efetoras. Explique cada uma delas.

A

MATURAÇÃO DE AFINIDADE
• Causada por mutações somáticas no LB que levam a alterações na região variável do anticorpo que a célula expressa.
• Reconhecimento do antígeno: aumento da afinidade
• Funções efetoras: sem alteração (ele continua a reconhecer o mesmo tipo de antígeno, apenas de forma mais eficiente)

MUDANÇA DA FORMA DE MEMBRANA (BCR) PARA A FORMA SECRETACA (ANTICORPO)
• É basicamente o que ocorre com todo anticorpo quando é secretado pelo LB efetor.
• Reconhecimento do antígeno: sem alteração.
• Funções efetoras: mudança da função de BCR para função efetora.

TROCA DE ISOTIPO
• Reconhecimento de antígeno: sem alteração (essa função está relacionada à região variável Fab)
• Funções efetoras: alteradas, pois cada Ig tem uma função diferente.

17
Q

O que são anticorpos monoclonais?

A

Anticorpos monoclonais (mAb) são uma classe de medicamentos. São anticorpos produzidos a partir de um único LB parental, que é clonado e imortalizado, produzindo sempre os mesmos anticorpos em resposta a um agente patogênico específico.

São usados para o tratamento de doenças infecciosas e autoimunes.

Produção: laboratorial.
Os LB têm meia-vida curta. Por isso, para imortalizá-los, eles são são infusionados a um mieloma (tumor de plasmócitos com alto grau e rapidez de proliferação e meia-via longa). As células com resultados satisfatórios provenientes dessa fusão são chamados de hibridomas, que são purificados até termos apenas os anticorpos.

18
Q

Quais as funcionalidades clínicas dos anticorpos monoclonais?

A

Marcadores fenotípicos: reconhecimento de populações celulares.
Imunodiagnóstico: diagnóstico de doenças infecciosas e sistêmicas.

Identificação tumoral: determinar fonte tecidual de tumores.

Terapia: moléculas chaves de doenças como alvos para os Ac.
Ex: TNFR-Ig para artrite reumatoide e psoríase.

Análise funcional de células e molécula: purificação de populações celulares e definição de funções.

19
Q

Os testes sorológicos são aqueles que avaliam a presença de anticorpos na corrente sanguínea do indivíduo para avaliar se ele já foi exposto ou não ao agente etiológico de uma determinada doença.

Os teste consideram a presença de isotipos IgM e IgG nos anticorpos contra aquele patógeno para chegar a uma conclusão.

Quais os resultados possíveis de serem encontrados em um teste sorológico?

A

Lembre-se: IgM está relacionada à fase aguda da doença e IgG à fase crônica (pois são mais capacitados para neutralizar os antígenos).

IgM ❌️ IgG ❌️ = nunca teve contato com o antígeno

IgM ✅️ IgG ❌️ = já teve contato com o o antígeno; contato recente ou fase aguda

IgM ❌️ IgG ✅️ = já teve contato com o antígeno; contato antigo ou fase crônica

IgM ✅️ IgG ✅️ = já teve contato com o antígeno, mas só é possível saber se trata-se de uma infecção recente ou antiga por um teste de avidez (determinar a maturação de afinidade)

A maturação de afinidade (aumento da força de interação entre anticorpo e antígeno) ocorre gradualmente no anticorpo depois que ele é produzido. Se a avidez do IgG é baixa, a infecção é recente (fase aguda). Se a avidez do IgG é alta, a infecção é antiga.