Intoxica;'ao Flashcards
(17 cards)
- ORGANOFOSFORADOS E CARBAMATOS:
Inibem a acetilcolinesterase, enzima essa
que é responsável por degradar acetilcolina;
o Síndrome Muscarínica: caracterizada
pela ocorrência de miose, bradicardia e
liberação de secreções (salivação,
sudorese, lacrimejamento, hipersecreção
brônquica, vômitos, diarreia);
o Síndrome Nicotínica: caracterizada pela
ocorrência de abalos, tremores e
fraqueza muscular; taquicardia,
hipertensão e midríase;
o Síndrome no SNC: caracterizada pela
ocorrência de convulsão, agitação
psicomotora, tontura, cefaleia, confusão
mental.
A prevalência dos sinais da
síndrome nicotínica (que gera
taquicardia), sugere maior
gravidade para o paciente,
exigindo assim prioridade em seu
atendimento.
TRATAMENTO:
Realizar o ABCDE;
Observar os locais acometidos e reduzir a
exposição do organismo à substância (ex.:
lavar a pele com água e sabão);
Lavagem gástrica + carvão ativado se a
substancia estiver no estômago e na
ausência de contraindicações;
Antídoto (atropina):
o O antídoto nesse caso só é empregado
caso o paciente esteja apresentando
sinais de intoxicação por excesso de
acetilcolina.
ANTÍDOTOS:
Atropina: age inibindo a atividade do
neurotransmissor acetilcolina, por ser um
agente antimuscarínico (inibe os receptores
muscarínicos);
Oximas: atuam na reativação da
acetilcolinesterase e estão indicadas em
casos de sintomas colinérgicos graves e
persistentes.
As oximas só podem ser
empregadas em intoxicações
causadas por organofosforados.
RATICIDAS / RODENTICIDAS CUMARÍNICOS:
Costumam se apresentar como flocos azuis
e rosas.
Os pacientes geralmente são assintomáticos
na exposição aguda, alterando apenas o
tempo de atividade da protrombina TAP;
TRATAMENTO:
Tratamento inicial;
Solicitar dosagem do TAP;
o Se estiver alterado desde o início
administrar vitamina K;
o Se não estiver alterado
esperar 1 semana, realizar dosagem do TAP e
avaliar a necessidade de administração
de vitamina K.
Manejo de intoxicação
Todos os casos de intoxicação,
principalmente os casos graves, necessitam
de atendimento baseado no ABCDE do
trauma É A PRIMEIRA COISA A SER
FEITA.
Em nos casos em que a exposição ao agente tóxico
ocorreu por forma cutânea, deve-se dar banho no
paciente; Se a exposição ocorreu por via inalatória,
deve-se remover o paciente do local da exposição.
Lavagem gástrica:
Deve ser considerada somente se o paciente
ingeriu uma dose potencialmente letal e o
procedimento for realizado até 60 minutos da
ingestão;
Somente deve ser utilizada com as vias
aéreas intactas;
Caso haja depressão neurológica ou
respiratória, as vias aéreas devem ser
protegidas antes do início do procedimento;
Também está contraindicada nos pacientes
que ingeriram substâncias cáusticas (há risco
de levar o esôfago) ou derivadas do petróleo
(pode haver migração da substância para o
pulmão, sítio esse onde ela é mais tóxica).
Dose:
o Adulto: pode-se utilizar até 8l de soro no
adulto (250 ml de soro fisiológico por, no
máximo 32 vezes);
o Criança: utiliza-se 3L em crianças
pequenas, 5L em crianças de 5 a 6 anos
ou 8L em crianças de 11 a 12 anos (injeta 10ml/Kg de soro por vez até atingir o valor total para a idade).
O volume de retorno deve ser o mesmo
instilado.
Dose:
o Em crianças: 1g/Kg de carvão ativado
diluído em 10ml/Kg de água;
o Em adultos: 40-60kg de carvão ativado
diluído em 200 ml de água.
40-60g de carvão ativado
representa a dose máxima
possível de ser administrada em
crianças.
Deve-se tomar cuidado com o carvão ativado
em altas doses, visto que há riscos de
obstrução intestinal;
Contraindicação do carvão ativado: RNs,
(possuem a luz intestinal estreita, podendo
gerar obstruções) e cirurgias recentes
intestinais (força as suturas).
Casos em que o comprimido já foi absorvido pelo
organismo:
Aumenta-se a diurese com hidratação se a
droga possuir excreção renal;
Pode-se estimular também a diurese forçada
por meio da administração de diuréticos;
O restante da substancia tóxica volta para o
organismo. Desse modo, deve-se então
considerar o pKa da substância da seguinte
forma:
o Se alcalino, deve-se acidificar o meio;
Ex.: em intoxicações por ecstasy,
pode-se acidificar o meio através
da administração de diuréticos e
vitamina C.
Se ácido (ex.: barbitúricos ou
organofosforados), deve-se alcalinizar o
meio com bicarbonato de sódio.
Só se deve realizar a
administração de bicarbonato
após a avaliação da gasometria
arterial do paciente;
Diálise peritoneal, hemodiálise ou
hemoperfusão:
Procedimentos invasivos para aumentar a
eliminação extracorpórea de drogas, como
diálise e hemoperfusão são eventualmente
empregados em algumas intoxicações
graves;
Escala de REED
Grau 1: se chamar a pessoa não responde,
mas se beliscar ela reage a dor (“ai”);
Grau 2: se beliscar não responde, mas tem
reflexo;
Grau 3: não tem reflexo;
Grau 4: não responde/controla mais nada.
ÁLCOOL ETÍLICO:
Não possibilita a realização de lavagem
gástrica ou carvão ativado, por ser de
absorção rápida;
Risco: Hipoglicemia → fazer dextro e, se
necessário, administrar glicose;
Tratamento: atendimento inicial com
ABCDE, corrigir inicialmente a glicemia com
glicose e, posteriormente, dar o antídoto se
necessário (nunca os dois juntos);
o Além disso, deve-se realizar tratamento
de suporte e sintomático.
Antídoto: Tiamina (vitamina B1) → evita a
Síndrome de Wernicke-Korsakoff, comum
em bebedores crônicos;
OPIÓIDES:
Tríade clássica:
o Miose puntiforme;
o Depressão respiratória;
o Coma.
Tratamento: tratamento inicial (com ABCDE
etc.) e antídoto;
Antídoto: Naloxona;
Exemplos de opioides: Tramadol, Morfina,
codeína.
BARBITÚRICOS
fenobarbital
Tratamento: ABCDE, lavagem + carvão,
diurese forçada, alcalinização (checar
gasometria) e, em casos graves, dialise
peritoneal, hemodiálise ou hemoperfusão.
BENZODIAZEPÍNICOS:
Exemplos de drogas: diazepam, alprazolam,
midazolam;
Não são importantes quando ingeridos
sozinhos, chegando ao grau 2 da escala de
reed;
Tratamento: tratamento inicial (com ABCDE
etc.) + antídoto;
Antídoto: Flumazenil (lanexad) em boulos
é muito usado em crianças.
Deve-se avaliar a necessidade de
se utilizar Flumazenil a depender
da gravidade do paciente.
FENOTIAZÍNICOS OU BUTIROFENONAS:
Liberação extrapiramidal: endurecimento
corporal (a criança fica dura e chora, pois
apresenta contratura muscular intensa) e
sinal da roda dentada;
Tratamento: tratamento inicial com ABCDE,
lavam e carvão etc. + antídoto;
Pode-se realizar antídoto se
houver o sinal da roda denteada.
Antídoto: Difenidramina e Biperideno
(Akineton).
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS:
Sinal Atropina-like: face rosada (rubor
facial), midríase, boca seca, retenção
urinária, taquicardia;
Tratamento: ABCDE, lavagem e carvão;
Em todos os casos em que houver
intoxicação por antidepressivos tricíclicos, a
pessoa deve permanecer por 48h internada,
mesmo que assintomática, pois existe um
risco tardio para o coração (principalmente
depois de 10 a 12 horas);
o Desse modo, faz-se importante solicitar
um ECG logo na admissão do paciente.
Se o ECG vier alterado na admissão,
a pessoa deve permanecer as 48h no
hospital sendo monitorada com um
monitor cardíaco, caso contrário,
permanece internada, mas sem o
monitor.
NÃO PODE DAR ALTA EM MENOS DE 48
HORAS.
Gênero Bothrops:jararaca
São caracterizadas pela dor e edema
endurado no local da picada, de intensidade
variável e, em geral, de instalação precoce e
caráter progressivo;
o Equimoses e sangramentos no ponto da
picada são frequentes;
o Infartamento ganglionar e bolhas podem
aparecer na evolução, acompanhados ou
não de necrose.
Complicações locais:
Bolhas;
Gangrenas;
Síndrome compartimental;
Abscesso;
Necrose;
Déficit funcional.
Complicações sistêmicas:
Choque;
Insuficiência renal aguda (IRA);
HDA e hemorragia no SNC.
EXAMES COMPLEMENTARES:
o Tempo de sedimentação (TS);
Hemossedimentação elevada nas
primeiras horas do acidente.
o Tempo de coagulação (TC);
Estará aumentado.
o Hemograma:
Revela leucocitose com neutrofilia e
desvio à esquerda, hemossedimentação
elevada nas primeiras horas do acidente
e plaquetopenia de intensidade variável.
o Função renal:
Estará alterada em casos mais graves.
TRATAMENTO:
Tratamento específico:
o Consiste na administração, o mais
precocemente possível, do soro
antibotrópico (SAB) por via intravenosa.
leve 2-4 moderado 4-8 e grave 12 bolos de antidoto
dor, edema, equimose-
grave apenas, hemorragia grave, choque, anúria.
Manter elevado e estendido o segmento
picado;
o Emprego de analgésicos para alívio da
dor;
o Hidratação: manter o paciente hidratado,
com diurese entre 30 a 40 ml/hora no
adulto, e 1 a 2 ml/kg/hora na criança;
o Antibioticoterapia: o uso de antibióticos
deverá ser indicado quando houver
evidência de infecção.
Gênero Lachesis:
QUADRO CLÍNICO:
o O quadro clínico é semelhante ao que
acontece no acidente botrópico, ocorrendo:
Edema;
Bradicardia;
Hipotensão;
Vômitos;
Hemorragia.
As manifestações de síndrome
vagal (hipotensão arterial,
tonturas, escurecimento da
visão, bradicardia, cólicas
abdominais e diarreia) podem
auxiliar na distinção entre o
acidente laquético e o botrópico.
EXAMES COMPLEMENTARES:
o A determinação do Tempo de Coagulação
(TC) é importante medida auxiliar no diagnóstico do envenenamento e
acompanhamento dos casos.
TRATAMENTO:
o O soro antilaquético (SAL), ou antibotrópico-
laquético (SABL) deve ser utilizado por via intravenosa.
1.3. Gênero Crotalus: cascavel
As manifestações locais são pouco
importantes, podendo ocorrer parestesia,
edema e eritema;
o Mal-estar, prostração, sudorese, náuseas,
vômitos, sonolência ou inquietação e secura
da boca podem aparecer precocemente e
estar relacionadas a estímulos de origem
diversas, nos quais devem atuar o medo e a
tensão emocional desencadeados pelo
acidente;
o Fácies miastênica (fácies neurotóxica de
Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral
uni ou bilateral, flacidez da musculatura da
face, alteração do diâmetro pupilar,
incapacidade de movimentação do globo
ocular (oftalmoplegia), podendo existir
dificuldade de acomodação (visão turva) e/ou
visão dupla (diplopia);
o Dores musculares generalizadas (mialgia);
o Urina vermelha (excreção de mioglobina
pela urina);
o Distúrbios da coagulação.
COMPLICAÇÕES:
o Insuficiência respiratória;
o Insuficiência renal aguda (principalmente).
EXAMES LABORATORIAIS:
o Creatinoquinase (CK) elevado;
o Desidrogenase lática (LDH) elevado;
o Transaminase (TGO e TGP) elevado;
o Ureia, creatinina, potássio (avalia a função
renal);
o Tempo de coagulação (TC) frequentemente
prolongado, mas nem tanto quanto ocorre
nos casos de acidente botrópico.
TRATAMENTO:
o Tratamento geral com hidratação e diurético
de alça como forma de prevenir a ocorrência
de IRA;
o Tratamento específico com soro anticrotálico
(SAC) por via intravenosa, sendo:
Casos leves: 5 ampolas;
Casos moderados: 10 ampolas;
Casos graves: 20 ampolas.
Gênero Micrurus
o O quadro clínico é semelhante ao observado
nos casos de acidente crotálico, embora aqui
o paciente evolua rapidamente com
insuficiência respiratória;
o Pode-se observar:
Ptose palpebral;
Diplopia;
Face de Rosenfelt;
Disfagia;
Insuficiência respiratória (pode se
estabelecer em até 2h).
Segundo a explicação da professora, a diferenciação
dos casos pode ser feita, pois a cascavel ataca e a
cobra coral se defende. Ainda, considerou a
aparência e também a evolução rápida para
insuficiência respiratória.
TRATAMENTO:
o O soro antielapídico (SAE) deve ser
administrado na dose de 10 ampolas, pela via
intravenosa;
o Todos os casos de acidente por coral com
manifestações clínicas devem ser
considerados como potencialmente graves.
ARANEÌSMO: Loxosceles: Aranha marrom
Forma cutânea:
o De instalação lenta e progressiva, é
caracterizada por dor local de 10 a 12 horas
após a picada, edema endurado e eritema no
local da picada que são pouco valorizados
pelo paciente;
o Há mal-estar geral, náuseas e febre;
o A lesão característica é marcada por dor em
queimação, lesões hemorrágicas focais,
mescladas com áreas pálidas de isquemia
(placa marmórea) e necrose.
Além do comprometimento cutâneo,
observam-se manifestações clínicas em
virtude de hemólise intravascular como
anemia, icterícia e hemoglobinúria que se
instalam geralmente nas primeiras 24 horas.
o Este quadro pode ser acompanhado de
petéquias e equimoses, relacionadas à
coagulação intravascular disseminada
(CIVD).
o Os casos graves podem evoluir para
insuficiência renal aguda, de etiologia
multifatorial (diminuição da perfusão renal,hemoglobinúria e CIVD), principal causa de óbito no loxoscelismo.
Tratamento:
leve: sem alteração laboratorial, sem alteração de estado geral, lesão caracteristica. - acompanhamento até 72 h depois da picada
moderada: alterações cutaneas como rash cutaneo e petequias, sem alterações laboratoriais sugestivas de hemolise.
5 ampolas de Soro antiloxoscélico IV e 40mg por dia de predinisona para adultos e 1mg por kg por dia em crianças
grave: anemia aguda, ictericia, evolução rapida e alteração laboratorial sugestiva de hemolise
40mg por dia de predinisona para adultos e 1mg por kg por dia em crianças e 10 ampolas de soro antiloxoscelivo IV
Phoneutria: aranha armadeira
QUADRO CLÍNICO:
o Leve: dor local ou irradiada; taquicardia e
agitação secundária a dor (corresponde a
91% dos casos);
o Moderado: dor intensa, sudorese, vômito;
o Grave: convulsões, coma, choque, edema
agudo.
TRATAMENTO:
o Quadros leves: tratamento sintomático;
o Quadros moderados: Soro antiaracnídico (2
a 4 ampolas IV);
o Quadros graves: Soro antiaracnídico (5 a 10
ampolas IV).
quadro leve tem agitação e taquicardia
quadro moderado tem sudorese, vomitos, agitação e hipertensão arterial
quadro grave: sudorese profunda, sialorreia, vomitos frequentes, hipertonia muscular, priapismo chnoque, e edema pulmonar.
- ESCORPIONISMO:
A picada de qualquer escorpião doe
intensamente, deve-se aplicar de 1 a 3 ml de
xilocaína sem vasoconstritor no local da
picada, podendo repetir a cada 30 min (pode-
se realizar até 3 doses de xilocaína).
MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
o Caso leve: dor imediata e parestesias
(corresponde a 90% dos casos);
o Caso moderado: náusea, vômito, sialorreia,
ansiedade, sonolência, taquipneia,
taquicardia, picos hipertensivos;
o Casos grave: sudorese profunda,
hipotermia, agitação psicomotora,
convulsões, arritmia cardíaca (extra sistolia),
edema agudo de pulmão, choque, coma e
óbito.
Grupo de risco: crianças e idosos, sendo
crianças menores de 3 anos consideradas alto risco.
TRATAMENTO:
o Caso leve: fazer analgésico, anestesia local
e observar por 6 horas;
o Caso moderado: 2 ampolas de soro
antiescorpiônico (SAEEs) IV;
o Caso grave: 4 a 5 ampolas de e soro
antiescorpiônico (SAEEs) IV em 10min e
suporte clinico.
Tratamento sintomático: consiste no alívio da
dor por infiltração de lidocaína a 2% sem
vasoconstritor (1 ml a 2 ml para crianças; 3 ml a 4 ml
para adultos) no local da picada ou uso de dipirona
na dose de 10 mg/kg de peso a cada seis horas.
OBS: em crianças menores de três anos picadas por
escorpião amarelo e com menos de 2 horas de
evolução, mesmo se a criança estiver com
oligossintomática, deve-se realizar soroterapia
específica.