Meningite Flashcards
(44 cards)
definição
- infecção purulenta aguda no interior do espaço subaracnóideo (ESA).
- Está associada a uma reação inflamatória do sistema nervoso central (SNC), que pode resultar em diminuição da consciência, crises convulsivas, aumento da pressão intracraniana (PIC) e acidente vascular cerebral (AVC)
HARRISON
via de infecção hematogênica
- Colonização da nasofaringe, com subseqüente invasão da corrente sanguínea seguida de invasão do sistema nervoso central (SNC)
- outras provém dos intestinos (enterobacté- rias), dos pulmões (pneumococo) e do aparelho geniturinário (gram-negativos), sempre por disseminação hematogênica
UPTODATE e VERONESI
via de infecção por contiguidade
- a partir de focos próximos às estruturas anatômicas do SNC, como otites médias crônicas, mastoidites ou sinusites.
VERONESI
via de infecção por continuidade ou acesso direto
- traumatismos cranianos e por manipulação propedêutica ou terapêutica do SNC e de estruturas próximas (punção liquórica e uso de cateter ou implantes sem a devida assepsia)
etiologia de recém-nascidos de até três meses de vida
- Streptococcus agalactiae (estreptococo do grupo B)
- Escherichia coli
- Listeria monocytogenes
- Klebsiella pneumoniae
- Salmonella enteritidis
VERONESI E MEDCURSO
etiologia de entre 3 meses e 10 anos de idade
- Neisseria meningitidis
- Streptococcus pneumoniae
- Haemophilus influenzae tipo b
VERONESI
etiologia acima dos 10 anos de idade
- Neisseria meningitidis
- Streptococcus pneumoniae
VERONESI
etiologia na selinitude
- Neisseria meningitidis
- Streptococcus pneumoniae
- Listeria monocytogenes
- Streptococcus agalactiae
- enterobactérias
VERONESI
meningite por Streptococcus pneumoniae
- QC de maior gravidade
- deixa mais sequelas nos sobreviventes
- fator de risco: pneumonia, sinusite, otite, alcoolismo, diabetes, TCE
meningite por Neisseria meningitidis
- raramente deixa sequelas após cura
- chance de óbito é menor quando comparado ao pneumococo
- indivíduos com deficiência do sistema complemento são mais suscetíveis
meningite por S.aureus e S.epidermidis
- mais envolvidos após procedimentos neurocirúrgicos, como tratamento de hidrocefalia
fatores de risco
fases da patogênese
- meningite bacteriana se desenvolve quando os fatores de virulência do patógeno superam os mecanismos de defesa do hospedeiro
- a patogênese tem 4 processos principais:
- Colonização do trato respiratório, gastrointestinal ou genital inferior
- Invasão da corrente sanguínea
- Sobrevivência na corrente sanguínea
- Entrada no espaço subaracnóideo
UPTODATE
colonização das membranas mucosas
- meningococos possuem fímbrias (adesinas), na sua superfície, que os permitem aderir à mucosa e se colonizar
- A colonização do epitélio da mucosa do hospedeiro é facilitada pela evasão da IgA secretora da mucosa através da secreção do patógeno de IgA protease
- A IgA protease inativa o anticorpo da mucosa e facilita a ligação bacteriana às células epiteliais hospedeiras
Invasão na corrente sanguínea
- invasão da corrente sanguínea é provavelmente mediada por uma interação de fatores ambientais, do hospedeiro e fatores genéticos dos patógenos
- fatores ambientais: infecção viral prévia, tabagismo e abuso de álcool
- fatores do hospedeiro: asplenia, deficiência de complemento, deficiência de anticorpos e terapia ou condições imunossupressoras
sobrevivência intravascular
- após a invasão, a cápsula polissacarídica dos principais patógenos meníngeos serve como a principal linha de defesa ao inibir a superfície deposições de adesinas, evitando assim a fagocitose
- várias moléculas de superfície bacteriana visam componentes específicos do complemento
- Os patógenos evitam a atividade bactericida do complemento, sobrevivem na corrente sanguínea e atravessam a barreira hematoencefálica para o líquido cefalorraquidiano (LCR).
invasão meníngea
- penetração bacteriana no espaço subaracnóideo é facilitada pela duração e grau de bacteremia e ocorre pela interação das bactérias com as células endoteliais da barreira sangue-líquor
- plexo coróide pode ser o local de entrada inicial da bactéria no ventrículo com posterior disseminação por todo o LCR
- Após ultrapassar a barreira hematoliquórica, as bactérias podem se colonizar com mais facilidade porque, no SNC, o sistema humoral de defesa é precário
fisiopatologia
- Componentes da estrutura bacteriana induzem a produção e a secreção local de citocinas (IL-1, IL-6 e TNF-a), que medeiam o processo inflamatório.
- As citocinas ativam o endotélio cerebral, induzindo a adesão de leucócitos e glicoproteínas e a diapedese dos leucócitos para o liquor.
- lesão da microvasculatura cerebral e o processo inflamatório das meníngeas facilitam a produção de edema cerebral
- produção de edema -> aumento da pressão intracraniana
- produção de mediadores vasoativos (oxigênio e nitrogênio) reduz a autorregulação do fluxo sanguíneo cerebral, prejudicando o metabolismo celular, produzindo, em consequência, dano cerebral
fenômenos que podem dar origem a sequelas neurológicas
- Tromboflebite de vasos corticais, consequente a focos de necrose no endotélio dos vasos
- Edema inflamatório endocraniano, responsável pela síndrome de hipertensão endocraniana
- Exsudato fibrinopurulento no espaço subaracnóideo, bloqueando, parcial ou totalmente, a drenagem liquórica (hidrocefalia)
empiema subdural
- inflamação do espaço subaracnóideo pode difundir transudato através da aracnoide, que se acumula no espaço subdural, formando a coleção subdural
- Quando a coleção subdural se infecta ou quando o espaço é alcançado por exsudato purulento, forma-se o empiema subdural.
- frequente em recém-nascidos até 1 ano de vida
o que verifica nessa imagem
empiema subdural
QC - meningite bacteriana
febre, cefaléia intensa, náusea, vômito, rigidez de nuca, prostração e confusão mental, sinais de
irritação meníngea e exantema
sinais de irritação meníngea
- Sinal de Kernig
- Sinal de Brudzinski
- Rigidez de nuca
o que é Sinal de Kernig
- resposta em flexão da articulação do joelho, quando a coxa é colocada em certo grau de flexão, relativamente ao tronco
- há 2 formas de se ter esse sinal:
- paciente em decúbito dorsal –> eleva-se o tronco, fletindo-o sobre a bacia; há flexão da perna sobre a coxa e dessa sobre a bacia; e,
- paciente em decúbito dorsal –> eleva-se o membro inferior em extensão, fletindo-o sobre a bacia; após pequena angulação, há flexão da perna sobre a coxa