Perioperatório Flashcards
(110 cards)
Quais exames pré-operatórios solicitar de acordo com a idade do paciente?
- < 45 anos: nenhum.
- 45 a 54 anos: ECG (apenas homens).
- 55 a 70 anos: ECG + hemograma.
- > 70 anos: ECG + hemograma + uréia e creatinina + eletrólitos + glicemia.
- Mulheres em idade fértil: beta-HCG.
OBS.: pela USP, começa a pedir exames 5 anos mais cedo, além de Rx de tórax para pacientes > 65 anos.
Quais as cirurgias que deve-se pedir quase todos os exames (os mesmo de pacientes > 70 anos), independente da idade?
- Vascular.
- Abdominal de grande porte.
- Intracraniana.
- Torácica.
- Cardiovascular.
OBS.: nas cirurgias de catarata, NÃO é preciso solicitar nenhum exame.
Quais os exames solicitar de acordo com a comorbidade?
- Coagulograma: cirurgias intracraninas, cardíacas, torácicas e com estimativa de perda > 2l de sangue.
- Rx de tórax: cirurgias cardíacas e torácicas.
- EAS: cirurgias urológicas.
OBS.: tabagismo NÃO é indicação de Rx de tórax!
Como é a classificação do ASA?
- ASA I: paciente saudável.
- ASA II: paciente com doença sistêmica controlada (HAS e DM controladas, tabagismo, obesidade grau I e II, etc).
- ASA III: paciente com doença sistêmica e limitação funcional (DM com vasculopatia, história de AVC e IAM, obesidade grau III e IV, etc).
- ASA IV: doença sistêmica grave (doença coronariana com stent, IAM < 3 meses, etc).
- ASA V: paciente moribundo.
- ASA VI: morte encefálica (doação de órgãos).
OBS.: se cirurgia de emergência, adicionar um E (ex.: ASA IIIE).
Quais os fatores que mais pontuam na classificação de Goldman?
- IAM < 6 meses.
- B3 ou turgência jugular.
Quais os componentes do índice de risco cardíaco revisado?
- História de doença cardíaca isquêmica.
- História de doença cerebrovascular.
- História de insuficiência cardíaca prévia ou compensada.
- DM com insulina.
- DRC com Cr > 2.
- Cirurgia de alto risco (vasculares suprainguinais, torácica ou abdominal).
Qual a conduta de acordo com o índice de risco cardíaco revisado?
- 0-1 critério: operar o paciente.
- 2 ou mais critérios: avaliar a capacidade funcional.
Como é avaliada a capacidade funcional?
- < 4 METS: cuidados próprios (comer, vestir-se, etc).
- 4 a 10 METS: subir lances de escada, fazer faxina em casa.
- > 10 METS: esportes.
Qual a conduta de acordo com a capacidade funcional?
- < 4 METS: teste cardíaco não invasivo.
- > 4 METS: operar.
OBS.: pacientes com angioplastia < 6 semanas também necessitam de avaliação cardiológica.
Quais as contraindicações absolutas de operar um paciente?
- Síndrome coronariana instável.
- Insuficiência cardíaca descompensada.
- Arritmias graves.
- Doença valvar cardíaca grave.
OBS.: operar paciente pós-IAM após 4-6 semanas (1 ano se stent).
Quais são as cirurgias de baixo risco?
- Ambulatoriais.
- Oftálmicas.
- Mama.
- Procedimentos superficiais.
- Procedimentos endoscópicos.
Como deve ser o manejo pré-operatório de pacientes com comorbidades específicas?
- Pneumopatas: utilizar broncodilatadores e tratar pneumonia.
- Nefropatas: dialisar na véspera do procedimento.
- Diabéticos: manter glicemia entre 100 e 200.
- Insuficiência adrenal: hidrocortisona na cirurgia e nas primeiras 24h de pós-operatório.
- Anêmicos: transfundir se Hb < 6 (< 10 se cirurgia de grande porte ou grandes perdas volêmicas).
Quais as indicações de suporte nutricional perioperatório?
- Perda involuntária de peso > 10% em 6 meses OU > 5% em 1 mês.
- IMC < 18,5.
- Albumina sérica < 3,0 ou transferrina < 200.
- História prévia de desnutrição.
- Expectativa de perda sanguínea > 500ml.
OBS.: deve ser feito por 10-14 dias se doença malígina e até 21 dias se doença benigna.
Qual a melhor via para suporte nutricional?
Via enteral (previne atrofia dos enterócitos e translocação bacteriana).
Quais os valores dos nutrientes no suporte nutricional?
- Calorias: 30kcal/kg/dia.
- Proteínas: 1g/kg/dia (relação caloria/nitrogênio de 30:1).
- Sódio: 1-2mEqL/kg.
- Potássio: 1mEqL/kg.
OBS.: para o cálculo do gasto calórico basal, utiliza-se a fórmula de Harris-Benedict (sexo, idade, peso e altura).
Quais as contraindicações da nutrição enteral?
- Instabilidade hemodinâmica.
- Obstrução intestinal mecânica ou funcional (ex.: íleo paralítico).
- Fístula intestinal de alto débito.
- Vômitos persistentes.
Quais as características da nutrição parenteral total?
- Indicada na impossibilidade de nutrição enteral.
- Pode ser feita tanto por acesso venoso periférico quanto central (preferir → aceita mais osmolaridade).
- Aumenta a susceptibilidade à sepse (não protege a barreira gastrointestinal).
Quanto tempo deve ser feita a nutrição parenteral total?
5 a 7 dias antes do procedimento.
Quais as complicações da nutrição parenteral total?
- Hiperglicemia.
- Distúrbios hidroeletrolíticos.
- Infecção de cateter.
- Trombose.
Qual o tempo mínimo de jejum antes de uma cirurgia?
- 2 horas: água, líquidos claros e gelatina.
- 4 horas: leite materno.
- 6 horas: leite não-humano, fórmulas infantis e alimentos sólidos leves.
- 8 horas: alimentos sólidos pesados.
Quais medicamentos devem ser mantidos no dia da cirurgia?
- Antihipertensivos.
- Anticonvulsivantes.
- Corticóides.
- Broncodilatadores.
- Insulina (reduzir 1/2 da dose de NPH).
OBS.: em pacientes com risco de hipovolemia, deve-se suspender diuréticos.
Quais os medicamentos devem ser suspensos antes da cirurgia?
- Antiagregantes: 7 a 10 dias.
- Warfarim: 4 a 5 dias (até INR < 1,5 e iniciar heparina).
- Novos anticoagulantes: 2 a 3 dias.
- HNF: 6h.
- HBPM: 24h.
- Antidiabéticos orais: 24h (se clorpropamida, 48h antes).
OBS.: em pacientes de alto risco trombótico (ex.: stent, coronariopatas) NÃO suspender AAS.
Como é avaliado o risco de tromboembolismo venoso no pós-operatório?
Escore de Caprini.
Como é calculado o escore de Caprini?
- 1 ponto: idade entre 41 e 60 anos, IMC > 25, ICC, uso de ACO e IAM recente.
- 2 pontos: idade entre 60 e 74 anos, cirurgias > 45 minutos e neoplasia.
- 3 pontos: idade > 75 anos e história de tromboembolismo/trombofilias.
- 4 pontos: cirurgias ortopédicas (principalmente artroplastias) e trauma raquimedular.


