Perioperatório Flashcards

(110 cards)

1
Q

Quais exames pré-operatórios solicitar de acordo com a idade do paciente?

A
  • < 45 anos: nenhum.
  • 45 a 54 anos: ECG (apenas homens).
  • 55 a 70 anos: ECG + hemograma.
  • > 70 anos: ECG + hemograma + uréia e creatinina + eletrólitos + glicemia.
  • Mulheres em idade fértil: beta-HCG.

OBS.: pela USP, começa a pedir exames 5 anos mais cedo, além de Rx de tórax para pacientes > 65 anos.

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2
Q

Quais as cirurgias que deve-se pedir quase todos os exames (os mesmo de pacientes > 70 anos), independente da idade?

A
  • Vascular.
  • Abdominal de grande porte.
  • Intracraniana.
  • Torácica.
  • Cardiovascular.

OBS.: nas cirurgias de catarata, NÃO é preciso solicitar nenhum exame.

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3
Q

Quais os exames solicitar de acordo com a comorbidade?

A
  • Coagulograma: cirurgias intracraninas, cardíacas, torácicas e com estimativa de perda > 2l de sangue.
  • Rx de tórax: cirurgias cardíacas e torácicas.
  • EAS: cirurgias urológicas.

OBS.: tabagismo NÃO é indicação de Rx de tórax!

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4
Q

Como é a classificação do ASA?

A
  • ASA I: paciente saudável.
  • ASA II: paciente com doença sistêmica controlada (HAS e DM controladas, tabagismo, obesidade grau I e II, etc).
  • ASA III: paciente com doença sistêmica e limitação funcional (DM com vasculopatia, história de AVC e IAM, obesidade grau III e IV, etc).
  • ASA IV: doença sistêmica grave (doença coronariana com stent, IAM < 3 meses, etc).
  • ASA V: paciente moribundo.
  • ASA VI: morte encefálica (doação de órgãos).

OBS.: se cirurgia de emergência, adicionar um E (ex.: ASA IIIE).

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5
Q

Quais os fatores que mais pontuam na classificação de Goldman?

A
  • IAM < 6 meses.
  • B3 ou turgência jugular.
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6
Q

Quais os componentes do índice de risco cardíaco revisado?

A
  • História de doença cardíaca isquêmica.
  • História de doença cerebrovascular.
  • História de insuficiência cardíaca prévia ou compensada.
  • DM com insulina.
  • DRC com Cr > 2.
  • Cirurgia de alto risco (vasculares suprainguinais, torácica ou abdominal).
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7
Q

Qual a conduta de acordo com o índice de risco cardíaco revisado?

A
  • 0-1 critério: operar o paciente.
  • 2 ou mais critérios: avaliar a capacidade funcional.
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8
Q

Como é avaliada a capacidade funcional?

A
  • < 4 METS: cuidados próprios (comer, vestir-se, etc).
  • 4 a 10 METS: subir lances de escada, fazer faxina em casa.
  • > 10 METS: esportes.
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9
Q

Qual a conduta de acordo com a capacidade funcional?

A
  • < 4 METS: teste cardíaco não invasivo.
  • > 4 METS: operar.

OBS.: pacientes com angioplastia < 6 semanas também necessitam de avaliação cardiológica.

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10
Q

Quais as contraindicações absolutas de operar um paciente?

A
  • Síndrome coronariana instável.
  • Insuficiência cardíaca descompensada.
  • Arritmias graves.
  • Doença valvar cardíaca grave.

OBS.: operar paciente pós-IAM após 4-6 semanas (1 ano se stent).

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11
Q

Quais são as cirurgias de baixo risco?

A
  • Ambulatoriais.
  • Oftálmicas.
  • Mama.
  • Procedimentos superficiais.
  • Procedimentos endoscópicos.
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12
Q

Como deve ser o manejo pré-operatório de pacientes com comorbidades específicas?

A
  • Pneumopatas: utilizar broncodilatadores e tratar pneumonia.
  • Nefropatas: dialisar na véspera do procedimento.
  • Diabéticos: manter glicemia entre 100 e 200.
  • Insuficiência adrenal: hidrocortisona na cirurgia e nas primeiras 24h de pós-operatório.
  • Anêmicos: transfundir se Hb < 6 (< 10 se cirurgia de grande porte ou grandes perdas volêmicas).
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13
Q

Quais as indicações de suporte nutricional perioperatório?

A
  • Perda involuntária de peso > 10% em 6 meses OU > 5% em 1 mês.
  • IMC < 18,5.
  • Albumina sérica < 3,0 ou transferrina < 200.
  • História prévia de desnutrição.
  • Expectativa de perda sanguínea > 500ml.

OBS.: deve ser feito por 10-14 dias se doença malígina e até 21 dias se doença benigna.

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14
Q

Qual a melhor via para suporte nutricional?

A

Via enteral (previne atrofia dos enterócitos e translocação bacteriana).

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15
Q

Quais os valores dos nutrientes no suporte nutricional?

A
  • Calorias: 30kcal/kg/dia.
  • Proteínas: 1g/kg/dia (relação caloria/nitrogênio de 30:1).
  • Sódio: 1-2mEqL/kg.
  • Potássio: 1mEqL/kg.

OBS.: para o cálculo do gasto calórico basal, utiliza-se a fórmula de Harris-Benedict (sexo, idade, peso e altura).

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16
Q

Quais as contraindicações da nutrição enteral?

A
  • Instabilidade hemodinâmica.
  • Obstrução intestinal mecânica ou funcional (ex.: íleo paralítico).
  • Fístula intestinal de alto débito.
  • Vômitos persistentes.
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17
Q

Quais as características da nutrição parenteral total?

A
  • Indicada na impossibilidade de nutrição enteral.
  • Pode ser feita tanto por acesso venoso periférico quanto central (preferir → aceita mais osmolaridade).
  • Aumenta a susceptibilidade à sepse (não protege a barreira gastrointestinal).
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18
Q

Quanto tempo deve ser feita a nutrição parenteral total?

A

5 a 7 dias antes do procedimento.

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19
Q

Quais as complicações da nutrição parenteral total?

A
  • Hiperglicemia.
  • Distúrbios hidroeletrolíticos.
  • Infecção de cateter.
  • Trombose.
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20
Q

Qual o tempo mínimo de jejum antes de uma cirurgia?

A
  • 2 horas: água, líquidos claros e gelatina.
  • 4 horas: leite materno.
  • 6 horas: leite não-humano, fórmulas infantis e alimentos sólidos leves.
  • 8 horas: alimentos sólidos pesados.
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21
Q

Quais medicamentos devem ser mantidos no dia da cirurgia?

A
  • Antihipertensivos.
  • Anticonvulsivantes.
  • Corticóides.
  • Broncodilatadores.
  • Insulina (reduzir 1/2 da dose de NPH).

OBS.: em pacientes com risco de hipovolemia, deve-se suspender diuréticos.

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22
Q

Quais os medicamentos devem ser suspensos antes da cirurgia?

A
  • Antiagregantes: 7 a 10 dias.
  • Warfarim: 4 a 5 dias (até INR < 1,5 e iniciar heparina).
  • Novos anticoagulantes: 2 a 3 dias.
  • HNF: 6h.
  • HBPM: 24h.
  • Antidiabéticos orais: 24h (se clorpropamida, 48h antes).

OBS.: em pacientes de alto risco trombótico (ex.: stent, coronariopatas) NÃO suspender AAS.

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23
Q

Como é avaliado o risco de tromboembolismo venoso no pós-operatório?

A

Escore de Caprini.

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24
Q

Como é calculado o escore de Caprini?

A
  • 1 ponto: idade entre 41 e 60 anos, IMC > 25, ICC, uso de ACO e IAM recente.
  • 2 pontos: idade entre 60 e 74 anos, cirurgias > 45 minutos e neoplasia.
  • 3 pontos: idade > 75 anos e história de tromboembolismo/trombofilias.
  • 4 pontos: cirurgias ortopédicas (principalmente artroplastias) e trauma raquimedular.
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25
Qual a conduta de acordo com o escore de Caprini?
- **0 pontos**: deambulação precoce. - **1 a 2 pontos**: profilaxia mecânica (meias ou pneumática). - **3 a 4 pontos**: heparina profilática. - **5 ou mais pontos**: heparina profilática + profilaxia mecânica.
26
Quais as doses profiláticas das heparinas?
- **HBPM (escolha)**: 40mg/dia SC. - **HNF**: 5000U/dia IV.
27
Qual o objetivo da antibioticoprofilaxia durante a cirurgia?
Reduzir as chances de infecção da ferida operatória. **OBS**.: má técnica **NÃO** é indicação de antibioticoprofilaxia.
28
Quais os antibióticos utilizados na profilaxia de infecçãod e feridas operatórias?
- Cefazolina. - Metronidazol (se cólon). - Ciprofloxacino (se geniturinária). - Clindamicina + gentamicina (opção em cirurgias ginecológicas) **OBS**.: deve ser feito 30 a _60_ minutos antes da cirurgia, durante a indução anestésica.
29
Quais as características das feridas limpas?
- Feridas **NÃO** traumáticas, **SEM** inflamação ou supuração. - **NÃO** adentram nos tratos respiratório, alimentar e urinário. - Ex.: neurocirurgias, cirurgia plástica, herniorrafia inguinal com ou sem tela, etc.
30
Quais as características das feridas limpa-contaminadas (potencialmente contaminadas)?
- Penetração _controlada_ (sem estravasamento significativo) nos tratos respiratório, alimentar ou urinário. - Ex.: colecistectomia eletiva, cesareana.
31
Quais as características das feridas contaminadas?
- Estruturas inflamadas. - Extravasamento maior de substâncias (ex.: secreção gástrica, fezes **SEM** peritonite). - Trauma \< 4-6h. - Ex.: apendicite em estágios iniciais, colecistectomia na colecistite aguda.
32
Quais as características das feridas infectadas?
- Infecção clínica com supuração. - Contaminação fecal **COM** peritonite. - Trauma \> 4-6h ou com tecidos desvitalizados. - Ex.: apendicite supurada, empoe,a.
33
Qual a conduta de acordo com a contaminação da ferida operatória?
- **Limpa**: sem antibiótico (exceto se prótese ou incisão em osso → neurocirurgia, cirurgia cardíaca). - **Limpa-contaminada**: antibioticoprofilaxia. - **Contaminada**: antibioticoprofilaxia. - **Infectada**: antibiotico**_terapia_** (e não profilaxia) prolongada. **OBS**.: repetir a dose do antibióticoe após 3-4h ou perda sanguínea \> 1500ml.
34
Quais as excessões na antibioticoprofilaxia (sem necessidade de antibiótico)?
- Heriorrafia inguinal com tela. - Colecistectomia eletiva videolaparoscópica (sem colecistite).
35
Quais os procedimentos que não precisam de antibioticoprofilaxia?
- Traqueostomias. - Acesso venoso central. - Cateterismo urinário. - Toracocentese.
36
Como é a classificação de Mallampati?
- **Classe I**: palato mole, fauce, úvula e pilares palatinos visíveis. - **Classe II**: palato mole, fauce, úvula visíveis. - **Classe III**: palato mole e base da úvula visíveis. - **Classe IV**: palato duro visível. **OBS**.: avalaia a desproporção entre a língua e a cavidade oral.
37
Quais os preditores de intubação orotraqueal difícil?
- Mallampati III e IV. - Abertura da boca \< 3 polpas digitais. - Retrognatismo. - Pescoço curto. - Obesidade. - Distância tireomentoniana \< 6cm.
38
Quais os tipos de lâminas laringoscópicas na intubação orotraqueal?
- **Curva (principal)**: deve ser colocada na valécula (entre a epiglote e a base da língua). - **Reta**: mais utilizada em crianças, deve ser posicionada sobre a epiglote.
39
Quais as características dos anestésicos locais?
- Bloqueiam os canais de sódio dos neurônios, impedindo a transmissão do impulso nervoso. - Possuem elevado pKa, ionizando em ambientes _ácidos_ (só funcionam na forma não-ionizada). - **Ordem da perda de sensibilidade**: dor → temperatura → tato → motricidade.
40
Quais os sinais de intoxicação por anestésicos locais?
- Zumbidos. - Dormência perioral. - Agitação. - Depressão do SNC. - Bradicardia. - Convulsões. **OBS**.: são drogas que inibem os sistemas inibitórios do SNC.
41
Qual o tratamento da intoxicação pelos anestésicos locais?
- Suspender anestesia. - Ofertar oxigênio.
42
Quais as características da lidocaína?
- Anestésico de potência intermediária. - Dose máxima **SEM** vasoconstrictor: 4,5-5mg/kg **OU** _300mg_. - Dose máxima **COM** vasoconstrictor: 7mg/kg **OU** _500mg_. - Mais adequada para anestesiar áreas extensas. - Possui curta duração. **OBS**.: lidocaína 2% = 2g em 100ml.
43
Quais as características da bupuvacaína?
- Anestésico de alta potência. - Dose máxima: 3mg/kg. - Possui longa duração. - Mais cardiotóxica que a lidocaína.
44
Quais as características das anestesias do neuroeixo?
- Bloqueiam a transmissão de impulsos somáticos, sensitivos e neurovegetativos com anestésicos locais. - Causam _hipotensão_ devido ao bloqueio do sistema nervoso simpático. - **NÃO UTILIZAR SE INSTABILIDADE HEMODINÂMICA**!
45
Quais as características da raquianestesia?
- Injeção de anestésico local no espaço subaracnóide. - Bloqueia os estímulos do local da punção para baixo. - Promove ação rápida e previsível. - Indicada para cirurgias abdominais baixas e perineais.
46
Quais as complicações da raquianestesia?
- Hipotensão (**principal**). - Cefaléia pós-punção.
47
Qual o tratamento da cefaléia pós-punção?
- Analgesia com opióide ou dipirona + cafeína. - Hidratação venosa. - Blood patch (casos refratários).
48
Quais as características da anestesia peridural?
- Injeção de anestésico no espaço peridural. - Causam um bloqueio segmentar. - Necessita de uma maior quantidade de anestésico. - Pode colocar um cateter para repetir a dose e prolongar a anestesia. - Utilizadas em cirurgias torácicas e vasculares periféricas.
49
Quais as características da anestesia geral?
- Inconciência. - Analgesia. - Relaxamento muscular. - Bloqueio neurovegetativo.
50
Quais as características dos agentes inalatórios (halotanos)?
- Causam inconsciência, analgesia e relaxamento muscular (mas não neurovegetativo). - Podem ser utilizados para indução anestésica (principalmente em pacientes pediátricos).
51
Quais os agentes inalatórios na anestesia geral?
- **Halotano**: gás mais potente, mas o que apresenta mais efeitos colaterais (depressão cardiovascular). - **Isoflurano**: alta potência, poucos efeitos colaterais e mínima metabolização, mas possui odor desagradável. - **Sevoflurano**: rápido início de ação e sem odor desagradável.
52
Quais as características dos agentes hipnóticos venosos?
Produzem inconsciência, sedação e amnésia.
53
Quais os principais agentes hipnóticos venosos?
- **Tiopental**: é o de indução mais rápida, mas tem meia vida longa. - **Propofol**: rápida indução e meia vida curta, sendo o melhor agente pra manutenção (mas causa hipotensão). - **Etomidato**: rápida indução e _não causa alterações cardiovasculares_. - **Quetamina**: único que produz analgesia, sendo a melhor droga para pacientes em choque hipovolêmico. - **Midazolam**: rápido início de ação e duração, mas cursa com hipotensão e bradicaradia.
54
Como avaliar a profundidade da hipnose da anestesia?
Índice Biespectral (BIS) entre 40 e 60.
55
Quais as características dos opióides?
São as drogas de escolha para causar analgesia e bloqueio neurovegetativo?
56
Quais os sinais que a analgesia está insuficiente no paciente sedado?
- Aumento da PA \> 15mmHg. - Taquicardia.
57
Quais as características dos bloqueadores neuromusculares despolarizantes?
- Causam despolarização das fibras musculares e fasciculações. - O único utilizado é a succinilcolina. - Possui rápido início de ação e curta duração. - Pode causar _dor muscular_.
58
Quais as características dos bloqueadores neuromusculares adespolarizantes?
- Competem com os receptores de acetilcolina sem ativá-los. - O mais utilizado é o rocurônio.
59
Como reverter o relaxamento dos bloqueadores neuromusculares?
- Anticolinesterásicos (neostigmina). - Sugammadex (inativa o _rocurônio_).
60
Como avalir a eficiência do bloqueio neuromuscular?
Teste Train of Four (**TOF**) menor ou igual a 3 (de 4 possíveis).
61
Quais as principais fases da anestesia geral?
- Indução. - Manutenção. - Emergência.
62
Qual a sequência de indução anestésica?
Pré-oxigenação → hipnóticos ou halotanos → ventilação com máscara → bloqueio neuronuscular + opióides → intubação orotraqueal.
63
Qual a diferença da sequência rápida de indução anestésica?
- **Não fazer a ventilação**. - Recomendado para pacientes com _estômago cheio_.
64
Quais as peincipais complicações pós-anestésicas?
- Bloqueio neuromuscular residual. - Hipo ou hipertensão. - Náuseas e vômitos.
65
Quais as características do bloqueio neuromuscular residual?
**HIPOVENTILAÇÃO!** - Hipoxemia. - Hipercapnia. - Frequência respiratória superficial.
66
O que é hipertermia maligna?
Crise hipermetabólica genética após exposição à anestésicos.
67
Quais as características da hipertermia maligna?
- Ocorre aumento da concentração de cálcio nas fibras musculares, causando espasmos intenso e aumento brusco da temperatura corporal. - Causado pela succinilcolina e halogenados (principalemente o halotano).
68
Qual o quadro clínico da hipertermia maligna?
- Rigidez muscular. - Trismos. - Hipertermia acelerada. - Arritmias. - Rabdomiólise.
69
Qual o tratamento da hipertermia maligna?
- Suspender drogas. - Resfriamento ativo do corpo. - **Dantrolene**.
70
Quais os fios de sutura absorvíveis monofilamentares?
- **Poliglecaprona (monocryl)**: ideal para suturas intradérmicas e subdérmicas. - **Polidioxanona (PDS)**: mantém a força tênsil por longos períodos, sendo utilizado em aponeurose, cápsulas articulares e tendões.
71
Quais os fios de sutura absorvíveis multifilamentares?
- **Categut**: é o de menor força tênsil e com mais reação inflamatória. - **Poliglactina (vicryl)**: moderada força tensil e mínima reação tecidual. **OBS**.: são mais suceptíveis à infecções.
72
Quais os fios de sutura inabsorvíveis monofilamentares?
- **Poliamida (nylon)**: utilizado em suturas de pele e fixação de drenos. - **Polipropileno (prolene)**: pode ser utilizado em áreas infectadas, além de colocação de _telas_ e cirurgias vasculares. - **Aço**: é o de maior força tênsil, sendo utilizado em cirurgias ortopédicas.
73
Quais os fios de sutura inabsorvíveis multifilamentares?
- Algodão. - Linho. - Seda. - Poliester.
74
Quais as indicações de fios de sutura de acordo com o procedimento?
- **Pele**: poliamida (nylon). - **Drenos**: poliamida (nylon) ou polipropileno (prolene). - **Aponeurose**: poliglactina (vicryl), polidioxanona (PDS) e polipropileno (prolene). - **Anastomoses** gastroinstestinais: gatecut.
75
Qual o principal hormônio que atua no anabolismo?
Insulina.
76
Quais os hormônios que atuam no catabolismo?
- **Glucagon**: gliconeogênese e glicogenólise. - **Cortisol**: glicogenólise. - **Catecolaminas**: glicogenólise. **OBS**.: os estoques de glicogênio duram entre 12 e 24h.
77
Quais os processos metabólicos da gliconeogênese no catabolismo?
- **Ciclo de Felig**: converte alanina em glicose. - **Ciclo de Cori**: converte lactato em glicose.
78
Como impedir o catabolismo?
Oferecer 100g de glicose (400kcal) por dia. **OBS**.: 100g de glicose = 2000ml de SG5%.
79
O que é a resposta endócrina, metabólica e imune sistêmica ao trauma (REMIST)?
Adaptação do organismo a um trauma ou jejum prolongado, objetivando disponibilizar água e glicose.
80
Quais os hormônios estão elevados na REMIST?
- Cortisol. - Glucagon. - Catecolaminas. - GH. - ADH (retenção de água). - Aldosterona (retenção de sódio e água).
81
Quais as consequências da REMIST?
- Hiperglicemia. - Balanço nitrogenado negativo. - Retenção de sódio e água. - Oligúria funcional. - Alcalose (aldosterona). - Íleo adinâmico (catecolaminas). - Hipertermia (IL-1). - Anorexia (TNF-alfa).
82
Como amenisar os efeitos da REMIST?
- Bloqueio do neuroeixo (raquianestesia e peridural). - Cirurgia videolaparoscópica.
83
Qual a conduta no pré-operatório imediato e mediato fisiológico?
- Analgesia adequada (evitando uso excesivo de opióides). - Hidratação e reposição volêmica controlada. - Realimentação e deambulação precoces. - Glicemia \< 180.
84
Como é a classificação da cicatrização?
- **Primária**: fechamento imediato por suturas, enxertos ou retalhos. - **Secundária**: fechamento por reepitelização. - **Terciária**: debridamento inicial da ferida com posterior fechamento por suturas, enxertos ou retalhos.
85
Quais as fases da cicatrização de feridas?
- Inflamação. - Proliferativa (fibroplasia). - Maturação.
86
Quais as características da fase inflamatória da cicatrização de feridas?
- Ocorre a _hemostasia_ e inflamação do ferimento. - Inicialmente chegam neutrófilos (até 48h), e por fim, os linfócitos. - As principais células dessa fase são os **macrófagos** (secreção de interleucinas → epitelização, angiogênese e proliferação de fibroblastos). - Duração de 1 a 4 dias.
87
Quais as características da fase proliferativa da cicatrização de feridas?
- Ocorre a _angiogênse_, _fibroplasia_ e _epitelização_ da ferida. - Formação do tecido de granulação. - As principais células dessa fase são os **fibroblastos** (secreção de colágeno III). - Dura de 5 a 10 dias.
88
Quais as características da fase de maturação da cicatrização de feridas?
- Ocorre a _contração_ da ferida e _aumento da força tênsil_ da cicatriz. - Substituição do colágeno tipo III pelo tipo I. - As principais células dessa fase são os **miofibroblastos**.
89
Quais os principais fatores que prejudicam a cicatrização?
- **Infecção (principal)**: se \> 105 UFC ou presença de estreptococo beta-hemolítico. - Isquemia. - Diabetes melitus. - Idade avançada. - Desnutrição (vitaminas C e A, zinco e ferro). - Uso de corticóides. **OBS**.: o uso de vitamina A pode reverter a inibição da cicatrização pelos corticóides.
90
Quais as características das queloides?
- Mais comum em mulheres negras jovens. - Crescem _além_ dos bordos da ferida. - Surgem mais _tardiamente_ (3 meses). - Ocorrem mais frequentemente acima das clavículas, tórax e face. - Não apresentam regressão expontânea (tratar com injeção de corticóides).
91
Quais as características das cicatrizes hipertróficas?
- São _limitadas_ aos bordos da ferida original. - Mais comum em áreas de flexão e tensão. - Podem regridir expontâneamente.
92
Quais as fases do pós-operatório?
- **Imediato**: primeiras 24h pós-operatórias. - **Mediato**: entre 24h e a alta hospitalar. - **Tardio**: após a alta hospitalar.
93
Quais as características dos seromas?
- Coleção líquida no tecido subcutâneo. - Surge da secção de vasos linfáticos e da liquefação da gordura. - Tratar com punção ou curativos compressivos.
94
Quais as características dos hematomas?
- Coleções sanguíneas no subcutâneo, causando um abaulamento arroxeado na pele. - Pode servir de cultura para bactérias. - Tratar conservadoramente (se pequenos) ou reoperar (se volumosos).
95
Quais as características da deiscência de aponeurose (eventração)?
- Separação pós-operatórias das camadas musculosponeuróticas. - Ocorre saída de secreção **sero-hemática rósea** da ferida. - Mais comum até 30 dias após a cirurgia. - Pode causar evisceração.
96
Quais os fatores de risco para deiscência de aponeurose?
- Infecções intra-abdominais. - Erro técnico. - Cirurgias de emergência. - Diabetes. - Uso de corticóides. - Aumento da pressão intra-abdominal (ex.: obesidade).
97
Qual o tratamento da deiscência de aponeurose?
- Ressururar a ferida. - Colocar telas.
98
Quais as características da deiscência de anastomose?
- Decorre da isquemia ou falha da sutura de uma anastomose. - Ocorre **TAQUICARDIA SEM FEBRE** nos primeiros dias pós-operatórios. - Pode causar desde peritonite até fístulas cutâneas (solicitar TC). - Tratar com dieta zero, hidratação e antibiótico (**se fistula**) ou laparotomia (**se peritonite**). **OBS**.: **NUNCA** realizar rafia primária de uma deiscência de anastomose!
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Quais os fatores favoráveis de uma fístula?
- Trajeto longo e retilínio. - Débito \< 200ml em 24h. - Ausência de obstrução ou de epitelização. - Ausência de sepse e desnutrição. **OBS**.: tratamento de fístula → suporte nutricional, antibioticoterapia e uso de octeotrídeo.
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O que é infecções de sítio cirúrgico?
Infecção da ferida operatória até 30 dias da cirurgia (ou 1 ano se prótese).
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Qual o principal agente nas infecções de sítio cirúrgico?
Staphylococcus aureus. **OBS**.: se infecção necrosante de ferida operatória → Streptococcus e Clostridium.
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Qual a classificação das infecções de sítio cirúrgico?
- **Superficiais**: pele e subcutâneo. - **Profundas**: fáscia e músculo. - **De cavidade**: abcessos intra-abdominais, empiema, etc.
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Quais os principais fatores de risco para infecções de sítio cirúrgico?
- Tempo do procedimento \> 75% do previsto. - Cirurgia contaminada ou suja. - Alto risco cirúrgico (ASA III, IV e V). **OBS**.: hematomas, tricotomia e diabetes também aumento as chances de infecção de sítio cirúrgico.
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Qual o quadro clínico da ms infecções de sítio cirúrgico?
- Sinais flogísticos na ferida operatória. - Drenagem de secreção purulenta. - Febre.
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Qual o tratamento das infecções de sítio cirúrgico?
- Limpeza e debridamento da ferida. - Drenagem das secreções. **OBS**.: só utilizar antibiótico se _celulite_ ou comprometimento sistêmico!
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Quais as principais causas de febre pós-operatória?
- **Intraoperatório**: infecção prévia, reação a drogas ou transfusão. - **Até o 3 dias**: atelectasia (**principal**) e REMIT - **3 a 5 dias**: infecção de ferida, ITU e TVP. - **\> 5 dias**: deiscência de anastomose, abcessos intracavitários e pneumonias.
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Qual o objetivo da lista de verificação de segurança da OMS?
Aumentar a segurança dos procedimentos cirúrgicos e reduzir as mortes e complicações durante a cirurgia.
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Quais os procedimentos avaliados antes da indução anestésica (sign in)?
- Identidade do paciente. - Tipo e lado da cirurgia. - Estimativa de perda sanguínea. - Presença de alergias.
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Quais os procedimentos avaliados antes da incisão da pele (time out)?
- Apresentação dos membros da equipe. - Profilaxia antibiótica. - Revisar os tempos cirúrgicos.
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Quais os procedimentos avaliados antes do doente sair da sala cirúrgica (sign out)?
- Contagem dos instrumentos e compressas. - Rotulagem dos produtos biológicos.