Plaquetopatias e deficiência nos fatores de coagulação Flashcards
(102 cards)
Trombocitopenia - Definição
Contagem de plaquetas abaixo de 150.000/fiL.
Manifestações hemorrágicas habitualmente relacionadas a trombocitopenia
Púrpuras e sangramento cutâneo-mucoso
São as petéquias, equimoses e sangramento de mucosas.
O que o exame físico pode revelar?
- Sufusões hemorrágicas;
- Sinais de doenças associadas como esplenomegalia, adenomegalia, lesões cutâneas ou articulares, presentes em síndromes linfoproliferativas e doenças autoimunes.
Trombocitopenia - Avaliação laboratorial
Confirmação da trombocitopenia, detectada pelo contador automático de células, com base na análise do esfregaço do sangue periférico, de preferência realizado na ausência de anticoagulante.
O que é falsa trombocitopenia?
Presença de grumos ou de macrocitose plaquetária que não são reconhecidos pelo contador automático.
Pseudotrombocitopenia – Qual a causa?
- É causada pela aglutinação das plaquetas in vitro , induzida pelo anticoagulante EDTA de forma inespecífica, por proteínas plasmáticas, habitualmente imunoglobulinas da classe IgG.
- Pode-se repetir a contagem de plaquetas no sangue colhido em citrato de sódio como anticoagulante, p/ se obter a contagem real de plaquetas do paciente.
Trombocitopenia – Causada por diminuição na produção de plaquetas pela medula óssea:
- Neoplasias - Substituída por leucemia, linfoma ou infiltração por neoplasia de outra linhagem, ou ainda por células de depósito como na doença de Gaucher.
- Agentes tóxicos ( quimioterapia, radioterapia, anemia aplásica, substãncias)
- Eritropoese ineficaz na anemia megaloblástica –> leucopenia e trombocitopeinia
Trombocitopenia - Causas autoimunes:
Púrpura trombocitopênica imunológica, o lúpus eritematoso sistêmico, doenças linfoproliferativas ou infecções mais, como o HW e o vírus da hepatite C, aloanticorpos.
Trombocitopenia é frequente em crianças, quais os sinais de alerta?
- Septicemia bacteriana, coagulação intravascular disseminada, enterocolite necrotizante, trombose de grandes vasos, aspiração de líquido amniótico ou mecônio, insuficiência respiratória etc.
- Trombocitopenia do recém-nascido em bom estado geral faz pensar em mecanismo imunológico: mediada por auto anticorpos maternos, como na púrpura trombocitopênica imunológica, ou por alo-anticorpos maternos, no caso de mães sensibilizadas a antígenos plaquetários.
Alterações do esfregaço do sangue periférico na trombocitopenia e relação com doenças
Presença de grumos plaquetários - pseudotrombocitopenia
Macroplaquetas - Púrpura Trombocitopênica Imunológica, Coagulação Intravascular Disseminada
Hemólise com esquizócitos presentes - Púrpura Trombocitopênica Trombótica, Síndrome Hemolítico-Urêmica
Hemólise com esquizócitos ausentes - Hemoglobinúria Paroxística Noturna, síndrome de Evans
Alterações das hemácias e leucócitos por alterações da medula óssea – Aplasia, leucemia, infiltração, síndrome mielodisplásica
Critérios para atribuir a trombocitopenia a uma determinada droga:
1) A trombocitopenia deve ter ocorrido apos o início do tratamento com a droga em questão;
2) Não deve haver outra causa plausível p/ a ocorrência da trombocitopenia, relacionada a doença de base do paciente;
3) A contagem de plaquetas deve retornar ao normal, ou pelo menos deve se elevar aos níveis basais, com a suspensão da droga;
4) O diagnóstico deve ser confirmado in vitro , na presença da droga.
Drogas que podem causar trombocitopenia e o possível mecanismo relacionado:
- Diuréticos tiazídicos
- Heparina
- Quinidina -
- Rifampicina
- Sulfas
- Antibióticos beta-lactâmicos
- Interferon
- Ácido valpróico
- Álcool
- Cocaína
- Abiximab
- Antipsicóticos
Trombocitopenia causada por Púrpura pós-transfusional – Fisiopatologia
- Pacientes que desenvolveram um alo-anticorpo contra o antígeno plaquetário comum, o PLA3, que parte da glicoproteína IIIa da membrana plaquetária. Esse alo-anticorpo ocorre em indivíduos PLA-1 negativo.
- A trombocitopenia ocorre por destruição periférica das plaquetas do individuo.
- Pode ocorrer por gravidez e transfusão sanguíneo
Trombocitopenia causada por Púrpura pós-transfusional – Quadro Clínico
Trombocitopenia intensa + síndrome hemorrágica grave.
Trombocitopenia causada por infecções – Fisiopatologia
Depressão do setor megacariocítico da medula óssea ou aumento do consumo das plaquetas em processo de coagulação intravascular disseminada.
Trombocitopenia causada por púrpura pós-transfusão maciça - Quadro clínico
Habitualmente relacionado a cirurgia ou trauma, o sangramento desses pacientes é difuso pelos locais de trauma, e responde bem a transfusão de plaquetas.
Trombocitopenia causada por hiperesplenismo – Fisiopatologia
Baço sequestra em sua circulação tanto plaquetas como leucócitos, causando trombocitopenia e leucopenia distributiva. O sangramento nesses pacientes é raro.
Purpura Trombocitopênica Imunológica ou autoimune (PTI) – Definição
- É caracterizada pela produção de autoanticorpos contra proteínas da membrana plaquetária, principalmente os complexos GPIIb-IIIa, GPIb-IX e GPIa-IIa, o que leva a sensibilização das plaquetas que são fagocitadas por macrófagos do sistema macrofágico, por meio de seus receptores p/ a fração constante da imunoglobulina associada a plaqueta.
Purpura Trombocitopênica Imunológica ou autoimune (PTI) – Tipos
- PTI clássica ou autoimune crônica
- PTI chamada aguda
- PTI associada a outras doenças
PTI clássica ou autoimune crônica – Dados epidemiológicos
- 3ª e4ª décadas de vida;
- Mais Sexo feminino;
- Não está associada a infecção previa;
- Apresenta curso crônico e geralmente benigno.
PTI chamada aguda - Epidemiologia
- Maior incidência na infância;
- Quase sempre e precedida de infecção virai ou vacinação;
- Curso limitado e não é recorrente.
PTI associada a outras doenças – Epidemiologia
- Geralmente de natureza autoimune ou neoplásica, caracterizadas por distúrbio do sistema imunológico
- As doenças mais comumente associadas são o lúpus eritematoso disseminado, doenças autoimunes da tireoide, doenças linfoproliferativas, infecção pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), após rádio ou quimioterapia e após transplante de medula óssea.
PTI – Quadro Clínico
- Instalação abrupta de sangramento cutâneo, com petéquias e equimoses, podendo se acompanhar de sangramento mucoso, com epistaxe, gengivorragia, menorragia, hematúria, sangramento em TGI e até em SNC.
- Exame físico: quadro purpúrico e pode ocorrer esplenomegalia em crianças.
PTI – Diagnóstico
- Hemograma mostra intensa trombocitopenia, usualmente menor do que 5.000/uL. Pode ocorrer leucocitose com neutrofilia com atipia linfocitária nos casos associados a infecção viral. Pode haver anemia por hemorragia, além de anemia hemolítica autoimune associada — a síndrome de Evans.
- Mielograma - nº normal ou aumentado de megacariócitos.
- Determinação direta ou indireta da presença de autoanticorpos contra proteínas da membrana plaquetária - eles estão presentes em 70 a 80% dos casos, geralmente dirigidos contra as glicoproteínas IIb /IIa e Ib/IX.
- A medida de imunoglobulina associada à esta elevada também em trombocitopenias de origem não imunológica.
- Os antígenos plaquetários do sistema HPA estão distribuídos nas glicoproteínas da membrana plaquetária. A frequência de alelos HPA-2 é maior em pacientes com PTI e menor em indivíduos normais.
- O diagnóstico de PTI é de exclusão de causas como hiperesplenismo, hepatopatia ou coagulação intravascular disseminada.



