Reconstrução de Orelha - Trauma e Neoplasias Flashcards
(34 cards)
Reconstrução pós trauma - o que fazer com a cartilagem?
- Retirar tecidos desvitalizados e não guardar a cartilagem para reconstrução pois ela se deforma.
- Há quem defenda que a cartilagem seja inserida em uma loja abdominal ou cervical, porém, com o tempo, ela é achatada e perde seu contorno.
Quando reconstruir a orelha pós trauma?
Após 6 meses - 1 ano.
Quais são problemas específicos encontradas na reconstrução total de orelha por trauma diferentemente da microtia?
- A falta de cobertura cutânea existente é muito mais crítica do que na microtia, ocasionando exposição do meato acústico impedindo a utilização da incisão anterior e a ausência de pele extra, a qual se costuma adquirir por meio da remoção da cartilagem micrótica deformada.
Como proceder na reconstrução total por trauma?
- Se a pele existente puder ser usada, então a loja cutânea é mais bem realizada por incisões acima e/ou abaixo do local proposto.
- Se os tecidos locais forem muito cicatriciais ou impedirem o cirurgião de desenvolver uma loja de pele ampla –> reparação deve ser complementada com uma cobertura de retalho fascial com enxerto de pele.
Qual são os problemas relacionados com uso de expansores de pele nessa área?
- Trazem riscos de extrusão e formação de cápsula fibrosa, dificultanto a criação de um contorno auricular.
É possível realizar o reimplante da orelha?
- Uma amputação com corte limpo dá ao cirurgião chances maiores de sucesso.
- Pequenos segmentos amputados são recolocamos como enxertos compostos.
- O reimplante pode ser difícil/impossível em caso de lesões com tecidos lacerados/avulsionados com osso exposot.
O reimplante microcirúrgico é viável?
- Ele costuma ser falho devido aos pequenos vasos e congestão venosa.
- Geralmente a anastomose é terminolateral nos vasos temporais para preservar o retalho facial de padrão axial. - Nesse momento pode ser utilizada sanguessuga como opção de resgate.
É possível salvar uma cartilagem auricular?
Na tentativa de salvar uma cartilagem auricular desnuda, recomenda-se ser inserida, sem pele, numa loja abdominal, cervical ou colocadas sob a pele da região retroauricular.
Os resultados são pobres pois a delgada cartilagem se torna achatada por baixo da cobertura cutânea compacta e discrepante.
Como é a ideia de um reimplante de orelha amputada com remoção de pele e fenestração da cartilagem?
Baudet propôs a remoção da pele pós auricular da parte amputada, fenestração a cartilagem e colocou o segmento auricular em uma área cruenta que foi criada levantando-se um retalho de pele mastoidéa retroauricular.
Reimplante da cartilagem auricular recobrindo-a imediatamente com retalho fascial e enxerto cutâneo?
Em casos selecionados, as feridas são limpas e o couro cabeludo está intacto, pode-se remover a pele da orelha amputada e cobrir a cartilagem esqueletizada imediatamente com um retalho fascial e enxerto de pele.
Porém, segundo Brent, seria preferível utilizar a técnica de fenestração de Baudet inicialmente e reservar essa fáscia para uma reconstrução secundária caso esta tentativa fracasse.
O que é Oto-hematoma/Orelha em couve flor?
O sangue se acumula entre pericôndrio e a cartilagem produzindo coágulo fibrótico que oblitera as circunvoluções da orelha.
Qual a conduta diante do Oto-hematoma/Orelha em couve flor?
- Drenar o sangue por meio de incisões (não fazer aspiração, pois há recoleta).
- Fazer curativos captonados e compressivos em cada lado da orelha com sutura em colchoeiro horizontais.
O que fazer diante da estenose do canal auditivo externo?
- Se a estenose é pequena, a zetaplastia das bandas cicatriciais pode resolver.
- Se estenose grave, excisar o tecido e fazer enxerto para o meato.
- Além disso, é preciso de um molde para manter o meato prévio, por pelo menos 3-4 meses.
Como tratar defeito da hélice de até 1,5 cm?
- Avanço bilateral, sem mobilização de cartilagem.
- Pode-se avançar apenas a hélice como também a raiz da hélice em V-Y.
- Uma ressecção pequena em cunha da anti-hélice pode-se fazer necessária.
Como tratar defeito de até 1,5 cm de hélice + antihélice?
- Ressecção em formato de cunha e fechamento primário.
Como tratar defeitos no terço superior de 1,5 - 2,5 cm na borda da hélice?
- Geralmente com avanço condrocutâneo composto em ambas as direções (Antia-Buch).
- Nesse retalho, deve excisar pele + cartilagem sem chegar na pele posterior.
Como tratar defeitos no terço superior de 1,5 - 2,5 cm na hélice + antihélice?
- Enxertos compostos da orelha contralateral.
Como tratar defeitos do terço superior ISOLADOS da hélice > 2,5 cm?
- Reconstrução em 3 estágios com tubo de Gilles.
- Primeiro estágio consiste na confecção de um tubo de pele.
- Segundo estágio a ponta distal do tubo é seccionada e transferida para o defeito proximal.
- Terceiro estágio consiste na secção da ponta proximal do tubo e transferência para o defeito distal.
Por não conter cartilagem (estruturação rígida), deve-se ser utilizado apenas para defeito da HÉLICE.
Como tratar defeitos no terço médio da hélice < 2,5 cm?
- Retalho condrocutâneo de avanço (Antia-Buch) caso envolva apenas hélice.
Como tratar defeitos no terço médio da anti-hélice < 2,5 cm?
- Ressecção em cunha ou estrela.
Como tratar defeitos no terço médio > 2,5 cm? Opção 1
- Geralmente reparados com enxertos de cartilagem coberto com retalho cutâneo adjacente (técnica de DIEFFENBACH).
Como tratar defeitos no terço médio > 2,5 cm? Opção 2.
- Realizar tunelização, conforme CONVERSE (inserir segmento de cartilagem por meio de um túnel na pele).
Como tratar defeitos no lóbulo < 50%?
- Ressecção em cunha com fechamento primário.
- Deformidade mínima.
Como tratar defeitos no terço inferior com perda de > 50% do lóbulo?
Geralmente incluir enxerto cartilaginoso para dar suporte a longo prazo em uma cirurgia de dois estágios.