social Flashcards

(11 cards)

1
Q
  1. Diferenciar instituído de instituinte e dar exemplos. (Lapassade)
A

Instituído refere-se ao que já está estabelecido, cristalizado e normatizado dentro de uma instituição (regras, normas, rotinas e estruturas fixas) → grade curricular e regras disciplinares rígidas nas escolas.
Instituinte: emerge como “força” crítica e inivadora de transformação, questionamento do instituído. (movimento, possibilidade de mudança) → movimento estudantil.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q
  1. Descreva o que é grupos de assujeitados e de sujeitos.
    (Lapassade)
A

Assujeitados são os grupos que reproduzem normas e regras sem questionamentos, agem de forma passiva mediante as instituições, sem reflexão crítica. Sujeitos são grupos que possuem consciência crítica e autonomia, “produzem” sua própria história, capaz de refletir criticamente sobre suas práticas e promovem mudanças.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q
  1. Qual a relação entre Estado e ideologia? (Lapassade)
A

O Estado é visto como um agente que produz e mantém a ideologia dominante, ou seja, uma forma de pensamento que legitima a ordem estabelecida, naturaliza desigualdades e esconde os conflitos sociais. A ideologia serve para manter indivíduos alinhados ao instituído, muitas vezes sem perceber.
A ideologia, nesse contexto, é entendida como um sistema complexo de ideias, crenças, valores e representações sociais que não apenas justificam as práticas institucionais, mas também encobrem as relações reais de poder e dominação presentes na sociedade. Por meio da ideologia, o Estado produz consenso e legitimação das estruturas vigentes, dificultando a percepção crítica da realidade pelos sujeitos envolvidos nessas instituições.
A ideologia transmitida pelo Estado atua como mecanismo de alienação, reforçando a submissão dos sujeitos às normas instituídas
Dessa forma, Estado e ideologia são intimamente relacionados na medida em que o Estado utiliza a ideologia para: legitimar práticas institucionais existentes: justificando sua necessidade e permanência; naturalizar relações de poder: fazendo com que essas relações sejam vistas como naturais e inevitáveis; encobrir contradições sociais: impedindo que as desigualdades e relações de dominação sejam claramente percebidas e questionadas.

A relação Estado-ideologia para Lapassade é de mútua sustentação: o Estado mantém o funcionamento institucional por meio de ideologias legitimadoras e, simultaneamente, a ideologia é mantida e reproduzida pelas instituições controladas pelo Estado, formando um ciclo que apenas pode ser rompido mediante intervenções críticas e instituintes.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q
  1. O que significa reprimir o sentido da ação? (Lapassade)
A

Significa impedir que os sujeitos compreendam o verdadeiro significado de suas ações, ou seja, ocultar os conflitos, os desejos e os objetivos reais que motivam as práticas institucionais, mantendo-os em um estado de alienação instituicional. Essa repressão dificulta a transformação e a autonomia dos grupos.
É “o desconhecimento provocado pela repressão social do sentido daquilo que fazemos, pensamos ou falamos”.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q
  1. O que significa dizer que “…o sentido das organizações e dos grupos é sempre externo à eles”. Qual a crítica do autor? (Lapassade)
A

Essa frase indica que as organizações geralmente têm seus objetivos e direções definidos por forças externas, como o Estado, o mercado, ou instâncias superiores.
Crítica: o autor questiona essa heteronomia e defende a necessidade de que os próprios grupos e instituições se analisem e se reorganizem a partir de seus próprios sentidos e necessidades - ou seja, rumo à autogestão.
organizações e grupos frequentemente têm suas finalidades definidas por agentes externos, como Estado, mercado e outras instituições dominantes, resultando em alienação e perda da autonomia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q
  1. Qual o instrumento de análise da Análise Institucional?
    (Lapassade)
A

O principal instrumento é o analisador, que pode ser um acontecimento, um conflito, um questionamento, ou até mesmo um agente externo que faz emergir contradições e sentidos ocultos na instituição.

word O principal instrumento da Análise Institucional, segundo Lapassade, é a intervenção institucional através da autogestão e da autoanálise.
A intervenção institucional é um método ativo e crítico que busca provocar uma reflexão profunda nos grupos sobre suas próprias práticas institucionais. Trata-se de um dispositivo dinâmico cujo objetivo não é apenas diagnosticar problemas ou conflitos institucionais, mas principalmente promover uma transformação radical das relações, das práticas e das estruturas institucionais vigentes.
A autoanálise (reflexão crítica) ocorre quando o grupo examina coletivamente suas práticas institucionais, suas relações internas, suas normas implícitas e explícitas, questionando criticamente as razões e finalidades dessas práticas.A autoanálise permite identificar as estruturas ocultas de poder e dominação dentro das instituições; promove a consciência crítica dos sujeitos sobre como o instituído condiciona suas ações cotidianas; rompe com a alienação institucional, permitindo aos sujeitos questionar o sentido real das ações institucionais.
A autogestão (ação transformadora) implica que os próprios membros do grupo tomem decisões coletivamente sobre como modificar práticas e estruturas institucionais. É a aplicação prática das reflexões geradas na autoanálise; implica decisões coletivas que rompem com a lógica burocrática e hierárquica tradicional; fortalece a autonomia dos sujeitos, permitindo uma gestão democrática e participativa da instituição.
Lapassade enfatiza a intervenção institucional como instrumento central porque ela ataca diretamente o cerne da questão institucional: as relações de dominação, burocratização e alienação dos sujeitos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q
  1. Qual o objetivo da Análise Institucional e como pode ser aplicada?
    (Lapassade)
A

Objetivo: desvelar contradições, revelar o funcionamento das instituições e fomentar a autonomia dos grupos, promovendo mudanças a partir da reflexão crítica.
aplicação: através da inserção do analista, da escuta atenta, do uso de analisadores e da participação ativa dos sujeitos no processo reflexivo.
O objetivo é a transformação institucional através da conscientização crítica das práticas sociais, implementando processos participativos como autoanálise e autogestão. Seu objetivo é possibilitar que grupos e indivíduos adquiram plena consciência das relações de poder, das normas instituídas e dos processos de alienação e assujeitamento existentes dentro das instituições.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q
  1. O que significa a frase: “…a hipótese é que a análise seja uma ação do grupo sobre si mesmo e na ausência do analista” (Lapassade)
A

Significa que o ideal da analise institucional é que os grupos se tornem capazes de analisar e transformar a si mesmos de forma autônoma, sem depender constantemente do analista - ou seja, que cheguem à autoanálise.
Essa frase destaca a ideia de autonomia do grupo, onde a análise deve ocorrer mesmo sem a presença constante do analista externo, reforçando a capacidade de autoanálise dos próprios membros.
O objetivo da Análise Institucional não é criar dependência dos grupos em relação a um analista externo, mas fomentar no próprio grupo a capacidade crítica e reflexiva para analisar suas práticas institucionais de forma autônoma e permanente.
A autoanálise torna-se fundamental justamente por permitir aos sujeitos retomarem uma posição ativa e crítica, rompendo com seu assujeitamento. Ao se engajar num processo contínuo de reflexão crítica sobre suas práticas institucionais, os sujeitos passam de uma condição passiva (assujeitados) para uma condição ativa e autônoma (sujeitos críticos). A autoanálise permite, portanto, que o grupo recupere o controle sobre o sentido real de suas ações, que antes eram definidas por forças externas (Estado, ideologia dominante, burocracia, etc.).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q
  1. Como Lapassade define Burocracia e qual sua relação com o contexto grupal/institucional?
    (Lapassade)
A

Lapassade define burocracia como um sistema rígido, hierárquico e normativo que dificulta a criatividade, a participação e o movimento instituidor.
No contexto institucional, a burocracia atua como uma força de conservação do instituído, muitas vezes anulando a capacidade crítica e a autonomia dos grupos.
Lapassade define a burocracia como um sistema institucional baseado em rígidas hierarquias, normas padronizadas e procedimentos formalizados. Trata-se de uma estrutura impessoal, excessivamente racionalizada, que opera por meio de normas previamente estabelecidas, sem espaço para a expressão individualizada e crítica dos sujeitos envolvidos. Essa organização é marcada por relações distantes e impessoais, cujas ações dos sujeitos são estritamente reguladas por normas que já vêm definidas de maneira externa e anterior às interações concretas entre indivíduos.Existe onde quer que se separe a decisão da execução, e o pensar do fazer.
Na perspectiva de Lapassade, a burocracia gera alienação nos sujeitos pelos seguintes motivos:
1. Perda de Autonomia:
A burocracia retira dos sujeitos a capacidade de decidir, pensar e agir autonomamente. Tudo já está determinado previamente por normas e regulamentos padronizados, cabendo ao sujeito apenas executar as tarefas prescritas sem questionar seu sentido ou finalidade real.

  1. Despersonalização das Relações:
    As relações impessoais típicas das organizações burocráticas produzem distanciamento entre os sujeitos e suas próprias ações, já que os sujeitos são tratados apenas como executores mecânicos de normas. Essa impessoalidade elimina o envolvimento afetivo e crítico com o trabalho, gerando sensação de vazio e desconexão.
  2. Fragmentação das tarefas:
    A burocracia promove forte divisão do trabalho, fragmentando tarefas e funções. Isso faz com que cada sujeito perca a noção do sentido global daquilo que realiza, aumentando a alienação, já que o indivíduo não compreende como sua atividade específica se relaciona com um todo institucional mais amplo.
  3. Padronização excessiva e perda da criatividade:
    O excesso de regras padronizadas limita a criatividade e o pensamento crítico dos sujeitos. Não há espaço para reflexão, inovação ou questionamento. Essa impossibilidade de pensar além do instituído promove uma espécie de submissão passiva à ordem vigente, aumentando o sentimento de alienação.
  4. Submissão à hierarquia:
    A hierarquia rígida obriga os sujeitos a obedecerem passivamente a ordens superiores, muitas vezes sem compreender as razões dessas ordens. O sujeito torna-se um “mero instrumento” de instâncias superiores, internalizando a ideia de que suas ações não são fruto de decisão própria, mas apenas obediência .
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q
  1. Cite pelo menos 3 características da burocracia.
    (Lapassade)
A

A burocracia não é uma doença, um mau funcionamento ou um disfuncionamento de uma gestão; e o conflito não é uma desordem na auto regulação do corpo social (modelo biológico de compreensão social). Pelo contrário, é uma forma determinada de estruturação das relações de poder.
A burocratização implica uma alienação das pessoas nos papéis e dos papéis no aparelho, isto porque os papéis são sempre previstos e distribuídos de maneira impessoal, ganhando sentido apenas em função da organização para a qual forem definidos. O universo burocrático é impessoal.
As decisões são sempre tomadas por instâncias anômicas desconhecidas.
As comunicações dão-se, via de regra, num sentido apenas de cima para baixo e o retorno não é esperado, recebido ou efetivado; os porta-vozes da base podem até existir, mas não são ouvidos; suas mensagens são empanadas, não existem canais para tanto.
A estrutura de poder em dois andares alimenta-se na ideologia do saber e apoia-se numa pedagogia diretiva: na cápsula, estão os que sabem; na base, os que ignoram; para se atingir o saber tem-se que passar pelo batismo burocrático. Ou seja, serão ensinados para que amadureçam, e a condição de aprendizagem exige que se iniciem nos procedimentos da burocracia, que se coloquem no lugar de quem não sabe. A desigualdade é assim perpetuada. Este “esforço pedagógico” vai formar nos grupos, cada vez mais, indivíduos heterônimos, “armados, segundo Riesman, de um radar para se adaptar e se conduzir no terreno social”.
Com isso, desenvolve-se o conformismo, preserva-se a falta de iniciativa e ratifica-se a separação nos dois níveis da organização burocrática.
Os indivíduos e os grupos heterônomos, voltados para o cumprimento de normas estabelecidas de fora, a pedagogia da heteronomia, bem como as características até agora apresentadas, contribuem para que a autonomia seja, na verdade, a da própria organização. Ela se torna não um meio para que um fim seja atingido(como, por exemplo, a educação de um grupo de crianças), mas sim, um fim em si mesmo. Há um deslocamento de objetivos. Com isso, a fidelidade dos membros e grupos à organização acaba sendo uma exigência para que se tenham satisfações e valores próprios; uma exigência que acaba sendo “percebida” como do sujeito: ele se sente pertencendo ao conjunto, quando se torna usuário do discurso e das atitudes desenvolvidas no interior da burocracia.
A burocracia supõe, portanto, continuamente, a resistência à mudança; mesmo quando certas estruturas ou formas de funcionamento se mostram inadequadas. Assimila-se do que se busca modificar. Há aqui, uma recusa do tempo, da história, uma rigidez ideológica, uma reação à crítica e a novidade, oposição e conflito.
Assim, a burocracia é a fonte do comportamento desviante e dos grupos fragmentários ou informais. Toda e qualquer forma de organização que não “pertença” a esta, que não comungue de seus “vícios” básicos, será percebida como excluída, como banida. E, no término desse processo, a fração não chega a ser sequer uma fração do grupo; transforma-se num grupo exterior, num corpo estranho à organização. Formam-se subunidades, isto é, subgrupos que acabam por se dedicar a objetivos particulares.
Por fim, há que se destacar, na burocracia tradicional, o movimento dos que se servem da organização para configurar uma “carreira” que brota da função ou do papel ocupado; isto se dá quando um profissional procura, de todas as formas, subir, fazendo concessões aqui, contornando ali, para obter uma boa posição.

● Estrutura hierárquica rígida.
● Impessoalidade nas relações.
● Padronização excessiva dos procedimentos e normas institucionais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q
  1. O que é a autoanálise e a autogestão? Dê exemplo (Lapassade)
A

Autoanálise: é quando o grupo reflete criticamente sobre si mesmo, sobre seus modos de funcionamento, conflitos e práticas. ex.: uma equipe escolar que discute seus próprios problemas e busca coletivamente soluções, sem depender de consultores externos.
autogestão: é a capacidade de um grupo de se autogerir, tomar decisões coletivas e conduzir suas práticas com autonomia. ex.: uma cooperativa onde todos os membros participam das decisões de forma democrática e horizontal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly