Teste 1 - Matéria Flashcards

(163 cards)

1
Q

Farmacologia

A

Estudo da interação de substâncias químicas com sistemas biológicos

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2
Q

Farmácia

A

Parte da farmacologia que se dedica à manipulação dos medicamentos (concentração e forma de apresentação).

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3
Q

Farmacotécnia

A

técnica dos fármacos; farmácia; tecnologia farmacêutica

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4
Q

Terapêutica

A

Seleção de fármacos em função da doença e do animal em causa

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5
Q

Farmacodinamia

A

Mecanismo através do qual um fármaco modifica funções fisiológicas

Estuda os mecanismos de ação dos fármacos e os efeitos bioquímicos e fisiológicos por eles desencadeados – interação com o local de ação -> efeito farmacológico – não criam novas funções, apenas modificam as existentes; o mesmo fármaco provoca respostas diferentes em tecidos diferentes e no mesmo tecido a resposta pode variar

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6
Q

Farmacocinética

A

Percurso e movimento que o fármaco faz no organismo do ser vivo, desde o momento em que é inserido até à excreção

Estuda a passagem dos fármacos através do organismo e o tempo de permanência e concentração das substâncias ativas em função do tempo e da dose, considerando os processos de absorção, distribuição, metabolismo / biotransformação e excreção das substâncias ativas (em natureza) ou respetivos produtos de biotransformação – estabelecimento dos intervalos de segurança dos medicamentos e ajuste de doses

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7
Q

Química Farmacológica

A

Estudo da composição química dos fármacos

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8
Q

Farmacognosia

A

Estudo da origem dos fármacos e composição química

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9
Q

Farmacovigilância

A

Vigia, regista e analisa as reações adversas que ocorrem quando se administra um fármaco; pouco explorada em Medicina Veterinária

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10
Q

Farmacografia

A

Define regras para a prescrição de medicamentos

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11
Q

Farmacogenética

A

Estuda a interferência de um gene na ação dos fármacos

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12
Q

Farmacogenómica

A

Estuda a interferência do genoma na ação dos fármacos

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13
Q

Toxicologia

A

Estuga agentes xenobióticos (agentes estranhos ao organismo que provocam dano no mesmo) na farmacologia e como se tratam

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14
Q

Fármaco

A

Composto:
* com capacidade de modificar as funções fisiológicas,
* usado na prevenção, cuidados paliativos (controlo da dor), diagnóstico (meios de contraste) ou tratamento;
* relação benefício / risco – efeito principal ou terapêutico, efeito lateral (side effect) e reações adversas

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15
Q

Droga

A

Fármaco que causa dependência física e psíquica

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16
Q

Tóxico

A

Fármaco com ação nociva e eventualmente mortal – má relação benefício / risco independentemente da dose

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17
Q

Medicamento

A

Fármaco com doses terapêuticas e boa relação benefício / risco

Podem existir sobre a forma de:
* Preparações oficinais
* Preparações magistrais
* Especialidades

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18
Q

Placebo

A

Forma farmacêutica sem princípio ativo; função de agradar e não tratar

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19
Q

Bula

A

Folheto informativo do medicamento

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20
Q

RCM / RCMV

A

Resumo das Características do Medicamento Veterinário

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21
Q

Dose

A

Quantidade de fármaco em massa, volume ou UI necessária para obter um determinado efeito.

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22
Q

Posologia

A

Estudo da dosagemdose, duração do tratamento e frequência de administração de um fármaco

  • Dose única
  • Dose diária
  • de ataque (a mais alta para obtenção de resposta imediata - + elevada que a de manutenção e próxima da dose tóxica),
  • de manutenção (tratamentos prolongados),
  • Subliminar (dose muito baixa que pode fazer efeito ou não dependendo da população)
  • Mínima (dose mínima que dá resposta)
  • Terapêutica (Usual e Curativa). (superior à mínima)
  • Máxima tolerada (dose máxima que se pode dar sem provocar morte ou toxicidade)
  • Tóxica (dose que tem efeitos tóxicos)
  • Mínima letal (dose mais baixa que mata 1 indivíduo)
  • Letal 50 (DL50) (dose que mata 50% dos indivíduos numa população)
  • D. Efetiva 50 (dose que provoca efeito em 50% de uma população)
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23
Q

Resíduo

A

Produto da biotransformação de um fármaco ou respetivo veículo

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24
Q

Limite Máximo de Resíduos

A

Valor estabelecido por lei num produto de origem animal que tenha sido submetido a tratamento com uma determinada substância

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25
Intervalo de Segurança
Intervalo de tempo desde a **última administração** até ao momento em que é alcançado o **limite máximo de resíduos**
26
Farmacogeriatria
área da farmacologia em que se tenta ajustar o uso do fármaco em função da idade do animal
27
A Farmacologia divide-se em Farmacologia geral e Farmacologia especial
**Farmacologia geral** – conceitos de farmacocinética e farmacodinamia. **Farmacologia especial** – cada fármaco por cada aparelho (ex: respiratório, urinário, cardiovascular, SNC, digestivo); pode se dividir em fármacos:
28
Etiotropos vs Organotropos
**Etiotropos** – fármacos que atuam na causa da doença (vírus, bactérias, fungos, parasitas). **Organotropos** – fármacos que atuam nas funções do organismo (fármacos do aparelho urinário, cardiovascular, respiratório...). Nota: Tropo = tropismo; Etio = Etiologia, causa; Organo = organismo.
29
Forma farmacêutica
formato ou suporte usado para veicular o fármaco e para a sua apresentação ao público e introduções no organismo; contém sempre pelo menos uma substância activa, podendo ter vários tipos de veículos e excipientes.
30
Farmacologia Experimental / Pré-clínica
Estudos experimentais com novos fármacos (in vivo e in vitro)
31
Farmacologia Clínica
Estuda os efeitos dos fármacos nos animais: **Fase 1 – Farmacologia Clínica** – voluntários saudáveis (cinética e dinamia) **Fase 2 – Investigação Clínica** – animais doentes (cinética e dinamia) **Fase 3 – Ensaio Clínico** – comparação com outros fármacos (sem uso de placebo) **AIM** – autorização de introdução no mercado atribuída pela DGAV quando as entidades competentes assim o considerarem e revistas a cada 5 anos **Fase 4 – Estudos de Pós-licenciamento** – farmacovigilância para poder ou não manter a AIM
32
Reações Adversas
**Tipo A (Augmented)** - Podem ocorrer em qualquer animal; relacionada com a dose e farmacocinética; paracetamol no homem vs. no gato **Tipo B (Bizarre)** - Apenas ocorre em alguns animais devido à variabilidade individual **Tipo C (Chronic)** - Doenças causadas pela exposição contínua a fármacos – nefropatia derivada do uso de analgésicos e anti-inflamatórios (inibição de prostaglandinas) **Tipo D (Delayed)** - Teratogénese (malformações derivadas da exposição a determinados fármacos) e carcinogénese (perda de proliferação e crescimento de células germinativas no tratamento de linfomas em animais jovens) **Tipo E (Ending of use)** - Corticosteroides – em tratamento, a glândula adrenal deixa de produzir corticosteroides por feedback negativo, não retomando a sua produção assim que cessa o tratamento -> Síndrome de Cushing – **desmame**!
33
Preparações Oficinais
Baseadas nas escritas da farmacopeia
34
Preparações Magistrais
Elaboradas pelo veterinário Prescrição em que o médico veterinário perante uma situação clínica manda fazer o medicamento com determinado princípio ativo e todos os ingredientes que vão tratar o animal;
35
Especialidades Farmacêuticas
**Medicamentos Órfãos** – usados no tratamento de doenças raras **Cascata** – uso de medicamentos com espécie-alvo indicada na bula diferente da espécie em causa, com ajuste da dose **Medicamentos** – pode ser administrado a pessoas e a animais. **Medicamentos veterinários** – só pode ser administrado a animais.
36
Medicamentos Preventivos
Administrados a indivíduos sãos – vacinas, antiparasitários, antibióticos
37
Medicamentos Substitutivos
Resolvem carências do organismo endógenas (definitivas ou transitórias) e exógenas (alimentares) – vitaminas, oligoelementos, insulina, estrogénios, progesterona
38
Medicamentos Etiotrópicos
Corrigem a causa da doença – antibióticos, antivíricos, antiparasitários, antifúngicos Melhor que o sintomático pois esre vai atuar diretamente na doença -> é + específico
39
Medicamentos Sintomáticos
Aliviam os sintomas, não interferindo com a causa da doença (melhoram a qualidade de vida) – analgésicos, antipiréticos, anti-inflamatórios, anti-hipertensores
40
Medicamento Genérico
* Comercializado pelo nome genérico, * proteção da patente caducada, * mais económicos mas com custos variados entre si, * qualidade farmacêutica idêntica * Bioequivalência? - Ideal é serem bioequivalentes
41
Medicamento Similar
Medicamento de especialidade que quando perde a patente, uma empresa pode passar a comercializar a mesma molécula utilizada pela empresa que patenteou o medicamento e cria também um nome de fantasia e comercializa exatamente o mesmo.
42
Substâncias Ativas Naturais vs Sintéticas
**Naturais** - Origem animal (hormonas, enzimas, óleos), mineral (carvão vegetal, ferro), vegetal (digitoxinas), marinha (citostáticos) e em microrganismos (antibióticos) **Sintéticas** - Semissíntese, Biotecnologia
43
Nomenclatura dos Medicamentos
**Nome Químico** - Identifica a substância do ponto de vista químico (7-cloro-1,3-dihidro-1-metil-5-fenol-2H-1,4-benzodiazepina-2-ona) **Nome Genérico** - Nome oficial presente na farmacopeia, retirado do nome químico (diazepam) **Número de Registo** - CAS NR (Cas Number; número dado à molécula em vez do nome; ex: 235/NO) **Nome Comercial** - Nome do proprietário, especialidade ou fantasia (Valium) (nome pelo qual é o medicamento é reconhecido)
44
Fármaco Ideal
* Ação biológica seletiva (atua exatamente naquele ponto e em mais lado nenhum) * sem efeitos laterais * sem toxicidade * fácil de administrar * eficaz no período em que deve estar presente **não existe!**
45
Biodisponibilidade
Fração da dose administrada que atinge a circulação sanguínea Conhecer a biodisponibilidade é importante para calcular a dosagem de fármaco para vias de administração não IV.
46
Bioequivalência
Comparação entre as biodisponibilidades dos medicamentos genéricos (e os efeitos)
47
Biofase
Para que um medicamento possa atuar é necessário que atinja concentrações eficazes no seu local de ação – Biofase (depende: da F.F., da farmacocinética, da farmacodinamia e do tipo de administração) * Administração tópica ou local /sistémica. * Administração sistémica: biofarmacêutica, farmacocinética e farmacodinamia. Saber onde tem de atuar
48
Biofarmacêutica
Cedência / libertação do princípio ativo desde a forma farmacêutica até ao local de absorção (condiciona a biofase) capacidade que FF tem de libertar o princípio ativo
49
Vias de administração de Medicamentos Entérica
**Via Oral** – dependente de fatores fisiológicos (antibióticos em ruminantes), patológicos (vómitos e diarreia), farmacológicos (anticolinérgicos e motilidade gastrointestinal), pH estomacal e intestinal e alimentação – condicionam a biodisponibilidade; * **vantagens**: facilidade, segura, económica, ação local no aparelho digestivo, seguro para o executante, não requer nenhum aparelho especial; * **desvantagens**: destruição pelo pH estomacal, fenómeno de primeira passagem (ciclo enterohepático), lentos, vómitos e inconsciência, má biodisponibilidade Ex: Diarreia - fármaco fica menos tempo no intestino - MENOS biodisponibilidade Coprostase - fármaco fica mais tempo no intestino - MAIS biodisponibilidade **Via Retal** – dependente da superfície de absorção e presença de fezes (enema/clister); * **vantagens**: absorção mais rápida que PO, animais com vómitos e inconsciência, não passa no estômago (não sofre fenómeno de primeira passagem); * **desvantagens**: desconfortável, absorção irregular e incompleta, diarreia, primeira passagem parcial, irritação local
50
Vias de administração de Medicamentos Parentérica
* Subcutânea, * intramuscular, * intravenosa (efeitos sistémicos), * intra-arterial (efeitos locais), * intraperitoneal, * intradérmica (diagnósticos imunológicos), * intramamária (mastites), * intra-articular, * intracardíaca (adrenalina ou eutanásicos), * intramedular, epidural / subdural, * tópica ocular, * tópica pomada **Vantagens:** * Eficaz * Muito rápido **Desvantagens:** * Requer a utilização de material esterilizado (ex: agulhas e seringas, exceto tópico ocular e tópica pomada) * Possibilidade de ocorrer infeção causada pelo material não estar devidamente esterilizado * Requer treino (pessoal qualificado) (exceto a administração tópico ocular e tópica pomada)
51
Absorção de Fármacos
Transferência de um fármaco desde o local de administração até à corrente sanguínea velocidade e eficiência dependentes da via de administração; fármacos têm de ser apolares e lipofílicos (não ionizados) para que possam ser absorvidos
52
pKa de um fármaco
pH no qual 50% do fármaco está na forma ionizada e 50% na forma não ionizada
53
Fármaco com pKa básico
Em meio básico predomina a forma não ionizada, logo é maior absorvida em meio básico (ex: intestino) - fármaco tem de ter cápsula para não ionizar nem ser destruído no estômago pKa básico-> absorção em pH básico – intestino
54
Fármaco com pKa ácido
Em meio ácido predomina a forma não ionizada, logo é maior absorvida em meio ácido (ex: estômago) pKa ácido -> absorção em pH ácido – estômago
55
Condicionantes para a absorção de fármacos
* área de absorção (↑ área -> ↑ absorção), * solubilidade e intimidade do contacto (↑ líquido -> ↑ absorção), * tempo de contacto (↑ tempo -> ↑ absorção), * espessura da estrutura absorvente (↑ espessura -> ↓ absorção), * existência de alimento, * circulação no local de administração (massagens e calor ↑ // choque 0 // vasoconstritores ↓), * doenças, * via de administração, * concentração do fármaco, * grau de ionização do fármaco, * lipossolubilidade
56
Volume de Distribuição (Vd)
quantidade total de fármaco no corpo / concentração de fármaco no plasma -> quantifica o fármaco existente no organismo – ajuste de dose * ↑ Vd -> ↑ distribuição -> ↓ ligação a proteínas transportadoras (plasma) * ↓ Vd -> ↓ distribuição -> ↑ ligação a proteínas transportadoras (plasma)
57
Condicionantes da distribuição de fármacos
* Grau de ionização do fármaco * Lipossolubilidade do fármaco * pH do meio * Tamanho do fármaco * débito / fluxo sanguíneo, * idade, * sexo, * estado fisiológico / patológico, * capacidade de ligação a proteínas (albumina -> fármacos ácidos e hidrofóbicos, glicoproteína α-1 ácida -> fármacos básicos, globulinas -> hormonas), * interação fármaco-proteína / fármacorecetor, * barreiras anatómicas (placenta, barreira testicular, globo ocular, hematoencefálica)
58
Distribuição de Fármacos
Difusão do fármaco do espaço intravascular para o extravascular (tecidos) Capacidade de ligação às proteínas (albumina; glicoproteína α-1 ácida, globulinas)- Fármaco sob a forma de conjugado Ex: Deficiência na absorção -> problema na albumina -> fármacos de caráter ácido ficam livres -> + fármaco a chegar às células
59
Forças de união fármaco-proteína
ligação do fármaco à proteína -> ↓ eliminação -> ↑ tempo de semivida -> ↑ intervalo entre administrações // ligação forte -> efeito farmacológico prolongado – pode ser prejudicial ao animal * Ligações covalentes > ligações iónicas > ligações dipolo-dipolo > pontes de hidrogénio > Combinações com grupos sulfidrílo Lig. covaelnte - efeito + duradouro (lig. estável) Combinações com grupos sulfidrílo - lig. on-off (lig. pouco forte)
60
Absorção de Fármacos - Cavidade Oral
Mastigação, paladar, deglutição e absorção (reduzida) – sprays com polímeros de libertação lenta; nitroglicerina (anti-hipertensor) e tabaco (mastigável)
61
Absorção de Fármacos - Estômago
Muco protege da digestão, mas pode atuar como barreira; motilidade ajuda na absorção; acidez influencia o grau de ionização podendo impedir a absorção ou destruir o fármaco em causa
62
Absorção de Fármacos - Intestino
Absorção no intestino varia com espécie, desintegração, dissolução e absorção; microvilosidades aumentam a área de contacto e facilitam a difusão e absorção; motilidade aumenta a velocidade de absorção – pode levar a toxicidade
63
Redistribuição
fármacos lipossolúveis (função, locais) -> condiciona a resposta terapêutica e os intervalos de segurança; explica a razão de alguns fármacos terem uma ação prolongada * Cérebro > músculo esquelético e órgãos pouco irrigados > tecido adiposo
64
Metabolização e Biotransformação
Fármacos ionizados > fármacos não ionizados – reações enzimáticas que ocorrem no fígado, pulmão, intestino, rim, etc.; favorece a excreção do fármaco; grande interferência com a biodisponibilidade * Enzimas fase I -> oxidação, redução, hidrólise, metilação ou dimetilação * enzimas fase II (microssomias e citoplasmáticas) -> acetilação e glucuronoconjugação * eliminação Se inibir a biotransformação de 1 fármaco estou a aumentar a biodisponibilidade
65
Condicionantes da Metabolização e Biotransformação
* administração conjunta de outros medicamentos, * administração conjunta de alimentos, * idade (animais muito jovens não têm mecanismos desenvolvidos e animais mais velhos já têm os mecanismos saturados), * sexo, * doença hepática ou cardíaca, * exposição a poluentes, * variações entre espécies (CP450)
66
Cinética Grau 0
cinética não linear – enzimas saturadas -> taxa de biotransformação constante; independente da quantidade de fármaco
67
Cinética Grau 1
cinética linear – enzimas não saturadas -> velocidade de biotransformação proporcional à quantidade de fármaco
68
Cinética Grau Intermédio
Michaelis-Menton Grau1 + Grau 0 = cinética linear até à saturação enzimática
69
Excreção
eliminação do fármaco em natureza (não foi biotransformado) ou dos respetivos metabolitos; principal via de excreção - via renal por: * **filtração glomerular** (maioritariamente moléculas pequenas – fármacos com elevada ligação às proteínas plasmáticas são pouco filtrados) * **secreção tubular** (principal) * **reabsorção tubular** outras vias: * biliar, * fecal, * no leite, * pulmonar, * salivar, * lacrimal, * por sudorese, * pêlo / penas
70
Condicionantes da Excreção
doença renal (metabolismo hepático = -> volume de distribuição = ou ↑ -> eliminação prolongada -> intervalo entre doses ↑), doença hepática (eliminação = ou < volume de distribuição = ou ↑ -> metabolismo hepático ↓ -> doses ↓ -> intervalo entre doses ↑)
71
Clearance
taxa de eliminação de um fármaco do organismo / excreção de uma substância ou metabolitos por unidade de tempo (L/h/Kg); inversamente proporcional à semi-vida e diretamente proporcional ao volume de distribuição; parâmetro importante para a posologia
72
Perfil de Concentração Plasmática (Farmacocinética)
distribuição e eliminação de uma substância ativa, compartimentos corporais e volume de distribuição (semivida, clearance, biodisponibilidade e protorreia) – relação concentração / resposta menos variável que dose / resposta **Subterapia** (concentrações baixas) > **Janela Terapêutica** > **Toxicidade** (concentrações altas)
73
Recetores
* Estruturas proteicas que reconhecem uma determinada substância endógena; * Os recetores não foram criados para os fármacos! * Moléculas com as quais os fármacos (substâncias autacóides) são capazes de interatuar seletivamente, modificando através deles a função celular. * determinam a relação quantitativa entre a substância ativa e o efeito farmacológico (se tiver muitos recetores ocupados -> maior é a resposta) * responsáveis pela seletividade de um fármaco * ligação fármaco-recetor maioritariamente por ligações iónicas e pontes de hidrogénio: * recetores colinérgicos (acetilcolina e outros), * histaminérgicos (histamina), * adrenérgicos (aminas simpaticomiméticas) * (aos recetores podem-se ligar substâncias anti- para não desencadear a resposta; ex: anticolinérgicas)
74
IUPHAR
*International Union of Basic and Clinical Pharmacology* para uma macromolécula ser considerada um recetor deve obedecer a 3 critérios: * estrutural (conhecimento da estrutura molecular), * operacional (efeito farmacológico de ativação ou bloqueio) * transducional (ativação ou bloqueio de funções intracelulares)
75
Constante de Dissociação (Kd)
concentração de fármaco necessária para ocupar 50% dos recetores – quantifica, em equilíbrio, a afinidade ou potência dos agonistas / antagonistas (se dá ou não resposta). Representa-se por K e exprime-se pela concentração de fármaco (em moles por litro, M) necessária para ocupar metade dos recetores
76
Seletividade
Complementaridade entre recetor e fármaco, só é conseguida por um grupo pequeno de moléculas com estruturas e propriedades idênticas. Ex. num recetor de acetilcolina a adrenalina nunca atua
77
Especificidade
A resposta obtida por um fármaco num determinado recetor é sempre igual
78
Sensibilidade
Os recetores respondem a concentrações muito baixas de fármacos (1 quantidade mínima obtém resposta)
79
Afinidade
Capacidade de ligação a um determinado fármaco * ↑ Kd > ↑ afinidade determinada pelo tamanho, forma e carga elétrica do fármaco
80
Atividade Intrínseca
Capacidade de desencadear uma resposta após ligação de um fármaco
81
Recetores Intracelulares
Fármacos lipossolúveis e não ionizados atravessam membrana citoplasmática e ligam-se ao recetor intracelular, no núcleo ou no citoplasma; mais simples: * vitamina D, estrogénios, NO
82
Recetores Ligados às Quinases
Fármaco liga-se às quinases -> ativação das quinases -> abertura de canais -> ativação de transportadores; domínio intracelular com atividade enzimática: * insulina, tirosina quinase
83
Recetores de Ativação Enzimática
Recetor ligado a um domínio; ligação do fármaco ao recetor -> modificação da estrutura do domínio -> ativação enzimática * interferão, eritropoietina
84
Recetores de Canais Iónicos
Fármaco liga-se aos canais iónicos > abertura dos canais; recetores ionotrópicos; neurotransmissão rápida: * GABA
85
Recetores Acoplados à Proteína G
Fármaco liga-se ao recetor -> modificação da estrutura da glicoproteína G -> ativação da proteína G -> ativação de mediadores da transmissão da informação, ou segundos mensageiros; * recetores metabotrópicos: muscarínicos, adrenérgicos, dopaminérgicos, serotoninérgicos e opioides; formação de substâncias intermediárias; transmissão mais rápida Segundos mensageiros identificados associados à proteína G, podem ser: * AMP cíclico * Cálcio e fosfoinositóis * GMP cíclico
86
Condicionantes Interação Fármaco-Recetor
* espécie (Coelhos resistentes à atropina, ratos e murganhos resistentes aos digitálicos), * raça, * idade (Jovens mais água e menos proteínas (fármaco está mais ligado ao recetor), imaturidade vs Idosos com descréscimo da função renal, metabolismo mais lento), * sexo (Fêmeas são mais pequenas, mulher), * massa corporal, * ambiente (ciclos circadianos), * alimentação, * associação de medicamentos (quelação)
87
Antagonista
Fármaco com afinidade, sem atividade intrínseca -> bloqueio da resposta * **Antagonista Competitivo** – reversível; doses elevadas do agonista contrariam o efeito do antagonista (liga-se aos recetores mas a ligação não é muito estável) * **Antagonista Não Competitivo** – irreversível; doses elevadas do agonista não contrariam o efeito do antagonista (pode-se administrar a quantidade de agonista que quisermos que nunca vai ter efeito)
88
Agonista
Fármaco com afinidade e atividade intrínseca -> resposta * **Agonista Total** – atividade completa -> resposta completa * **Agonista Parcial** – atividade incompleta -> resposta parcial * **Agonista Inverso** – atividade inversa -> resposta inversa * ex. propanolol e antihistamínicos
89
Ligação ao recetor (gráfico fármacos)
↑ **amplitude** -> ↑ atividade intrínseca – efeito máximo **Inclinação da curva** - mede a segurança do fármaco. * Quanto + deitada for a curva do fármaco mais seguro ele é, pois, uma pequena variação da dose traduz-se numa pequena variação da resposta; * Quanto + vertical for a curva do fármaco menos seguro ele é, pois, uma pequena variação da dose traduz-se logo numa resposta exacerbada que pode se tornar tóxica. **Potência** - medida no eixo do X, log[], o que significa indiretamente afinidade. É medida pela deslocação da curva (EC50) da direita para a esquerda: * Quanto + à esquerda estiver o EC50 DO fármaco, +potente ele é, pois provoca o mesmo efeito, mas com uma dose menor; * Quanto + à direita estiver o EC50 DO fármaco, - potente ele é;
90
Variações Individuais nos Recetores
* **Tolerância** – resposta inferior à esperada devido a afinidade reduzida aos recetores, número reduzido de recetores, menor absorção intestinal ou maior biotransformação; * natural / inata / congénita (ex: Coelhos toleram doses elevadas de atropina) * adquirida * Afinidade reduzida aos recetores * Número reduzido de recetores, tradução do sinal (Álcool; morfina, barbitúricos, fármacos com ação no SN) * Menor absorção intestinal * Maior biotransformação * **Intolerância** – resposta superior à esperada; * natural / idiossincrasia * adquirida / de sensibilização * **Taquifilaxia** – tolerância adquirida rapidamente ou aguda * **Anafilaxia** – intolerância aguda adquirida após a primeira administração (ex: penicilina)
91
Interação Fármaco-Fármaco
* **Efeito Aditivo** 1 + 1 = 2 (Aspirina + Paracetamol) (soma de 2 efeitos) * **Efeito Sinérgico** 1 + 1 > 2 (o efeito é superior ao efeito individual) * **Efeito de Potenciação** 1 + 0 = 2 (um fármaco sozinho tem um efeito grande) * **Efeito de Antagonismo** 1 – 1 = 0 // 1 – 1 < 0.5 (quelação) (pode ter resposta nula ou negativa)
92
Fármacos Estimulantes do Sistema Nervoso Central
Substâncias químicas capazes de estimular a atividade de diferentes áreas cerebrais, aumentando a **atividade física e psíquica** e modificando os **padrões de comportamento** * Estimulantes Corticais * Anfetaminas * Metilxantinas * Estimulantes Bulbares * Estimulantes Medulares
93
Características de Fármacos do Sistema Nervoso
* baixo peso molecular * lipofílicos * sem ligação a proteínas plasmáticas * não ionizados no pH do líquido cefalorraquidiano
94
Anfetaminas Estimulantes Corticais
Anfetamina, dexanfetamina, metanfetamina – ↑ libertação de catecolaminas, ↓recaptação; não usadas em veterinária (associadas a doping; estimula a atividade muscular)
95
Metilxantinas Estimulantes Corticais
Substâncias derivadas da xantina: * Aminofilina * cafeína * teofilina (mais usada em vet) * teobromina (pouco usada)
96
Fármacos do Sistema Nervoso Central
* Fármacos sedativos, tranquilizantes (calmantes) e hipnóticos (soníferos) - Fármacos depressores (abordados em anestesiologia) * **Fármacos estimulantes do SNC** * **Fármacos anticonvulsivos** * Fármacos analgésicos (abordados nos fármaco anti-inflamatórios analgésicos)
97
Farmacocinética dos Estimulantes Corticais
Bem absorvidas após administração oral, parenteral e retal, biotransformação hepática (eliminado nas fezes e bílis)
98
Efeitos farmacológicos dos Estimulantes Corticais
* Aumentam o trabalho na musculatura esquelética – dopping (ex: cavalos de corridas) * Diuréticos (aumenta a circulação a nível glomerular, aumenta a porção de filtrado glomerular – urina) A mais utilizada é a teofilina devido aos seus efeitos estimulantes sobre o SNC, aparelhos cardiovascular, respiratório e urinário.
99
Cafeína
**Farmacodinamia:** (Mecanismo de ação) * Antagonista competitivo dos recetores da adenosina. * Estimula os centros respiratórios deprimidos por aumentar a sua sensibilidade ao CO2, ação semelhante à dos agonistas beta adrenérgicos (aumenta a pressão arterial) (por isso quando se bebe café pode-se sentir taquicardia) **Efeito farmacológico:** * Aumenta a excitabilidade do córtex cerebral * Diurese, estimulação do músculo cardíaco e relaxamento do ms. liso **Indicações clínicas:** * Animais apáticos (+usado) * Melhorar a função cardíaca **Efeitos secundários:** * Boa margem de segurança, * em doses elevadas pode causar convulsões
100
Teofilina
**Farmacodinamia:** * Inibidor não seletivo da fosfodiesterase, esta enzima converte o AMPc numa forma inativa, assim aumenta a disponibilidade de AMPc **Efeito farmacológico:** * Xantina mais utilizada por ter grande ação nos aparelhos urinários, respiratório SNC, e cardiovascular **Indicações clínicas:** * Tratamento de doenças inflamatórias respiratórias no cão, gato (asma) e cavalo * Tratar disfunções cognitivas no cão (apatia, letargia, falta de apetite) **Efeitos secundários:** * Náuseas, vómitos e diarreias * Cavalos mais sensíveis
101
Aminofilina
**Farmacodinamia:** * Sal da teofilina, o que permite ser administrada por via oral com menos efeitos secundários. (do que a teofilina) * Inibe a fosfodiesterase e aumenta os níveis de AMP cíclico, o que aumenta os níveis de epinefrina e inibe os níveis de histamina **Efeito farmacológico:** * Controla a contração reversível das vias respiratórias **Indicações clínicas:** (igual a cafeína) * Animais apáticos (+usado) * Melhorar a função cardíaca **Efeitos secundários:** * Reações alérgicas
102
Estimulantes bulbares
* Doxapram * Niquetamida Estimulam a respiração após: * Overdose * Choque
103
Doxapram
**Mecanismo de ação:** (Farmacodinamia) * Estimula a respiração por ação direta sobre o centro da respiração medular e por ativação dos quimiorecetores carotídeo e aórtico aumentando a sua sensibilidade ao CO2 * Aumenta transitoriamente a taxa respiratória e o consumo de oxigénio **Indicações terapêuticas:** * Emergências durante a cirurgia (serve para recuperar animais durante a cirurgia que façam depressão respiratória (têm níveis circulantes de CO2 maiores do que de O2), após cirurgia) * Decrescer a depressão respiratória causada por certos fármacos (opiáceos e barbitúricos) (são usados para tratar convulsões, ansiedade e agressividade; excesso da dose reverte-se com doxapram) * Ajuda a estimular a respiração nos animais recém-nascidos em partos distócicos ou em cesarianas **Farmacocinética:** * SC, IV, sublingual ou na veia umbilical (cesarianas) * Bem distribuído pelos tecidos, metabolizado no fígado e excretado por via urinária e bílis * Cavalo e animais de companhia (animais de valor económico) **Efeitos secundários:** * Doses elevadas podem provocar estimulação e excitação * Estes efeitos acontecem quando são utilizadas doses elevadas e repetidas de doxapram e são transitórias
104
Niquetamida
Derivado sintético da piridina (molécula original) **Mecanismo de ação:** * Estimula a atividade quimiorecetora nos corpos carotídeo e aórtico, os quais estimulam de forma reflexa os centros respiratórios vasomotor e vagal **Uso clínico** * Para estimular a respiração em casos de depressão excessiva do SNC, mas menos eficiente (o Doxapram é muito mais eficiente do que da Niquetamida) * Cães, gatos IM, IV, SC
105
Estimulantes medulares
Estricnina
106
Estricnina
**Mecanismo de ação:** * Age de forma indireta inibindo a neurotransmissão inibitória, o que resulta num aumento da atividade neuronal excitatória e consequente aumento excessivo de toda a atividade sensorial do SNC. (ao inibir a neuro transmissão inibitória favorece a excitação) * Em doses elevadas inibe a libertação do GABA * Provoca convulsões tónicas em todos os músculos do corpo, sendo essas convulsões desencadeadas por estímulos ambientais. (ruído, luz, qualquer estímulo externo num animal que ingeriu estricnina vai potenciar a excitabilidade – quadro convulsivo; pode causar morte por hiperexcitabilidade) -> Não é utilizada como agente terapêutico (não tem aplicação terapêutica em Med. Vet.) -> Assume grande importância toxicológica
107
Convulsão vs Epilepsia
**Convulsão**: súbita contração e relaxamento dos músculos involuntários. **Epilepsia**: grupo de desordens recorrentes caraterizada pela ocorrência de convulsões seguidas. * Descarga excessiva e desorganizada do SNC * Perda da consciência * Contrações musculares violentas * O animal cai * Relaxamento dos esfincteres (urina e defeca)
108
Neurotransmissores
Substâncias químicas sintetizadas pelas células nervosas utilizadas para comunicação entre elas Ação do tipo interruptor (liga/desliga)
109
Neurotransmissores do SNC
* **GABA** (inibitório) (ácido gama-aminobutírico) * se utilizar um 1 agonista dos recetores GABA, inibo convulsões * promove a entrada de Cl- para manter a carga negativa na célula * **Glutamato** (excitatório) * utilizo antagonistas (irreversível) dos recetores do glutamato -> inibo convulsões * promove o Ca+ a entrar na célula -> neurónio despolariza
110
Antiepiléticos ou anticonvulsivos
*** Têm a propriedade de suprimir totalmente ou de diminuir a frequência ou a gravidade das crises de epilepsia ou convulsões** (para tratar convulsões implica boa adesão à terapêutica por parte do proprietário e este tem de conhecer o benefício risco; estes fármacos têm um grande benefício risco, têm uma janela terapêutica estreita e estão associados a efeitos tóxicos) * **Dos fármacos disponíveis em medicina humana só alguns são eficazes em medicina veterinária** * **Cães e gatos** (muito usados) * **Os cães metabolizam muito rapidamente estes fármacos** * **A experiência clínica e a farmacocinética destes compostos não é totalmente conhecida no caso particular dos gatos** (os cães metabolizam muito depressa)
111
Objetivo da terapêutica na epilepsia
Suprimir as crises convulsivas sem impedir as funções motoras ou mentais
112
Mecanismo geral de ação dos fármacos anticonvulsivos
**Inibem:** * Inibir os canais de cálcio (importante para a manutenção do equilíbrio das trocas iónicas) * Excitação glutaminérgica (reduz a excitação e favorece a inibição) * Inibir a voltagem dependente dos canais de sódio (não deixar entrar o Na+) **Facilitam** a inibição gabaérgica (agonistas do GABA)
113
Fármacos anticonvulsivos: **Barbitúricos**
Med Vet – Fenobarbital – Pentobarbital Usados só na med. humana – Primidona – Metilfenobarbital – Barbexaclona – Metarbital
114
Fenobarbital
O + antigo dos antiepiléticos disponíveis e o derivado do ácido barbitúrico mais utilizado (molécula +indicada de acordo com as “guide lines”; não devemos usar na 1ª linha de ataque; +barato e extremamente eficaz no tratamento das convulsões) * Oxibarbitúrico (tem na sua molécula O2) * Convulsões parciais (localizadas; ex: apenas contração das pálpebras superiores) * Convulsões tónico-clónicas generalizadas e as parciais (conduzem o animal à inconsciência) * Utilização a longo prazo no controlo das convulsões, se for utilizado para controlar convulsões repentinas não é bem sucedido (não é de linha de ataque, só de manutenção) **Mecanismo de ação:** * Tem propriedades anticonvulsivas, e tem esta ação em doses muito inferiores às que são necessárias para causar depressão do SNC; * Ativa os canais de cloro ligados ao GABA provocando uma hiperpolarização dos neurónios; * Potencia os processos inibitórios mediados pelo GABA e reduz a transmissão excitatória induzida pelo glutamato * Suprime a geração de potenciais de ação repetitivos de alta frequência * Em concentrações elevadas bloqueia as correntes de cálcio **Farmacocinética:** * PO, IM, IV, ligado à albumina, não se distribui tão bem como os restantes barbitúricos * Metabolizado no fígado e autoinduz o metabolismo hepático * A sua administração provoca um aumento das concentrações séricas de enzimas hepáticas **Efeitos adversos** * Dose related * Sedação, polidpsia, poliúria, polifagia, ataxia, letargia, hepatotoxicidade (ALT e FA), diminuição dos níveis circulantes de hormonas da tiróide Fármaco de prescrição obrigatória (pq é estupefaciente e psicotrópico) * Monitorizar as concentrações séricas * Cão, gato e cavalo
115
Pentobarbital
* Oxibarbitúrico * Dose anticonvulsiva = dose anestésica, resulta em depressão cardiopulmonar e hipotermia (põe o animal a dormir o dia todo) * Alternativa às benzodiazepinas caso falhem no controlo do status epilético (a +usada é o diazepam na forma retal) * IV, albumina, altas concentrações no SNC (atravessa bem a barreira hematoencefálica) * Metabolização hepática P450 * Provoca depressão/excitação na recuperação da anestesia, hipotermia * Eutanásia - Pentobarbital sódico NOTA: o Fenobarbital e o Pentobarbital têm uma janela terapêutica muito estreita; a dose terapêutica está muito próxima da dose que causa efeitos adversos;
116
Primidona
* Primidon’t (lesão hepática) - muito perigoso * Deoxibarbitúrico * É metabolizada em fenobarbital e feniletilmalonamida * Mecanismo de ação semelhante ao fenobarbital * Pouco utilizado * Gatos dificuldade em metabolizarem - TÓXICA * Pouco absorvida após administração oral * Monitorizar concentrações séricas
117
Fármacos anticonvulsivos: **Derivados das hidantoínas**
**Fenitoína** - + importante Etotoína Ácido Aminovalérico (Difenil-hidantoína) Mefenitoína Fosfenitoína Associações de Fenitoína Associações de Mefenitoína
118
Fenitoína
(uso limitado e reduzido) * Derivado das hidantoínas **Mecanismo de ação:** * Estabiliza as membranas e limita o desenvolvimento e avanço das convulsões, porque bloqueia os canais de sódio * Reduz o influxo de Na+ durante o potencial de ação; reduz o influxo de Ca2+ durante a despolarização (mantém o neurónio negativo) **Aplicação terapêutica:** * Eficácia como anticonvulsivo em cães e gatos é nula, porque é rapidamente biotransformada (cães) e nos gatos a segurança é posta em causa – Semivida curta (não é totalmente segura; a FDA não autoriza o uso da fenitoína para animais de companhia; se for dado o tutor deve autorizar a administração) * Antiarrítmico Classe I (cavalos) - tratar taquiarritmias **Farmacocinética** * PO, albumina, metabolizada no fígado pelo P450
119
Fármacos anticonvulsivos: **Benzodiazepinas**
Midazolam Diazepam Clonazepam Clorazepato Lorazepam Oxazepam
120
Midazolam, Diazepam, Clonazepam, Lorazepam Mecanismo de ação
* Ligam-se ao GABA e aumentam a sua ação * Relaxam os músculos (põem o cão a dormir) (utilizados em animais de companhia para tratar convulsões)
121
Diazepam
**Indicações terapêuticas:** * Anticonvulsivo * Estimulante do apetite (em gatos) * Relaxante muscular **Farmacocinética:** * PO (gatos), IV (cães), IR (intraretal), mal IM (má absorção), metabolizado no fígado e excretado na urina * Lipossolúvel **Efeitos adversos:** * Alterações de comportamento * Gatos desenvolvem hepatotoxicidade severa fatal
122
Midazolam
**Indicações terapêuticas:** * + potente que o diazepam, mas ação + curta * Anticonvulsivo * Relaxante muscular **Farmacocinética:** * Tempo de semivida curto * IM e IV * Metabolização hepática e excreção urinária * Hidrossolúvel (atravessa menos a BHE) **Efeitos adversos:** * Depressão respiratória, vómitos, agitação, irritação local
123
Clonazepam
**Indicações terapêuticas:** * Anticonvulsivo * Estimulante do apetite (em gatos) * Relaxante muscular (Semelhante ao diazepam) **Farmacocinética:** * PO, IM, IV * Metabolização hepática e excreção urinária **Efeitos adversos:** * Tolerância após várias semanas de tratamento
124
Lorazepam
**Indicações terapêuticas:** * Convulsões em cães e em gatos **Farmacocinética:** * PO * Metabolização hepática e excreção urinária **Efeitos adversos:** * Aumento do apetite, excitabilidade, ansiedade
125
Um animal que entre em convulsão que opções de tratamento tem?
* Pentobarbital IV * Diazepam IR (intraretal – enema medicamentoso)
126
Clorazepato
* Convertido em nordiazepam no estômago * Efeito + longo (permite intervalos espaçados entre várias administrações) * Tratar convulsões e alterações do comportamento * Cães e gatos
127
Brometo de potássio (BrK: Br-, K+)
**Mecanismo de ação** * Entra no interior dos neurónios estabilizando as suas membranas * Barbitúricos e benzodiazepinas têm ação sinérgica com este composto **Indicações terapêuticas** * Tratar convulsões refratárias no cão que não responderam ao fenobarbital * Associado ao fenobarbital (para reduzir a dose do fenobarbital) **Farmacocinética** * PO, não é biotransformado, nem circula ligado às PP, eliminado em natureza (100% é eliminado em natureza e não circula ligado a PP, tendo assim uma biofase maior) * Administrar juntamente com a comida e comida com sal * Semivida longa 11 dias nos gatos; 46 dias nos cães * Monitorizar concentrações plasmáticas **Efeitos adversos** * Sedação transitória, irritação GI (vómitos, náuseas, constipação), polidipsia, poliúria. * Intoxicação pelo brometo (podemos ter toxicidade causada pelo brometo) * Não usar em gatos porque causa doença fatal pulmonar, a menos que os tutores concordem (os gatos podem morrer de insuficiência respiratória)
127
Fármacos anticonvulsivos: Derivados dos ácidos gordos
* Ácido valpróico * Valproato de sódio
128
Ácido valpróico e valproato de sódio (sal do ácido valproico)
* Eficaz no controlo das convulsões, mas o seu tempo de semivida é curto em cães * Ação em gatos não estudada * Adjuvante (fenobarbital) > [] de fenobarbital por inibição enzimática das enzimas que o degradam, permite reduzir a dose do fenobarbital **Mecanismo de ação:** * Estrutura química semelhante ao GABA, aumenta a [] de GABA, porque diminui o seu metabolismo e a sua recaptação neuronal (se temos muito GABA temos muita hiperpolarização; neurónios com carga negativa) **Farmacocinética:** * Valproato de sódio rapidamente convertido em ácido valpróico no pH estômago, bem distribuído, ligado à albumina, biotransformado no fígado e excretado na urina. **Efeitos adversos** * GI, hepatotoxicidade, vómitos, anorexia, diarreia que podem ser diminuídos se associado à comida * Sedação, ataxia e alterações de comportamento
129
Outros anticonvulsivos
Felbamato Gabapentina Levetiracetam Zonisamida Pregabalina Imepitoína (novo)
130
Gabapentina
* Aa, semelhante ao GABA, atravessa a BHE, mas não atua no recetor, supõe-se que bloqueia os canais de Ca2+ * Cães, gatos * cavalos (tratar dor) **Indicações terapêuticas** * Terapia adjuvante no controlo das convulsões e da dor crónica **Farmacocinética** * PO, metabolização hepática e excreção urinária **Efeitos adversos** * Sedação, ataxia, polifagia moderada, a paragem repentina na sua administração pode causar convulsões (necessário desmame)
131
Levetiracetam
**Mecanismo de ação** * Desconhecido **Farmacocinética** * PO, eliminado em natureza **Efeitos adversos** * Poucos, alterações no comportamento, GI (vómitos e diarreias) * Efeito de lua de mel, durante quatro meses não há convulsões de depois regressam
132
Felbamato
* Usado em cães refratários a outros tratamentos **Mecanismo de ação** * Bloqueio da ação excitatória **Farmacocinética** * PO, 70% excretado em natureza na urina o restante é metabolizado no fígado **Efeitos adversos** * Raros e não provoca sedação; controlar função hepática; no Homem causa anemias e hepatotoxicidade
133
Zonisamida
* Anticonvulsivo semelhante à sulfonamida * Molécula totalemnte sintética - sempre que se muda 1 radical, muda-se o efeito terapêutico **Mecanismo de ação** * potencia a ação do GABA **Farmacocinética** * PO, 80% excretado em natureza o restante é metabolizado no fígado **Efeitos adversos** * Letargia, anorexia e vómitos
134
Pregabalina
* Gabaérgica – ativa o GABA * Bloqueia os canais de sódio e de cálcio * Cão * Efeitos adversos: letargia, sedação
135
Imepitoína
* Agonista GABA * Ansiolítico * PO, extensivamente biotrasnformada, excretada nas fezes e urina
136
Terapêutica anticonvulsiva/antiepilética: Situação clínica determina a escolha do fármaco **Status Epilético**
* Pentobarbital * Diazepam * Propofol
137
Terapêutica anticonvulsiva/antiepilética: Situação clínica determina a escolha do fármaco **Terapia de manutenção**
Todos os outros
138
Terapêutica anticonvulsiva/antiepilética **Via de administração: Do que depende?**
Mais práticas na clínica: * IV, SC ou IM Mais práticas em casa (tutor): * PO ou Retal
139
Índice Terapêutico
IT = DL50 / ED50 * ↑ IT > ↑ segurança * se o IT=1, a DL50 é igual à ED50 pelo que quase não se pode usar o fármaco porque mata 50% e trata outros 50%; * quanto maior a diferença entre a DL50 e a ED50% mais seguro o fármaco é; * DL50 deve ser muito superior à ED50
140
Critérios para selecionar medicamento/medicamento veterinário
* Cascata * Eficácia (em ensaios clínicos) / efetividade (em ambiente real) (se é eficaz quando o animal está doente) * Segurança (risco) * Conveniência (adesão; administração; interações…) (adesão do proprietário à terapêutica) * Custo
141
Biodisponibilidade absoluta
significa que administramos o fármaco e que 100% chegou à circulação. Só se consegue atingir a biodisponibilidade absoluta se fizermos administrações **via IV**.
142
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS MEDICAMENTOS Administração tópica
* pele * mucosas **Vantagens:** * Pele: * Ação direta sobre as superfícies danificadas * Técnica fácil * Comodidade * Mucosas: * Área de absorção * Comodidade * Rapidez de desaparecimento dos efeitos **Desvantagens:** * Pele: * Ação escassa sobre as camadas profundas da pele * Pele lesionada pode ter efeitos sistémicos * Mucosas: * Aparelhos (nebulizador - mucosa respiratória)
143
Escolha da via de administração
Efeito terapêutico Caraterísticas do fármaco Idade do doente Tempo necessário para o início do efeito e duração do tratamento
144
Biodisponibilidade ou concentração no sangue (maior para menor)
Intravenosa > Intramuscular > Subcutânea > Oral
145
Características para fármaco ser bem absorvido
Não ionizados Lipossolúveis Pequena dimensão
146
INFLUÊNCIA DO PH NA ELIMINAÇÃO URINÁRIA DAS SUBSTÂNCIAS ACTIVAS
Alteração do pH urinário: quando queremos eliminar 1 fármaco **básico** podemos tornar a **urina ácida mais ácida** para fármaco ser excretado (Acidificação da urina) (fármaco fica ionizado reduzindo a sua reabsorção): * **Vit. C, ácido ascórbico, cloreto amónio** quando queremos eliminar 1 fármaco **ácido** podemos tornar a **urina mais básica** (Alcalinização da urina) (fármaco fica ionizado reduzindo a sua reabsorção): * **Bicarbonato**
147
O que acontece caso haja insuficiência renal?
Défice de excreção -> fármacos permanecem + tempo no organismo Reduzir a dose que se está a administrar!
148
O que acontece caso acidifique uma urina e o fármaco seja ácido?
Aumenta o tempo de permanência do fármaco no organismo, aumenta a toxicidade. Importante saber o pH da urina e do fármaco. Não sabendo 1 ou outro NUNCA acidificar ou basificar a urina (fazer antes fluidoterapia)
149
Compartimento – modelo matemático que explica a transferência de um fármaco
**Modelo de um compartimento** * Modelo no qual se administra um fármaco e este distribui-se uniformemente, da mesma forma por todo o organismo. * Todo o organismo comporta-se da mesma maneira. **Modelo de dois compartimento** * Modelo no qual se administra um fármaco e este distribui-se preferencialmente por alguns órgãos em função da afinidade, irrigação, caraterísticas da molécula ou caraterísticas do organismo. * Os órgãos mais irrigados são: cérebro, fígado, pulmões, coração. * O fármaco precisa de atravessar a BHE, ser lipossolúvel e ser pequeno para passar os capilares encefálicos. **Modelo de três compartimentos** * Modelo no qual se administra um fármaco e este tem afinidade para circular e entrar em vários tecidos fazendo um percurso. * Administra-se o fármaco, este fica na circulação depois vai para um compartimento depois volta à circulação e volta a outro compartimento. * Acontece com tóxicos, fármacos muito lipossolúveis e alguns anestésicos (ex: tiopental). * O primeiro compartimento é o sangue, o segundo compartimento pode ser o cérebro ou o músculo. No caso de ser o músculo deste volta à circulação e vai para o tecido adiposo. Mais tarde pode sair do tecido adiposo e entrar em circulação quando o animal perder massa corporal ou tiver uma atividade física intensa.
150
Como varia o clearance com a semivida?
São grandezas inversamente proporcionais. Quando aumenta um diminui o outro (se um fármaco é muito excretado significa que tem uma menor semi-vida)
151
Como varia o clearance com o VD?
São grandezas diretamente proporcionais (se excreta está a eliminar; só se elimina o que está em circulação sanguínea, portanto aumentar o clearance, aumenta o VD)
152
Porque razão se determina a concentração plasmática de um fármaco?
Porque as relações concentração resposta são menos variáveis do que as relações dose resposta.
153
Interação fármaco-recetor
* **Agonista natural** – fármacos que se ligam perfeitamente ao recetor, não são exatamente iguais às moléculas endógenas, mas conseguem ligar-se e desencadear uma resposta de 100%. Tem afinidade e atividade intrínseca * **Agonista modificado** – fármacos que se ligam a um recetor, não são exatamente iguais às moléculas endógenas, mas conseguem ligar-se e desencadear uma resposta só que inferior a 100%. Podem demoram mais tempo a desencadear uma resposta * **Antagonistas** – fármacos semelhantes em forma que se ligam a um recetor, mas a forma não é adequada para desencadear uma resposta, portanto não desencadeiam uma resposta. Impedem que as moléculas endógenas se liguem. Tem afinidade, mas não tem atividade intrínseca.
154
Exemplo: fármacos A, B, C, etc. têm, respetivamente, valores de KA=1 nM, KB=10 nM, KC=100 nM, se a ocupação de metade dos receptores é conseguida com 1 nM de A, 10 nM de B e 100 nM de C. Qual é o mais potente?
**A** porque usou menos quantidade para ocupar metade dos recetores
155
A mesma substância pode atuar de diferentes formas dependendo do tecido em que atua?
Sim Tem a ver com os recetores e varia tamém com o número de recetores
156
Antagonismo fisiológico
Fármacos com ações opostas tendem anular uma o efeito da outra. Ex: histamina atua sobre os recetores das células parietais da mucosa gástrica estimulando a secreção de ácido, enquanto o omeprazol bloqueia esse efeito ao inibir a bomba de protões.
157
Para que lado o Antagonismo competitivo desloca a curva D-R do agonista?
**DIREITA** Quando se administra um antagonista competitivo a um agonista, a resposta do agonista continua a ser a máxima, mas o facto de os dois estarem a competir pelos mesmos recetores a dose vai aumentar e a curva desloca-se para a **direita**. O agonista tem de ser competitivo para que a curva se desloque. Terapeuticamente não é bom porque é preciso mais dose para atingir o mesmo efeito
158
O que provoca um Antagonismo não competitivo?
decresce a eficácia do agonista -> reduz a resposta / efeito máximo do agonista (curva fica mais baixa)
159
O que significa quando Kd não coincide com EC50?
Significa que houve recetores a ficarem livres
160
Ações não mediadas por recetores- fármacos inespecíficos
(fármacos que não atuam em recetores) * Ações de natureza puramente física (diuréticos osmóticos, lubrificantes, adsorventes, demulcentes, sucralfato) * Ações de natureza química inespecífica (antiácidos) * Quelação (EDTA, penicilamina) * Incorporação em macromoléculas (metotrexato) * Radioisótopos e material radiopaco * Formação de anticorpos (vacinas)
161
Fármacos dirigidos a enzimas
Classificam-se como moduladores enzimáticos, podem ser inibidores ou ativadores/indutores (ex:): * **Inibidores da ciclooxigenase (AINES)** (na inflamação a ciclooxigenase é importante para converter os fosfolípidos de membrana em ácido araquidónico; AINES – anti-inflamatórios não esteroides) * **Inibidores da acetilcolinesterse (organofosforados)** (a acetilcolina liga-se a um recetor colinérgico, mas há uma enzima que a vai degradar, e se o fármaco for dirigido contra enzima, é um fármaco que atua na enzima e não num recetor; uma enzima não é um recetor)
162
Farmacovigilância
(sistema nacional que vigia os efeitos adversos associados à administração dos medicamentos) * Estudo dos efeitos adversos depois de lançados os fármacos no mercado * BOLETIM (notificamos a DGAV sobre os efeitos adversos)