Teste 2 - matéria (parte 1) Flashcards

FÁRMACOS COM AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO AUTACÓIDES E SEUS MODULADORES ANTI-INFLAMATÓRIOS E ANALGÉSICOS FÁRMACOLOGIA ENDÓCRINA FÁRMACOS DO SANGUE FÁRMACOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FÁRMACOS DIGESTIVOS (357 cards)

1
Q

Sistema nervoso somático

A

(voluntário)
* Enerva o músculo esquelético, controla as funções motoras do organismo
* Os axónios com origem na medula espinal libertam a acetilcolina na junção neuromuscular (organização)
* Nervos cranianos
* Nervos raquidianos
(acetilcolina é um neurotransmissor excitatório)

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2
Q

Sistema nervoso autónomo

A

(ou vegetativo; não depende da vontade da pessoa; tem autonomia intrínseca)
* Atua de forma integrada com o SNC, para regular as funções orgânicas (terminações nervosas que
vão chegar a cada um dos órgãos)

  • Sistema nervoso simpático (favorece a vida; fight or flight)
  • Sistema nervoso parassimpático (contraria as funções do simpático; rest and digest)
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3
Q

FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO

A
  • Regula as atividades do: coração, células secretoras e músculo liso
  • Estão envolvidos dois neurónios na transmissão (seja o SN simpático ou parassimpático)
    • 1º neurónio tem origem no SNC e faz sinapse com um gânglio fora do SNC
    • 2º neurónio enerva o tecido alvo (efetor)
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4
Q

Fármaco Parassimpaticomimético

A

copia as funções do SNParassimpático e liga-se aos seus recetores;

é um agonistas parassimpático (têm afinidade e atividade intrínseca) (mimético/mímica – cópia). Contrai a
pupila, estimula a salivação, reduz os batimentos cardíacos, contrai os brônquios, estimula a atividade do
estômago e do pâncreas, estimula a vesícula biliar, contrai a bexiga e promove a ereção.

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5
Q

Fármaco Simpaticomimético

A

copia as funções do SNSimpático e liga-se aos seus recetores; é um

agonista simpático. Dilata a pupila, inibe a salivação, acelera os batimentos cardíacos, relaxa os brônquios, inibe a atividade do estômago e do pâncreas, estimula a libertação de glicose pelo fígado, estimula a produção de adrenalina e noradrenalina, relaxa a bexiga e promove a ejaculação.

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6
Q

Fármaco Parassimpáticolítico

A

antagonista do SNParassimpático, mas ao mesmo tempo um
agonista do SNSimpático; (Simpaticomimético)

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7
Q

Fármaco Simpáticolítico

A

antagonista do SNSimpático, mas ao mesmo tempo um agonista do SNParassimpático; (Parassimpaticomimético)

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8
Q

SNA: quais os neurónios

A
  • Sistema nervoso simpático:
    • Neurónio pré-ganglionar
      • Origem na porção torácica e lombar da medula espinal e termina no gânglio para- ou pósvertebral, ou enerva diretamente a medula adrenal. Funcionalmente a medula adrenal funciona como um gânglio.
      • Libertam acetilcolina nos recetores nicotínicos dos neurónios pós-ganglionares ou na medula adrenal (neurotransmissor excitatório)
    • Neurónio pós-ganglionar
      • Origem no gânglio e enerva a célula efetora
      • Libertam noradrenalina/norepinefrina nos recetores adrenérgicos a e b do tecido efetor.
        • dopamina nos recetores D1 do tecido efetor.
        • acetilcolina nos recetores muscarínicos do tecido efetor.
  • Sistema nervoso parassimpático
    • Neurónios pré-ganglionares
      • Origem no mesencéfalo, medula cerebral, ou na porção sagrada da medula espinal. Terminam nos neurónios pós-ganglionares. As terminações dos neurónios pré-ganglionares e gânglios estão localizados dentro ou próximo da célula efetora.
      • Libertam acetilcolina nos recetores nicotínicos dos neurónios pós-ganglionares
    • Neurónios pós-ganglionares.
      • Enervam os tecidos
      • Libertam acetilcolina nos recetores muscarínicos na célula efetora.
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9
Q

NEUROTRANSMISSORES

A

Substâncias químicas libertadas no terminal pré-sináptico, que atravessam a fenda sináptica para estimular ou inibir a célula pós-sináptica

  • Existem dúzias de neurotransmissores nos neurónios
  • Os neurotransmissores podem ser excitatórios e inibitórios
  • Cada neurónio usualmente sintetiza e liberta um único tipo de neurotransmissor
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10
Q

Para que uma determinada substância seja o transmissor de uma sinapse específica é preciso que:

A
  • O neurónio pré-sináptico a contenha (em vesículas) e seja capaz de a sintetizar (deve possuir as enzimas específicas envolvidas na sua síntese ou deve possuir transportadores para a sua recaptação neuronal);
  • A substância deve ser libertada pelos neurónios pré-sinápticos em resposta à estimulação apropriada;
  • A aplicação da substância na membrana pós-sináptica deve mimetizar os efeitos da estimulação de neurónios pré-sinápticos (através de recetores específicos). (pode se usar fármacos que vão copiar os neurotransmissores)
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11
Q

NEUROTRANSMISSORES MAIS IMPORTANTES DO CORPO

A
  • Acetilcolina
  • Dopamina
  • GABA (ácido gama-aminobutírico)
  • Glutamato
  • Glicina
  • Norepinefrina
  • Serotonina
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12
Q

Acetilcolina

A

Neurotransmissor usado pelos neurónios da medula espinhal para controlar os músculos e por vários neurónios do cérebro para regular a memória. Na maioria das instâncias a acetilcolina é excitatória.

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13
Q

Dopamina

A

Neurotransmissor que produz sensação de prazer quando libertado pelo cérebro ao longo de todo o sistema. Tem múltiplas funções dependendo do local no cérebro onde atua. É normalmente inibitória.

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14
Q

GABA (ácido gama-aminobutírico)

A

O maior neurotransmissor inibitório no cérebro.

liga-se aos recetores de Cl-, abre os recetores e promove a entrada de Cl- → potencial negativo no interior do neurónio

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15
Q

Glutamato

A

O mais comum neurotransmissor excitatório no cérebro

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16
Q

Glicina

A

Neurotransmissor usado por vários neurónios na medula espinhal. Provavelmente quase sempre atua como neurotransmissor inibitório.

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17
Q

Norepinefrina

A

Atua como neurotransmissor ou como hormona. No sistema nervoso periférico, em resposta ao fight-or-flight. No cérebro atua como neurotransmissor regulando as funções normais do cérebro. É normalmente excitatória, mas é inibitória em algumas áreas cerebrais.

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18
Q

Serotonina

A

(hormona do prazer)
Neurotransmissor envolvido em muitas funções, incluindo humor, apetite e perceção sensorial. Na medula espinhal, é inibitória da dor

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19
Q

MECANISMO FISIOLÓGICO DA LIBERTAÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES

A

À medida que o potencial de ação circula, há alteração das cargas elétricas do neurónio, entra Na+, por repolarização entra Ca2+ (para compensar as cargas) que faz com que as vesiculas (contendo os neurotransmissores) circulem dentro do neurónio em direção à membrana, se fundam com a membrana, libertem os neurotransmissores e estes atuem nos recetores.

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20
Q

Recetores colinérgicos

A

(medeiam ação da acetilcolina):
* Recetores muscarínicos (metabotrópicos) (cogumelos)
* Recetores nicotínicos (tabaco)

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21
Q

Recetores muscarínicos

A

(Recetores metabotrópicos – acoplados à proteína G)

  • M1: Nos neurónios e medeiam o potencial pós-sináptico excitatório
  • M2: Coração a onde decrescem a sua excitabilidade
  • M3: Músculo liso, esfíncteres e glândulas secretoras
  • M4: SNC
  • M5: Nos neurónios dopaminérgicos do mesencéfalo (para aumentarem a libertação de dopamina), artérias e arteríolas cerebrais, vasos sanguíneos periféricos e linfócitos
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22
Q

Recetores nicotínicos

A
  • NM: No músculo na junção neuromuscular
  • NN: Nos neurónios do SNC e nos gânglios do SNA

Estes recetores fazem parte dos canais catiónicos não seletivos; a sua ativação conduz a abertura de canais que permitem a passagem de Na, K e Ca, mas predominantemente de Na, o que despolariza a membrana e permite de seguida a abertura dos canais de cálcio para aumentar o seu influxo.

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23
Q

Recetores adrenérgicos

A

medeiam a ação da epinefrina e da norepinefrina):
* Recetores α
* α1: Células efetoras pós-sinápticas (músculo liso vascular)
* α2: Terminações pré-sinápticas, plaquetas, adipócitos, músculo liso vascular
* Recetores β
* β1: Células efetoras pós-sinápticas, coração (~70%), adipócitos, cérebro, terminais présinápticos adrenérgicos e colinérgicos.
* β2: Células pós-sinápticas no músculo liso (brônquios, útero) e coração (~30%)
* β3: Células efetoras pós-sinápticas: adipócitos (++) e no miocárdio

Efeito:
α → norepinefrina > epinefrina > isoprenalina
β → isoprenalina > epinefrina > norepinefrina
(curva de agonistas; são todos seguros pois a inclinação das
curvas é igual; o que tem mais efeito é o que com menor dose
produzir o mesmo – isoprenalina – promove maior efeito)

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24
Q

Alguns efeitos mediados pelos adrenorecetores

A
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25
Alguns efeitos mediados pelos adrenorecetores
α1: * Vasoconstrição * Aumento da resistência periférica * Aumento da pressão arterial * Midríase * Maior fechamaneto interno da bexiga urinária α2: * Inibição da libertação da norepinefrina * Inibição da libertação de insulina β1: * Taquicardia * Aumento da lipólise * Aumento da contractibilidade do miocárdio * Aumento da libertação de renina β2: * Vasodilatação * Leve redução da resistência periférica * Broncodilatação * Aumento da glicogenólise hepática e muscular * Aumento da libertação de glucagónio * Relaxamento da musculatura uterina
26
Síntese da acetilcolina
**Colina + Ácido acético → Acetilcolina (Acetilcolinotransferase)** (se tivermos uma doença com excesso de acetilcolina, inibe-se esta enzima) **Acetilcolina → Colina + Ácido acético (Acetilcolinesterase)** (se tivermos uma doença com falta de acetilcolina, inibe-se esta enzima) Acetilcolina liga-se aos aas colinérgicos, nicotínicos e muscarínicos, liga-se ao recetor e quando é desligada é degradada pela acetilcolinesterase → colina e ácido acético são recaptados pelo neurónio pré-sináptico para voltar a sintetizar acetilcolina Ex: Veneno do escaravelho → atua na acetilcolinesterase → acetilcolina constantemente ligada
27
Potencial de membrana em repouso
carga negativa no interior e carga positiva no exterior O potencial de repouso é estabelecido quando a entrada de K e a sua saída são iguais
28
Porque entra o K para o interior da célula?
Porque as proteínas no interior têm carga negativa
29
Porque sai o K para o exterior da célula?
Porque existe > concentração de K no interior do que no exterior
30
Propagação de potenciais de ação nas células nervosas
* Em resposta a um **estímulo** os **canais de Na+ abrem** uns a seguir aos outros * O **Na+ entra** dentro dos axónios e em consequência o **K+ sai** para o exterior * A **despolarização** avança * Quando o potencial de ação atinge a terminação nervosa induz a **abertura de canais de Ca2+** dependentes da voltagem e ocorre a difusão deste ião para o axoplasma * As **vesículas da acetilcolina são atraídas para a membrana** do axónio despolarizado e **libertam a acetilcolina** contida nas mesmas na fenda sináptica * Por sua vez o **Ca2+ induz a libertação de ACh** * A ligação do neurotransmissor ao recetor abre na membrana pós-sináptica os canais de Ca2+ * Depois da neurotransmissão o **neurotransmissor é degradado enzimaticamente** e **retorna ao neurónio pré-sináptico** através de um transportador
31
O que desencadeia fisiologicamente a acetilcolina?
**SLUDGE** * S-salivação * L-lacrimejar * U-urinar * D-defecar * G-gastric motility (motilidade gástrica) * E-emesis (vomitar) (todos os fármacos que inibem a acetilcolinesterase são colinérgicos indiretos; não atuam no recetor, bloqueiam a enzima que degrada a acetilcolina; usado em inseticidas, parasiticidas...)
32
Como pode um fármaco interferir na neurotransmissão?
* No potencial de ação na fibra pré-sináptica * Na síntese do neurotransmissor (bloqueando a enzima acetilcolinotransferase) * No seu armazenamento * No seu metabolismo (bloqueando da enzima acetilcolinotransferase) * Na sua libertação (impedir a fusão das vesículas) * No seu reaproveitamento * Na sua degradação * No recetor (fármacos antagonistas de recetores não deixando que o neurotransmissor se ligue) (os fármacos podem atuar em qualquer uma das etapas da síntese do neurotransmissor)
33
A acetilcolina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * No potencial de ação na fibra pré-sináptica
* Variando a condutibilidade, na membrana do neurónio, através da alteração da condutância do Na+ * **Batracotoxina** * **Ciguatoxina** * **Graianotoxina** (venenos) * **MANTÉM OS CANAIS DE Na+ ABERTOS** * Estabilização das membranas * **Tetradotoxina** * **Saxitoxina** * **Maculotoxina** * **ENCERRAMENTO DOS CANAIS DE Na+**
34
A acetilcolina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Na síntese do neurotransmissor – acetilcolina
BLOQUEIO DA ACETILCOLINOTRANSFERASE: * **Iodoacetilcolina**, * **Bromoacetilcolina**, * **Cloroacetilcolina**, * **Quinonas**, * **Etilpiridina** BLOQUEIO DA SÍNTESE DE ACETILCOLINA PELA ADIÇÃO DE UM FALSO SUBSTRATO: * **Troxónio** e **Troxipirrólio** BLOQUEIO DA REENTRADA DA COLINA: * **Hemicolina**
35
A acetilcolina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Na sua libertação
BLOQUEIO DA EXOCITOSE DAS VESÍCULAS COM ACETILCOLINA, POR ADIÇÃO DE Mg (ANTAGÓNICO AO Ca2+): * **Toxina botulínica** FACILITAR A LIBERTAÇÃO DA ACETILCOLINA, ELEVANDO-A ACIMA DO VALOR FISIOLÓGICO: * **Oxotremorina** ELIMINAR AS RESERVAS DE ACETILCOLINA: * **Toxina da aranha viúva negra** e **beta-bungarotoxina** (veneno de cobras)
36
A acetilcolina pode ser ainda controlada ao nível sináptico * Na sua degradação
BLOQUEIO DA ACETILCOLINESTERASE: * **Organofosforados** (a acetilcolina não é degradada, logo, não há colina para ser recaptada para sintetizar acetilcolina)
37
A acetilcolina pode ser ainda controlada ao nível pós-sináptico * No recetor
* Agonistas da acetilcolina - **FÁRMACOS PARASSIMPATICOMIMÉTICOS** (copiam a ação da acetilcolina, tem capacidade de se ligar ao recetor, afinidade e atividade intrínseca) * Antagonistas competitivos da acetilcolina - **FÁRMACOS PARASSIMPATICOLITICOS** (ligam-se ao recetor da acetilcolina e não desencadeiam resposta fisiológica) Considerando que as ações do SNS e SNP são antagónicas os f. parassimpaticomiméticos têm o mesmo efeito que as substâncias simpaticolíticas (e vice-versa)
38
Agonistas colinérgicos
(copiam a ação da acetilcolina) Naturais: * **Acetilcolina** (fraca biodisponibilidade logo não tem aplicação clínica) * **Betanecol** * **Pilocarpina** * **Arecolina** * **Muscarina** (Amanita muscaria) Também há compostos de semi-síntese sem aplicação clínica
39
Acetilcolina
* Tal como o seu recetor é uma molécula **alifática**, isto é, não tem uma estrutura cíclica nem fixa, é flexível e reconhece vários recetores * É um **mau fármaco**, porque é **facilmente hidrolisável** e **pouco seletiva** no local de ação * **Aplicação tópica** para **contração da pupila** em cirurgia ocular
40
Acetilcolina
* Tal como o seu recetor é uma molécula **alifática**, isto é, não tem uma estrutura cíclica nem fixa, é flexível e reconhece vários recetores * É um **mau fármaco**, porque é **facilmente hidrolisável** e **pouco seletiva** no local de ação * **Aplicação tópica** para **contração da pupila** em cirurgia ocular
41
Betanecol
* Administração **SC** para tratar **distensão da bexiga** porque **aumenta a sua contratilidade**, em Animais de Companhia e **aumenta a motilidade GI** em Grandes Animais mas com eficácia questionável * **Poucos estudos** feitos em animais, doses resultam da extrapolação humana * **Efeitos adversos:** aumento da motilidade GI, desconforto abdominal e diarreia * Não administrar em suspeita de obstrução GI ou urinária (pois se houver obstrução, ao contrair pode ruturar) * **Pouco usado**
42
Pilocarpina
* Aplicação **tópica** para tratar **glaucoma** e **induzir miose** (contração da pupila, que favorece a redução da pressão intraocular; glaucoma – aumento da pressão intraocular devido à acumulação de líquido) * **Efeitos adversos:** irritação e inflamação da uvia * Repetição das doses ou sobredose pode ter efeitos sistémicos (vómitos, diarreia e hipersiália) * Produto armazenado no frio, prazo de validade curto * Administração a horas rigorosas senão não provoca efeito desejado
43
Agonistas colinérgicos indiretos
(favorecem a ação da acetilcolina nos recetores impedindo que a acetilcolina seja degradada – indiretos; bloqueiam a ação da acetilcolinesterase) **Fármacos anticolinesterase** → Bloqueio da acetilcolinesterase → Aumenta a concentração disponível de acetilcolina, sendo um maior nº de recetores ocupados → > resposta nicotínica e muscarínica (e temos SLUDGE) Bloqueiam a acetilcolinesterase por 3 mecanismos: - Inibição reversível por ligação ao sítio aniónico - Carbamilação da ACh no sítio ativos (reversível) - Fosforilação da ACh ligação covalente com efeito longo, irreversível, ex. organofosforados (ligações covalentes – mais estáveis) Tipos: * **Reversíveis** - substâncias naturais dos derivados dos CARBAMATOS; Usar com cuidado com outros Agonistas Colinérgicos * **Irreversíveis** (utilizados maioritariamente como inseticidas)
44
Agonistas colinérgicos indiretos reversíveis
* edrofónio, * neostigmina, * fisiostigmina
45
Edrofónio
Indicações e aplicação clínica * Ação curta * Diagnóstico de miastenia gravis (Anselmo Ralph) * Reverter ação do pancurónio RA/Efeitos laterais (EL) * Mínimos (ação curta) * Overdose: hipersiália, náuseas, vómitos e diarreia * Atropina Contra-indicações * Gatos são muito sensíveis * Potencia outros ACI
46
Neostigmina (Brometo de neostigmina)
Indicações e aplicação clínica * Tratamento de miastenia gravis * Antídoto intoxicação anticolinérgicos * Tratar retenção urinária pósoperatória pois > a contração do músculo liso * Ruminantes estimula motilidade ruminal e intestinal * Cavalos estimula motilidade intestinal, mas não estomacal RA/Efeitos laterais (EL): * Efeitos colinérgicos semelhantes à inibição da acetilcolinesterase: (SLUDGE) diarreias e aumento das secreções * A piridoestigmina (brometo de piridoestigmina) tem menos efeitos secundários Contra-indicações: * Não usar quado há obstrução intestinal, urinária, asma, broncoconstrição ou arritmias cardíacas
47
Fisiostigmina
(atravessa a BHE) Indicações e aplicação clínica * Tratamento de intoxicações por anticolinérgicos e de retenção urinária RA/Efeitos laterais (EL) * Efeitos colinérgicos semelhantes à inibição da acetilcolinesterase: (SLUDGE) Diarreias e aumento das secreções, miose, bradicardia, fraqueza muscular Contra-indicações * Não administrar com esteres da colina como o betanecol
48
Intoxicações por agonistas colinérgicos reversíveis. O que fazer?
* Regeneradores das colinesterases (administrar) * Só funcionam numa fase inicial do processo * **Diacetilmonoxina** e **Pridina Aldoximetilcloreto** * Atropina doses mais elevadas * NUNCA ADMINISTRAR LEITE NEM MORFINA - o 1º aumenta a absorção o 2º deprime o centro respiratório
49
Agonistas colinérgicos indiretos irreversíveis
* **Diflupinal** * **Pirofosfato de tetraetilo** * **Ecotiofato** Não são usados em Med. Vet: Inseticidas e pesticidas, matar insetos por exaustão devidos à excitação permanente; Efeitos laterais: Intoxicações * **Organofosforados**: * Malatião * Paratião * Mipatox Miastenia gravis, Doença de Alzheimer, Glaucoma ocular Efeitos laterais: Intoxicações
50
Antagonistas colinérgicos
* São antagonistas competitivos da acetilcolina e dos compostos parassimpaticomiméticos, atuam nos recetores pós-ganglionares do Sistema Nervoso Parassimpático – **PARASSIMPATICOLÍTICOS** (ou simpaticomimético) (atuam na contração muscular) * Atuam nos recetores muscarínicos * Antagonistas competitivos reversíveis (se for adicionado maior quantidade de acetilcolina consegue-se reverter o seu efeito pois é reversível, porque quem tem maior capacidade de se ligar ao recetor é a acetilcolina)
51
Antagonistas colinérgicos Compostos
Compostos naturais: * Atropina * Escopolamina (Hiosciamina) Compostos de semi-síntese: * Butilescopolamina Compostos de síntese: * Ciclopentolato * Glicopirrolato * Propantelina * Tropicamida
52
Atropina
antagonista colinérgico do tipo muscarínico (recetores muscarínicos) Indicações e aplicação clínica * Adjuvante da anestesia ou em procedimentos que aumentem a frequência cardíaca e reduzam as secreções GI (salivar), respiratórias e a frequência respiratória * Contraria a estimulação vagal * Antídoto de intoxicação por organofosforados e por cogumelos RA/Efeitos laterais (EL) * Ílio paralítico * Constipação * Taquicardia * Retenção urinária * Xerostomia * Cabras e coelhos são resistentes porque comem a beladona (planta) Contra-indicações * Não usar em doentes com glaucoma, ílio paralítico, taquicardia * Administração sempre via parentérica nunca oral! Interações * Não misturar com soluções alcalinas (ex: bicarbonato)
53
Escopolamina = Hioscina
Indicações e aplicação clínica * Ação anti-emética para reduzir o vómito associado ao transporte e algumas doenças GI RA/Efeitos laterais (EL) * Xerostomia (boca seca), * ílio paralítico, * Constipação, * Taquicardia Contra-indicações * Não usar em doentes com glaucoma, ílio paralítico, taquicardia Interações * Não misturar com soluções alcalinas (ex: bicarbonato)
54
Propantelina
Indicações e aplicação clínica * Reduz a contração da ms. lisa e as secreções do TGI * Trata bradicardia e bloqueio cardíaco * Pouca evidência científica (não muito usada em vet) RA/Efeitos laterais (EL) * Ílio paralítico * Retenção urinária * Xerostomia Interações * Interfere com a metoclopramida (agonista dos recetores de serotonina usada para tratar vómitos)
55
Curare
antagonista colinérgico do tipo nicotínico (recetores nicotínicos)
56
Recetores nicotínicos: funções
Fibras musculares esqueléticas Abertura de canais de Na+ (despolarização) (constante)
57
Recetores muscarínicos: funções
Fibras musculares cardíacas Abertura de canais de K+ (hiperpolarização) Fibras musculares lisas
58
Butilescopolamina
Utilizado em cólicas em cavalos e animais de companhia Indicações e aplicação clínica * Tratar dor, espasmolítico, reduz espasmos dolorosos dos órgãos abdominais e pélvicos (ex: cólicas) * Ação no músculo liso RA/Efeitos laterais (EL) * Aumento da frequência cardíaca, decréscimo das secreções, mucosas secas Contra-indicações * Decresce a motilidade intestinal Interações * Antagoniza fármacos colinérgicos
59
Glicopirrolato
Indicações e aplicação clínica * Inibir efeitos vagais e aumentar a frequência cardíaca * Adjuvante anestésico RA/Efeitos laterais (EL) * Xerostomia, ílio paralítico, constipação, taquicardia, retenção urinária Contra-indicações * Não usar em doentes com glaucoma, ílio paralítico, gastroparesis e taquicardia Interações * Não há reportadas
60
Tropicamida e ciclopentolato
Indicações e aplicação clínica * Após a remoção cirúrgica de cataratas, como profilático para reduzir sinequias * Efeito + rápido que a atropina RA/Efeitos laterais (EL) * Ciclopentolato demora + a fazer efeito em olhos escuros * Tropicamida não é afetada pela cor do olho Contra-indicações Interações
61
FARMACOLOGIA DA TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA - SNSimpático
No SN Simpático o neurotransmissor presente no terminal pós-ganglionar é a **noradrenalina** (catecolamina) e a **adrenalina** (o SNSimpático dilata a pupila, dilata os brônquios, aumenta a frequência cardíaca, vasoconstrição, relaxa o TGI, relaxa a bexiga, relaxa o útero; tudo a favor da vida)
62
Síntese da noradrenalina e da adrenalina
* A partir da Fenilalanina é sintetizada a Dopamina, Norepinefrina e a Epinefrina * A síntese é citoplasmática: * Fenilalanina → Tirosina → DOPA → Dopamina → Norepinefrina → Epinefrina * Ficam acumuladas em vesículas
63
Síntese da noradrenalina e da adrenalina
* A partir da **Fenilalanina** é sintetizada a Dopamina, Norepinefrina e a Epinefrina * A síntese é **citoplasmática**: * Fenilalanina → Tirosina → DOPA → Dopamina → Norepinefrina → Epinefrina * Ficam acumuladas em vesículas * **Gl. Adrenal** - sintetiza epinefrina que atua como neurotransmissor; * A **dopamina** tem uma estrutura próxima do **neurotransmissor** podendo funcionar como tal. * **Liberação da noradrenalina:** a despolarização da membrana da terminação nervosa abre canais de Ca2+ na membrana, e a consequente entrada de Ca2+ promove a fusão e o esvaziamento das vesículas sinápticas.
64
Como é controlada a libertação de noradrenalina?
* Feed-back negativo (quando as concentrações são baixas dentro das vesículas, produz-se e circula para se libertar; quando as concentrações são altas dentro das vesículas, à menos libertação)
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Degradação das catecolaminas
* A ação da noradrenalina libertada termina quando ocorre captura do transmissor nas terminações nervosas noradrenérgicas. A **adrenalina** e a **noradrenalina** circulantes são **degradadas enzimaticamente**, porém muito mais lentamente do que a acetilcolina, porque a acetilcolinesterase localizada na sinapse inativa o neurotransmissor em milissegundos. As 2 enzimas principais que metabolizam as catecolaminas estão localizadas **intracelularmente**, por isso a captação pelas células precede a sua degradação metabólica. * As catecolaminas endógenas e exógenas são metabolizadas principalmente por 2 enzimas: a **monoaminooxidase (MAO)** e a **catecol-O-metil transferase (COMT)**. * A MAO está no interior das células, ligada à membrana externa das mitocôndrias. * A COMT está ausente nos neurónios noradrenérgicos, mas encontra-se na medula da supra-renal e em muitas outras células e tecidos.
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Como podemos controlar farmacologicamente a noradrenalina ao nível pré-sináptico?
Pode-se usar fármacos que inibem a MAO e todas as enzimas que intervêm na síntese das catecolaminas.
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A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico
* Interferência na síntese do mediador * Bloqueio da captação do mediador (captação de novo para ser degradada pelas células) * Variação na excitabilidade da membrana neuronal (importante para a entrada de Ca2+ e depois as vesiculas de fundirem) * Na alteração na libertação do mediador (mediador=neurotransmissor) * Bloqueio na metabolização do mediador (das enzimas MAO e COMT)
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A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Interferência na síntese dos mediadores
uso de falsos substratos que bloqueiam a enzima (falsos substratos – são antimetabolitos; a enzima pega nele e trabalha com ele ficando bloqueada) * Segunda hidroxilação: **alfa-metil-tirosina** (inibe a 2ª enzima: tirosina hidroxilase) * Descarboxilação: **alfa-metil-dopa** (inibe a 3ª enzima: DOPA descarboxilase) * Terceira hidroxilação: **sulfiran** (inibe a 4ª enzima: dopamina hidroxilase)
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A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Bloqueio do armazenamento da dopamina
impede a acumulação nas vesículas * **RESERPINA** * **RESCINAMINA**
70
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Bloqueio da condutibilidade na membrana do neurónio
conseguido pela alteração na condutância do Na+ (despolarização ou hiperpolarização permanente) * Impossibilita a síntese da noradrenalina (tudo aquilo que interfere mantendo o canal aberto ou não o deixando fechar)
71
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Alteração da libertação do mediador
> ou < a libertação de NOR por onda de despolarização: * **Fármacos excitatórios** (facilitam a libertação de NOR) – **Anfetaminas** (estimulantes corticais) * **Fármacos inibitórios** (indicam que não é necessário libertar NOR) – **Xilazina** (usado para anestesiar)
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A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Bloqueio da metabolização da noradrenalina depois de ser utilizada
**Iproniazida** (iMAO) (bloqueia a MAO)
73
A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Bloqueio do transporte ativo da noradrenalina para dentro do terminal
**Cocaína** e **Imipramina**
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A noradrenalina pode ser assim controlada ao nível pré-sináptico * Bloqueio do transporte ativo da noradrenalina para dentro do terminal
**Cocaína** e **Imipramina**
75
Como é feito o controlo farmacológico da noradrenalina a nível dos recetores pós-sinápticos?
* Fármacos simpaticomiméticos (agonistas) * Fármacos simpaticolíticos (antagonistas)
76
Simpaticomiméticos f. agonistas da noradrenalina
* **Catecolaminas**: * Epinefrina, * Norepinefrina, * Dopamina, * Isoproterenol * **Não catecolaminas**: * Fenilefrina, * Dobutamina (a Dobutamina e a Dopamina são isómeros) * Fenilpropanolamina, * Albuterol * Isoxsuprina, * Terbutalina * Zilpaterol
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Epinefrina, Norepinefrina, Dopamina Farmacocinética
* Inalação * PO - metabolizadas por oxidação e conjugação * SC - fazem vasoconstrição (ficamos reduzidos a administração IV)
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Afinidade dos recetores α e β
α→ norepinefrina > epinefrina > Isoprenalina β→ Isoprenalina > epinefrina > norepinefrina
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Epinefrina
Uso terapêutico: * Reduz o **broncoespasmo** * Trata reações de **hipersensibilidade** e **choque anafilático** nas quais há broncoespasmos * Ao reduzir o fluxo sanguíneo cutâneo serve para **prolongar o efeito da anestesia local** * Aplicada topicamente **controla a hemorragia** localizada * **Reduz a pressão intraocular** no glaucoma de angulo aberto * **Restaura a função cardíaca** quando há paragem cardiovascular Efeitos adversos: * Ansiedade * Medo * Hemorragia cerebral * Arritmias cardíacas
80
Norepinefrina
Sem aplicação terapêutica e sem efeitos adversos
81
Dopamina
Uso terapêutico: * **Choque cardiogénico** – atua nos recetores beta 1 (que aumentam a frequência de contração do coração, a automatização, o ritmo, a contratilidade...) * **Cronotropo positivo** * **Choque séptico** * **Insuficiência cardíaca aguda** (ICA) Efeitos adversos: * Taquicardia e arritmia ventricular * Idênticas à anterior, mas mais rápidas por ser rapidamente metabolizada
82
Isoproterenol
Mecanismo de ação: * Estimula os recetores Beta (1 e 2), pouco efeito nos recetores alfa * **Aumenta a frequência**, a contratilidade a condutância do coração * **Relaxa a musculatura lisa** dos brônquios Indicações terapêuticas: * Quando necessária a pronta estimulação do coração (inotropo e cronotropo) * Aliviar broncoespasmo agudo Administração: * IV ou inalatória Efeitos adversos: * Taquicardia e taquiarritmias (é sempre o exagero do efeito terapêutico)
83
Fenilefrina
**Alfa 1**; **contração ms lisa dos vasos**, induz vasoconstrição **Aplicação tópica** para constrição de vasos periféricos Cirurgia para **aumentar pressão sanguíne**a **Descongestionante nasal**, uso **oftálmico**
84
Dobutamina
**Beta 1 e 2**; ICA, pq tem efeito inotropo sem aumentar a frequência cardíaca. Tratamentos curtos, **IV**, **semivida rápida** (rapidamente biotransformada)
85
Fenilpropanolamina
**Alfa e beta**; **descongestionante** nasal, **broncodilatador** moderado, aumenta a contração do esfíncter uretral, tratar priapismo no cão. **PO** (adm. em animais que tem incontinência urinária)
86
Albuterol
**Beta 2**; **relaxa a ms lisa** dos brônquios, inibe a libertação dos mediadores da inflamação dos mastócitos. (adm. no caso de alergia; fazem bronquioconstrição) Cavalos inalação
87
Isoxsuprina
Beta 2, **vasodilatador** que relaxa os vasos sanguíneos dos dígitos do cavalo. Tratar **laminites**.
88
Terbutalina
**Beta 2**. **Broncodilatador**, inibe a libertação dos mediadores da inflamação dos mastócitos. Cavalos **IV**; cão e gato **PO e SC** (usado em animais com alergias)
89
Zilpaterol
**Beta 2**. Semelhante à norepinefrina. Promotor de crescimento e melhorar eficácia alimentar. Bovinos (não se pode usar, é proibido)
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Simpaticolíticos-f. antagonistas da norepinefrina
(antagonista do SNSimpático = agonista da acetilcolina = Parasimpaticomimético; agonista tem afinidade e atividade intrínseca; antagonista apenas tem afinidade) Bloqueadores adrenérgicos alfa 1 e alfa 2 (reverter os efeitos da anestesia): * Fenoxibenzamina, * prazosin, * fentolamina, * Ioimbina, * atipamizole Bloqueadores adrenérgicos beta 1 e beta 2: * Propranolol, * atenolol, * metoprolol, * esmolol, * sotalol
91
Fenoxibenzamina
**a-1 e 2** no ms liso, relaxa-o. **Ligação covalente** (com o recetor; duração de ação prolongada, ligação +estável). Trata **vasoconstrição periférica**. **Relaxa a ms lisa uretral**, tratando espasmos uretrais. Tratar **laminites**, pq aumenta a perfusão vascular. Cães e gatos **PO**, cavalos **IV**.
92
Prazosin
**a-1**, **vasodilatador**, semelhante a fenoxibenzamina. Cão e gatos **PO**. Cavalos experimental
93
Fentolamina
**a-1 e 2**, **vasodilatador**, tratar **hipertensão aguda**. Cão e gato **IV**
94
Loimbina
**a-2**, antagonista de fármacos agonistas a-2 como xilazina e detomidina, medetomidina, **IV**, **IM**, **SC**
95
Atipamizole
**a-2**, antagonista de fármacos agonistas a-2 como xilazina e dexmedetomidina. Os animais recuperam a sedação em 5-10 min. **IV**.
96
Propranolol
**b-1 e 2**, lipofílico, sofre efeito da 1ª passagem. Usado para **decrescer a frequência cardíaca**. **IV e PO** (lipofílico, por PO é bem absorvido no intestino; é +eficaz adm. IV porque PO há decréscimo da biodisponibilidade)
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Atenolol
**b-1**, dos + usados em cão e gato, como **antiarrítmico**, ou outras condições em que é necessário diminuir o ritmo sinusal. **PO**
98
Metoprolol
**b-1**, lipofílico, sofre efeito da 1ª passagem, **controlar taquiarritmias**, controlar frequência ventricular, decréscimo da condução AV e SA. **PO**
99
Esmolol
**b-1**. **Semi-vida muito curta** (metabolizado pelos eritrócitos - estearases) Controlo rápidos de hipertensão e taquiarritmias. **IV** (no caso de urgências)
100
Sotalol
**b-1 e 2**, controlar **arritmias** ventriculares. **PO**
101
Agonistas ganglionares nicotínicos
**Nicotina** e **agentes idênticos à nicotina** * Só têm interesse terapêutico os agentes idênticos à nicotina como antiparasitários. (ligam-se aos recetores da acetilcolina, o parasita contrai fica com espasmos e não consegue se agarrar tão bem à mucosa intestinal)
102
FUNÇÃO DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO * Sistema nervoso somático: (voluntário)
* Enerva o **músculo esquelético**, controla as **funções motoras** do organismo * Os axónios com origem na medula espinal libertam a acetilcolina na junção neuromuscular (organização) * Nervos cranianos * Nervos raquidianos (acetilcolina é um neurotransmissor excitatório)
103
Bloqueadores neuromusculares
* **Despolarizantes** (despolarizam o neurónio) * **Succinilcolina** (sem aplicação med vet) * **Não despolarizantes** (bloqueadores competitivos) (não despolarizam o neurónio) * **Pancurónio**, **Atracurio** (Derivados do amónio quaternário) Uso terapêutico: * **Relaxamento muscular** o que facilita a cirurgia e permite reduzir a dose do anestésico * **Facilitam a entubação** endotraqueal * Reverter ação com inibidores reversíveis da colinesterase (agonistas colinérgicos indiretos) como neostigmina e edrofónio
104
AUTACÓIDES: o que são
(substância endógenas (própria do organismo) que atuam como hormonas) * **RESPONSÁVEIS PELA HOMEOSTASIA** * **Área localizada** (síntese e ação) (secretados numa área específica; ex: ácido clorídrico produzido no estômago devido a recetores de histamina nas células parietais responsáveis pela produção) * **Resposta ao trauma** (fisiológica ou fisiopatológica) (Ex: inchaço de alguma pancada) * **Não são hormonas** circulantes, **mas atuam como tal** (funções semelhantes; atuam por mecanismos de feedback, liga/desliga) * **Semivida curta** e rapidamente degradados Ex de modulador deos autacóides: anti-histamínicos
105
FUNÇÃO DOS AUTACÓIDES
* Modulação **processos secretores** (histamina e secreção gástrica) * Modulação **fluxo sanguíneo** em certos tecidos (vasodilatação) * Modulação da ação do **músculo liso** (bronquiodilatação e bronquioconstrição associado a alergia) * Importante na **alergia** (picadas de insetos e medicamentos), na inflamação e na dor
106
CLASSE DOS AUTACÓIDES
* **Aminas biogénicas**: Histamina e Serotonina * **Autacóides derivados dos lípidos**: * Eicosanóides: * PG (prostaglandinas) * LTS (leucotrienos) * TXS (tromboxanos) * Ativadores das plaquetas * **Peptídeos biogénicos**: Bradiquinia e Angiotensina
107
Histamina * Agonistas
(ligam-se aos recetores da histamina) * **2-metilhistamina** (protótipo de agonista H1) * **4-metilhistamina** e **impromidina** (protótipos de agonista H2)
108
Histamina - Biosíntese
Histidina da dieta → Histamina (L-histidina descarboxilase) (histidina é um a.a. presente na alimentação; histamina acumula-se preferencialmente nos mastócitos)
109
Histamina Biotransformação
Histamina → N-metilhistamina (50%) (N-metiltranferase da histamina) Histamina → Ácido imidazoleacético (25%) (Histaminase) (os restantes 25% sai sobre a forma não biotranformada)
110
Histamina Armazenamento e distribuição
Bem distribuída nos tecidos, a sua síntese e [ ] varia entre tecidos: * **Pulmões, pele e mucosa gástrica** (reações alérgicas respiratórias e cutâneas) libertação de histamina pelos mastócitos (pele e pulmões) * **Alimento e estimulação vagal** - libertação de histamina das células enterocromafins, que iniciam a secreção de HCl - Estomago * **Mastócitos** armazenam a histamina em associação com a heparina, a sua síntese nos mastócitos é pequena * **SNC** - o hipotálamo contém histamina (neurotransmissor); * Venenos e insetos contém histamina; * No **alimento** é digerida no intestino, logo sem importância.
111
Histamina - Mecanismos de libertação
* **Danos físicos** (frio, calor, trauma) → rompem os mastócitos * **Libertação mediada pelo sistema imunitário** (IgE desgranulam os mastócitos e há libertação) * **Medicamentos** (morfina, polimixina, penicilina) (mastócitos desgranulam, fazem edema da glote e vasoconstrição dos bronquíolos e causam asfixia) * **Picadas de animais e plantas** libertam histamina e causam dor e eritema
112
Hipersensibilidade do tipo I
No mastócito aos recetores de IgE liga-se a IgE, o mastócito tem no seu citoplasma grânulos que que a histamina está ligada ao sulfato de heparina e ao sulfato de condroítina, o mastócito rebenta e a histamina entra em circulação.
113
Recetores para a histamina
(metabotrópicos porque utilizam fosfatoinositol e AMPc como mecanismo para o recetor; são semelhantes aos recetores da glicoproteína P) * **H1** - **Medeiam contração ms. lisa** (↑Ca2+ e ativação da proteína quinase C; bronquíolos e intestinos); **vasodilação** (artérias e veias); **permeabilidade capilar** (endotélio) e **prurido** (Quando a histamina se liga a um recetor H1, é agonista, pois promove a contração da musculatura lisa porque há da [ ] de Ca2+ e a ativação da proteína quinase C) (Se adm. um anti-histamínico H1 os bronquíolos dilatam (favorece as trocas respiratórias), há vasoconstrição e diminui o prurido); * **H2** - Secreção gástrica ácida e vasodilatação (recetores H2 no estômago; promove a digestão) (Se adm. um anti-histamínico H2 diminui a digestão e há vasoconstrição) * **H3** - Localização pré-sináptica nos neurónios, medeiam libertação neurotransmissores * **H4** - Mastócitos, basófilos e eosinófilos
114
Histamina * Efeitos farmacológicos
* **Aparelho cardiovascular** (↑ contratilidade do ❤️, hipotensão por diminuição da resistência periférica, dilatação das arteríolas, capilares e vénulas; ↑ permeabilidade capilar - edemas) * **Aparelho respiratório** (contração da ms. lisa H1; exceção gatos) * **Tecidos glandulares** (ação nos recetores H2 (c. parietais) - secreção de HCl e pepsina; ↑ secreção de catecolaminas pela medula adrenal; estimula a secreção salivar) * **Tecido intradérmico** (picada de inseto: vermelhidão; edema/calor; dor) (A injeção ID de histamina produz a tripla resposta de Lewis: vermelhidão, pápula, vasodilatação)
115
Histamina * Indicações terapêuticas
A histamina não tem indicações terapêuticas (há à venda compostos:) **Betazole** - análogo da histamina, agonista dos recetores H2, aumenta a secreção gástrica ácida (não tem relevância farmacológica) **Fosfato de histamina** - menos utilizado; utilizado para diagnóstico (testar a secreção gástrica); tem muitos efeitos laterais. (se suspeitamos que o animal não consegue produzir HCl, podemos adm. fosfato de histamina e depois medir a produção de HCl e se o animal aumentar a produção de HCl significa que não está a produzir histamina, tem deficiência na síntese de histamina; Se não continuar a produzir é pq não há recetores da histamina) **Pentagastrina** (ex. de um nome comercial de um composto semelhante ao betazol)
116
FÁRMACOS ANTIHISTAMÍNICOS
* Para os recetores H1 e H2; * Os anti-histamínicos H3 não têm aplicação terapêutica; * Os 1ºs a serem utilizados foram os H1, referidos como antihistamínicos clássicos * Eram classificados como antagonistas competitivos dos recetores da histamina, atualmente como agonistas inversos
117
Antihistamínicos H1 Fármacos
* **Antihistamínicos de 1ª geração** (são os +antigos) * Difenidramina, * dimenidrato, * hidroxizina, * clorfeniramina, * meclizina, * prometazina, * ciproheptadina, * pirilamina * **Antihistamínicos de 2ª geração** (são os +recentes) * Loratidina, * cetirizina, * fexofenadina
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Antihistamínicos 1ª de geração Caraterísticas farmacocinéticas
Fármacos não ionizados a pH fisiológico, atravessam a barreira HE, sedação (não são tão bons pois atravessam facilmente as barreiras principalmente a BHE causando sonolência)
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Antihistamínicos de 2ª geração Caraterísticas farmacocinéticas
Fármacos ionizados a pH fisiológico, não atravessam a barreira HE, não causam sedação (por isso são os melhores)
120
Antihistamínicos H1 Efeito
– Relaxam o ms. liso contraído nos bronquíolos e no intestino – Inibem a vasodilatação periférica, assim contrariam a formação de edemas – Inibem a sensação de picada (inibem a tripla resposta de Lewis) - não tem efeitos adversos
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Antihistamínicos H1 Indicações terapêuticas
* Urticária e prurido * Reações alérgicas aos medicamentos * Anafiláxia (idiopática) * Prevenir o enjoo associado aos transportes (difenidramina, dimenidrato, meclizina) * Indução de sedação (prometazina e difenidramina) * ++ seguros que corticoesteróiddes (tem menos efeitos secundários)
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Farmacocinética H1 - 1ª Geração
* **Não há dados para os animais** (nunca foram feitos estudos em animais - são muito caros) * Informação proveniente de medicina humana - Bem absorvidos por via oral - Boa distribuição e ligados às proteínas plasmáticas (>=60%) - Biotransformação hepática citocromo p450 (no RER onde se encontra o citocromo p450) - Excreção maioritariamente na urina
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Farmacocinética H1 - 2ª Geração
Os da 1ª geração + * Excreção as fezes
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Antihistamínicos H1 Reações adversas
* Depressão do SNC (letargia, sonolência, ataxia); diminuem com o tempo (por haver ligeira habituação) * Boca seca, retenção urinária (i.e. efeitos antimuscarínicos); cuidado com o glaucoma * Alergia (reações de hipersensibilidade) * Tolerância * Em doses elevadas estimulação do SNC (ex. pirilamina em cavalos)
125
Antihistamínicos H2 Características
* São inibidores da secreção gástrica * Competem com a histamina pela sua ligação aos recetores H2 das células parietais, diminuindo assim a secreção de HCl * **CIMETIDINA**; **RANITIDINA**, **FAMOTIDINA**
126
Antihistamínicos H2 Indicações terapêuticas
* Tratamento de **úlceras** gástricas, duodenais e abomasais * Não é muito utilizado em vet mas quando é utilizado é sempre com recurso à cascata Em situações em que a produção de HCl está associada a erosões e úlceras gástricas – gastrites – deve-se administrar um anti-histamínico H2 porque este vai ligar-se ao recetor e atuar como agonista inverso, ou seja, não vai haver AMPc nem excreção de H+ e por sua vez de HCl pelo que se resolve a sintomatologia.
127
Antihistamínicos H2 Farmacocinética
* **Bem absorvidas** quando administradas por via oral * Distribuição **ligadas às PP** * **Metabolização hepática** (P450) * **Excretadas pelos rins**
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Antihistamínicos H2 Reações adversas
(poucas em Med. Vet) * **Pouco comuns** quando administradas nas doses recomendadas * No homem tem um efeito antiandrogénico com a possibilidade de ocorrer ginecomastia (cimetidina) (crescimento das mamas) * A cimetidina inibe as enzimas do CP450, podendo reduzir a biotransformação de outros fármacos. (A cimetidina é +usada por existir em apresentações comerciais compatíveis com a adm. a animais, porém é um inibidor da biotransformação de fármacos a nível hepático pelo que não se deve adm. fármacos de inibição da secreção gástrica misturados com outros fármacos sendo que a maior parte é biotransformada no fígado exceto os eliminados em natureza)
129
Inibidores da libertação da histamina
* **Cromolina de sódio** (Inibidor da desgranulação dos mastócitos, não é um anti-histamínico) – Hiperpolariza os mastócitos, por abertura dos canais de Cl-, impedindo que estes libertem a histamina (entra Cl- e a hiperpolarização impede a desgranulação) – Não inibe os recetores H1 e H2, abre os canais de cloro – Indicada para o tratamento: * Reações alérgicas nasais e pulmonares * Não absorvida por via oral * Utilizada profilaticamente (preventivamente) * Nebulizações em equinos com máscara * A 4% tópica serve para tratar conjuntivites
130
Serotonina * Biosíntese
Triptofano → 5-hidroxitriptofano → Serotonina (Hidroxilase do triptofano) (Descarboxilase do ácido L-aromático)
131
Serotonina Armazenamento
* SNC (síntese e armazenamento, pensa-se que atue como neurotransmissor) * TGI (sintetizada pelas células enterocromafins) (motilidade intestinal – peristaltismo de propulsão) * Sangue e plaquetas (transportam e armazenam) * Venenos * Plaquetas
132
Serotonina Catabolismo
Serotonina → 5-hidroxiindoleacetaldeído → ácido 5-hidroindoacético (monoaminaoxidase) (reação de oxidação)
133
Serotonina Recetores
Conhecidos pela sigla 5-HT, e há do 1 ao 7
134
Funções da serotonina
Controlo da motilidade intestinal, temperatura corporal, sono, agressão, funções endócrinas
135
Serotonina Efeitos farmacológicos
- Pode provocar vasoconstrição ou vasodilatação (depende do recetor envolvido) - A serotonina não tem efeito terapêutico (não se adm. serotonina, mas sim compostos que favorecem a sua síntese, ex: triptofano)
136
Agonistas da serotonina na natureza
* **Ergotamina**, * **ergonovina**, * **ergocriptina**, * **ergocristina**, * **ergosina**, * **ergovalina** (Fungos Claviceps purpúrea) Atuam em recetores adrenérgicos e serotonérgicos (podem ser agonistas e antagonistas) Sem uso clínico * **Cetanserina** (inibidor dos recetores da serotonina) (antagonista, liga-se e não deixa a ergovalina ligar-se) * Tratar a severa vasoconstrição induzida pela ergovalina (se um animal ingerir “Fungos Claviceps purpúrea” vai ter porções do corpo a sofrer necrose, pois a ergovalina presente, vai atuar nos recetores serotonérgicos das extremidades e causar vasoconstrição e deixa de haver irrigação sanguínea)
137
Fármacos modificadores dos recetores da serotonina
* Agonistas ou antagonistas da serotonina * Aumentando ou diminuindo a motilidade do TGI (agonistas estimulam a motilidade GI e antagonistas diminuem a motilidade GI; situações em que há aumento da motilidade GI são quando se vomita e quando se tem diarreia; alterações de motilidade GI podem ser contrariadas com a adm. de um fármaco antagonista dos recetores da serotonina e diminui-se a motilidade do TGI)
138
Fármacos pró-cinéticos agonistas dos recetores da serotonina
* Cisaprida * metoclopramida
139
Cisaprida
Uso clínico * Aumentar a motilidade * Tratar refluxo gástrico * Gastroparesia * Constipação Alvo * Magistral * Retirado do mercado por ter efeitos adversos sobre o coração (Homem) * Cão, gato e cavalo agonista, liga-se aos recetores de serotonina e controla a motilidade
140
Metoclopramida
Uso clínico * Antiemético (controla o vómito) * Aumenta a motilidade Alvo * Cão * Gato * Cavalo causa intusceção; é um antiemético que aperta o cárdia, aumenta a motilidade da porção proximal do intestino delgado e esta porção pode invaginar na restante; fármaco que se pode adm., mas só para controlar o vómito, não durante muito tempo
141
Fármaco antagonista dos recetores da serotonina
**Ciproheptadina** * Utilizado na estimulação do apetite em gatos, tratamento da asma felina, urinar inadequado (Spray Urinário) em gatos
142
Prostaglandinas (PGS) e Tromboxanos (TXS) - Biosíntese
Provenientes do ácido araquidónico
143
Prostaglandinas (PGS) e Tromboxanos (TXS) Efeitos neuroendócrinos
aumentam a secreção de algumas hormonas pela hipófise anterior: hormona do crescimento, prolactina
144
Prostaglandinas (PGS) e Tromboxanos (TXS) Aplicações terapêuticas
(só os análogos da PGE e da PGE2a) * PGF2a mais utilizada * Indução de luteolíse e sincronização de cios: controlo de programas reprodutores * Tratamento de piómetra e endometrite crónica * Expulsão de fetos mumificados * Indução de aborto após cruzamentos indesejáveis; <150 dias g. (até aos 150 dias de gestação - vacas, varia com a espécie) * Indução do parto (se for na fase final)
145
Análogo da PGE1
**misoprostol** (inibe secreção gástrica, por ação nas células parietais) (em doses elevadas estimula a lise do corpo lúteo e é abortivo; obrigatório receita médica; nas células parietais liga-se ao recetor semelhante ao das PGS (que também são importantes na síntese de ácido clorídrico), liga-se e impede a ligação de PGS; é um inibidor negativo da síntese de HCl e por isso também tem ação protetora das úlceras gástricas)
146
Análogos da PGF2a
**dinoprost**, **cloprostenol**, induzir luteolise e controlar o ciclo éstrico CUIDADO (mulheres grávidas, crianças)
147
Leucotrienos (LTS) * Biosíntese
(neutrófilos, monócitos, macrófagos, mastócitos, queratinócitos; pulmões, baço, cérebro e coração) por ação da 5-lipoxigenase **Estímulos para a sua síntese:** fagocitose presença de complexos imunitários nos macrófagos; anti-IgE à superfície dos mastócitos; libertação do fator ativador das plaquetas pelos mastócitos e basófilos
148
Leucotrienos (LTS) * Efeito farmacológico
* Contração ms. lisa (musculatura dos bronquíolos contrai e há dificuldades respiratórias) * Aumentam a permeabilidade vascular (edema) * Aumentam a secreção de muco + dificuldade respiritória → utilizar antagonistas
149
Antagonistas dos LTS
**Montelucaste** **Zafirlucaste** - Tratamento da asma (comum em gatos e cavalos) **Zileuton** – pouco utilizado em Med. Vet. (custos - caro, toxicidade hepática) caros e muito tóxicos → não são muito utilizados
150
Ativadores das plaquetas
* Fator ativador das plaquetas (PAF), liga-se ao recetor PAF que ativa 2 tipos de proteínas G (Gi/0 e Gq) levando à síntese do óxido nítrico no endotélio (promove a agrgação das plaquetas) * Efeito farmacológico * Vasodilatação marcada * Aumento da permeabilidade vascular * Agregação plaquetária * Contracção da ms. lisa TGI, útero e bronquíolos * Não são utilizados do ponto de vista clínico (área de investigação)
151
Angiotensinas
* Polipeptídeos que aumentam a pressão sanguínea, por induzirem vasoconstrição Angiotensinogénio —1→ Angiotensina I —2→ Angiotensina II —3→ Angiotensina III 1 - Renina (enzima sintetizada pelas células justaglomerulares, nas arteríolas renais) 2 - ACE (enzima presente nas células endoteliais dos capilares pulmonares) 3 - Aminopeptidase
152
Angiotensinas Efeitos farmacológicos
vasoconstrição, produção de aldoesterona
153
Antagonistas dos recetores da angiotensina I
* **Losartan**, * **candesartan**, * **valsartan** Utilizados em Med. Humana como anti-hipertensores, exceto o Losartan
154
Inibidores da Renina
**Aliscireno**, em Med. Humana como anti-hipertensor (um anti-hipertensor é um hipotensor)
155
Losartan
* Bloqueador do recetor mais que inibidor da enzima * O seu metabolito (E-3174) é o responsável pelo seu mecanismo de ação no Homem * Nos animais de companhia não há síntese deste metabolito; a dose no cão tem de ser maior * Irbesartran e Telmisartan (antagonistas da angiotensina) * Alternativa aos ACE (ou ECA)
156
ANTI-INFLAMATÓRIOS E ANALGÉSICOS
(Classificam-se em:) * Anti-inflamatórios não esteroides - **AINES** * **Corticosteroides** * **Agonistas a2 adrenérgicos** (ligam-se aos recetores a2 adrenérgicos e vão controlar a dor - anestesiologia)
157
CASCATA INFLAMATÓRIA
Estímulos inflamatórios que atuam nos fosfolípidos da membrana, fazem com que a fosfolipase A2 converta os fosfolípidos em ácido araquidónico; a inibição da fosfolipase A2 é através da ação de corticosteroides; por norma só se adm. corticosteroides (de forma prolongada) para reduzir inflamação se esta estiver associada a alergia; em outros casos de inflamação não se administra corticosteroides porque estes tem muitos efeitos adversos e inibem a síntese dos corticosteroides endógenos (inibem a funcionalidade da gl. adrenal); posteriormente o ácido araquidónico é transformado em prostaglandinas, e tromboxanos pela enzima cicloxigenase 2 (COX2)
158
Prostaglandinas
PGE2 e PGI2 PGs TXA2
159
Funções fispatológicas das PGs e efeitos dos AINES PGE2 e PGI2
Função: * Sensibilização das terminações nervosas das fibras nociceptoras AINES: * Analgésico (dor leve a moderada) (dor profunda adm.um agonista a2 adrenérgico ou um opioide)
160
Funções fispatológicas das PGs e efeitos dos AINES PGE2
Função: * Centro termorregulador febre AINES: * Antipirético
161
Funções fispatológicas das PGs e efeitos dos AINES PGs
Função: Mediador do processo inflamatório AINES: Anti-inflamatório
162
Funções fispatológicas das PGs e efeitos dos AINES TXA2
Função: * Potente agregante plaquetário AINES: * Anti-agregante plaquetário
163
COX-1
é uma boa enzima, medeia funções homeostáticas (homeostasia): controla as funções do TGI (digestão, produção de suco gástrico), a função renal, a função das plaquetas e a diferenciação dos macrófagos
164
COX-2
é uma má enzima porque provoca dor e febre (inflamação), é estimulada pela presença de citocinas como a IL-1, TNF (fator de necrose tumoral) e fatores de crescimento; se há síntese de COX-2, ativa-se a cascata da inflamação (o ácido araquidónico é convertido nas PGS...); a COX-2 pode ser inibida com a adm. de glucocorticoides, IL-4 e AINES (quem inibe a COX-2 são os AINES). (a maioria dos AINES não são específicos pelo que inibem a COX-1 e a 2)
165
COX-3
é constitutiva; presente no cérebro e coração
166
ANTI-INFLAMATÓRIOS E ANALGÉSICOS Características
* Grande e crescente aplicação em Med. Vet./Med. Humana * Combatem a dor, a inflamação e a febre – Analgésicos – Anti-inflamatórios – Antipiréticos * Exceto o acetaminofeno – Anticoagulantes
167
Analgésicos
- Alívio sintomático da dor, não alterando a evolução da doença - Menos potentes que os fármacos opiáceos - Eficazes na dor ligeira a moderada (Ex: numa fratura ósssea não são recomendados) Ao bloquear a síntese de PG, previnem a formação de PGE2, PGI2, PGF2a
168
Antipirético
* Diminuem a temperatura corporal no estado febril * Ao inibir a síntese de PG impedem que os pirógenos aumentem a temperatura corporal, por impedir que estes atinjam o centro termorregulador do hipotálamo * Estimulam a vasodilatação cutânea, o suor e a respiração * Inibem a ação da PGI2 no hipotálamo, alívio da febre e aumento do apetite (PGI2 no hipotálamo aumenta a febre, se a inibirmos deixa de haver febre)
169
Anti-inflamatória (propriedades:)
* Estabilização das membranas dos lisossomas (que têm enzimas que degradam os constituintes celulares) * Inibição do sistema do complemento * Inibição da fagocitose * Inibição da acumulação de leucócitos * Ação antagónica ao mecanismo das bradiquininas (bradiquininas – não têm aplicação terapêutica, mas promovem a vasodilatação, causando edema) * Inibem a síntese dos mucopolissacáridos e da histamina
170
Antiagregante plaquetário
As prostaglandinas inibem a síntese do tromboxano, o qual favorece a agregação plaquetária.
171
AINEs
* Derivados do ácido salicílico * Derivados do ácido fenilacético * Indolinas * Derivados do ácido propiónico * Derivados do ácido enólico * Derivados do ácido antranílico * Derivados do ácido aminonicotínico * Inibidores seletivos da COX-2-COXIBS
172
Derivados do ácido salicílico ou salicilatos
Ácido acetilsalicílico (aspirina)
173
Salicilatos Características
* Ação **analgésica** (impede a síntese de PGS), **antipirética** (impede a síntese de PGI2), e **anti-inflamatória**, **anti-agregante plaquetário** (excelente antiagregante plaquetário para tratar CID – coagulação intravascular disseminada ou hemoparasitas) * **IM, PO, SC** ou **IV** (entérica e parentérica) * **+ antigos** → como não são específicos têm mais efeitos adversos (inibem COX1 e COX2)
174
Salicilatos Farmacocinética
(**pka ácido**, absorvido no estômago porque está na forma não ionizado) * São **ácidos fracos** (absorção no estômago ou intestino delgado porção proximal, retal - errática) * Biotransformação todos os tecidos, principalmente hepática por **glucoronoconjugação** * Gatos **défice** na glucoroniltransferase, semivida 40h; cães semivida 7,5h (pode-se dar a gatos a dose e o intervalo entre doses é diferente) * **Excreção urinária** (sendo um ácido, ao alcalinizar a urina, ex: bicarbonato de sódio, favorece-se a excreção devido ao aprisionamento iónico)
175
Salicilatos Farmacodinamia
* **Inibição irreversível não seletiva da ciclooxigenase**, enzima envolvida na síntese das prostaglandinas (não seletiva – inibe a COX-1 e a COX-2) (tem de ser sintetizada nova enzima) * Inibe a agregação plaquetária por bloqueio do tromboxano A2 nas plaquetas
176
Salicilatos Indicações terapêuticas
– Dor, febre, traumatologia, urologia, oncologia (propriedades anti-tumorais) – Alívio da dor músculo-esquelética – Tratamento da CID, laminites
177
Salicilatos Contraindicações
– Fêmeas gestantes (são teratogéneos) – Interferência nos processos de coagulação (não administrar a animais com problemas de coagulação) – Alergias – Alterações na filtração glomerular - IR (importante manter os animais hidratados; pq inibem a COX1) – Doenças hepáticas, por indução das enzimas hepáticas – Úlceras gástricas **Efeitos secundários** são **reversíveis**, bastando parar o tratamento
178
Úlceras GI
* Resultam da inibição da síntese das prostaglandinas (que controlam o fluxo de sangue na mucosa gástrica e estimulam a síntese de muco e bicarbonato) * Podem ser controladas com: - Posologia adequada - Citoproteção gástrica (adm. juntamente com a comida ou sucralfato meia hora antes ou um inibidor da bomba de protões ou um agonista inverso (anti-histamínicos, ex:cimetidina))
179
Derivados do ácido fenilacético
Acetaminofeno ou paracetamol
180
Acetaminofeno ou paracetamol
* **Inibe reversivelmente** as ciclooxigenases 1 e 2 * COX-3 no SNC * Pouca atividade anti-inflamatória, tem atividade anti-pirética e analgésica * Provoca **menos** úlceras GI * **Não inibe a agregação plaquetária** (pois não inibe a síntese do tromboxano A2)
181
Acetaminofeno ou paracetamol Farmacocinética
– Conjugação no **fígado** com **ácido glucurónico** (gato tem **deficiência** nas enzimas de glucoronoconjugação, ou seja, biotransforma mais lentamente pelo que o fármaco torna-se toxico) – Excretado na **urina** – Aumento da dose, aumenta um dos metabolitos (N-acetil-p-benzoquinona) que se pensa ter efeitos tóxicos – Cuidado nos animais de companhia, porque é considerado um **fármaco inseguro** (não está indicada a dose para animais de companhia, não fazer extrapolação da dose)
182
Acetaminofeno ou paracetamol Uso terapêutico
Pouco utilizado em MED VET, associado à codeína (anti-tússico de ação central derivado dos opiáceos, da morfina; inibe o centro da tosse)
183
Acetaminofeno ou paracetamol Efeitos adversos
Dependem da dose * Induz a formação de metahemoglobina que provoca desnaturação das membranas dos glóbulos vermelhos, com o aparecimento de anemias hemolíticas e necrose hepática. * Gatos muito sensíveis, formam corpos de Heinz (os corpos de Heinz no interior dos eritrócitos – é a metahemoglobina)
184
Derivados do ácido propiónico
* Ibuprofeno, * naproxeno, * carprofeno, * ketoprofeno, * vedaprofeno
185
Carprofeno (Rimadyl)
– Inibe as ciclooxigenases 1 e 2 – PO (bem absorvido 90%), forte ligação às PP – Biotransformação hepática, eliminação dos metabolitos nas fezes e na urina, faz CEH – Tratamento de osteoartrites, dor aguda associada à cirurgia ortopédica em cães – **Efeitos adversos:** TGI (vómitos, úlceras, diarreias), efeitos renais e hepáticos raros
186
Cetoprofeno
– **Inibe não seletivamente** as ciclooxigenases 1 e 2 – Eficácia no maneio da **dor cirúrgica ortopédica** semelhante aos opióides – **PO** – Biotrasnformação **hepática**, eliminação dos metabolitos na **urina**, – Maneio da **dor aguda** em cães e gatos – Cavalos: cólicas e osteoartrites – **Efeitos adversos:** semelhantes aos outros AINES, hepatopatias e problemas renais (alterações no TGI (vómitos, úlceras, diarreias))
187
Vedaprofeno
– **Inibe irreversivelmente** a ciclooxigenase 1 e 2 – **PO**, a sua biodisponibilidade pode ser reduzida se associado a comida – Metabolização por **hidroxilação**, eliminação dos metabolitos na **urina e nas fezes** – **Cólicas** em equinos, em pasta – **Dor músculo-esquelética**
188
Ibuprofeno
– Não está aprovado o uso em Med. Vet. – Tem sido utilizado como **agente anti-inflamatório** em cães (da responsabilidade do médico vet que o administra e com 1 acordo de consentimento assinado pelo tutor) – Pode ter **muitos efeitos secundários**
189
Naproxeno
– **Inibe não seletivo** da COX 1 e 2 – Utilizado apenas em **cavalos** – Problemas dos **tecidos moles** como miosites – **PO** – Metabolização **hepática** por glucoronoconjugação – Pode provocar **erosões gástricas** quando administrados no estômago vazio – **Tóxico em cães**
190
Derivados do ácido enólico
* Pirazolonas: * fenilbutazona, * dipirona * Oxicans: * Meloxicam, * piroxicam, * tenoxicam, * droxicam, * isoxicam
191
Fenilbutazona
Bloqueio das COX não competitiva e reversível **Farmacocinética** * **PO** ou **IV** (PO ligam-se ao feno da dieta - quelação com o feno, diminui a biodisponibilidade) * **SC** ou **IM** provoca **irritação** * Semivida de **5 a 6h** em **cães** e **cavalos**, mais de **30h** nos **bovinos** (relacionado com intervalos entre adm.) * Ligação às PP * Metabolização **hepática** e excreção dos metabolitos **urinária** * Uso em **cavalos** (muito indicado para cavalos: dor osteoarticular, tb para cólica, mas não como de 1ª linha) **Indicações terapêuticas** * **Analgésico em cavalos**: claudicações, osteoartrites e laminites * **Inflamações não específicas** (não se sabe a etiologia) **Efeitos adversos** * Anorexia, depressão, cólicas, hipoproteinemia, diarreia, erosão e úlceras GI, necrose renal
192
Dipirona
= metamizol Bloqueio reversível e competitivo das COX **Farmacocinética** não conhecida **Usos terapêuticos** * Analgesia e antipirética em cães, gatos e cavalos * Tratamento de espasmos GI (cólicas) ou hipermotilidade, antagoniza os espasmos induzidos pela bradiquinina (bradiquinina - um dos mediadores da inflamação; espasmos GI+hipermotilidade=cólicas) **Efeitos adversos** * Induz agranulocitose e leucopenia * Aumento das hemorragias * Doses elevadas podem causar convulsões * (ao inibir a COX 1 e 2, também tem efeitos nocivos ao nível renal e gástrico)
193
Meloxicam
(acaba por ser melhor que o piroxicam, não faz CEH) Inibidor da COX-2 em maior proporção que a COX-1 (pelo que é muito utilizado no tratamento concomitante de neoplasias mamárias) **Farmacocinética** * **PO**, grande ligação às PP, **Indicações terapêuticas** * Inflamação aguda e crónica, associada a problemas músculo-esqueléticos * Maneio da **dor após a cirurgia** * Menos efeitos GI
194
Piroxicam
(não seletivo das COX) * Animais com tumores (o mais usado em tumores) * Faz CEH * Provocou **úlceras GI** e **hemorragias** * **PO**, grande ligação às PP
195
Derivados do ácido antranílico
Ácido meclofenâmico e Ácido tolfenâmico
196
Ácido meclofenâmico e Ácido tolfenâmico
**Farmacocinética** * **PO, IM, SC** * Ácido meclofenâmico efeito aos 30 min **Indicações terapêuticas** * **Cavalos** transtornos osteoartríticos e inflamação dos tecidos moles * **Cães** DA (displasia da anca) * Choque anafilático **Efeitos adversos** * Erosões orais, anorexia, distúrbio GI, diminui o hematócrito, diminui a hemoglobina, leucocitose
197
Derivados do ácido aminonicotínico
Flunixim meglumina
198
Flunixim meglumina
Inibição não seletiva das COXs 1 e 2 é caro **Farmacocinética** * PO, ou IM * Eliminação renal **Indicações terapêuticas** * **IM** ou **IV**, * **Cavalos**, analgésico **muito potente**, 4x superior à fenilbutazona, em problemas músculo esqueléticos, GI (cólicas), efeito antiendotóxico (qualquer infeção bacteriana provoca uma endotoxémia que provoca uma cólica) * **Cães e gatos** não mais que 3 dias * **Porcos e ruminantes** **Efeitos adversos** * Úlceras da língua, do palato e dos lábios, depressão do SNC e anorexia (CÓLICAS – fenilbutazona, flunixim meglumina, dipirona!)
199
CÓLICAS
fenilbutazona, flunixim meglumina, dipirona!
200
Indolinas
**Indometacina, diclofenac, aceclofenac** * Não está aprovado o seu uso em Med. Vet. * Pode provocar úlceras graves, hematémese e melena * Tóxica para o TGI em cães
201
Inibidores seletivos da COX-2 – COXIBS
Parecoxib, firocoxib, mavacoxib, robenacoxib
202
Deracoxib
* Aprovado para uso em Med. Vet. * **Inibidor seletivo da COX2**, impede a síntese da PGE2 * **Uso Terapêutico** * Controlo da dor e inflamação associada à cirurgia ortopédica e dor/inflamação associada à osteoartrite
203
Firocoxib
(não está aprovado para Med. Vet) * Poucos efeitos secundários * Bem absorvido PO, metabolização hepática e os metabolitos são excretados nas fezes * **Inibidor seletivo da COX2**, impede a síntese de PGE2 * **Uso Terapêutico** * Controlo da dor e inflamação associada à osteoartrite
204
Outros AINEs
* Orgoteína * DMSO * Glucosaminoglicanos (têm alguma aplicabilidade para tratar inflamação)
205
Orgoteína
**Proteína** que contém **zinco e cobre**, isolada do fígado do bovino **Mecanismo de ação** * **Efeito anti-inflamatório** através da sua atividade **superóxido dismutase**. Durante a inflamação ocorre um aumento da respiração celular com a **produção de superóxido**, este composto provoca a **despolimerização do ácido hialurónico**, reduzindo a viscosidade e as propriedades lubrificantes do fluido sinovial. A orgoteína **provoca a lise dos radicais superóxido**, em água e oxigénio. (e o superóxido já não provoca destruição do ácido hialurónico nas articulações) **Farmacocinética** não conhecida **Indicações terapêutica** * Só aprovada em **cães** (doenças do disco, espondilose) e **cavalos** (artrites, inflamação dos tecidos moles) **Administração** * IM, SC, intra-articular **Efeitos adversos** * Pode exacerbar os sinais clínicos * Hipersensibilidade
206
DMSO
Solvente para hidrocarbonetos aromáticos e não saturados (veículo) **Farmacocinética** * Bem absorvido após **aplicação tópica**, bem distribuído, calçar luvas **Ações** * Ação anti-inflamatória, analgésica e antimicrobiana, antifúngica, antidiurética (este não por via tópica) **Efeitos adversos** * Seguro se for utilizada a dose correta **Usos Terapêuticos** * Redução das tumefações músculo-esqueléticas * Traumatismo agudo da medula espinal * Cistite associada a obstrução uretral dos gatos * Queimaduras superficiais * Edema das extremidade por fraturas * Inflamação severa por injeções extravasculares
207
Glicosaminoglicanos
(obtidos da cartilagem de tubarão) Semelhantes aos mucopolissacáridos da cartilagem (adm. PO; proteínas que ao chegar ao estômago são digeridas e tem de atingir a articulação, mas para isso é necessário não haver destruição pelo pH gástrico, em algumas pessoas funciona como efeito placebo pois não chega à articulação; por PO o que chega à articulação e muito pouco que não tem grande ação terapêutica) * **Inibem as enzimas proteolíticas**, diminuem ou revertem a perda de mucopolissacáridos da articulação * **Melhoram a função articular** * **Farmacocinética** não conhecida * Utilizados em **cavalos** e **cães** * **IM** ou **intra-articular** (para funcionar bem tem de ser intra-articular)
208
Terapêutica AINES
* **Vigiar hemograma** (porque a funcionalidade renal fica afetada, e para a síntese de eritrócitos, no rim, é sintetizada a eritropoietina que é importante; forma indireta de perceber o grau de toxicidade renal) * **Função hepática** (fosfatase alcalina e alanina aminotransferase) * **Função renal** (creatinina e ureia) * **Associar administração à alimentação** (ou usar **protetores gástricos**; ex: sucralfato, eventualmente um bloqueador de protões; não a cimetidina porque os AINES são biotransformados no fígado e a **cimetidina inibe a biotransformação hepática**; o sucralfato **implica adm. 30min ou 1h antes da alimentação ou adm. dos AINES**, ou seja, requer a sua própria digestão (desdobramento) e depois faz uma pelicula sobre a mucosa gástrica e **se não houver tempo suficiente para o seu desdobramento, não temos a sua ação terapêutica**; se dermos sucralfato e logo a seguir os AINES, o sucralfato não vai revestir a mucosa gástrica) Importante para fármacos para tratar **doenças crónicas**, que duram muito tempo e cujos efeitos adversos aumentam principalmente a nível renal pela falta de perfusão sanguínea (tentar acima de tudo tratar a causa da inflamação)
209
Corticosteroides:
Sintetizado a partir do **colesterol** e é uma molécula endógena; Sempre que há trauma, agente químico, stress e ritmo diurno tem ação sobre o hipotálamo. O **hipotálamo liberta CRH** (hormona libertadora de corticosteroides), que vai atuar na **hipófise**, esta **secreta ACTH** que vai atuar no **córtex da glândula adrenal** e vai pegar no colesterol para **sintetizar corticosteroides**. * **Glucocorticoides endógenos** e **corticosterona** * **Mineralocorticóides endógenos**, **aldosterona**, **deoxicorticosterona**
210
Corticosteroides:
Sintetizado a partir do **colesterol** e é uma molécula endógena; Sempre que há trauma, agente químico, stress e ritmo diurno tem ação sobre o hipotálamo. O **hipotálamo liberta CRH** (hormona libertadora de corticosteroides), que vai atuar na **hipófise**, esta **secreta ACTH** que vai atuar no **córtex da glândula adrenal** e vai pegar no colesterol para **sintetizar corticosteroides**. * **Glucocorticoides endógenos** e **corticosterona** * **Mineralocorticóides endógenos**, **aldosterona**, **deoxicorticosterona**
211
Glucocorticoide
metabolismo dos carbohidratos, proteínas e lípidos – atividade anti-inflamatória e imunossupressora – **hidrocortisona** (cortisol) e **corticosterona**
212
Mineralocorticóide
**equilíbrio hidroeletrolítico** – hormona endógena: **aldosterona** (Podemos ter interesse em aumentar ou reduzir a quantidade de corticosteroides)
213
ACTH
Hormona Adeno-corticotrópica (só tem finalidades de diagnóstico) * **Polipeptídeo sintético**, propriedades semelhantes entre as diferentes espécies * Liga-se aos recetores do sistema G adenilciclase * **Indicações terapêuticas** * Diagnóstico de **insuficiência da glândula adrenal** (e de forma indireta a hipófise) * Insuficiência adrenal primária – pouco ou nenhum aumento na secreção do cortisol (a adrenal é que não funciona) * Insuficiência adrenal secundária – grande aumento na secreção do cortisol (a hipófise é que não funciona) * **Sem efeitos secundários** (só temos de doear)
214
Classificação dos fármacos corticosteroides
Ação curta (<12h) – efeito imediato após adm.; IV ou topicamente: * Hidrocortisona * Cortisona Muita retenção de sódio, - potência anti-inflamatória (AI) Ação intermédia (12-36h) – efeito demorado após adm. * Prednisona * Prednisolona * Metilprednisolona * Triamcinolona Ação longa (36-72h) – efeito muito demorado após adm.: * Parametasona * Betametasona * Dexametasona * Flumetasona Sem retenção de sódio, + potência AI
215
Mecanismo ação dos corticosteroides
Inibem a **fosfolipase A2**, que é responsável pela **conversão dos fosfolípidos em ácido araquidónico**. Se inibirmos a síntese do ácido araquidónico, **inibe-se** toda a inflamação associada, ou seja, a **síntese de PGS e de Leucotrienos**. Tem **ação imunomediadora**.
216
Farmacocinética dos corticoesteróides
* **Boa absorção** no TGI, pele e mucosas (pode-se adm. por todas as vias) * **Transportados ligados à albumina** (fármacos de carater ácido) * Biotransformação por **redução** seguida de **conjugação** * **Cortisol** biotransformado em **hidrocortisona** * **Prednisona** biotransformada em **prednisolona** (preferível dar a um GATO prednisolona, porque os gatos têm redução da concentração hepática das enzimas de glucoronoconjugação; porém podíamos dar prednisona; não se prescreve cortisol, prescreve-se hidrocortisona ou cortisona; não prescrever prednisona a animais com problemas hepáticos)
217
Efeitos anti-inflamatórios dos corticosteroides
- Acumulação de leucócitos (impede); - Diminui a atividade dos leucócitos; - Monocitopenia e eosinopenia (induz); - Diminui os componentes do complemento - Diminui as reações mediadas pela histamina
218
Efeitos imunossupressores dos corticosteroides
- Diminui a atividade dos linfócitos e monócitos; - Linfocitopénia e monocitopenia (induz); - Diminui os níveis de complemento. (os corticosteroides são leucocíticos, diminuem as concentrações séricas dos leucócitos: monócitos e linfócitos; podem ser prescritos a animais com linfomas pois os corticosteroides diminuem as concentrações de linfócitos, são linfocíticos)
219
Efeitos dos corticosteroides
* **Efeitos metabólicos** * ↑ Gluconeogénese, ↑ lipólise e redistribuição dos lípidos (animais ficam + gordinhos); antagonismo periférico à ação da insulina (animais com diabetes não devem tomas corticosteroides por esta ação antagónica que aumenta os níveis de açúcar) * **Estimulação do sistema SNC** (euforia) * **Mantém a função cardiovascular** (potenciação das catecolaminas) * **Função muscular** * Doses normais mantém a função em doses elevadas desgasta a massa muscular, e inibem a síntese proteica * **ABORTO** (contração uterina consequente à queda do nível sanguíneo de progesterona e ao aumento dos valores sanguíneos de estrógenos e prostaglandina) * **Áreas inflamadas diminui a atividade dos fibroblastos, síntese de colagénio e a reparação dos tecidos** (se tivermos uma cicatriz, nunca se deve adm. corticosteroides (pomadas) na zona da cicatriz porque os fibroblastos são responsáveis pela síntese de colagénio e reparação de tecidos, ou seja numa ferida os fibroblastos têm de atuar e inibindo a sua ação as feridas não cicatrizam; o mesmo acontece no caso de úlceras na córnea - deve-se fazer 1º teste fluresceína e só se der negativo é que podemos aplicar o corticesteróide) * **Diminuem a permeabilidade vascular** (diminui a vermelhidão e a tumefação, ex: após picadas pulga, mosquito...) * **Menor nº de neutrófilos nos tecidos** (impede que os corticos passem da circulação sanguínea para os tecidos quando têm de combater uma infeção) * **Diminuem a produção de anticorpos** * **Membranas dos lisossomas são estabilizadas** (os lisossomas têm ação destrutiva sobre as células, se destabilizarmos as membranas dos lisossomas, não há destruição celular porque os lisossomas não estão ativos; ex: Doenças autoimunes)
220
Indicações terapêuticas dos corticoesteróides
* **Glucocorticoides de ação curta** * Aplicação tópica, IV (Tópica ex: no caso de alergias) * **Glucocorticoides de ação intermédia** * Controlo de alergias, inflamação crónica e imunossupressão (doenças autoimunes) * **Glucocorticoides de ação longa** * Alívio imediato da hipersensibilidade, prurido e indução do parto (choque anafilático) * **Terapia de reposição**: * Insuficiência suprarenal (doença de Addison) (quando a suprarenal não funciona) * **Terapia anti-inflamatória e imunossupressora**: * Asma (por inalação, ou, nos casos graves, por via sistémica) * Topicamente, em inflamação da pele, dos olhos, ouvidos * Hipersensibilidade (reações alérgicas graves a drogas ou insetos) * Doenças auto-imunes (Lupus, artrite) * Anemia hemolítica * Após transplante de órgãos (para não haver rejeição do órgão, ou seja, produção de Ac por parte da pessoa contra o órgão; mas não se faz em Med. Vet.) * **Terapia de doenças neoplásicas:** * Em combinação com agentes citotóxicos no tratamento de malignidade especificas (linfomas) * Edema cerebral em pacientes com tumores primários e metastáticos (dexametasona) (tem ação +longa) * **Outras:** * Choques (choque anafilático, choque após um acidente) * Hipercalcemia (os corticosteroides reduzem as concentrações séricas de Ca+)
221
Vias de administração dos corticoesteróides
**PO, IM, IV, tópica** (para adm. em situações de alergia, adm. por via oral, em situações de aborto adm. via IV)
222
Efeitos secundários dos corticoesteróides
* **Hipercortisolismo iatrogénico** – Síndrome de Cushing (aumento da concentração sérica dos corticosteroides) * **Supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal **(para evitar um falso Sídrome de Addison, quando estamos a administrar corticosteroides e decide-se parar com a sua administração, devemos fazer um desmame reduzindo a dose e aumentando o intervalo entre administrações) * **Miopatias** (desgaste da massa muscular) * **Aumento da suscetibilidade às infeções** * **Desequilíbrio de eletrólitos** (retenção de Na2+) * **Osteoporose** (inibem a atividade dos osteoblastos) * **Hipocalcemia** (diminui absorção e aumenta excreção Ca2+) * **Edema** (associados aos desequilíbrios eletrolíticos) * **Degenerescência hepática** * **Hiperglicemia** (ação contraria à insulina) * **Úlceras GI** (quando são administrados durante muito tempo temos de dar um protetor gástrico) * **Aborto**
223
Efeitos secundários dos corticoesteróides
* **Hipercortisolismo iatrogénico** – Síndrome de Cushing (aumento da concentração sérica dos corticosteroides) * **Supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal **(para evitar um falso Sídrome de Addison, quando estamos a administrar corticosteroides e decide-se parar com a sua administração, devemos fazer um desmame reduzindo a dose e aumentando o intervalo entre administrações) * **Miopatias** (desgaste da massa muscular) * **Aumento da suscetibilidade às infeções** * **Desequilíbrio de eletrólitos** (retenção de Na2+) * **Osteoporose** (inibem a atividade dos osteoblastos) * **Hipocalcemia** (diminui absorção e aumenta excreção Ca2+) * **Edema** (associados aos desequilíbrios eletrolíticos) * **Degenerescência hepática** * **Hiperglicemia** (ação contraria à insulina) * **Úlceras GI** (quando são administrados durante muito tempo temos de dar um protetor gástrico) * **Aborto**
224
Contraindicações para a administração de corticoesteróides
* Infeções não controladas * Diabetes (provoca resistência à insulina) * Úlceras da córnea * Problemas cardíacos (só se pode usar 1 vez; provoca esgotamento do miocárdio) * Gestação (pois induz aborto)
225
HORMONAS DA TIRÓIDE
As células da glândula tiroide utilizam o **iodo** que retiram da circulação sanguínea para sintetizarem a **iodina**, que é depois **combinado com vários aminoácidos** para dar origem às hormonas **T3 e T4** (o sal iodado usado na comida deve ser sal iodado para combater a deficiência de iodo)
226
Funções das hormonas da tiroide
* Taxa metabólica * quem tem hipertiroidismo → magro, acelerado * quem tem hipotiroidismo → gordinho, sonolento * Crescimento * Desenvolvimento * Temperatura corporal * Frequência cardíaca * Metabolismo dos nutrientes * Aspeto da pele * Resistência às doenças
227
Situações clínicas
* **Hipotiroidismo** (a tiroide não funciona) * **Hipertiroidismo** (a tiroide funciona de mais; animal magro, alerta, hiperativo, taquicárdia...)
228
Hipotiroidismo - fármacos
Tirotropina Levotiroxina de sódio - T4 Liotironina de sódio - T3
229
Hipotiroidismo - fármacos
Tirotropina Levotiroxina de sódio - T4 Liotironina de sódio - T3
230
Tirotropina
– **Hormona estimulantes da tiroide** – Forma purificada da TSH bovina – Podem ocorrer **reações alérgicas** (porque são proteínas e têm muita antigenicidade) – É utilizada para **diagnóstico do hipotiroidismo primário** (adm. tirotropina e se: aumentar as concentrações séricas significa que a tiroide funciona, mas a hipófise não está a produzir a TSH; se não houver aumento das concentrações séricas da tiroide significa que a tiroide não trabalha)
231
Levotiroxina de sódio - T4
(usa-se mais; substituto da T4) – Poucos efeitos secundários – Levoisómero da T4, ideal para todas as espécies – Comprimidos ou em pó
232
Liotironina de sódio - T3
(alternativa; também adm. por via oral) – Utiliza-se quando há uma resposta diminuta à Levotiroxina de sódio
233
Hipertiroidismo
(aumento da produção de T3 e T4; interfere-se na síntese de nova T3 e T4) Alguns fármacos são utilizados para diminuir os níveis circulantes destas hormonas * Metimazole * Ipodato * Propiltiouracilo * Iodo radioativo
234
Metimazole
– Interfere na incorporação da iodina nas moléculas precursoras de T3 e de T4, não afeta a hormona em circulação (impede que a iodina entre nas células) – PO – Gatos é o composto de eleição – Efeitos secundários: anorexia, vómitos, erupção cutânea
235
Propiltiouracilo
(antimetabolito) – Utilizado no Homem, mas considera-se perigoso no gato, provoca alterações hematológicas
236
Iodo radioativo (I-131)
AGENTES UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA DIABETES(para destruir as células foliculares da tiroide que sintetizam a T3 e a T4) – Via IV ou por via oral, o I-131 é concentrado na tiroide e destrói as suas células foliculares – Mais usado no carcinoma da tiroide – Necessárias condições especiais para a sua manipulação – Pode surgir hipotiroidismo (destruição da glândula) – Não utilizar em fêmeas gestantes (é radioativo)
237
AGENTES UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA DIABETES
* A **insulina** é sintetizada pelas **células b** dos ilhéus de Langerhans (do pâncreas) * O **glucagon** é sintetizado nas **células a** * **Efeito do glucagon contrário à insulina** * Só a insulina tem aplicação clínica * **Diabetes mellitus tipo I ou insulino dependente** – inadequada secreção de insulina - **hipoinsulinema**; irreversível; mais comum (as células b produzem uma quantidade inadequada) * **Diabetes mellitus tipo II ou não insulino dependente** – **resistência dos tecidos à insulina**; cerca de 20% (menos comum) * A maioria das preparações com insulina são de origem bovina, suína, ou humana biossintética. * SC, IV as insulinas cristalinas
238
Forma de ligação da insulina
Na **superfície** das membranas citoplasmáticas encontram-se **recetores da insulina** com uma subunidade α e β; por norma a α inativa a β e não há entrada de glicose na célula; quando a insulina se liga ao recetor da insulina, **ativa a subunidade α e β**; é um recetor de insulina do tipo **tirosina quinase**, que ativa sinais de transdução intracitoplasmáticos que chegam ao núcleo e fazem a expressão génica para que o recetor GLUT-4 seja sintetizado e se desloque até a superfície das membranas citoplasmáticas das células de forma a que ao **GLUT-4 se vai ligar a glicose** e **entrar dentro da célula**. Se não houver insulina, não há ativação logo não vai entrar glicose; se houver resistência dos recetores à ação da insulina também não entra glicose
239
AGENTES UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA DIABETES
(consoante o tempo que demoram a fazer ação e a duração do efeito da ação) * Insulina regular * Insulina lenta * Insulina protamina * Insulina protamina de zinco e ultralenta
240
Insulina regular
– Ação curta (SOS) – Efeito 10-30 min após administração por via SC, o pico máximo 2-4h depois e dura 5-7 h – SC – Resolver cetoacidose diabética (não é usada para tratar diabetes)
241
Insulina lenta
– Pico de ação em menos de 1h depois de ter sido administrada – Efeito dura 2-8h – SC – Escolha de eleição para cães diabéticos
242
Insulina protamina
– SC – Início do efeito 30 min a 3h – Duração do efeito 4-12h
243
Insulina protamina de zinco e ultralenta
(pode ser usada em animais com diabetes, 1 adm. diária) – SC – Início do efeito 1 a 4h/8h – Duração do efeito 6 a 24h
244
Administração da insulina
Os fatores que podem afetar a absorção e o tempo de ação da insulina são: – **Local de aplicação** (SC, na região interescapular; se mais do que uma adm. não se adm. no mesmo local) – **Grau de atividade física do cão** – **Dosagem** (ajustada) – **Armazenamento** (frascos de insulina que não estiverem em uso devem ser mantidos em refrigeração. A insulina em uso pode ser mantida em temperatura ambiente), – **Origem da insulina** (se destinada a animal ou ao homem)
245
Efeitos adversos da administração de insulinas
* Hipoglicemia * Resistência à insulina * Anticorpos contra a insulina * Stresse
246
Outros fármacos para tratar diabetes
Sulfonilureias Metformim
247
Sulfonilureias
(derivados das sulfonamidas) **Glipizida, Gliburida e Glimeperida** * Estimulam a secreção de insulina por parte das células β (tem efeito se houver células β) * Glipizida → + utilizada e em gatos; os outros 2 pouco eficientes em cães mas eficazes em gatos * Pouco utilizados em Med. Vet., porque na maioria das vezes quando a diabetes é diagnosticada os animais já perderam todas as células β (vantajoso adm. apenas numa fase inicial de diabetes) * Com algum **sucesso em gatos**; **ineficazes em cães**
248
Metformim
Composto antihiperglicemiante, não se trata de um fármaco hipoglicémico (não reduz as concentrações séricas de glicose) – Diminui a absorção de glucose a partir do TGI – Diminui o output de glicose a partir do fígado – Aumenta a sensibilidade dos recetores à insulina – Administrado por via oral com a comida, em gatos apresenta algum sucesso a sua associação à sulfonilureia
249
INIBIDORES DA SÍNTESE DE ESTERÓIDES E FÁRMACOS ADRENOLÍTICOS
(servem para quando há um excesso de produção de corticosteroides endógenos) – Doença de Cushing – Excesso de cortisol – 90% dos casos resulta de um excesso de secreção da ACTH (que estimula a produção de corticosteroides ao nível da adrenal) * **Mititano** * **Trilostano** * **Ketoconazole**
250
Mitotano
– Semelhante ao DDT (organofosforado), **destrói seletivamente as células da glândula adrenal que sintetizam o cortisol** – zona fasciculata e reticulata (controlar com doseamentos séricos de corticosteroides endógenos senão podemos provocar hipoadrenocorticisimo) – **PO** – **Efeitos secundários:** hepatotoxicidade, ataxia, letargia, fraqueza, anorexia, vómito e diarreia – necessário fazer análises periódicas
251
Trilostano
– **Inibe a produção de cortisol**, mas **não destrói as células** (logo tem menos efeitos adversos) – Inibidor competitivo e reversível da 3-betadesidrogenase do hidroesteróide – Bloqueia a síntese dos glucocorticoides, mineralocorticóides e hormonas sexuais – **PO** – Tal como com o mitotano é necessário fazer análises periódicas
252
Ketoconazole
(tem propriedades antifúngicas (nas membranas dos fungos há muito colesterol, para tratar micoses sistémicas) – Atua no colesterol **impedindo a síntese estradiol, testosterona e cortisol** – Anorexia e vómitos, dores abdominais – Teratogénico (não pode ser administrado a fêmeas gestantes)
253
Terapia de substituição de mineralocorticóides
* Diminuição da síntese de mineralocorticóides – **Acetato de fludrocortisona** (usa-se mais) – **Pivalato de desoxicorticosterona** * Mimetizam a ação da aldosterona no corpo, aumentando a reabsorção de sódio ao nível renal
254
HEMATOPOIESE
* É a **produção de eritrócitos, plaquetas e leucócitos circulantes** a partir das células tronculares ou estaminais indiferenciadas * Ocorre na **medula óssea** e requer nutrientes essenciais: * Ferro, Vitamina B12 e Ácido fólico … * Fatores de crescimento hematopoiéticos, proteínas que regulam a proliferação e a diferenciação das células hematopoiéticas.
255
FÁRMACOS QUE ESTIMULAM A SÍNTESE DE ERITRÓCITOS
* Vitamina B12 (cianocobalamina) * Ácido fólico * Ferro * Eritropoetina (aumenta a proliferação de eritrócitos; doping) * Esteróides anabólicos (doping)
256
Vitamina B12
* Co-factor para a **maturação nuclear dos eritrócitos** * Na sua **ausência** surgem **megaloblastos**, células sem capacidade de transporte de oxigénio - **Anemia megaloblástica** * **Fonte dieta** (rim e fígado) * Necessita de ácido clorídrico e suco pancreático para ser absorvida no ílio e armazenada no fígado, faz ciclo enterohepático (comprimidos, cápsulas) **Hidroxicobalamina** e **cianocobalamina**
257
Hidroxicobalamina e cianocobalamina
* **PO**, ou **parenteral** (em casos graves) * **Sem toxicidade** * Indicações terapêuticas: * **Ilectomia** (remoção do íleo) * **Anemia perniciosa**: resulta de falta de secreção de fator intrínseco pelas células da mucosa gástrica, necessário à absorção da vit B12 (Helicobacter pylori) (ocorre anemia perniciosa quando há infeção por Helicobacter pylori)
258
Ácido fólico
* **Ácido pteroilglutâmico** (outra designação) * Necessário para a **síntese de DNA, aminoácidos e de bases púricas** * Fornece um grupo metilo para a síntese de vitamina B12 * **Armazenado no fígado**, faz ciclo enterohepático * Transportado por uma proteína plasmática? * **PO** ou **parentérica** * Indicações terapêuticas: doenças hepáticas, quimioterapia oncológica, síndrome de má absorção e anemia
259
Ferro
* **Sulfato de ferro, glutamato de ferro, fumarato de ferro** – Administração **entérica** (oral) * **Dextrano de ferro** - Administração **parentérica** * Administração: **IM** (cor e dor) e **IV** (febre, linfadenopatia, artralgias e urticária)(provoca reações de hipersensibilidade) * Não pode ser associado aos antiácidos, nem as tetraciclinas (reduz a sua biodisponibiliade) * Indicações terapêuticas: anemias microciticas hipocrómicas e hemorragias * **Leitões** (nas primeiras horas de vida tem de lhes ser adm. Fe senão morrem de anemia porque o leite da porca não tem ferro)
260
Eritropoetina
* **Hormona glicoproteica endógena** (dopping) * **Rim** (sintetizada no rim; animais com insuficiência renal principalmente crónica têm anemias) * O produto existente no mercado é obtido por tecnologia recombinante * **Mecanismo de ação**: * Liga-se aos precursores dos eritrócitos e inicia-se a fosfoliração, estimulando a sua proliferação e diferenciação * **IV** ou **SC** * Podem surgir reações alérgicas, febre, dor articular, os animais podem desenvolver anticorpos contra esta eritropoetina (reações alérgicas porque é um fármaco obtido por tecnologia recombinante e faz com que tenha uma determinada antigenicidade que pode provocar reações) * **Indicações clínica**: IRC e Alterações na medula óssea
261
Esteróides anabólicos
Estimulam a diferenciação das STEM cells
262
FÁRMACOS HEMOSTÁTICOS
Prevenir e atenuar hemorragias * Hemostáticos Tópicos * Hemostáticos sistémicos
263
Hemostáticos Tópicos
Quando temos uma hemorragia – Trombina – Esponjas de gelatina – Filmes de gelatina – Celulose oxidada – Colagénio microfibrilhar – Compostos adestringentes: Sulfato de ferro, nitrato de prata, percloreto de ferro
264
Hemostáticos sistémicos
– **Epinefrina e norepinefrina** – Ação vasoconstritora – **Sangue fresco** – **Vitamina K** (K1-fitonadiona) – Co-fator: II, VII, IX e X (estimula a síntese dos co-fatores para a cascata da coagulação) – **Sulfato de protamina** (para sobredosagem por heparina) (heparina - para o animal estar hipocoagulado) – **Desmopressina** (deficiência do fator de Willebrand) – **Inibidores da fibrinolisina** (enzima que degrada as fibras)
265
ANTICOAGULANTES
(usados nos venenos dos ratos) Para evitar tromboses * **Derivados da cumarina**: dicumarol, etildicumarol * **Derivados da indanodiona**: difenadiona e fenindiona * **Warfarina** decresce a síntese de fatores de coagulação, por ser um análogo da vitamina K * **EDTA, citrato fosfato dextrose e ácido cítrico dextrose** * **Heparina** (in vitro e in vivo)
266
EDTA, citrato fosfato dextrose e ácido cítrico dextrose
– Quelação do cálcio – Sangue recolhido para transfusão conserva-se em citrato fosfato dextrose 3 a 7 semanas desde que conservado a 4°C. (para conservar o sangue)
267
Heparina
– **Previne a conversão da protrombina em trombina**, pelo que o fibrinogénio não é convertido em fibrina – IV ou SC profunda, nunca IM (risco de hematomas) – **Antídoto sulfato de protamina** (reverte o efeito da heparina)
268
ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS
* **Ácido acetilsalicílico** (+barato; anti-inflamatório em dose subterapeutica) * Inibição da síntese de tromboxano, inibe a agregação das plaquetas * **Tienopiridinas**: * Clopidogrel (fixação do ADP aos recetores membranares) (das plaquetas, e não as deixa ativar a cascata da coagulação)
269
TROMBOLÍTICOS
Em vet é pouco usado Só quando há tromboses - destroem o coágulo; enzimas proteolíticas; adm. IV quando há diagnostico de trombo **Ativadores do plasminogénio:** * Streptoquinase de origem bacteriana (Streptococcus beta-hemololítico) * Uroquinase (sintetizada no rim) * Activase * Aboquinase * Alteplase
270
Hormonas produzidas adenohipófise
* **TSH** - hormona estimuladora da tiroide, * **ACTH** – hormona adrenocorticotrofica, * **LH** – hormona luteinizante, * **FSH** – hormona estimuladora dos folículos, * **GH** – hormona de crescimento, * **Prolactina**
271
Hormonas armazenadas neurohipófise
Oxitocina, vasopressina (ADH)
272
CONTROLO APARELHO REPRODUTOR
* Ciclo reprodutivo dividido **4 fases**: proestro, estro, diestro e anestro (controlado pelos estrogénios e progesterona) * Hipotálamo (fotoperíodo ou ferhormonas) liberta GnRH que estimula a libertação de FSH e LH da adenohipófise (e depois vão atuar no ovário)
273
CONTROLO APARELHO REPRODUTOR **FSH**
estimula crescimento e maturação folículo que começa a produzir estrogénio responsável pela manifestação de proestro e estro
274
CONTROLO APARELHO REPRODUTOR **LH**
provoca ovulação e formação corpo lúteo (produz progesterona: prepara útero para gestação e mantém gestação)
275
CONTROLO APARELHO REPRODUTOR **ACTH**
Final gestação o feto produz ACTH que leva as adrenais a libertarem cortisol (o feto decide o momento do parto)
276
CONTROLO APARELHO REPRODUTOR **Cortisol**
estimula a produção de estrogénios e prostaglandinas pelo útero (sensibilizam útero para contração pela oxitocina)
277
CONTROLO APARELHO REPRODUTOR **Prostaglandina**
lise corpo lúteo, baixa a progesterona e ocorre o parto. (podemos usar prostaglandinas para provocar o parto ou impedir a gestação e podemos usar progesterona para manter a gestação)
278
GONADOESTIMULINAS
(estimulam as gónadas, atuam nos ovários e testículos) **GLICOPROTEÍNAS**: (proteína com um grupo açúcar associado; a sua adm. não pode ser por via oral porque seriam degradadas no TGI) – **GnRH** (Gonadotropin-releasing hormone) – **FSH** (Follicle-stimulating hormone) – **eCG** (Equine corionic gonadotropin) = Pregnant mare serumgonadotropin – PMSG) – **LH** (Luteinizing hormone) – **hCG** (Human corionic gonadotropin)
279
Farmacocinética das glicoproteínas
– **Absorção**: destruídas no TGI se administradas per os → Via parenteral (injetavel) – **Distribuição**: por todo corpo. Não penetram SNC – **Metabolismo**: metabolizadas lentamente no fígado e rim. Semi-vida plasmática 1-12 h
280
GnRH (Gonadorelina)
* Produzida endógenamente pelo **hipotálamo**. Pode ser de origem **natural** ou **sintética** (desorelina). * Administração **IM** * Provoca libertação FSH e LH pela adenohipófise (como estimula a libertação FSH e LH, só é usada em ♀) * Tratamento de **quistos foliculares** em vacas ♀
281
FSH e eCG (atividade semelhante FSH)
(apesar de ser H. estimuladora dos folículos, pode ser usada em ♂) * ♂Aumenta diâmetro dos tubos seminíferos e **espermatogénese** * Usadas Tx infertilidade, melhoram a libido e as contagens espermatozoides * ♀Estimula **desenvolvimento folicular** e **síntese de estrogénios** * Usadas para estimular **desenvolvimento folicular** e **induzir o estro** (↑ gémeos) * Para induzir **superovulação** ou induzir **cio** fora época reprodutiva * **Efeitos adversos**: * Podem ocorrer choques anafiláticos após administrações repetidas de gonadoestimulinas com origem noutra espécie (sendo glicoproteínas de outra espécis, têm componente Ag na proteína)
282
LH e hCG (atividade semelhante LH)
*♂ **aumenta síntese testosterona** pelas células Leydig * Usadas Tx **infertilidade** por baixos níveis testosterona e criptorquidismo (testosterona estimula descida testículos até escroto) (1 ou os 2 testículos ficam retidos na cavidade abdominal; quando a descida não ocorre, podemos suplementar os animais com testosterona, LH ou hCG) *♀ provoca **ovulação** e **estimula luteinização**, levando ↑ síntese progesterona (pico de LH provoca a ovulação do folículo maduro e depois forma-se o corpo lúteo que produz progesterona) * Usadas **controlar ovulação** e Tx infertilidade persistente. * A HCG pode ser usada para tratar **quistos ováricos** (ninfomania) em vacas leiteiras * **Efeitos adversos**: * Podem ocorrer choques anafiláticos após administrações repetidas de gonadoestimulinas com origem noutra espécie
283
ESTERÓIDES SEXUAIS
* Estrogénios * Progestinas * Androgénios
284
Estrogénios
– **Esteróides**: Estradiol, Estrona, Estriol – **Não esteróides**: Zeranol, Dietilestilbestrol (DES)
285
Progestinas
– Progesterona, Medroxi- e Hidroxi-progesterona – Megestrol, Melengestrol, Altrenogest
286
Androgénios
– Testosterona, Mibolerona, Trembolona – Nandrolona, Boldenona, Stanozolol
287
Farmacocinética dos Esteróides Sexuais
– **Absorção**: bem absorvidos do TGI se administrados per os, mas rapidamente metabolizados no fígado – **Distribuição**: 90% ligação proteínas plasmáticas, distribuídos por todo organismo – **Excreção**: metabolizados por hidroxilação. Conjugação (glucoronatos e sulfatos) e eliminação na urina e fezes
288
Estrogénios
* Grupo de hormonas **sintetizadas pelos ovários** e em menor quantidade pelos testículos (garanhões), adrenal e placenta * Bem absorvidos **via oral**. * ≈ 90% ligam-se proteínas plasmáticas. * **Rapidamente metabolizados fígado** (estrogénios naturais). Os sintéticos metabolizam-se lentamente * Eliminação **urina** ou **bílis** * **Estimulam trato reprodutivo** (hiperémia, hipertrofia, edema durante estro - ♀) * **↑ tónus uterino** e proliferação endométrio - ♀ * **↑ dilatação cérvix** - ♀ * Estimulam** crescimento glândula Mamária** * **↑ ossificação linhas epifisárias** (limita crescimento) * **↑ recetividade sexual** - ♀ * **Estimulam síntese proteica** (anabolizantes) * Antagonizam recetores andrógenos
289
Estradiol
* Estrogénio endógeno **+ potente** * Mecanismo ação desconhecido * **Cipionato de estradiol** - **IM** * **Benzoato de estradiol** - administrado forma de **implantes** (SC/auric) * Agente anabólico potente em ruminantes (não é eficaz porcos) * **↑ retenção de água** * **↑ síntese proteica** * **↑ deposição de gordura** * **↑ libertação GH** (somatotropina) (cresce + rápido) * Pode provocar **problemas comportamentais** em vacas com cio
290
Cipionato de estradiol
* Administração **IM**. Absorção lenta * Distribuição todo organismo * Acumulação tecido adiposo * Metabolização **hepática**, excreção **urinária** e **biliar**
291
Dietilestilbestrol (DES)
* Bem absorvido **per os** nos monogástricos * Lentamente metabolizado no fígado, excretado na urina e fezes * Utilizado como promotor de crescimento em animais de produção. Proibido! * Efeitos **cancerígenos**. Proibido!!!
292
Aplicações Tx dos esteróides sexuais
– Correção anestro em vacas – Tx corpo lúteo persistente em vacas – Tx piómetra e fetos mumificados (expulsão material purulento, placentas retidas) – Indução aborto em cadelas – Tx incontinência urinária cadelas – Tx hiperplasia ou tumores prostáticos (associados atividade androgénica)
293
Efeitos adversos dos esteróides sexuais
– Prolapso vaginal e rectal (Tx prolongado) – Aborto, quistos foliculares – Fraturas ósseas (ossificação excessiva) – Anemia aplástica e leucopenia (por supressão da medula óssea em cães e gatos)
294
PROGESTINAS
São um grupo de compostos com efeitos semelhantes à progesterona As progestinas endógenas são produzidas pelo corpo lúteo * Progesterona * Megestrol * Medroxiprogesterona * Altrenogest
295
Progesterona
* Secretada pelo **corpo lúteo**, pela **placenta** de éguas e ovelhas e **cortex adrenal**. * 90% liga-se proteínas plasmáticas * Administrada **per os** rapidamente inativada pelas enzimas hepáticas * **↑ secreções endométrio** (alimentar embrião) * **↓ motilidade do útero** (preparar a gestação) * **↑ desenvolvimento secretor glândulas mamárias** * Inibe libertação gonadoestimulinas (feedback negativo - não precisa de foliculos se está grávida) * Pode ↑ níveis sanguíneos glucose
296
Megestrol
* **Progestina sintética** para cadelas e gatas * Bem absorvido **per os** em monogástricos * Metabolização **hepática** * **Semi-vida 8 dias** em cães * Usado como **contraceptivo** em cadelas * Tx de **pseudo-gestação** (não estão inseminadas → 2 meses depois → agem como grávidas, fazem ninho...) * Prevenir **hiperplasia vaginal** (causado por muito estrogénio) * Tx **galactorreia severa** * Controlo comportamento masculino (química ≃ testosterona) * **Supressão estro em gatas** * Tx alterações dermatológicas (alopecia endócrina felina) * efeitos adversos * Hiperglicemia, * ↑ apetite (suposta gravidez → comem mais) * Supressão adrenal, * Hiperplasia endometrial
297
Medroxiprogesterona
* Administração **SC** ou **IM** * Usado para **controlar agressividade** e problemas urinários comportamentais * Usado em **problemas dermatológicos** * **Supressão estro em cadelas e gatas** * Efeitos adversos: * Piómetra, * Alterações mamárias (tumores) * Depressão, * Letargia, * ↑ apetite * Não indicado atualmente !
298
Altrenogest
* Administração per os em éguas para sincronizar ou suprimir o estro, para prolongar a fase lútea * Para manter a gestação em éguas com baixos níveis de progesterona
299
ANDROGÉNIOS
* São hormonas sexuais produzidas nos testículos, ovários e córtex adrenal * Promovem aparecimento caracteres sexuais secundários e libido. * Têm atividade anabolizante * Provocam aumento peso * Estimulam formação eritrócitos Fármacos: * **Testosterona** * **Mibolerona** * **Trembolona** * **Zeranol** * **Esteróides Anabolizantes**: * **Nandrolona** * **Baldenona** e **Stonozolol**
300
Testosterona
* Secretada pelo **testículo** e **adrenais** * Na próstata e cél. Sertoli é reduzida a **dihidrotestosterona** (dobro atividade biológica) * Metabolizada **fígado** e excretada na **urina** * Em conjunto com FSH e LH **promove espermatogénese** e **↑ líbido** * **↑ eritropoiese** (promove secreção eritropoietina) * Os **ésteres de testosterona** (cipionato, enantato e propionato) administrados **IM** * Têm duração de ação de **2 a 4 semanas** **Efeitos anabólicos** * Liga-se a recetores andrógenos no músculo * ↑ síntese de proteína * retenção de potássio e fósforo * ↑ crescimento ósseo, cartilagem e tecidos * ↓ ligação glucocorticoides a recetores musc. **Aplicações terapêuticas** * Tx impotência e infertilidade * Tx incontinência urinária e dermatite em cães castrados **Efeitos adversos** * Infertilidade e oligospermia * Adenomas perianais, hérnias perineais, desordens prostáticas e alterações de comportamento * Masculinização de ♀s e fetos ♀s * Hepatotoxicidade
301
Mibolerona
* Absorvida **per os**, rápida metabolização **hepática** * Excreção **renal** e **fecal**, **Inibe gonadoestimulinas** * Usada como **contracetivo** em cadelas (inibe a ação do ovário e a formação dos folículos)
302
Trembolona
* Agente anabólico sintético - Acetato de trembolona (TBA) * Mal absorvida per os → **implantes SC** * Hidrolizada no **fígado**, metabólitos conjugados com ác. Glicorónico, excretados na **bílis** * Pc efeitos secundários, Pc androgénico, mas grande atividade anabolizante
303
Zeranol
* Micotoxina (produzido por um fungo) * Absorção **SC** lenta * Metabolização **fígado**, excreção na **bilis** * Fortes efeitos anabolizantes * ↑ secreção hormona crescimento (GH)
304
Nandrolona
(Esteróide Anabolizante) * Quimicamente semelhante testosterona * Esteróide anabolizante * Usada associada a ácidos: fenilpropionato, laurato, decanoato
305
Baldenona e Stonozolol
(Esteróide Anabolizante) * absorvidos **IM** * Stanozolol usado **per os** * Obtidos para **evitar efeitos masculinizantes** * ↑ apetite, ganho peso, melhoram condição física * Usados em cães, gatos e cavalos com anorexia, perda de peso, debilitados * Promovem eritropoiese (usados em alguns tipos de anemias)
306
MEDICAMENTOS OXITÓCICOS
* Compostos com capacidade de aumentar a contractilidade do músculo uterino Fármacos: * **Oxitocina** * **Ergonovina** * **Bromocriptina** * **Prostaglandina F2α** Nota: * Quando usados para **induzir o parto**, são denominados **oxitócicos** * Quando usados para **induzir o aborto** são denominados **abortivos**
307
Oxitocina
* **Contrações uterinas fortes** (↑ contractilidade das miofibrilhas uterinas) * **Descida do leite da Glând. Mamária** (estimulação cél. Mioepiteliais da parede dos alvéolos) * **Facilita transporte do sémen** através do trato ♀ * Só pode ser aplicada quando já ocorreu dilatação do cérvix * **Aplicações terapêuticas** * Indução parto e reverter a inércia uterina (cérvix dilatado e feto em apresentação normal) * Ajudar na expulsão da placenta * Facilitar a involução uterina (reduzir a hemorragia ou facilitar a resolução de um prolapso) * Induzir descida do leite, Tx de agaláxia em porcas * Éguas final da gestação: os agentes oxitócicos isolados podem induzir parto
308
Ergonovina
(efeito ≃ oxitocina) * Alcalóide derivado de um fungo (Ergot) * **Ativa recetores α-adrenérgicos** com contração musculo liso (miométrio e vasos sanguíneos) * Administração **IM** * Indução da involução uterina * Controlo da hemorragia pós-parto * **Expulsão da placenta** (em vacas e cadelas) quando a oxitocina não é eficaz
309
Bromocriptina
* Alcalóide derivado de um fungo (Ergot) * Atividade agonista dopaminérgica, inibe a secreção da prolactina * Usada no Tx de galactorreia e experimentalmente como abortivo canino
310
Prostaglandina F2α
* Substâncias endógenas naturais com **origem em ácidos gordos insaturados** * As prostaglandinas naturais têm semivida curta (90 seg) → **análogos sintéticos**: * Clorprostenol, Dinoprost, Fluprostenol, Luprostiol, Prostalino, Fenoprostaleno, Prostaniol * Efeito luteolítico * Efeito musculotropo (contracção músculo uterino e trompas uterinas) **Indicações médicas** * Anestro, Sub-estro, Fetos mumificados * Piómetras e metrites → Contração miométrio e relaxamento cérvix (expulsão conteúdo purulento no interior) **Indicações zootécnicas** * Sincronização de cios (destroi o corpo luteo das vacas e o início para todas começa ao mesmo tempo) * Indução do parto * Interrupção gravidez (indução aborto)
311
Prostaglandina F2α
* Substâncias endógenas naturais com **origem em ácidos gordos insaturados** * As prostaglandinas naturais têm semivida curta (90 seg) → **análogos sintéticos**: * Clorprostenol, Dinoprost, Fluprostenol, Luprostiol, Prostalino, Fenoprostaleno, Prostaniol * Efeito luteolítico * Efeito musculotropo (contracção músculo uterino e trompas uterinas) **Indicações médicas** * Anestro, Sub-estro, Fetos mumificados * Piómetras e metrites → Contração miométrio e relaxamento cérvix (expulsão conteúdo purulento no interior) **Indicações zootécnicas** * Sincronização de cios (destroi o corpo luteo das vacas e o início para todas começa ao mesmo tempo) * Indução do parto * Interrupção gravidez (indução aborto)
312
Estimulantes do apetite
* **Anorexia** comum doenças GI, Má ingestão nutrientes atrasa recuperação clinica * Alimentação entérica suplementos líquidos (Peq. Anim) * Comida palatável intervalos frequentes * **Comida aquecida** ↑ apetite carnívoros * **Suplementos**: * **Ácido Cítrico** * **Esteróides anabolizantes, Megestrol** Fármacos: * **Ciproheptadina** * **Glucocorticóides** * **Zinco**
313
Ciproheptadina
* Actua como **antagonista serotonina** (5HT-2) e da histamina (H1), **suprimindo centro saciedade no hipotálamo**; * Estimula apetite **gatos** e humanos. Não funciona no cão * **Sedação**. Mucosas secas. Em 20 % gatos provoca excitação SNC e comportamento agressivo.
314
Glucocorticóides
* supressor do Sist. Imunitário * estimulam o apetite; **↑ endorfinas SNC** * parte é resultado do **efeito eufórico** (bem estar) e **anti-inflamatório**. * Peq. Animais: **prednisona** ou **prednisolona** * Gds Animais: **prednisolona** ou **dexametasona**
315
Zinco
* essencial para **sensação de sabor**. * Pode aumentar apetite animais com **deficiência zinco**. * **Vit B** em **cavalos**
316
Anti-ácidos
* Fármacos que **reduzem secreção ácida** e promovem **proteção mucosa estômago** * **Diminuem o ácido clorídrico** (HCl) no estômago: * inibindo a secreção ácida, * neutralizando o ácido, * revestindo e protegendo a mucosa gástrica. Fármacos Inibidores secreção ácida: * Anti-histamínicos H2 * Inibidores bomba protões * Anti-ácidos de acção local * Protectores gástricos
317
Anti-histamínicos H2
* Bloqueiam por competição receptores H2 das células parietais, inibindo a bomba de protões e diminuindo a secreção ácida. * Bem absorvidos **PO**. * Distribuição por todos os tecidos. * 50% Metabolizado no **fígado**. * Excreção **renal** * **Ranitidina** → pró-cinética (atividade anticolinesterase) * **Ranitidina** e **Famotidina** 1ª opção (seguras, eficazes, ↓ efeitos 2ºs) * **Cimetidina** inibe enzimas microssomais do fígado e altera o metabolismo de outros fármacos (+ antiga e - utilizada) * **Cães e gatos**: gastrites, úlceras gástricas, esofagites e gastrinomas. * **Cavalos**: gastrites ou erosões gástricas.
318
Inibidores da bomba de protões
* **Diminuem a secreção de hidrogénio** por inibição da bomba H+-K+-ATPase na membrana das células parietais. * absorvidos via **oral**, também **IV** * Metabolizados por enzimas microssomais **hepáticas** e excretados pelo **rim** * **Omeprazole** e **pantoprazol** utilizado em **cães, gatos e cavalos** (limitar a secreção ácida): gastrites, úlceras gástricas e esofagites. * Prevenção e tratamento de erosões gástricas induzidas por AINEs.
319
Anti-ácidos de acção local
* **Sais de alumínio**: hidróxido de alumínio, carbonato de alumínio, silicato de alumínio. * **Sais de magnésio**: óxido de magnésio (leita de magnésio), trissilicato de magnésio. * **Neutralizam HCl gástrico** e **inibem a pepsina**. * Efeito protector e adsorvente na mucosa do TGI. * Estimulam as prostaglandinas na mucosa.
320
Protectores gástricos
* **Sucrafato**: complexo de sacarose hidróxido de alumínio-sulfato. (tampa na úlcera como um penso) * Grupo sulfato liga-se às proteínas do tecido ulcerado e protege-as do ácido, sais biliares e pepsina. * Excretado em natureza **urina** * **Tratamento de úlceras** gastroduodenais em **cães, gatos e cavalos**. * Terapias prolongadas: **constipação** * **Subsalicilato de bismuto**: * Dividido pelas bactérias em salicilato + bismuto. * **Bismuto** absorve toxinas, cobre ulceras, não é absorvido, Radio-opaco. * **Salicilato** absorvido, efeito anti-prostaglandinas
321
Protectores gástricos
* **Sucrafato**: complexo de sacarose hidróxido de alumínio-sulfato. (tampa na úlcera como um penso) * Grupo sulfato liga-se às proteínas do tecido ulcerado e protege-as do ácido, sais biliares e pepsina. * Excretado em natureza **urina** * **Tratamento de úlceras** gastroduodenais em **cães, gatos e cavalos**. * Terapias prolongadas: **constipação** * **Subsalicilato de bismuto**: * Dividido pelas bactérias em salicilato + bismuto. * **Bismuto** absorve toxinas, cobre ulceras, não é absorvido, Radio-opaco. * **Salicilato** absorvido, efeito anti-prostaglandinas
322
Fármacos pró-cinéticos
Cisapride Metoclopramida Ranitidina
323
Cisapride
* **Mecanismo de ação:** * estimula libertação Acetilcolina no plexo mioentérico * Bloqueia recetores dopaminérgicos * Estimula motilidade do esófago ao colon * Usado estase GI, esofagite por refluxo, megacolon em gatos * Farmacocinética: absorvido **PO** * Biodisponibilidade 35-40%. Forte ligação Prot. Plasmáticas * Metabolização **hepática** por desalquilação e hidroxilação * **Efeitos adversos**: diarreia, dor abdominal
324
Metoclopramida
* **Mecanismo de ação**: antagonista dos recetores dopaminérgicos D2 * Agonista dos recetores serotoninérgicos 5-HT4 * **Estimula motilidade do TGI proximal** (esfinter esofágico e estômago) - usamos em animais a vomitar, alimento passa + rápido para o intestino * Bem absorvida via **oral**, **IV**. 50-70% biodisponib/ * Aplicada esofagite por refluxo, estase gástrica e hipomotilidade
325
Ranitidina
* **Mecanismo de ação**: além da **atividade antisecretora**, **estimula motilidade GI** por inibir atividade acetilcolinesterase * **Agente potenciador parassimpático**, estimula esvaziamento gástrico (+), motilidade intestinal
326
Fármacos Doenças Hepáticas
Fármacos doenças hepatobiliares + dieta alimentar * Ácido ursodeoxicólico (UDCA) * Anti-oxidantes * Anti-fibróticos
327
Ácido ursodeoxicólico (UDCA)
* Ácido biliar natural da circulação entero-hepática * Administração **oral** em cães e gatos * **Protege células hepáticas de apoptose** e previne lesões mitocondriais (que levam a lesões celulares) * **Colerese** (indução fluxo biliar) * Supressão síntese colesterol hepático (menos sobrecarga hepática) * Redução inflamação (imunomodulador) * Aumento glutationa e metalotioneína (previnem lesões oxidativas)
328
Anti-oxidantes
* **Vitamina C** * **Vitamina E** * **Silimarina** (capta radicais livres) * **S-adenosil-L-metionina (SAMe)** – metabolito normal dos hepatócitos , defesa contra radicais livres * Precursor cisteína: **Glutationa**
329
Anti-fibróticos
* Fibrose → cirrose (atrofia do órgão) * Colchicina – Único fármaco para reduzir fibrose * **Estimula atividade colagenase** → degrada colagénio que iria suportar a formação de fibrose * Ainda experimental em vet → em humana funciona
330
* **Induzir vómito** * Centro vómito ativado por estimulação vagal e simpática TGI, input dopaminérgico da CTZ e estimulação colinérgica e histaminérgica do sistema vestibular * **Vómito** desenvolvido **carnívoros, primatas e suínos**. **Cavalos, ruminantes, roedores e coelhos** não possuem este reflexo protector. * **Não usar animais comatosos/convulsões** (não estãs conscientes), **sem reflexo faríngeo** (provoca falsos trajetos), em **choque**, **dispneicos** ou que **ingeriram substâncias cáusticas** (veneno, tinta tóxica...) * Melhor lavagem gástrica (Pneumonias aspiração) Fármacos: * Eméticos de acção central * Eméticos acção periférica * Eméticos de acção mista
331
Eméticos de acção central
Apomorfina Xilazina
332
Apomorfina.
* **Derivado da morfina** estimula recetores dopamina na CTZ (Chemoreceptor Trigger Zone), **induzindo o vómito** * **Emético eleição em cães** mas gatos tem efeito excitante (ñ usar). * Administrada por via **IV**, **IM**, **SC** * **PO** absorção lenta * Conjugação no **fígado** e eliminada **urina**
333
Xilazina
É um **agonista α2 adrenérgico** que **induz o vómito em gatos** Em **cães** o **efeito não é constante**.
334
Eméticos acção periférica
* **Cloreto de sódio** em cristais ou solução saturada (+ eficaz cães) * **Sulfato de cobre 1%**, **sulfato de zinco 1%** ou **peróxido de hidrogénio 3%** (água oxigenada) * Estimulam receptores aferentes simpáticos e vagais na faringe e no estômago
335
Eméticos de acção mista
* O **xarope de ipecacuanha** (emetina) é obtido de raízes de plantas e é constituído por **alcalóides** que **irritam a mucosa gástrica**, (vómito 10-30 min.) – emético ação periférica * Também ocorre alguma estimulação da CTZ – emético ação central * administrado com **precaução em doentes cardíacos**
336
Anti-eméticos
inibir o vómito = sedativos * Agentes anti-dopaminérgicos * Fenotiazinas * Metoclopramida * Anti-histamínicos H1 * Maropitant
337
Fenotiazinas
**Clorpromazina**, **promazina**, **acepromazina**, **proclorperazina**. * **Mecanismo de ação**: bloqueiam receptores (D2) da dopamina CTZ e doses mais elevadas, no centro do vómito * **Antagonistas α1/α2 adrenérgico** e **anti H1 e H2** * Antagonistas fraca atividade anti-colinérgica e anti-histamínica * **Farmacocinética**: boa absorção **PO**, efeito 1ª passagem. Ampla distribuição * Metabolização **hepática** por glicoronoconjugação ou com sulfatos. Excreção **urinária** * Podem provocar **hipotensão**, **bradicardia** e **sedação** moderada
338
Metoclopramida
* Derivado da **procaínamida** com acção central e periférica * **Acção central**: bloqueio receptores D2 da dopamina na CTZ e doses + altas inibição recetores serotonina (5HT3) * **Acção periférica**: estimulação motilidade do estômago e duodeno pelo aumento da sensibilidade do músculo liso à acetilcolina (se não têm nada no estômago não vomitam) * **Farmacocinética**: Rapidamente absorvida TGI * Efeito 1ª passagem: 50-70% biodisponibilidade * Excreção 25% inalterada e 75% conjugada na **urina** * Pode originar **alterações comportamentais**
339
Anti-histamínicos H1 Anti-eméticos
* **Mecanismo de ação**: **difenidramina**, **prometazina** ou **dimnidrato** bloqueiam vias aferentes colinérgicas e histaminérgicas dos orgãos vestibulares para centro vómito * **Farmacocinética**: Bem absorvidas **PO**. * pouco estudo em Med Vet mas usa-se * **Prevenir enjoo transportes em cães**, podendo ocorrer alguma sedação
340
Maropitant
* **Mecanismo de ação**: Antagonista recetor Neuroquinina (NK1) no centro do vómito. * Bloqueia neurotransmissão das vias eméticas aferentes * **Farmacocinética**: biodisponibilidade **oral** 37%. 99% ligação Prot. Plasm. Metabolização **hepática** citocromo P450. Eliminação **fecal** * **Não usar cachorros < 16 sems** * Hipoplasia medular
341
Laxantes
* Promovem evacuação intestinal, pelo transporte de fluidos e electrólitos e incremento da motilidade propulsiva: * aliviar uma constipação aguda; * remover tóxicos do TGI; * esvaziar intestino antes de cirurgia ou radiografia Farmacos: * Laxantes osmóticos * Laxantes expansores * Lubrificantes * Emulientes
342
Laxantes osmóticos
* **Sulfato de magnésio**, * **óxido de magnésio**, * **sulfato de sódio**, * **polietilenoglicol**, * **lactulose** - * **Mecanismo de ação**: são **sais não absorvíveis** ou polímeros que retêm água osmoticamente no lúmen intestinal. * **Amolecem as fezes** e distendem receptores mecânicos parede intestinal, induzindo peristaltismo * **Lactulose: + eficaz**. Ácidos orgânicos (láctico e acético) produzidos pela fermentação da lactulose (sacarose+lactose) no IG estimulam secreção fluidos no colon e motilidade propulsiva * **Polietilenoglicol**: associado a sulfato de sódio, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio ou cloreto de potássio * **Sulfato de magnésio** (Epson salts) ou **Hidróxido de magnésio** (Leite de magnésio): Administração **PO**. **Não usar em doentes renais** (20% magnésio excretado pelo rim = sobrecarga do rim)
343
Laxantes expansores
Aumentam o volume das fezes * Metilcelulose; * Lactulose; * agar; * psyllium - * **Polissacáridos pouco digestíveis** * Hidrólise bacteriana no colon -> ácidos gordos, ↆ pH luminal, retendo líquido e **estimula peristaltismo** * Contêm **colóides hidrofílicos**: absorvem água e expandem volume fezes, estimulando peristaltismo do IG. * efeito em 1-3 dias
344
Lubrificantes
* Parafina, * vaselina, * óleo mineral, * Docusat * petrolatum → gato com problema de bola de pêlo - * **óleos** ou **derivados hidrocarbonados que amolecem fezes** e **lubrificam a parede do intestino**, facilitam progressão no TGI * Deviam ser só administrados **via retal** para **minimizar risco de aspiração** → pneumonia por aspiração grave → animais de companhia bisnaga diminui o risco e pode ser PO
345
Emulientes
* Dioctil sulfosuccinato de sódio; * dioctil sulfosuccinato de cálcio (compostos tensioactivos que amolecem as fezes) - * **Detergentes aniónicos** ↑ miscibilidade entre água e lípidos ingesta, diminuindo absorção água * Administrados via **oral** * Também podem ser administrados em **enemas**
346
Anti-diarreicos
* Opiáceos * Espasmolíticos/anticolinérgicos * Agentes protectores/adsorventes
347
Opiáceos Anti-diarreicos
opiáceos inibem libertação de acetilcolina: ↓ acetilcolina → ↓ motilidade * **Difenoxilato** (Lomotil®), * **loperamida** (Imodium®), * **codeína** - * ↑ motilidade segmentação e ↓ propulsora atrasa trânsito intestinal: aumenta absorção * Estimulam directamente absorção de fluidos e electrólitos * Eficazes Tx sintomático diarreia aguda (4-5 dias) * Nos gatos podem causar excitação
348
Espasmolíticos/anticolinérgicos
* **Brometo de prifinium, bromobutilato de escopulamina** - espasmolíticos * **Isopropamida, aminopentamidina, propantelina** - * **Inibem motilidade intestinal** propulsora e não propulsora * Usados para **tratar diarreia** * Utilizados tx **espasmos gastrintestinais**
349
Agentes protectores/ adsorventes
* Mecanismo de ação: Adsorvem toxinas, tóxicos, irritantes (adsorventes) e promovem revestimento protector mucosa inflamada (protetores); * **Caolina** = **Silicato de alumínio hidratado** * **Pectina** – carbohidrato obtido de citrinos e maçã, formando soluções coloidais de efeito adsorvente * **Suspensões de caolina-pectina** (Silicato de alumínio hidratado). 20% combinado pectina * **Carvão vegetal ativado** * **Subsalicilato de bismuto**. Acção antiprostaglandina + proteção + adsorvente * Os **salicilatos** não devem ser administrados a gatos
350
Anti-inflamatórios intestinais
* **Sulfasalazina, Mesalazina** * Sulfonamida entérica (união de sulfapiridina e de ácido 5-aminosalicilico) * **Olsalazina** * União de 2 moléculas de ácido 5-aminosalicilico - * No IG: dividida pelas bactérias, libertando sulfapiridina e salicilato * **Salicilato** tem **efeito anti-inflamatório** na mucosa intestinal. **Inibe síntese prostaglandina** * Administrada **PO** para Tx **doença intestinal inflamatória crónica** e **colite** cães e gatos (toxicidade em gatos)
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Estimulantes Goteira Esofágica
Encerramento goteira esofágica necessário para administração oral em ruminantes jovens. (Bypass reticulo-rumen) Função ruminal: das 3-6 sem até 9-13 sem. - Leite (papila gustativa sente e ativa a goteira esofágica) - Bicarbonato de Sódio 10% (vitelos) - Sulfato de Cobre 5% (vitelos) - Sulfato de Cobre 2% (cordeiros) Goteira esofágica em 2-5 seg. Dura 1 min.
352
Relaxantes Esofágicos
Obstruçãões esofágicas por serem - seletivos (maçã, p. ex.) Bloqueiam receptores Dopamina CTZ. Efeito anti-colinérgico. Sedação: * **Acepromazina** * **Clorpromazina** Relaxante muscular: * **Xilazina**
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Compostos Ruminatórios
* **Benzamidas** * **Metoclopramida** – efeito periférico. Estimula contracção ruminal, aumenta velocidade esvaziamento gástrico * **Transfaunação** * **Transferência de Fluído Ruminal** * De 1 animal saudável para 1 que precise * Inoculação de bactérias e protozoários vivos no rúmen * Meio mais eficaz para restaurar a flora ruminal e a motilidade ruminal, dp de corrigida a causa de estase.
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Compostos Anti-timpânicos
**Alteram tensão superficial da espuma**, rebentando bolhas gás aprisionado (liberta-se e sai por eructação ou trocarter) * **Poloxaleno** * **Metil-silicone polimerizado** Administrados via orogástrica ou por trocarter directamente no rúmen (timpanismo espumoso, espuma não sai por eructação nem por sonda) * Óleos minerais e vegetais * Derivados etilénicos * Citrato de Acetiltributil
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Compostos Anti-ácidos
Tratar acidose láctica ruminal por excesso de carbohidratos. Administrados via **oral**. Sais de bases fracas → ligam-se ao ácido do rúmen neutralizando-o * Óxido de Magnésio (pode ocasionar alcalose sistémica por excesso de administração) * Carbonato de Magnésio * Hidróxido de Magnésio * Hidróxido de Alumínio * Bicarbonato de Cálcio * Carbonato de Cálcio * Carbonato de Amónio * Bicarbonato de Sódio
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Agentes Acidificantes
* Vinagre * Ácido Acético 4-5% Tratar **indigestão simples**, com excesso de salivação rica em bicarbonato que aumenta o pH. Tx **intoxicação aguda por ureia** que reduz absorção amónia. Admin **PO**. Alcaloses ruminais
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Agentes Antizimóticos
Parar a fermentação ruminal; parar bactéricas, protozoários Opõem-se à ação de fermentos ou enzimas Usados Per os para parar ou diminuir a fermentação ruminal * **Formalina** * **Antibióticos** amplo espectro per os (penicilina, tetraciclinas)