EPILEPSIA Flashcards

1
Q

Epidemiologia

A

A epilepsia é comum, e atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo.
-Até 10% da população vai ter crise convulsiva ao longo da vida, porém menos da metade desses irá apresentar novos episódios;

-5% das ligações de emergência são por crises convulsivas;
13% dos pacientes com epilepsia necessitam de atendimento em pronto socorro ao longo de um ano.

Uma crise epiléptica pode afetar substancialmente

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2
Q

Qual a definição de crise epiléptica?

A

São eventos clínicos que refletem disfunção temporária de um conjunto de neurônios dentro de redes limitadas a um hemisfério cerebral (crises focais), ou rede neuronal mais extensa envolvendo simultaneamente os dois hemisférios cerebrais (crises generalizadas).

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3
Q

Qual a fisiopatologia da crise epiléptica?

A

Ocorrem em decorrência de um desequilíbrio entre a excitação e a inibição dos neuronios do córtex cerebral, levando uma despolarização neuronal excessiva e sincronica –> heperexctibilidade neuronal

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4
Q

O que é a epilepsia?

A

Um distúrbio cerebral caracterizado por uma predisposição duradoura para gerar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas cognitivas, psicológicas e sociais dessa condição.

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5
Q

De acordo com o ILAE (DG); A EPILEPSIA

A

Pelo menos duas crises não provocadas, com mais de 24 horas de intervalo entre elas; ja dá o DG

  • uma crise não provocada e chance de recorrência de 60% em 10 anos
    *chance; alteração do exame de imagem, eletroencefalograma, crises noturnas, alteração do exame neurológico e deficit focal.
  • diagnostico de sindrome epileptica; conjunto de sinais e sintomas
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6
Q

Qual a diferença entre a crise não provocada e a crise provocada?

A

crise provocada; normalmente são crises generalizadas
- secundaria a insultos cerebrais transitórios;
* Abstinencia de alcool, drogas
* distúrbios metabólicos (hiponatremia e hipoglicemia)
* Retirada abrupta de BZD e barbitúricos
-secundaria a alterações agudas ;
-encefalite, acidente vascular cerebral hemorrágico, trombose do seio venoso

Crise não provocada ; não houve identificação de fator causal –> álcool, retirada de BZD

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7
Q

qual o risco de recorrencia?

A

após uma crise; 26-40%
apos 2 crises; 60-87%
após 3 crises; 61-90%

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8
Q

Quais são os maiores risco de recorrência?

A
  • alteração estrutural
    -alteração no exame neurológico
    -predomínio das crises durante o período noturno
  • alteração no EEG
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9
Q

Sobre a crise focal;

A
  • origem e envolvimento de um hemisfério cerebral, com ou sem alteração do nível de consciência.
    crise desperceptivel ; perda da consciencia durante a crise
    crise perceptível; sem perda da consciencia durante a crise
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10
Q

A crise generalizada é sempre?

A

-desperceptivel
- crises que rapidamente recrutam redes e é distribuídas bilateralmente

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11
Q

Como analisar a percepção?

A
  • percepção de si propio
  • percepção do meio
    -responsividade (ele respondia?)
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12
Q

De acordo com a classificacao das crises;

A
  • Se a percepção é comprometida em qualquer ponto durante uma crise focal → crise focal disperceptiva;
  • O primeiro sinal ou sintoma proeminente de uma crise focal deve ser usado para a classificação;
    -É possível usar exames complementares para a classificação;
    -O nível de consciência não é usado como classificador de crises generalizadas.
    Crises generalizadas são sempre disperceptivas.
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13
Q

Atendimento pré hospitalar; primeira crise

A
  • tirar objetos perigosos de perto
  • colocar paciente em superficie plana
    -lateralizaçãoo cefalica –> evitar broncoaspiração
    -atentar para as vias aéreas, respiração e circulação
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14
Q

Estado do mal epilético;

A
  • crise cessou com menos de 5 minutos; prosseguir com a investigação, não é considerado EME
  • crise NÃO cessou; com duração maior que 5 min –> Abordagem do EME
  • A partir de 5 minutos, inicia-se lesão cerebral, por isso, anteriormente a esse período não há necessidade de uso de medicação abortiva
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15
Q

Se uma ou mais crises dentro de um período de 24 horas, em paciente que nunca teve outros episódios;

A
  • anamnese
    -exame físico geral e neurológico detalhado;

*determinar se o evento realmente foi uma crise convulsiva (analisar possível dg diferenciais)
*Buscar na história episódios prévios não reconhecidos pelo pct
*investigar lesão estrutural
*investigar possíveis fatores precipitantes para a crise provocada

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16
Q

Quais os fatores que podem provocar uma crise convulsiva?

A

-Etilismo
-uso de drogas
-abstinencia de BZD
- metabólica (hipona, hipomg,hipoca hipoglicemia, hiperglicemia)
-privação do sono
- medicamentosa (tramadol, imipenem, bupropiona)

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17
Q

Quais exames laboratoriais devem ser pedidos?

A

hemograma
PCR
eletrólitos
urina I
glicemia

obs;A punção lombar: Se o quadro clínico for sugestivo de possível meningite, encefalite ou hemorragia subaracnóidea, na presença de febre nova e inexplicável com crises, encefalopatia ou sinais meníngeos. Pacientes imunocomprometidos também podem ter resultados anormais no LCR sem evidência clínica evidente de uma infecção.

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18
Q

Para que é necessário o exame de imagem?

A
  • todos os pct com crise epiléptica devem ser submetidos a exame de imagem
  • importante para a detecção de lesão estrutural
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19
Q

Quando fazer exame de neuroimagem na urgencia?

A
  • primeiras crises com déficits focais ( deficit no exame neurológico)
  • febre
    -cefaleia persistente
    -alterações cognitivas e historias recente de TCE
  • crises focais com inicio após os 40 anos
20
Q

RNM; Epilepsia do lobo temporal, epilepsia do extratemporal

A

*melhor identificação das estruturas

Epilepsia do lobo temporal:
- Avaliação do Hipocampo;

*Epilepsia extratemporal:
- Infância:
Congênitas: lesões cavitárias, gliose, leucomalácia infecciosa, rubéola, CMV, toxoplasmose;
Malformação do desenvolvimento: tumor de baixo grau, displasia cortical;
Adquiridos: trauma do parto, neoplasia, meningite, encefalites.

  • Tardio:
    Neoplasias / Traumas;
    Malformações vasculares / AVC.
21
Q

De acordo com a imagem, avalie;

A

Esclerose mesial temporal
imagem
a-) hipocampo preenchendo um espaço maior
b-) Atrofia –> esclerose mesial temporal

22
Q

De acordo com a imagem, avalie;

A

Observa-se displasia cervical, podendo ser observada ausencia do contorno da substancia cinzenta e na imagem B um hipersinal

23
Q

O que é cavernoma?

A

malformações cavernosas cerebrais são lesões dos vasos sanguíneos capilares cerebrais, que, ao tornarem-se dilatados e irregulares, deixam componentes do sangue “vazarem” para o tecido cerebral vizinho.

24
Q

Quando pedir o eletroencefalograma?

A

o quanto antes, se possível nas primeiras 12 horas

  • se possível realizar na urgencia.
25
Q

Abordagem na primeira crise;

A

cessou < 5 min;
-exames lab +observação por 24 horas
- Tc de encefalo (se indicação)+ EEG ( se disponível)
- RM de encéfalo + EEG (ambulatorial)

NÃO cessou > 5 min;
- manejo de EME

26
Q

EM CRISES COM RECORRÊNCIA;

A

*< 5 MIN ;
-lab + observações
- TC; nao fazer
-ECG
*> 5 MIN ;
EME

27
Q

Quando é iniciado o tratamento da crise epiléptica?

A

-o tratamento é iniciado após a 2 crise epiléptica.
- iniciado após a 1 crise, se alto risco de recorrência ou exposição ocupacional.

28
Q

Qual o MA dos FAES (fármacos antiepilépticos) ?

A
  • estabilização da membrana com bloqueio dos canais iônicos (sodio e calcio)
  • antagonismo da neurotransmissão glutamatérgica ( inibição dos receptores de glutamato NMDA)
  • potencialização de neurotransmissão gabaérgica

**possuem muitos efeitos adversos, por isso, deve-se iniciar por monoterapia, titulação lenta, máxima dose tolerada, duração mínima de 2 anos.

29
Q

Quando pode ser realizado o “desmame”do pct que usa FAEs?

A

Se o pct utilizar medicações por 2 anos e se mantiver estável, sem alteracao de imagem e EEG, pode-se tentar a retirada da medicação.

30
Q

Quais sao os farmacos que sao indutores enzimáticos?

A
  • indutores do citocromo P450, aceleram o metabolismo de medicações processadas e reduzem o nivel serico dessas drogas

são eles;
* carbamazepina
*fenitoína
*fenobarbital
*primidona

obs–> não utilizar em pcts idosos com polifarmacia

31
Q

Quais são os possíveis efeitos colaterais dos fármacos indutores enzimáticos?

A
  • menor densidade óssea pelo metabolismo da vitamina D
  • metabolismo hormonal ; diminuição da libido
  • maior nível de colesterol pelo metabolismo de lipoproteínas

interação medicamentosa com; anticoncepcionais, varvarina, antirretrovirais, imunossupressores, antiarrítmicos.

32
Q

O que se deve atentar no tratamento?

A
  • doenças com alta ligação proteica (insuficiencia renal, idoso, gestação); fenitoína e valproato, bzd
  • interação com ACO; topiramato, perampanel, oxcarbazepina
33
Q

Quais sao os medicamentos do menor p o maior risco para teratogenicidade?

A
  • lamotrigina
    -carbamazepina
    -oxcarbazepina
  • ac valproico
34
Q

Qual medicamento deve ser ultilizado para gestantes e mulheres em idade fértil?

A

-lamotrigina
-carbamazepina

35
Q

Qual medicamento deve ser evitado, pelo risco de teratogenicidade, para mulheres em idade fértil e gestante ?

A
  • ac. valproico
36
Q

Qual a primeira linha de tratamento para crise focal e generalizada?

A

focal; carbamazepina, oxcarbazepina

2 linha; fenitoína fenorbabiral

generalizada; lamotrigina, valproato

2 linha; topiramato, clonazepam

37
Q

quais os efeitos adversos?

A

-ataxia; fenobarbital, fenitoína, carbamazepina e lamotrigina
-hematologico; ac valpróico, carbamazepina
-sedação e cognição; topiramato, fenobarbital
-psicose; topiramato
-depressão ; fenobarbital

38
Q

Quando pode-se considerar epilepsia resolvida?

A

uma crise há mais de 10 anos e pelo menos 5 anos sem tratamento com FAEs

39
Q

Qual a definição do EME?

A
  • crise epiléptica com mais de 5 minutos (crises recorrentes sem retorno ao estado basal entre elas)
40
Q

Qual o manejo para o EME?

A
  • estabilização clínica ABCD/ monitorização (o2 e IOT se nescessario)
  • corrigir a causa base; disturbios eletroliticos
    -coletar; eletrólitos, hemograma, toxologia, dosagem sérica de FAES
    -tratamento abortivo; IM ou EV
41
Q

Quais sao os medicamentos da 1 linha para EME?

A

midazolam IV ou IM (0,1 mg/kg)–> pode repetir a dose–> diazepam IV (10mg)-> repetir a dose

42
Q

Caso não der certo a 1 linha de tratamento, o que se deve fazer?

A
  • fenitoína IV –> repetir a dose–> fenobarbital –> NÃO SE DEVE EXCEDER 60MG/MIN
43
Q

HIDANTALIZAÇÃO

A

Dose em adultos: 20mg/kg (ampola 250mg/5ml)

-Diluir em SF 0.9% 250ml e infundir em acesso periférico
- Dose máxima: 2g

*Velocidade máxima de infusão 50mg/min → e se é necessário 1500mg, dividir por 3→ fazer em 30 a 30 minutos
Idosos e crianças: 20mg/min
Não diluir com soro glicosado
Observar paciente durante a infusão: hipotensão e arritmia
Dose de manutenção: 100mg 8/8h

44
Q

SE não der certo a 2 linha..

A

Midazo IV contínuo –> 2mg/kg/hr–> propofol IV contínuo –> 2mg/kg/hr

*para midazolam e propofol em BIC, o pct deve ser entubado

45
Q

Quais as orientações ao pct?

A

Segurança :
Dirigir, esportes radicais, altura e atividades com água.
Mudança de estilo de vida:
Sono regular, exercício físico, controle emocional, alimentação regrada, ingesta de
bebidas e substâncias.
Condutas durante a crise, risco de crises prolongadas e SUDEP;