21. Crosslinking Corneano Flashcards

(47 cards)

1
Q

Córnea - Como são as ligações entre as fibras de colagénio da córnea? (4 topicos)

A
  • Ligações cruzadas de dissulfeto (fibra a fibra)
  • Fibras que se cruzam e se entrelaçam nas adjacentes
  • Lamelas que se dividem e fundem com lamelas adjacentes
  • Lamelas que se dividem em 2-3 subcamadas que se entrelaçam
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2
Q

Córnea - Qual é a elasticidade normal do Estroma da Córnea?

A

É baixa
- Varia apenas +/- 0,25% em função da PIO normal e ciclo cardíaco

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3
Q

Córnea - Como é a variação da rigidez corneana com a idade? Porque é que aumenta?

A
  • DUPLICA entre os 20 e os 100 anos
  • Devido à criação FISIOLOGICA de pontos de cross-linking por acumulação de produtos finais de glicolização não-enzimáticos
  • É isto que faz com que o risco de Queratocone DIMINUA com a idade
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4
Q

Córnea - Que tipo de reação Ocorre durante o Cross-linking?

A

Reação Fotoquímica, mais especificamente FOTO-OXIDATIVA

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5
Q

Córnea - Protocolo de Dresden - quando foi lançado? Em que consiste? Quais são os parâmetros?

A

Parâmetros
Radiação - UVA 370 nm
Irradiância - 3 mW/cm2
Duração - 30 minutos
Dose total (Fluencia) - 5,4 J / cm2

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6
Q

Córnea - Protocolo de Dresden - Quais foram os resultados comprovados por Metanálise (saiu agora uma em 2023)

A
  • Redução sustentada na Queratometria
  • Melhoria na visão
  • Efeito refractivo MENOS homogenio
  • Afinamento estromal NÃO melhora
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7
Q

Córnea - O que é a Riboflavina? Qual é o pico de fluorescência? Qual é o nome da forma solúvel? Qual é o comprimento de onda que usamos para excitá-la?

A

Riboflavina
- Vitamina B2
- Cor amarela
- Pico de fluorescência a 530 nm
- Forma solúvel é Riboflavina 5-Fosfato
- É excitada pela Radiação - UVA 370 nm
ai induzir a formação de ligações coavalentes

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8
Q

Córnea - Qual é o principio que permite modular e dosear o tratamento?

A

Absorção da Riboflavina no estroma é LINEAR
- Maiores concentrações usadas relacionam-se com maior absorção e consequentemente com maior efeito terapêutico
- Permite modular e dosear tratamento

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9
Q

Córnea - Qual é o perfil de distribuição da UVA-A? Como era antes?

A
  • Primeiros aparelhos usavam uma distribuição GAUSSIANA
  • Maioria dos aparelhos hoje em dia usa perfil em Top-HAT
  • Aparelhos mais recentes permitem perfis de irradiação PERSONALIZADOS
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10
Q

Córnea - Qual é o papel do oxigénio no Crosslinking? Que 2 tipos de reações existem?

A
  • Envolvido na criação de espécies reactivas que induzem a formação das ligações cruzadas
    Há 2 mecanismos principais para criação das espécies reactivas
    Tipo 1
  • Associada a baixas concentrações de Oxigénio
  • Forma radicais livres de hidrogénio
    Tipo 2
  • Associado a ALTAS concentrações de oxigénio
  • Forma singlets de oxigénio
  • Mais eficaz por molécula de riboflavina
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11
Q

Córnea - Como é que se pode modular a quantidade de oxigénio envolvido na reação? (2 formas)

A

O2 suplementar
Iluminação pulsada (associada a ciclo de trabalho da fonte de radiação)
- Para regeneração de oxigénio durante os ciclos off

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12
Q

Córnea - Quais são as indicações cirúrgicas para Crosslinking?

A
  • Queratocone em PROGRESSAO
  • Potencial visual
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13
Q

Córnea - Crosslinking - Qual era o limite mínimo de espessura nos protocolos clássicos?

A
  • Paquimetria mínima de 400 μm
  • De forma a garantir não toxicidade para o endotélio
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14
Q

Córnea - Crosslinking - De que forma é que os protocolos sub-400 funcionam?

A
  • Modulam irradiação total de forma a tornar procedimento seguro em córneas mais finas
  • Previnem progressão até 1 ano em córneas MUITO FINAS em 90% dos casos
    Atenção ! - Estabilizar ectasias em fase MUITO AVANÇADA só faz sentido se houver potencial de reabilitação visual
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15
Q

Córnea - Crosslinking - Contraindicações? (7)

A
  • Infeção herpética prévia :O
  • Infeção activa
  • Fibrose ou opacificação corneana significativas
  • História de queratopatia neurotróficas
  • Alterações graves da superfície ocular
  • D. Auto-imunes
  • Gravidez :O
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16
Q

Córnea - Crosslinking - Protocolo Acelerado - em que lei se baseia?

A

Baseia-se na Lei de Bunsen-Roscoe
- Relação energia UV com efeito fotoquímico é LINEAR
- É possível reduzir o tempo aumentando a irradiância, desde que dose total seja a mesma
Dose total de 5,4 J/cm2 pode ser alcançada em diversos tempos

Na pratica, não é bem linear, sobretudo para tempos de tratamento muito curtos, porque:
- Há diferenças no consumo e reposição do oxigénio
- Disponibilidade da riboflavina activa é diferente

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17
Q

Córnea - Crosslinking - Protocolos Acelerados - Que irradiâncias usam? Como se compara a eficácia?

A

9-30 mW/cm2

  • Meta análise mostrou que acelerado mostrou efeito muito semelhante ao clássico
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18
Q

Córnea - Crosslinking - Que protocolos existem com tratamentos combinados? Que tratamentos combinam?

A
  • Protocolo de Atenas - PRK Topoguiado + CXL
  • Protocolo de Creta - PTK transepitelial (para tirar epitélio) + CXL
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19
Q

Córnea - Protocolo de Atenas - Qual é o limite da ablação PRK? Qual é o protocolo de CXL que se usa? Qual é o propósito do PRK? Qual dos procedimentos se faz primeiro? Faz se tudo em 1 ou 2 momentos cirúrgicos?

A

PRK Topoguiado + CXL

PRK topoguiado
- Ablação limitada a 50 μm
- Proposito é regularização topográfica (e NÃO correção refractiva) (importante gerir expectavidas a este propósito)

CXL
- É geralmente feito de acordo com protocolo acelerado

Fazem-se 2 procedimentos no mesmo tempo cirúrgico
- Primeiro T-PRK, depois CXL
- Fazer no mesmo tempo tem MELHOR resultado do que em 2 periodos sequenciais

20
Q

Córnea - Protocolo de Atenas - Como é a evidencia em relação à eficácia e qualidade visual? Está comprovada a quanto tempo?

A

Tem MELHORES resultados do que CXL isolado
- Melhor UCVA e BCVA
- Maior aplanação de K2 e Kmax

  • Evidencia bem estabelecida
  • Estabilidade demonstrada até aos 10 anos
  • Resultados visuais comparáveis a ICRS
21
Q

Córnea - Protocolo de Creta - Em que consiste? Quais são as vantagens em relação ao CXL isolado? Como são os resultados?

A

PTK transepitelial (para tirar epitélio) + CXL

Diferença principal é remoção do epitélio com t-PTK em vez de mecanicamente

Ganhos visuais face ao CXL tradicional, porque
- Nos doentes com queratocone, epitélio molda-se às irregularidades do estroma, sendo mais fino nos sítios onde ectasia é mais grave
- Fazendo a Desepitelização com o t-PTK, corrigem-se estas irregularidades epiteliais induzidas pelo epitélio, o que melhora os resultados funcionais

  • Permite que mudando apenas forma de remoção epitelial, se consiga associar a melhoria funcional ao procedimento
  • Associado a melhores resultados de UCVA, BCVA e astigmatismo refractivo comparado ao CXL tradicional
22
Q

Córnea - CXL costumizado - O que é que acrescentam ao procedimento? O que é que se modula? Como pode ser feita a Desepitelização?

A
  • Protocolos costumizados que usam perfis individualizados de irradiação UV-A, ajustados à topografia de cada doente
  • Partes com MAIS ectasia recebem MAIS UV
  • Partes MENOS afectadas recebem MENOS ou NENHUM UV
  • Objectivo é alcançar estabilização visual com um único procedimento

Podem ser feitos com t-PTK para desepitelizar !!

23
Q

Córnea - CXL costumizado - Porque é que está a ssociado a melhores resultados?

A
  • CXL reforça e APLANA estroma corneano
  • Energia selectiva permite aplanar selectivamente partes do estroma
  • Isto permite regularizar a córnea

Associado a melhor UCVA, BCVA e maior regularização topográfica comparada com CXL clássico

24
Q

Córnea - CXL Epi-on - Porque é que geralmente se remove o Epitélio? Qual é a influencia do epitélio na Riboflavina?

A

Epitélio corneano e tight-junctions das células superficiais funcionarem como barreira lipofílica que limita a absorção da riboflavina, que é uma MACROmolécula lipofílica

25
Córnea - CXL Epi-on - Quais são as potenciais vantagens?
- Cicatrização mais rápida - Maior conforto - Mais seguro - Recuperação visual mais rápida
26
Córnea - CXL Epi-on - Que mecanismos se têm vindo a propor para conseguir fazer Epi-on com a mesma eficácia?
Iontoforese - Corrente electrica de baixa potencia transporta a molécula entre tecidos Adjuvantes Químicos Compostos com toxicidade epitelial foram testados com propósito de enfraquecer tight-junctions e permitir melhor permeabilidade - BAK - Tetracaina - Proparacaina - Gentamicina - EDTA - Alcool diluído Outros compostos que permitem aumentar permeabilidade Trometamol - Aminoalcool alcalinizante Vitamina E
27
Córnea - CXL Epi-on - Qual é a Riboflavina que usamos no HPH? Quais são as características?
Ribocross TE Riboflavina 0,1% Dextrano 10% Vitamina E TPGS (aumenta penetração)
28
Córnea - CXL Epi-on - Para alem dos adjuvantes, o que se tem alterado recentemente para aumentar a eficácia?
- > Concentração de Riboflavina - > Fluencia - > Suplementação O2 + UV-A pulsada
29
Córnea - CXL Epi-on - Qual é o papel da alteração da fluência na linha de demarcação?
- Vai levar a uma linha de demarcação mais profunda - Pode ser adaptada para usar nos procedimentos Epi-On
30
Córnea - CXL Epi-on - Qual é o papel da modulação de oxigénio?
- Promove o Tipo 2 de reação (a dependente de oxigénio), que é mais eficaz na geração de radicais livres
31
Córnea - CXL Epi-on - Qual é o papel do uso da UV-A pulsada?
Permite repor concentrações de oxigénio nas fases off do ciclo, com aumento das concentrações
32
Córnea - CXL Epi-on - O que diz a ultima revisão da Cochrane de 2021 em relação à eficácia comparada com Epi-off?
Epi-on VS Epi-off - Sem diferença significativa na diminuição do Kmax - Diferença na progressão PODERÁ ser MINIMA ou INEXISTENTE ... No entanto, autores sublinham que - Protocolos transepiteliais são muito distintos entre si - É necessária uniformização dos mesmos para tornar evidencia robusta
33
Córnea - CXL Epi-on - Para que subgrupos de doentes será idealmente melhor fazer Epi-on?
- Cornas finas - Impossibilidade de follow-up - Doentes mais velhos - Doença menos agressiva - Progressão com BOA AV - CXL profilático
34
Córnea - CXL + ICSR - qual é a ordem ideal para fazer?
Não há diferenças Existe receio teórico que uma córnea mais estabilizada (após crosslinking) possa não moldar tão bem com os aneis - Mas na pratica isso NÃO foi objectivado
35
Córnea - CXL - Complicações - quais são as relacionadas com a Desepitelização? e as Não relacionadas?
Relacionadas com desepitelização - Dor 24-48 horas - Olho seco - Defeito epitelial persistente - Melting estéril - Infiltrados estéreis - Queratite infecciosa Relacionadas com o procedimento em si - Haze - Dano endotelial - Transient light-sensitivity Syndrome
36
Córnea - CXL - Complicações - Olho seco - A partir de quanto tempo se inicia a regeneração nervosa? Ao fim de quanto tempo a sensibilidade corneana está restaurada?
- Regeneração nervosa inicia 1 mês após procedimento - Sensibilidade corneana restaurada após 6 meses !! - Pode haver migração nervosa anormal com alteração dos plexos nervosos (o que pode levar a olho seco crónico, mas pouco comum)
37
Córnea - CXL - Complicações - Defeito Epitelial Persistente - Quais são as taxas de incidência?
- 3-8% dos casos
38
Córnea - CXL - Complicações - Melting Estéril da córnea - A que se deve? Mais comum em que córneas? Que fármaco é que pode precipitar?
- Devido a dano e apopotose dos queratócitos no contexto de aumento de MMP - Mais comum em córneas < 400 μm - Mais comum com AINE tópico prolongado :OOO !!
39
Córnea - CXL - Complicações - Infiltrados estéreis da córnea - Ocorrem em que %? Mecanismo? São mais frequentes em que doentes? Fazem DDx com que patologias? Como se tratam?
- Ocorre em até 8% dos casos - Mais frequente em doentes com resposta ATOPICA previa da superfície ocular - Devido a resposta imunitária mediada por CELULAS - DDx com queratite infecciosa - Trata-se com CCE, ciclosporina ou tacrolimus
40
Córnea - CXL - Complicações - Haze - é visualmente significativo em que %? Porque é que ocorre? Quando é mais frequente? Qual é a diferença para o do PRK? Como evolui?
- Visualmente significativo em 8,5% - Devido a edema e perda dos queratócitos - Mais PROFUNDO que o do PRK - Verifica-se aumento da densitometria da córnea a 1 mês, que REGULARIZA em 6 meses
41
Córnea - CXL - Complicações - Lesão endotelial - Quando ocorre?
- Muito raro desde que se cumpram protocolos para córneas finas
42
Córnea - CXL - Complicações - Transient light-sensitivity Syndrome - Qual é o timing? Qual é a causa? Como se trata?
- Após 2-8 semanas - Devido a inflamação do corpo ciliar, malha trabécula e íris - SEM sinais clínicos objectiváveis de inflamação - Tratamento com imunossupressão
43
Córnea - CXL - Em que outras patologias pode ser usado?
- Ectasia pos Cirurgia Refractiva - Queratite Infecciosa - PACK-CXL - Degenerescencia Marginal Pelucia (pouca evidencia) - Queratopatia bolhosa :O
44
Córnea - PACK-CXL - em que consiste e como funciona? Qual é a grande vantagem?Que estudo comprovou eficácia?
Tem eficácia antimicrobiana ALARGADA devido a: - Cromóforo activado - Radiação UV-A Tem a vantagem de ser INDEPENDENTE da identificação do patogéneo Estudo Prospectivo PACK-CXL Study Group NÃO mostrou inferioridade face a tratamentos de primeira linha !! :O
45
Córnea - CXL - Qual é o problema na Degenerescencia Marginal Pelucida?
- É necessário ser feito na periferia (tendo em conta que ectasia é na periferia - Por esse motivo há risco de lesão das células límbicas... (não há RCTs nesse contexto)
46
Córnea - CXL - Que papel pode ter na Queratopatia Bolhosa?
- Pode ser usado como tratamento TRANSITORIO - Diminui edema e alivia sintomas - Eficácia MODERADA e a CURTO PRAZO
47
Córnea - CXL - O que é que está a ser investigado neste momento?
CXL NÃO invasivo - Com Riboflavina oral e exposição a luz solar... wtf CXL em contexto de transplantação - No enxerto do dador - Na cornea periférica do receptor - Para diminuir risco de ectasia pos queratoplastia CXL escleral - Para diminuir progressão da miopia :OOO - Em estudo