9. Nervous System (Miscelania) Flashcards

(96 cards)

1
Q

Quais são os três aspetos principais do sistema nervoso?

A

Recolha de informação sensorial, integração e processamento da informação e resposta motora.

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2
Q

Quais são os dois tipos principais de células que formam o tecido nervoso?

A

os neurónios e as neuroglias (células da glia)

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3
Q

Quais são as duas divisões principais do sistema nervoso?

A

sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP)

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4
Q

O que compreende o sistema nervoso central (SNC)?

A

encéfalo e a medula espinal.

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5
Q

O que compreende o sistema nervoso periférico (SNP)?

A

Nervos cranianos e nervos espinais que conectam o sistema nervoso central a outras partes do corpo.

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6
Q

Qual é a função geral do sistema nervoso?

A

Recolher informação sensorial, integrá-la (processá-la para tomar decisões conscientes ou subconscientes) e usar funções motoras para atuar sobre essas decisões.

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7
Q

Descreva a estrutura geral de um neurónio

A

corpo celular (soma), dendrites (processos celulares que geralmente recebem informação) e um axónio (um processo celular que envia informação).

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8
Q

Qual é a função das dendrites num neurónio?

A

As dendrites são processos celulares que geralmente recebem informação de outros neurónios ou recetores sensoriais.

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9
Q

Qual é a função do axónio num neurónio?

A

O axónio é um processo celular que envia informação para outros neurónios, músculos ou glândulas.

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10
Q

Quais são os três tipos funcionais de neurónios?

A

neurónios sensoriais (aferentes), interneurónios (neurónios de associação) e neurónios motores (eferentes).

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11
Q

Qual é a função dos neurónios sensoriais

A

Transmitem impulsos de recetores sensoriais para o sistema nervoso central.

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12
Q

Qual é a função dos interneurónios?

A

ligam neurónios dentro do sistema nervoso central.

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13
Q

Qual é a função dos neurónios motores?

A

transmitem impulsos do sistema nervoso central para efetores (músculos ou glândulas).

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14
Q

Qual é a função geral das neuroglias?

A

suportar, nutrir e isolar os neurónios.

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15
Q

Mencione alguns tipos de neuroglias e suas funções associadas.

A

Astrocitos: Suportam neurónios, regulam o ambiente iónico e químico, formam a barreira hematoencefálica. [Não especificado nas páginas, mas conhecimento geral]

Oligodendrocitos: Formam a bainha de mielina em axónios no SNC.

Micróglia: Células fagocíticas que removem detritos e patogénios no SNC.

Células ependimárias: Revestem as cavidades do SNC e ajudam na circulação do líquido cefalorraquidiano. [Não especificado nas páginas, mas conhecimento geral]

Células de Schwann: Formam a bainha de mielina em axónios no SNP.

Células satélite: Suportam os corpos celulares dos neurónios nos gânglios do SNP.

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16
Q

Descreva a distribuição de iões que cria o potencial de membrana em repouso num neurónio inativo.

A

Num neurónio inativo, existe uma maior concentração de iões de sódio (Na+) fora da célula e uma maior concentração de iões de potássio (K+) dentro da célula. A célula também é mais permeável ao K+ do que ao Na+, resultando num interior da célula carregado negativamente em relação ao exterior.

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17
Q

O que é o potencial de repouso da membrana?

A

O potencial de repouso da membrana é a diferença de potencial elétrico através da membrana plasmática de uma célula excitável em repouso (tipicamente cerca de -70mV nos neurónios).

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18
Q

O que é um potencial de ação?

A

Um potencial de ação é uma rápida e transitória mudança no potencial de membrana de uma célula excitável, causada pela abertura e fecho sequencial de canais iónicos dependentes de voltagem.

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19
Q

Mencione os principais eventos de um potencial de ação.

A

Os principais eventos de um potencial de ação são: despolarização (o potencial de membrana torna-se menos negativo), repolarização (o potencial de membrana retorna ao potencial de repouso) e, por vezes, hiperpolarização (o potencial de membrana torna-se mais negativo do que o potencial de repouso).

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20
Q

Explique a resposta “tudo ou nada”.

A

A resposta “tudo ou nada” significa que um potencial de ação ocorre com amplitude máxima se o estímulo atingir o limiar, e não ocorre de todo se o estímulo for sub-limiar. Não há potenciais de ação de amplitude parcial.

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21
Q

Explique como um impulso é conduzido em neurónios não mielinizados.

A

Em neurónios não mielinizados, um potencial de ação numa região do axónio estimula a região adjacente da membrana axónica a atingir o limiar, desencadeando outro potencial de ação. Este processo repete-se ao longo do axónio, conduzindo o impulso.

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22
Q

Explique como um impulso é conduzido em neurónios mielinizados.

A

Em neurónios mielinizados, a bainha de mielina isola o axónio, e os potenciais de ação ocorrem apenas nos nódulos de Ranvier (regiões não mielinizadas). O impulso “salta” de nódulo para nódulo, um processo chamado condução saltatória, o que acelera significativamente a velocidade da condução do impulso.

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23
Q

Descreva a estrutura de uma sinapse.

A

Uma sinapse é a junção entre dois neurónios (ou entre um neurónio e um efetor). Consiste no neurónio pré-sináptico (que envia o sinal), a fenda sináptica (o pequeno espaço entre as células) e o neurónio pós-sináptico (que recebe o sinal).

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24
Q

Descreva o processo de transmissão sináptica.

A

Potencial de ação chega ao terminal axónico do neurónio pré-sináptico

Abrem-se canais de cálcio (Ca²⁺) dependentes de voltagem

Entrada de Ca²⁺ → liberação de neurotransmissores das vesículas

Neurotransmissores atravessam a fenda sináptica

Ligam-se a recetores na membrana pós-sináptica

Alteram o potencial de membrana (resposta excitatória ou inibitória)

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25
O que são neurotransmissores?
Os neurotransmissores são mensageiros químicos libertados pelos neurónios pré-sinápticos que se ligam a recetores na célula pós-sináptica, transmitindo um sinal.
26
Mencione exemplos de ações excitatórias e inibitórias na transmissão sináptica.
◦Ações excitatórias: Os neurotransmissores podem causar a abertura de canais de sódio (Na+) na membrana pós-sináptica, levando à despolarização e tornando mais provável a ocorrência de um potencial de ação. ◦Ações inibitórias: Os neurotransmissores podem causar a abertura de canais de potássio (K+) ou cloreto (Cl-) na membrana pós-sináptica, levando à hiperpolarização ou estabilização do potencial de membrana, tornando menos provável a ocorrência de um potencial de ação.
27
O que é convergência neuronal?
Convergência ocorre quando múltiplos neurónios pré-sinápticos fazem sinapse com um único neurónio pós-sináptico, permitindo a integração de informação de diferentes fontes.
28
O que é divergência neuronal?
Divergência ocorre quando um único neurónio pré-sináptico faz sinapse com múltiplos neurónios pós-sinápticos, permitindo que um sinal seja amplificado e distribuído para várias células.
29
O que é facilitação neuronal?
Facilitação ocorre quando sublimiares excitatórios repetidos ou prolongados num neurónio pós-sináptico o aproximam do limiar, tornando mais fácil o desencadeamento de um potencial de ação por estímulos subsequentes.
30
O que são conjuntos neuronais?
são grupos de neurónios interligados que processam informação em conjunto.
31
Quais são os três tipos funcionais de nervos?
Os três tipos funcionais de nervos são nervos sensoriais (contêm principalmente fibras sensoriais), nervos motores (contêm principalmente fibras motoras) e nervos mistos (contêm tanto fibras sensoriais como motoras).
32
O que é um arco reflexo?
Um arco reflexo é um circuito neural que produz uma resposta reflexa involuntária a um estímulo. Tipicamente inclui um recetor sensorial, um neurónio sensorial, um centro de integração (que pode ser um interneurónio na medula espinal ou no tronco encefálico), um neurónio motor e um efetor.
33
Frente: Quais são as três camadas das meninges?
As três camadas das meninges, de mais externa para mais interna, são a dura-máter, a aracnoide-máter e a pia-máter.
34
Descreva a estrutura da medula espinal.
A medula espinal é um cordão cilíndrico de tecido nervoso que se estende do tronco encefálico até à região lombar. É protegida pelas vértebras e pelas meninges. A sua substância cinzenta está localizada no centro, em forma de "H", e é rodeada pela substância branca.
35
Qual a diferença entre as vias ascendentes e descendentes da medula espinal?
Vias ascendentes: Transportam informação sensorial da periferia para o encéfalo. Vias descendentes: Transportam instruções motoras do encéfalo para os efetores na periferia.
36
Quais são as quatro partes principais do encéfalo e descreva as suas funções gerais?
As quatro partes principais do encéfalo são: Cérebro (Cerebrum): Responsável pelas funções cognitivas superiores, sensoriais e motoras voluntárias. ◦ Cerebelo (Cerebellum): Envolvido na coordenação motora, equilíbrio e postura. ◦ Tronco Encefálico (Brainstem): Controla funções vitais involuntárias como respiração, frequência cardíaca e pressão arterial. Consiste no mesencéfalo, ponte e bulbo raquidiano. ◦ Diencéfalo (Diencephalon): Contém o tálamo (processamento e retransmissão sensorial) e o hipotálamo (regulação da homeostase).
37
O que são os nervos cranianos?
Os nervos cranianos são 12 pares de nervos que emergem diretamente do encéfalo (em oposição aos nervos espinais que emergem da medula espinal). Eles inervam principalmente a cabeça e o pescoço, com exceção do nervo vago.
38
Quantos nervos cranianos existem?
12 pares
39
Quais são os I, II e III nervos cranianos? E as suas funções?
Olfatório (I) - Sensitivo: Responsável pelo olfato. Óptico (II) - Sensitivo: Responsável pela visão. Oculomotor (III) - Motor: Movimentos oculares, ajuste da pupila e foco da lente.
40
Quais são os IV, V, VI e VII nervos cranianos? E as suas funções?
Troclear (IV) - Motor: Movimentos oculares. Trigêmeo (V) - Misto: Sensibilidade da face e controle dos músculos da mastigação. Abducente (VI) - Motor: Movimentos oculares. Facial (VII) - Misto: Expressão facial, paladar e controle das glândulas lacrimais e salivares.
41
Quais são os VIII, IX, X e XI e XII nervos cranianos? E as suas funções?
Vestibulococlear (VIII) - Sensitivo: Equilíbrio e audição. Glossofaríngeo (IX) - Misto: Paladar, faringe e controle das glândulas salivares. Vago (X) - Misto: Regulação de órgãos internos, fala e deglutição. Acessório (XI) - Motor: Controle de músculos do pescoço e parte da faringe. Hipoglosso (XII) - Motor: Movimentos da língua.
42
O que são os nervos espinais?
Os nervos espinais são 31 pares de nervos que emergem da medula espinal. Cada nervo espinal é formado pela união de uma raiz dorsal (sensorial) e uma raiz ventral (motora).
43
O que são plexos nervosos?
Plexos nervosos são redes de nervos interligados formados pela ramificação e reconexão dos ramos anteriores dos nervos espinais. Os principais plexos incluem o plexo cervical, plexo braquial e plexo lombossacral.
44
Quais são as duas divisões principais do sistema nervoso autónomo?
divisão simpática e a divisão parassimpática.
45
Quais são os efeitos gerais da divisão simpática do SNA?
A divisão simpática é frequentemente descrita como a resposta de "luta ou fuga". Os seus efeitos gerais incluem aumento da frequência cardíaca, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, inibição da digestão, etc.
46
Quais são os efeitos gerais da divisão parassimpática do SNA?
A divisão parassimpática é frequentemente descrita como a resposta de "descanso e digestão". Os seus efeitos gerais incluem diminuição da frequência cardíaca, diminuição da pressão arterial, constrição das pupilas, estimulação da digestão, etc.
47
Quais são as duas categorias principais de sentidos?
os sentidos gerais e os sentidos especiais.
48
Mencione exemplos de sentidos gerais.
Exemplos de sentidos gerais incluem tato, temperatura, pressão e dor.
49
Mencione exemplos de sentidos especiais.
Exemplos de sentidos especiais incluem olfato, paladar, visão, audição e equilíbrio. Os seus recetores estão localizados em órgãos sensoriais complexos na cabeça.
50
Quais são os cinco tipos de recetores sensoriais com base na sua sensibilidade?
Os cinco tipos de recetores sensoriais são: quimiorrecetores, nocicetores (recetores da dor), termorrecetores, mecanorrecetores e fotorecetores.
51
O que estimula os quimiorrecetores?
Os quimiorrecetores são estimulados por alterações na concentração de certas substâncias químicas.
52
O que estimula os nocicetores (recetores da dor)?
Os nocicetores (recetores da dor) são estimulados por danos teciduais.
53
O que estimula os termorrecetores?
Os termorrecetores são estimulados por alterações na temperatura.
54
O que estimula os mecanorrecetores?
Os mecanorrecetores são estimulados por alterações na pressão ou movimento.
55
O que estimula os fotorecetores?
Os fotorecetores são estimulados pela luz.
56
Como surge uma sensação?
Uma sensação surge de recetores que respondem a estímulos específicos e da capacidade de diferentes partes do encéfalo interpretarem os impulsos resultantes.
57
Potencial de Ação (Action Potential)
Um potencial de ação é uma rápida e dramática mudança na carga interna de um neurónio ou célula muscular, tornando-se brevemente positiva. Um potencial de ação é desencadeado quando um estímulo atinge o limiar. Os principais eventos de um potencial de ação incluem a despolarização (entrada de Na+) e a repolarização (saída de K+). A resposta é do tipo tudo-ou-nada
58
Potencial de Repouso (Resting Potential)
A maioria das células, incluindo os neurónios inativos, possui uma carga negativa no interior e uma carga positiva no exterior, uma condição conhecida como polaridade. Esta diferença de carga é o potencial de repouso. Esta condição é mantida por uma distribuição desigual de iões, com uma maior concentração de iões de sódio (Na+) fora da célula e iões de potássio (K+) dentro da célula.
59
Condução do Impulso Nervoso (Impulse Conduction)
Num neurónio não mielinizado, um potencial de ação numa região da membrana axónica estimula a região adjacente a atingir o limiar, desencadeando outro potencial de ação numa sequência ao longo do axónio até ao terminal axónico. Num neurónio mielinizado, a presença da bainha de mielina (formada por oligodendrócitos no SNC e células de Schwann no SNP) isola o axónio, e os potenciais de ação ocorrem apenas nos nódulos de Ranvier (gaps na bainha de mielina). Este tipo de condução é chamado condução saltatória e é mais rápida
60
Cerebrum
O cerebrum é a maior parte do cérebro e consiste em dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo) conectados pelo corpo caloso. A camada externa do cerebrum é o córtex cerebral, composto por matéria cinzenta. O córtex cerebral pode ser dividido em lobos que correspondem aos ossos do crânio: frontal (funções superiores, movimento), parietal (sensação), temporal (audição, memória), e occipital (visão). O cerebrum é responsável por funções cerebrais superiores, incluindo memória e raciocínio. O córtex cerebral contém áreas sensoriais, de associação e motoras.
61
Diencéfalo (Diencephalon)
O diencéfalo está localizado entre os hemisférios cerebrais e o tronco encefálico. As suas principais estruturas são o tálamo (relé de informação sensorial) e o hipotálamo (regulação da homeostase, incluindo fome, sede, temperatura corporal, e controlo do sistema endócrino)
62
Tronco Encefálico (Brainstem)
O tronco encefálico conecta o cérebro à espinal medula e consiste em três partes principais: o mesencéfalo (vias sensoriais e motoras), a ponte (relé entre o cerebrum e o cerebelo), e a medula oblonga (controlo de funções vitais como a frequência cardíaca e a respiração). O tronco encefálico contém núcleos de nervos cranianos e vias neurais que conectam diferentes partes do sistema nervoso. A formação reticular no tronco encefálico filtra os impulsos sensoriais recebidos
63
Cerebelo (Cerebellum)
O cerebelo está localizado posteriormente ao tronco encefálico e inferiormente ao cerebrum. A sua principal função é atuar como um centro de reflexos para integrar a informação sensorial necessária na coordenação dos movimentos dos músculos esqueléticos e na manutenção do equilíbrio
64
Espinal Medula (Spinal Cord)
A espinal medula estende-se da medula oblonga até perto do disco intervertebral entre a primeira e a segunda vértebras lombares. Consiste numa porção central de matéria cinzenta (principalmente corpos celulares e dendrites) rodeada por matéria branca (axónios mielinizados). A matéria cinzenta possui cornos posteriores (sensoriais), cornos anteriores (motores) e, em certas regiões, cornos laterais (autónomos). A espinal medula transmite impulsos sensoriais ascendentes e impulsos motores descendentes através de tratatos na matéria branca. Também funciona como um centro de reflexos.
65
Nervos Cranianos (Cranial Nerves)
Existem doze pares de nervos cranianos que emergem do cérebro ou tronco encefálico. São numerados de I a XII e recebem nomes que descrevem as suas principais funções ou distribuição. Alguns são sensoriais (olfatório [I], ótico [II], vestibulococlear [VIII]), alguns são motores (oculomotor [III], troclear [IV], abducente [VI], acessório [XI], hipoglosso [XII]), e alguns são mistos (trigémeo [V], facial [VII], glossofaríngeo [IX], vago [X])
66
Nervos Espinais (Spinal Nerves)
Existem trinta e um pares de nervos espinais que emergem da espinal medula. Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes posteriores (sensoriais) e anteriores (motoras) da espinal medula. Todos os nervos espinais são nervos mistos (contêm fibras sensoriais e motoras), exceto possivelmente o primeiro par. Os nervos espinais são nomeados e numerados de acordo com a região da coluna vertebral de onde emergem: 8 cervicais (C1-C8), 12 torácicos (T1-T12), 5 lombares (L1-L5), 5 sacrais (S1-S5) e 1 coccígeo (Co). As raízes de vários nervos espinais combinam-se para formar plexos.
67
Meninges
As meninges são membranas em camadas que se encontram entre as coberturas ósseas (crânio e coluna vertebral) e os tecidos moles do SNC, protegendo o cérebro e a espinal medula. As três camadas das meninges são, de fora para dentro: a dura-máter (camada externa resistente), a aracnoide (membrana lacy com vasos sanguíneos), e a pia-máter (camada interna fina, aderente ao tecido nervoso). O espaço subaracnoideu, entre a aracnoide e a pia-máter, contém líquido cefalorraquidiano
68
Líquido Cefalorraquidiano (LCR) - Cerebrospinal Fluid (CSF)
O líquido cefalorraquidiano (LCR) é um fluido claro e aquoso que preenche os ventrículos do cérebro, o canal central da espinal medula e o espaço subaracnoideu. É produzido principalmente pelos plexos coroides localizados nas paredes dos ventrículos. O LCR proporciona proteção ao amortecer o SNC, suporte ao reduzir o peso do cérebro, e transporte de nutrientes e remoção de resíduos
69
Recetor Sensorial (Sensory Receptor)
Um recetor sensorial é uma estrutura especializada que responde a estímulos específicos do ambiente interno ou externo. Os recetores sensoriais podem ser classificados em cinco tipos principais de acordo com a sua sensibilidade: quimiorrecetores (alterações químicas), nocicetores (danos teciduais/dor), termorrecetores (temperatura), mecanorrecetores (pressão ou movimento), e fotorrecetores (luz). A estimulação de um recetor sensorial leva à geração de um impulso nervoso que é transmitido ao SNC para interpretação.
70
Polarização da Membrana (Membrane Polarization)
A polarização da membrana refere-se à diferença de cargas elétricas através da membrana celular. Na maioria das células, incluindo os neurónios em repouso, o interior da célula é carregado negativamente em relação ao exterior. Esta diferença de potencial elétrico é crucial para a excitabilidade dos neurónios e células musculares, permitindo-lhes responder a estímulos. A polaridade é um exemplo da diferença de cargas numa dada área
71
Geração do Potencial de Ação (Action Potential Generation)
A geração de um potencial de ação é uma sequência de eventos que levam a uma rápida e drástica mudança na carga interna de um neurónio, tornando-a positiva. Este processo começa quando um estímulo causa uma aumento na permeabilidade da membrana aos iões de sódio (Na+). A entrada rápida de Na+ causa a despolarização da membrana. Se a despolarização atingir um limiar, desencadeia-se um potencial de ação. Todos os potenciais de ação desencadeados num axónio têm a mesma força [90b].
72
Condução em Axónios Não Mielinizados (Conduction in Unmyelinated Axons)
Em axónios não mielinizados, a condução do impulso nervoso ocorre através de uma série de potenciais de ação que se propagam continuamente ao longo de toda a extensão do axónio. Um potencial de ação numa secção do axónio despolariza a secção adjacente, levando-a a atingir o limiar e a gerar outro potencial de ação. Este processo repete-se, propagando o sinal até ao terminal axónico.
73
Condução Saltatória em Axónios Mielinizados (Saltatory Conduction in Myelinated Axons)
Em axónios mielinizados, a presença da bainha de mielina (produzida por oligodendrócitos no SNC e células de Schwann no SNP) atua como um isolador elétrico. Os potenciais de ação ocorrem apenas nos nódulos de Ranvier, que são gaps não mielinizados ao longo do axónio. O impulso nervoso "salta" de um nódulo para o seguinte, um processo chamado condução saltatória, que é significativamente mais rápido do que a condução em axónios não mielinizados.
74
Transmissão Sináptica (Synaptic Transmission)
A transmissão sináptica é o processo pelo qual um sinal elétrico (potencial de ação) num neurónio pré-sináptico é convertido num sinal químico (neurotransmissor) que afeta um neurónio pós-sináptico ou uma célula efetuadora. Quando um potencial de ação atinge o terminal axónico do neurónio pré-sináptico, causa um aumento da permeabilidade da membrana aos iões de cálcio (Ca2+). A entrada de Ca2+ desencadeia a libertação de neurotransmissores das vesículas sinápticas para a fenda sináptica. Os neurotransmissores difundem-se através da fenda e ligam-se a recetores na membrana pós-sináptica, causando uma resposta na célula pós-sináptica.
75
Ações Excitatórias e Inibitórias dos Neurotransmissores (Excitatory and Inhibitory Actions of Neurotransmitters)
Os neurotransmissores podem ter efeitos excitatórios ou inibitórios no neurónio pós-sináptico. Os neurotransmissores excitatórios aumentam a probabilidade de o neurónio pós-sináptico gerar um potencial de ação, geralmente ao causar a despolarização da membrana pós-sináptica. Os neurotransmissores inibitórios diminuem a probabilidade de o neurónio pós-sináptico gerar um potencial de ação, geralmente ao causar a hiperpolarização da membrana pós-sináptica. A resposta da célula pós-sináptica depende do tipo de neurotransmissor libertado e dos recetores presentes
76
Destino dos Neurotransmissores (Fate of Neurotransmitters)
Após a libertação na fenda sináptica, os neurotransmissores têm vários destinos possíveis. Podem ligar-se aos recetores na membrana pós-sináptica, desencadeando uma resposta. Podem ser decompostos por enzimas presentes na fenda sináptica. Ou podem ser removidos da fenda sináptica através de processos de recaptação para o terminal pré-sináptico ou para células gliais. A remoção ou decomposição dos neurotransmissores é essencial para terminar o sinal sináptico e permitir que ocorra uma nova transmissão
77
Pools Neuronais (Neuronal Pools)
Os neurónios no SNC estão organizados em pools neuronais, que são grupos de neurónios que fazem sinapse uns com os outros. Cada pool recebe impulsos, processa-os e gera uma resposta específica. Os pools neuronais podem exibir padrões de processamento como convergência (um único neurónio recebe input de dois ou mais axónios) e divergência (um axónio de um neurónio faz sinapse com vários outros neurónios)
78
Facilitação em Pools Neuronais (Facilitation in Neuronal Pools)
A facilitação num pool neuronal ocorre quando impulsos repetidos num neurónio pré-sináptico excitatório podem levar esse neurónio a libertar mais neurotransmissor em resposta a um único impulso. Isto torna mais provável que a célula pós-sináptica atinja o limiar e gere um potencial de ação
79
Vias Neurais (Neural Pathways)
Uma via neural é a rota que a informação segue através do sistema nervoso. As vias neurais podem ser simples, como os arcos reflexos, ou mais complexas, envolvendo múltiplos neurónios e sinapses no SNC. Os tratos na espinal medula e no cérebro são exemplos de vias neurais
80
Arcos Reflexos (Reflex Arcs)
Um arco reflexo é a via neural mais simples e tipicamente inclui um recetor sensorial, um neurónio sensorial (aferente), um centro de reflexos (que pode envolver um ou mais interneurónios no SNC), um neurónio motor (eferente) e um efetor (músculo ou glândula). Os arcos reflexos são responsáveis por reflexos, que são respostas automáticas e subconscientes a mudanças no ambiente interno ou externo
81
Comportamento Reflexo (Reflex Behavior)
O comportamento reflexo é caracterizado por ser automático, subconsciente e involuntário. Os reflexos ajudam a manter a homeostase e fornecem respostas rápidas a estímulos potencialmente perigosos. Um exemplo é o reflexo de retirada, que envolve a contração dos músculos flexores para afastar uma parte do corpo de um estímulo doloroso
82
Funções da Espinal Medula (Functions of the Spinal Cord)
A espinal medula tem duas funções principais: conduzir impulsos nervosos entre o cérebro e o resto do corpo através de tratos ascendentes (sensoriais) e descendentes (motores). Também funciona como um centro de reflexos para respostas rápidas e locais a estímulos
83
Formação Reticular (Reticular Formation)
A formação reticular é uma rede complexa de fibras nervosas no tronco encefálico. Uma das suas funções importantes é filtrar os impulsos sensoriais recebidos, alertando o córtex cerebral para um estado de vigília quando chega informação significativa. A estimulação da formação reticular aumenta a atividade do córtex cerebral, enquanto a sua falta de estimulação pode levar à sonolência ou ao coma
84
Funções do Cerebelo (Functions of the Cerebellum)
: O cerebelo funciona primariamente como um centro de reflexos para integrar a informação sensorial relativa à posição das partes do corpo e para coordenar movimentos complexos dos músculos esqueléticos. Também desempenha um papel na manutenção da postura e do equilíbrio. Danos no cerebelo podem resultar em tremores, movimentos imprecisos, perda de tónus muscular, marcha instável e perda de equilíbrio
85
Tracto Corticospinal
Trato Corticospinal Origem: Córtex motor primário (área 4 de Brodmann), mas também recebe contribuições de áreas motoras secundárias, como o córtex pré-motor e a área motora suplementar. Função: Conduz impulsos motores voluntários do cérebro para a medula espinal, controlando os músculos esqueléticos. Divisão: Trato corticospinal lateral: Representa cerca de 85-90% das fibras. Decussa (cruza) na pirâmide bulbar (no bulbo raquidiano) e desce pelo lado oposto da medula espinal. Controla principalmente os músculos distais dos membros. Trato corticospinal anterior (ou ventral): Fibras que não cruzam nas pirâmides, mas cruzam mais abaixo, na medula espinal, e controlam principalmente os músculos axiais e proximais (tronco). Neurónios envolvidos: Neurónios motores superiores: Localizados no córtex cerebral. Seus axónios formam o trato corticospinal. Neurónios motores inferiores: Localizados no corno anterior da medula espinal. Recebem sinapse dos neurónios motores superiores e inervam diretamente os músculos. Importância clínica: Lesões nesse trato podem causar sinais típicos de lesão do neurónio motor superior, como paralisia espástica, reflexos aumentados (hiperreflexia) e sinal de Babinski positivo.
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Neurónios Motores Superiores
Os neurónios motores superiores são neurónios do córtex motor do cérebro que dão origem ao tracto corticospinal. Eles iniciam e planeiam os movimentos voluntários e enviam sinais descendentes para os neurónios motores inferiores na espinal medula.
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Neurónios Motores Inferiores
Os neurónios motores inferiores estão localizados na espinal medula. Recebem sinais dos neurónios motores superiores e os seus axónios deixam a medula espinal para inervar diretamente as fibras musculares esqueléticas, causando a sua contração e, consequentemente, o movimento.
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Núcleos da Base (Gânglios da Base) e Dopamina
Os núcleos da base (incluindo o núcleo caudado e o putamen ou estriado) são grupos de neurónios localizados profundamente nos hemisférios cerebrais. Eles produzem o neurotransmissor inibitório dopamina. Os núcleos da base interagem com o córtex motor, o tálamo e o cerebelo para facilitar o movimento voluntário através de estimulação e inibição
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Via Nigroestriatal
A via nigroestriatal é uma via dopaminérgica que conecta a substância negra (no mesencéfalo) ao estriado (núcleo caudado e putamen). É crucial para o controlo motor.
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Função dos Núcleos da Base no Movimento
Os núcleos da base facilitam o movimento voluntário através de uma complexa interação com outras áreas cerebrais, incluindo o córtex motor, o tálamo e o cerebelo. Eles utilizam a dopamina como neurotransmissor para modular a atividade destas áreas, ajudando a iniciar, suavizar e coordenar os movimentos.
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Via Direta dos Gânglios da Base: O Caminho Facilitador do Movimento
Córtex → Estriado (caudado e putamen) Envia sinais excitatórios (glutamatérgicos), através da via córtico-estriatal. Estriado → GPi/SNr O estriado liberta GABA, um neurotransmissor inibitório, que inibe o globo pálido interno (GPi) e a substância negra pars reticulata (SNr). GPi/SNr → Tálamo O GPi e a SNr, quando não inibidos, inibem o tálamo. Quando são inibidos pelo estriado, essa inibição sobre o tálamo diminui. Tálamo → Córtex motor O tálamo, agora menos inibido, ativa o córtex motor, facilitando o movimento. Modulação dopaminérgica A substantia nigra pars compacta liberta dopamina no estriado. A dopamina estimula os neurónios da via direta (através de recetores D1), facilitando ainda mais o movimento.
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Via Indireta dos Gânglios da Base: O Caminho Inibitório do Movimento
Córtex → Estriado ✅ O córtex envia sinais excitatórios para o estriado (putamen e caudado). Estriado → GPe (globo pálido externo) ✅ O estriado inibe o GPe através da libertação de GABA. GPe → Núcleo subtalâmico (STN) ✅ O GPe normalmente exerce uma inibição sobre o núcleo subtalâmico. 🔁 Quando o GPe é inibido pelo estriado, a sua inibição sobre o STN diminui → o STN torna-se mais ativo. STN → GPi/SNr ✅ O núcleo subtalâmico excita o GPi e a SNr (usando glutamato), o que aumenta a atividade inibitória destas estruturas. GPi/SNr → Tálamo → Córtex motor ✅ Com mais atividade do GPi/SNr, há mais inibição do tálamo, resultando em menor ativação do córtex motor → inibição/supressão do movimento.
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Função geral da via indireta:
Inibir movimentos indesejados ou excessivos, ajudando a manter o controlo motor fino e estável.
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O Equilíbrio Crítico entre as Vias Direta e Indireta
O controlo motor normal depende de um equilíbrio dinâmico entre a atividade das vias direta e indireta dos gânglios da base. ◦ Este equilíbrio permite a seleção e iniciação precisa dos movimentos desejados enquanto suprime movimentos concorrentes ou desnecessários. ◦ A dopamina, libertada pela substantia nigra pars compacta no estriado, desempenha um papel fundamental na modulação deste equilíbrio, geralmente favorecendo a atividade da via direta e inibindo a via indireta
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Doença de Parkinson: Disfunção da Via Nigroestriatal e Impacto nas Vias dos Gânglios da Base
Esta degeneração leva a uma redução significativa da dopamina libertada no estriado através da via nigroestriatal. ◦ A diminuição da dopamina desequilibra a atividade das vias dos gânglios da base: ▪ A ativação da via direta é reduzida, dificultando a iniciação do movimento (bradicinesia). ▪ A via indireta torna-se relativamente hiperativa, levando a uma maior inibição do tálamo, contribuindo para a dificuldade em iniciar e executar movimentos. ◦ O sintoma de freezing (incapacidade súbita de iniciar um movimento) também está relacionado com esta disfunção.
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Paradoxia Cinésica na Doença de Parkinson
Pacientes que apresentam dificuldades significativas em iniciar movimentos simples, como andar em espaços abertos, podem ser capazes de realizar movimentos complexos e sequenciais em resposta a estímulos específicos, como apanhar uma bola ou ultrapassar obstáculos. ◦ Isto sugere que, em certas situações desafiadoras ou com estímulos sensoriais fortes, vias motoras alternativas que contornam a disfunção dos gânglios da base podem ser recrutadas para permitir a execução de movimentos.