ANGINA ESTÁVEL Flashcards
(10 cards)
ANGINA ESTÁVEL
Definição e principais características
DAC estável, síndrome coronariana crônica
Síndrome anginosa geralmente causada por obstrução fixa de uma artéria coronária, associada a aumento do consumo de oxigênio.
A sensação dolorosa é tipicamente desencadeada por esforço físico e aliviada com o repouso em até 15 minutos.
Menos frequentemente pode estar relacionada à doença de microcirculação e a espasmo coronariano.
Doença Arterial Coronariana Estável Mecanismos de Patogenese
🔹 Patogênese → Aterosclerose estável em vasos epicárdicos e/ou microcirculação.
🔹 História Natural → Pode ser assintomática ou sintomática, intercalada por SCA.
🔹 Mecanismos da Isquemia:
Estenoses fixas ou dinâmicas nas artérias coronárias.
Disfunção microvascular prejudicando o fluxo sanguíneo.
Espasmo coronariano focal ou difuso.
Pode mudar ao longo do tempo e coexistir com outros mecanismos.
Forma Clínica: Angina Estável
🔹 Causa principal → Estenoses epicárdicas (mais comum).
🔹 Outros mecanismos:
Disfunção microvascular → Fluxo sanguíneo prejudicado nos pequenos vasos.
Vasospasmo → Pode ocorrer com ou sem lesão fixa.
Combinação de fatores → Diferentes mecanismos podem coexistir no mesmo paciente.
Manifestações Clínicas da Angina Estável
🔹 Dor torácica típica → Retroesternal, em “aperto”, “peso” ou “queimação”, dura 15s a 15 min.
🔹 Alívio → Cessa com repouso ou nitrato sublingual.
🔹 Fatores desencadeantes → Esforço físico, emoções, refeições volumosas e frio.
🔹 Irradiação → Braço esquerdo, dorso, pescoço, mandíbula, epigástrio, braço direito.
🔹 Sintomas associados → Dispneia, palpitações, sudorese, náuseas, tontura.
🔹 Localização atípica → Epigástrio, ombro, dorso, mandíbula (40%).
🔹 Exame físico → Normal na maioria, mas pode haver B4, estertores pulmonares ou insuficiência mitral.
Classificação da Doença Arterial Coronariana Estável (Sociedade Canadense de Cardiologia)
🔹 Classe I → Sem limitação; angina apenas com esforço intenso ou prolongado.
🔹 Classe II → Leve limitação; angina com atividades habituais mais intensas.
🔹 Classe III → Grande limitação; angina com atividades leves.
🔹 Classe IV → Incapacidade para qualquer atividade sem desconforto; angina até em repouso.
Exames Complementares na DAC Estável
🔹 ECG → Normal em 50% dos casos; pode apresentar alterações inespecíficas de ST/T.
🔹 Teste ergométrico → Diagnóstico e estratificação de risco; baixa acurácia em mulheres pré-menopausa.
🔹 Ecocardiograma → Avalia função ventricular e diferencia outras doenças cardíacas.
🔹 Ecocardiograma de estresse → Diagnóstico de isquemia em pacientes sem capacidade de esforço físico.
🔹 Cintilografia miocárdica → Estratifica risco de IAM/morte súbita, auxilia na decisão de angiografia.
🔹 Angiotomografia coronária → Avaliação não invasiva da anatomia coronária e escore de cálcio.
🔹 RM cardíaca → Pesquisa isquemia, fibrose, IAM e avalia função ventricular.
🔹 Cineangiocoronariografia → Indicado para pacientes de alto risco, podendo guiar tratamento de reperfusão.
🔹 Laboratoriais → Lipídios, glicemia, hemoglobina glicada, PCR ultrassensível, função renal e hemograma.
COMPLICAÇÕES ANGINA ESTÁVEL
*Arritmias
*Morte súbita
*IAM
*Insuficiência cardíaca
*Cardiomiopatia isquêmica
Tratamento não medicamentoso da DAC Estável
🔹 Mudanças no estilo de vida → Essencial para reduzir fatores de risco.
🔹 Baixo risco → Tratamento clínico + controle de fatores de risco.
🔹 Alto risco → Cineangiocoronariografia para avaliar revascularização.
🔹 Acompanhamento → Ajuste de medicamentos e evolução da doença.
Tratamento medicamentoso da DAC Estável
🔹 Antiagregantes → AAS ou clopidogrel (uso contínuo).
🔹 Nitratos → Nitroglicerina para alívio da angina.
🔹 Betabloqueadores → Metoprolol, propranolol, atenolol (controle da FC).
🔹 Antagonistas do cálcio → Verapamil, diltiazem, anlodipino.
🔹 IECA/BRA → Para hipertensos, diabéticos e IC.
🔹 Estatinas → Se LDL > 50 mg/dL.
🔹 Ivabradina → Se FC > 60 bpm com tratamento otimizado.
🔹 Trimetazidina → Para sintomáticos em uso de betabloqueadores.
🔹 Ansiolíticos/Antidepressivos → Em casos selecionados.
Evolução e Prognóstico da DAC Estável
🔹 Boa evolução → Controle clínico adequado leva a baixa mortalidade.
🔹 Tratamento clínico → Seguro e tão eficaz quanto angioplastia/cirurgia.
🔹 Pior prognóstico → Disfunção ventricular, arritmias e insuficiência cardíaca.
🔹 Tratamento invasivo → Indicado para alto risco e lesões graves (ex.: tronco da coronária esquerda).