Avaliação e Preparo Pré-Anestésico Flashcards
Cite os componentes da avaliação pré anestésica
- História médica e anestésica
- Medicações em uso
- Exame físico focado
- Revisão dos exames e consultorias disponíveis
- Indicação de testes diagnósticos
- Estratifcação do risco
- Formulação do plano anestésico
Cite fatores de risco para o desenvolvimento de Injúria Renal Aguda em cirurgias não cardíacas
idade avançada
sexo masculino
insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
hipertensão arterial sistêmica (HAS)
doença hepática
IRC prévia
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
doença arterial periférica
cirurgia de urgência ou intraperitoneal
Descreva os escores de RIFLE e AKIN
RIFLE (risk, injury, failure, loss of function) e AKIN (Acute Kidney
Injury Network)
Escore de
RIFLE
- Risco: Aumento da Cr x 1,5 ou Redução da TFG > 25%
DU < 0,5 mL/kg/h x 6 h
- Insufciência: Aumento da Cr x 2 ou Redução da TFG > 50%
DU < 0,5 mL/kg/h x 12 h - Falência: Aumento da Cr x 3 ou Redução da TFG > 75% ou Cr > 4 mg/dL
DU < 0,3 mL/kg/h x 24 h ou anúria por 12 h
AKIN
- Estágio 1: Aumento da Cr x 1,5 ou Redução da TFG > 25%
DU < 0,5 mL/kg/h x 6 h
- Estágio 2: Aumento da Cr x 2 ou Redução da TFG > 50%
DU < 0,5 mL/kg/h x 12 h - Estágio 3: Aumento da Cr x 3 ou Redução da TFG > 75% ou Cr > 4 mg/dL
DU < 0,3 mL/kg/h x 24 h ou anúria por 12 h
A nefropatia por contraste é definida como um aumento de … acima do basal após a administração de contraste
25% do valor da creatinina
Cite medidas para prevenção da nefropatia por contraste
- Descontinuar o uso de AINEs e outros fármacos nefrotóxicos
- Interromper o uso de diuréticos no dia do procedimento e no dia seguinte
- Iniciar hidratação venosa 3 horas antes da administração do contraste e mantê-la por 6 horas após
- Administrar N-acetilcisteína,* 1.200 mg, VO, 2x/dia, um dia antes da cirurgia, e 1.600 mg, VO, 2x/dia, após a administração de contraste
- O débito urinário alvo é de > 150 mL/h após o procedimento
- Evitar contraste adicional pelos próximos 10 dias
- A efetividade da N-acetilcisteína é controversa segundo
estudos randomizados recentes
Em pacientes com doença de Parkinson, todas as medicações devem ser …, por que ….
Medicamentos como a … podem
exacerbar os sintomas, devendo ser evitados
mantidas
A interrupção abrupta de levodopa pode exacerbar os sintomas ou precipitar síndrome neuroléptica maligna
metoclopramida e os fenotiazídicos
Cite medidas para o manejo perioperatório de pacientes dialíticos
- Dialisar preferencialmente no dia anterior à cirurgia
- Caso a diálise tenha de ser realizada no dia da cirurgia, optar por diálise sem heparina. Se for usada anticoagulação, esperar 4 horas após o término da infusão de heparina para a normalização da coagulação. Se não for possível esperar, usar protamina
- É ideal que os pacientes estejam no seu peso seco antes da cirurgia
- Descontinuar IECA, BRAII e diuréticos. Nos pacientes estáveis, essas medicações podem ser reiniciadas no primeiro dia do pós-operatório
- Solicitar hemograma, eletrólitos, glicemia, ureia, creatinina e albumina. Testes adicionais são individualizados para cada paciente
- Tratar a anemia com eritropoietina
- Há risco de sangramento variável por plaquetopatia funcional. O tempo de sangramento não é recomendado como teste de screening por não ser acurado
- Após cirurgias maiores, a diálise com heparina deve ser evitada por 24-48 horas, principalmente se o sítio cirúrgico não for facilmente acessível ou se o sangramento resultar em consequências catastróficas
Cite medidas para o manejo de sangramentos em pacientes urêmicos
- Transfusão de hemácias – Alvo de hemoglobina de 10 g/dL
- Desmopressina intravenosa (IV) ou subcutânea (SC), 0,3 µg/kg ou 3 µg/kg intranasal
- Crioprecipitado – 10 unidades a cada 12 ou 24 horas. O efeito dura de 8-24 horas
- Diálise
Cite os preditores de risco do paciente hepatopata no perioperatório
- Escore de Child-Pugh classe C
- MELD > 15
- Hepatite aguda (viral ou alcoólica)
- Hepatite ativa crônica com icterícia, encefalopatia, coagulopatia ou enzimas hepáticas elevadas
- Procedimento cirúrgico abdominal
- Prolongamento do TP não corrigido por administração de vitamina K
Quais são os valores plaquetários indicados:
– Neurocirurgia ou cirurgia ocular:
– Maioria das cirurgias:
– Anestesia neuroaxial:
100.000/mm3
50.000/mm3
80.000/mm3
O diagnóstico da doença de von Willebrand é feito pelo
teste da…
O FvW é uma … que sofre … durante a cirurgia, dificultando o diagnóstico no perioperatório.
A … é usada no pré-operatório. Nos pacientes com o tipo 2B da doença (qualitativa), o tratamento é feito com …
ristocetina e pela medida dos fatores VIII e FvW
proteína de fase aguda
aumento
desmopressina
crioprecipitado ou concentrado de fator VIII
Os BB reduzem eventos cardiovasculares e melhoram prognóstico em pacientes com doença cardiovascular e cerebrovascular
V ou F
F
A presença de doença cerebrovascular deve ser considerada na decisão de iniciar o tratamento com β-bloqueadores, pois essas medicações, embora reduzam o risco cardíaco perioperatório, aumentam
significativamente o risco de AVE após cirurgia não cardíaca
Particularidades dos pacientes com miastenia gravis na anestesia
Esses pacientes são extremamente sensíveis aos efeitos dos bloqueadores neuromusculares (BNMs) adespolarizantes,
razão pela qual deve-se evitar, se possível, o uso
destas medicações. Também são resistentes aos
efeitos da succinilcolina devendo-se aumentar a
dose para 1,5 mg/kg. As técnicas regionais são alternativas adequadas.
Plasmaférese e imunoglobulinas podem
ser usadas no preparo do paciente para a cirurgia.
Documentar as medicações em uso e mantê-las até
o dia da cirurgia são atitudes fundamentais. Pacientes em uso de azatioprina devem realizar HMG e provas de função hepática devido ao risco de supressão da medula óssea e disfunção hepática
Em pacientes com miastenia gravis, os anticolinesterásicos devem ser suspendidos 5 dias antes da cirurgia, a fim de não interferirem no BNM
V ou F
F
Os anticolinesterásicos, embora causem bradicardia, salivação e alteração da resposta aos bloqueadores neuromusculares, devem ser mantidos. Os anticolinesterásicos utilizados na reversão do
BNMs podem ser inefetivos nesses pacientes, pois a enzima acetilcolinesterase pode já estar completamente bloqueada pelo tratamento prolongado com anticolinesterásicos (neostigmina, piridostigmina)
O leite materno deve ser descartado por …após o término
da anestesia. Após esse período, a amamentação
pode ser reiniciada
24 horas
Manejo do uso de insulina durante o dia da cirurgia
Todos os pacientes devem interromper o uso das insulinas de curta ação (regular) no dia da cirurgia.
Para evitar a cetoacidose nos pacientes com DM1, deve-se aplicar um terço ou metade da dose usual matinal da insulina (intermediária ou lenta).
Para os pacientes com DM2, pode-se suspender a insulina matinal ou aplicar metade da dose da insulina (intermediária ou lenta).
Monitorar HGT de 4/4 horas e suplementar insulina regular se necessário. SG 5%, 100 mL/h, desde a manhã da cirurgia até o término do NPO
Quando suspender o AAS antes do ato cirúrgico? Quando manter?
Deve ser interrompida 7-10 dias antes se:
* Risco de sangramento > risco de trombose
* Procedimentos com sérias consequências caso ocorra sangramento (p. ex., intracraniano)
* Usada para proflaxia primária (sem doença vascular associada)
Deve ser mantida em caso de:
* Paciente com doença vascular
* Paciente com stents medicados com menos de 12 meses de implantação
* Pacientes com stent metálico com menos de 1 mês de implantação
* Cirurgia de catarata
Orientações sobre o uso de diuréticos no dia da cirurgia
Descontinuar no dia da cirurgia, com exceção dos tiazídicos usados para tratamento da hipertensão
Descreva o Manejo perioperatório de pacientes em uso
de corticoides
- Para procedimentos de pequeno porte, tomar a dose matinal costumeira de corticoide. Não é necessário suplementação
- Para procedimentos de porte moderado, tomar a dose matinal costumeira de corticoide. Administrar 50 mg de hidrocortisona IV antes
da indução anestésica e 25 mg, de 8/8 horas, por 24 horas - Para procedimentos maiores, tomar a dose matinal
costumeira de corticoide. Administrar 100 mg de hidrocortisona IV antes da indução anestésica e 50 mg, de 8/8 horas, por 24 horas
De uma forma geral, os psicotrópicos devem ser mantidos no dia da cirurgia, apesar das possíveis interações medicamentosas com anestésicos.
V ou F
V
Agentes inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) não seletivos são raramente utilizados atualmente, mas deve-se estar
atento a pacientes que os utilizam em razão dos problemas de interação com a anestesia que eles causam. Historicamente, os IMAOs eram descontinuados … antes do procedimento. Essa recomendação se aplica aos inibidores irreversíveis da monoaminoxidase (MAO). Os agentes novos, como a moclobemida, causam inibição reversível e
seus efeitos duram menos de …; a interrupção desses agentes acarreta risco…, por isso o melhor é mantê-los e ajustar o
planejamento anestésico evitando …
três semanas
24 horas
(suicídio e depressão grave)
meperidina e vasopressores de ação indireta como a efedrina
Cite indicações de solicitação de RX de tórax na avaliação pré operatória
Anormalidades identificadas no exame cardiopulmonar ou na entrevista, como roncos, DPOC avançada, suspeita de lesão pulmonar ou mediastinal, aneurisma de aorta, cardiomegalia, hipertensão pulmonar, ICC descompensada, infecção pulmonar ativa
* Cirurgia aórtica abdominal ou abdominal alta
* Suspeita de infecção pulmonar ativa
* Avaliação de ICC caso haja suspeita de descompensação clínica
* Pacientes com mais de 50 anos candidatos a cirurgia aórtica abdominal ou cirurgia abdominal alta
* Pacientes obesos mórbidos (IMC > 40) com pelo menos 1 fator de risco para CI, capacidade funcional ruim ou suspeita de ICC não diagnosticada
* Procedimentos de cirurgia torácica
* Pacientes > 50 anos ou com doença cardiopulmonar candidatos a procedimentos de alto risco
* Pacientes com alteração no exame físico cardiopulmonar
Cite indicações de solicitação de exame de função pulmonar na avaliação pré operatória
- Cirurgia torácica para redução pulmonar
- Ressecção pulmonar oncológica
- Cirurgia de correção de escoliose
- Doença neurológica com componente restritivo pulmonar
- Correção de aneurisma aórtico abdominal em pacientes com DPOC
Quais são considerados os líquidos claros? Até quantas horas antes da cirurgia eles podem ser ingeridos?
São considerados líquidos claros: café preto, chá, suco sem
polpa, solução de carboidratos.
Até 2h antes da Cx
Em pacientes obstétricas, antagonista H2 deve ser administrado na noite anterior e na manhã do procedimento eletivo. Antagonista H2 intravenoso (p. ex., ranitidina, 50 mg) deve ser aplicado no momento da indicação de uma cesariana de urgência
V ou F
V
A população pediátrica apresenta menor incidência
de laringospasmo e broncospasmo quando comparada
com a população adulta
V ou F
F
Maior incidência
Qual a condição clínica com maior associação à anafilaxia pelo látex?
Espinha bífida
Qual a definição de MET?
A capacidade funcional é estimada em equivalentes metabólicos
– METs. Um MET corresponde ao consumo basal de O2 de um adulto sentado em repouso. O risco cardíaco está aumentado nos pacientes
que não conseguem atingir 4 METs em suas atividades diárias
*1 MET = 3,5 mL O2/kg/min.
- 1 MET = …
- 4 METs = …
- 4-10 METs = …
- > 10 METs = …
- 1 MET* – Comer, vestir-se, ir ao banheiro
- 4 METs – Subir um lance de escada ou uma rampa
- 4-10 METs – Trabalho pesado de casa (esfregar o chão, arredar móveis)
- > 10 METs – Esportes extenuantes (corrida, natação, etc.)
Correlacione o tipo de cirurgia ao grau de risco cirúrgico
- Alto risco* > 5%
– Cirurgia aórtica ou outras cirurgias vasculares maiores
– Cirurgia arterial periférica - Risco intermediário* 1-5%
– Endarterectomia de carótida
– Cirurgia de cabeça e pescoço
– Cirurgia intratorácica e intraperitoneal
– Cirurgia ortopédica
– Cirurgia prostática - Baixo risco* < 1%
– Cirurgia ambulatorial
– Procedimentos endoscópicos
– Procedimentos superficiais
– Catarata
– Mama
*Morte cardíaca ou IAM. Cirurgias de baixo risco geralmente não requerem testes cardíacos adicionais.
Cite condições cardíacas ativas que contraindicam
procedimento eletivo
- Síndrome coronariana instável
- Insuficiência cardíaca congestiva descompensada
- Arritmia grave (BAV de segundo grau, Mobitz tipo II, BAV de terceiro grau, arritmia supraventricular com FC descontrolada, bradicardia sintomática, taquicardia ventricular)
- Valvopatia grave (estenose aórtica grave-gradiente médio > 40 mmHg, área valvular < 1 cm3 ou presença de sintomas; estenose mitral sintomática)
Quais são as recomendações sobre o uso de BetaBloqueadores?
- Manter o medicamento em quem já faz uso por outros motivos, como hipertensão, controle de angina ou ICC
- No pós-operatório, o uso deve ser feito pelas indicações clínicas, e não com o objetivo de reduzir o risco
- Podem ser iniciados em pacientes com risco intermediário a alto ou em pacientes com três ou mais fatores no ICR
- Nos casos em que se opte pela medicação, não se deve iniciá-la no dia da cirurgia, principalmente se em altas doses ou em formulações de longa ação
Qual o conduta em relação aos Agonistas alfa 2?
Não são recomendados para prevenção de eventos cardiovasculares no perioperatório. O uso de clonidina com esse objetivo aumentou o risco de hipotensão e parada cardíaca não fatal e não reduziu eventos cardíacos. Pacientes que fazem uso dessas medicações devem mantê-las, pois sua descontinuação abrupta está associada a hipertensão, cefaleia e tremores