Avaliação psicológica Flashcards

(73 cards)

1
Q

O que é a avaliação psicológica?

A

A avaliação psicológica corresponde a um processo compreensivo (abrangendo múltiplas dimensões: cognitivo, social, emocional e comportamental) e
diversificado (várias fontes, tipos de informação e metodologias) que visa analisar o comportamento (características sensoriais, percetivas, motoras, psicológicas) do sujeito (ou grupo de sujeitos).

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2
Q

Quais são os objetivos da avaliação psicológica?

A

Diagnóstico; planeamento de intervenção; seleção, colocação e classificação; orientação; certificação; avaliação de programas e investigação.

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3
Q

Como decorre o processo de avaliação psicológica e com que objetivo?

A

A AP tipicamente envolve 3-4 sessões de uma hora (se o cliente for uma criança ou adolescente os processo é mais moroso e complexo, devido à necessidade de envolver mais pessoas, e.g. pais, professores, e às particularidades desenvolvimentais). O objetivo é tomar
uma decisão, podendo esta ser a nível de diagnóstico, intervenção, seleção (organizacional) ou orientação (vocação, educacional).

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4
Q

Quais são os contextos de avaliação psicológica?

A

São cinco: psicólogos da justiça, psicólogos educacionais, psicólogos comunitários, psicólogos do trabalho e psicólogos da saúde.

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5
Q

O que fazem os psicólogos da justiça?

A

Psicólogos da Justiça produzem relatórios de avaliação e acompanhamento compreensivos, contribuindo para que os Tribunais possam determinar as
competências, o estado mental, as circunstâncias da responsabilidade criminal, o risco forense ou a
capacidade de mudança dos indivíduos acusados de um crime ou das suas vítimas, bem como o impacto de eventos traumáticos nas vítimas.

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6
Q

O que fazem os psicólogos educacionais?

A

Psicólogos educacionais participam em processos de identificação de necessidades e de respostas adequadas, planeiam intervenções que visam melhorar as
condições educativas e potenciar o desenvolvimento psicológico, a sinalização de dificuldades e favorecer o processo de ensino-aprendizagem (avaliação pode ser a
nível individual e sistémico).

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7
Q

O que fazem os psicólogos comunitários?

A

Psicólogos comunitários avaliam os processos e resultados dos projetos e programas comunitários para resolver necessidades psicossociais, de modo a
implementar uma melhoria contínua dos serviços oferecidos à população e informar o desenho e planeamento de projetos e programas subsequentes (+ foco em grupos de vulnerabilidade e exclusão social).

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8
Q

O que fazem os psicólogos do trabalho?

A

Psicólogos do trabalho encaminha os
trabalhadores para os serviços de saúde mental adequados quando é constatada incapacidade laboral relacionada com perturbações mentais & realizam
diagnóstico psicossocial da organização e monitorização dos respetivos indicadores, como as características da organização/divisão do trabalho, o clima organizacional e o bem-estar dos colaboradores – com o objetivo de
prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho, riscos psicossociais e doenças profissionais.

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9
Q

O que fazem os psicólogos da saúde?

A

Psicólogos da saúde descrevem e analisam
determinantes e o nível de saúde das populações e elaboram prognósticos de saúde através da identificação e projeção das consequências dos problemas de saúde. Também avaliam processos e resultados dos projetos e programas de saúde comunitários para resolver
necessidades de saúde e psicossociais.

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10
Q

A que ideia se ancora o inicio da avaliação psicológica, historicamente?

A

Avaliação psicológica nasceu ancorada à ideia de que existem diferenças individuais, sendo o seu objetivo mapear essas diferenças para identificar os mais capazes
ou identificar psicopatologias.

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11
Q

O que defendia Francis Galton?

A

O pai da avaliação psicológica moderna foi Francis Galton cujo objetivo era mapear diferenças em capacidades básicas (e.g. tempo de reação) no seu laboratório de psicologia experimental. Enfatizava que a
testagem devia ocorrer em contextos altamente controlados recorrendo a testes padronizados, para garantir a fidelidade e validade dos resultados, permitindo
a comparação entre indivíduos.

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12
Q

Qual foi o impacto de Alfred Binet na avaliação psicológica?

A

No início do século XX, houve um aumento significativo no desenvolvimento de testes padronizados para medir habilidades cognitivas. Alfred Binet criou a primeira
escala para avaliação da inteligência (Escala Binet- Simon) e determinação da idade mental* das crianças, de forma a identificar crianças com “incapacidade intelectual”. Posteriormente, esta foi expandida e revista de forma a ser aplicável em adultos e permitir o cálculo do QI (Escala Standford-Binet).

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13
Q

Quando e porque é que começou a avaliação psicológica em grupo?

A

Na I Guerra Mundial surge a necessidade de recrutar e identificar os militares mais capazes para determinadas funções, disputando avanços na avaliação a nível do
funcionamento emocional e intelectual/cognitivo, inclusive a criação de testes de administração em grupo
(e.g. Army Alpha & Beta). Estes testes de aplicação em grupo foram posteriormente, aplicados noutros contextos (e.g. escolas, universidades, organizações).

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14
Q

Que críticas foram feitas aos testes de grupo?

A

Foram realizadas diversas criticas aos testes de grupo, nomeadamente por (a) serem inúteis para uma porção considerável da população (analfabetos), visto que eram fortemente ancorados nas competências verbais (instruções são dadas verbalmente e respostas requerem
competências verbais) e (b) negligenciam competências não verbais.

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15
Q

Que tipos de QI passaram a ser avaliados a partir de 1930?

A

OQI global, o QI verbal (só
considera subtestes que exigem competências verbais) e o QI de performance (só considera subtestes que exigem competências de performance).

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16
Q

Porque é que os testes projetivos caíram em desuso na segunda guerra mundial?

A

Surgiram os testes projetivos compostos por estímulos ambíguos, resposta aberta/narrativa e cotação subjetiva
(e.g. teste de Rorschach). Estes testes apresentavam limitações a nível da cotação e interpretação pois apesar de serem baseados em teoria e requererem formação intensiva, possuíam maior margem de erro (menor validade) devido à subjetividade do cotador.

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17
Q

Que testes ressurgiram na segunda guerra mundial?

A

Os testes estruturados ressurgiram, desta vez utilizando técnicas como análise
fatorial na seleção de itens. Esses testes eram informados por teoria psicológica e passavam por um processo
validação exaustivo.

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18
Q

Em que duas “categorias” podem ser classificados os instrumentos de avaliação?

A

Instrumentos com medição (fornecem dados quantitativos que situam o sujeito em relação à população e incluem testes e questionários) e instrumentos sem medição (fornecem dados qualitativos que permitem a compreensão do problema e
incluem entrevistas estruturadas e semiestruturadas, observação direta do comportamento e questionários que
não se destinam à comparação quantitativa , mas sim á análise quantitativa item a item).

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19
Q

Como podemos caracterizar os modelos de avaliação psicológica (formulação teórica, variáveis, técnicas, níveis de inferência, objetivos e técnicas de aplicação)?

A

Formulação teórica – teoria considera que os fatores que determinam o comportamento (C) são
(maioritariamente) características individuais (P), características do contexto (E) ou uma interação entre ambas.
✦ Tipo de variável – variáveis chave que o modelo estuda.
✦ Técnicas – métodos específicos utilizados para coletar, analisar e interpretar dados (forma de operacionalização
das variáveis em estudo).
✦ Níveis de inferência:
↬ Nível 1 - comportamento está ou não presente (e.g.
perceber se criança exibe ou não comportamentos de
oposição);
↬ Nível 2 - diagnóstico está ou não presente (e.g. diagnosticar criança com perturbação de oposição – presença de conjunto de comportamento que permitem
chegar a diagnóstico);
↬ Nível 3: diagnóstico + 1 ou mais variáveis explicativas do fenómeno (e.g., determinantes/fatores de risco) → A
explica B.
↬ Nível 4: modelo teórico considera como as diferente variáveis associada ao diagnostico se relacionam → A
explica B, sendo esta relação mediada ou moderada por C e Ds, e as variáveis E e F também se encontram associada, sendo todas estas relações enquadradas num
modelo teórico.
✦ Objetivos – o objetivo da avaliação psicológica pode ser descrição (nível I), classificação = diagnóstico (nível II);
predição = associações (explicação – nível III), explicação (teoria - nível IV); funcional = intervenção e reabilitação, controlo = prevenção.
✦ Contextos de aplicação – a avaliação pode ser aplicada em diversos contextos, incluindo clínico, educacional, organizacional e investigação.

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20
Q

Como se caracteriza o modelo de atributo?

A

❤ Formulação teórica – comportamento é influenciado
por variáveis individuais (C = f P, Cy = fC).
❤ Variáveis – traços do indivíduo, i.e. características estáveis (e.g. inteligência, personalidade) que são inferidas partir de comportamentos observáveis (Cy = fC).
❤ Técnicas – questionários + testes de performance.
❤ Nível de inferência – I, II, III.
❤ Objetivos – descrição e predição.
❤ Contextos – investigação, educação, clínica e organizacional.

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21
Q

Como se caracteriza o modelo dinâmico?

A

❤ Formulação teórica – comportamento é influenciado por variáveis individuais intrapsíquicas (C = fP).
❤ Variáveis – estruturas inconscientes e mecanismos de defesa.
❤ Técnicas – entrevistas clínicas + testes projetivos (consideram que perante material ambíguo a pessoa vai
projetar o inconsciente e mecanismos de defesa nas suas respostas).
❤ Nível de inferência – II, III, IV
❤ Objetivos – descrição, classificação, predição e explicação.
❤ Contextos – clínica.

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22
Q

Como se caracteriza o modelo médico?

A

❤ Formulação teórica – comportamento é influenciado
por variáveis individuais ou biológicos (C = fP ou C = fO).
❤ Variáveis – entidades nosológicas (sintomas que são utilizados para realizar diagnósticos; DSM-V) e perturbações neurobiológicas (e.g. desequilíbrios
químicos ou difusões neurológicas).
❤ Técnicas – exames + testes de performance + escalas de observação (sintomas).
❤ Nível de inferência – I, II, III, IV
❤ Objetivos – descrição, classificação, predição, prognóstico, explicação e reabilitação.
❤ Contextos – clínica.

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23
Q

Como se caracteriza o modelo comportamental?

A

❤ Formulação teórica – comportamento é influenciado pela interação entre a pessoa e o ambiente (C = fP x A).
❤ Variáveis – estímulos ambientais (e.g. reforços, punições, modelagem) e reportório comportamental.
❤ Técnicas – escalas de autorrelato + observação não sistemática & sistemática.
❤ Nível de inferência – I, II, III, IV
❤ Objetivos – descrição, classificação, predição, explicação funcional e controlo.
❤ Contextos – laboratorial, educação, clínica e organizacional

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24
Q

Como se caracteriza o modelo cognitivo?

A

❤ Formulação teórica – comportamento é influenciado por variáveis individuais (C = f P).
❤ Variáveis – representações, esquemas e processos cognitivos.
❤ Técnicas – tarefas cognitivas + registo de desempenho (acertos, erros, respostas fisiológicas).
❤ Nível de inferência – III, IV
❤ Objetivos – descrição, predição, explicação e controlo.
❤ Contextos – laboratorial, educação e clínica

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25
Como se caracteriza o modelo construtivista?
❤ Formulação teórica – comportamento é influenciado por variáveis individuais (C = f P). Modelo fenomenológico - (é impossível avaliar a realidade, o que importa é a perspetiva subjetiva da pessoa /a sua narrativa sobre a realidade) ❤ Variáveis – conhecimento construído pelo indivíduo e planos futuros (e.g. narrativas pessoais). ❤ Técnicas – autobiografia + diário + narrativas ❤ Nível de inferência – I, II, III, IV ❤ Objetivos – descrição, predição, explicação e controlo. ❤ Contextos – clínico.
26
Quais são os dois modelos de formulação de hipóteses?
Processo descritivo-preditivo e processo interventivo-valorativo.
27
Como se caracterizam as quatro fases do processo descritivo-preditivo?
1. Recolha de informação: os objetivos podem ser diagnóstico, orientação, seleção e mudança. 2. Formulação de hipóteses & dedução de enunciados verificáveis: as hipóteses podem basear-se em quantificação, semelhança, associação preditiva e associação funcional ou causal. 3. Administração de testes e outras técnicas – (1) preparação e planificação: conhecer bem o protocolo de aplicação [procedimentos, condições de aplicação, critérios de avaliação], (2) administração dos testes de acordo com o protocolo, (3) análise dos resultados - 4. Comunicação dos resultados: integração dos resultados (1) e comunicação dos resultados (2).
28
O processo descritivo-preditivo é utilizado para organizar que variáveis?
(a) comportamento/problema em estudo, (b) variáveis pessoais [reportório comportamental] potencialmente associadas ao comportamento, (c) variáveis ambientais que no passado podem ter contribuído para a emergência do comportamento e na atualidade podem contribuir para a sua manutenção, (d) variáveis biológicas que no passado podem ter contribuído para a emergência do comportamento e na atualidade podem contribuir para a sua manutenção.
29
Quais são os critérios de seleção de testes de avaliação?
1. Critérios tradicionais: orientação teórica; considerações práticas; estandardização e características psicométricas. 2. Validade clínica: incremental; conceptual; 3. Juízo clínico: recolha e síntese; exatidão; predição clínica vs estatística.
30
Quais as fases pertencentes ao processo interventivo-valorativo?
1. Plano de intervenção e a sua avaliação:teoria de caso; técnicas de intervenção e desenho de intervenção. 2. intervenção. 3. avaliação e follow-up.
31
Quais são os pontos-chave de uma entrevista?
Sequência; organiza-se em torno de temas específicos; visa reunir informação;visa estabelecer relação; serve de suporte para resolução de problemas; é delimitada no tempo e no espaço; o entrevistador como condutor.
32
O que diz o estudo de Heller (1971)?
No estudo de Heller (1971), os entrevistados eram atores, podendo agir de forma cooperativa ou hostil, sendo a resposta do psicólogo bastante diferente dependendo do comportamento do entrevistado (psicólogo era hostil quando entrevistado era hostil e vice-versa).
33
Quais são os objetivos de uma entrevista (mesmo dependendo dos pedidos formulados)?
✦ Obter informações sobre os problemas subjacentes ao pedido de avaliação (clarificar razões/motivos para o pedido). ✦ Desenvolver hipóteses testáveis sobre os fatores que contribuem para os problemas atuais. ✦ Auxiliar na compreensão do problema em questão. ✦ Estabelecer um diagnóstico, quando apropriado. ✦ Compreender a história de vida, contextos e perspetivas do sujeito. ✦ Informar o plano de intervenção e desenvolver estratégias para lidar com os problemas identificados. ✦ Criar um contexto para observação adicional, quando necessário. ✦ Outros objetivos podem incluir obter consentimento informado, explicar o processo de avaliação, estabelecer uma relação terapêutica e fornecer apoio e orientação para lidar com a situação problema.
34
Quais são os elementos diferenciadores da entrevista estruturada?
(a) fontes de informação claramente definidas [qual o público alvo para aquele guião], (b) conceitos claramente definidos [e.g. depressão], (c) orientações fornecidas para determinação da presença de um dado sintoma, (d) questões a colocar são definidas em função dos critérios de diagnóstico – esquema em árvore para a condução da entrevista [todas as questões visam confirmar a presença ou ausência de determinado sintoma]; (e) os mesmos dados levam sempre ao mesmo diagnóstico.
35
Quando é que a entrevista estruturada é mais útil e quando a entrevista semiestruturada é mais útil?
Entrevista estruturada - é mais útil quando o objetivo é realizar um diagnóstico preciso, pois segue um conjunto padronizado de perguntas que abordam os critérios diagnósticos específicos. Entrevista semiestruturada ou não estruturada - é mais adequada para que envolvem uma compreensão mais profunda do indivíduo
36
Quais são as etapas de uma entrevista?
1. apresentação; 2. pré-entrevista; 3.exploração; 4. Pós-entrevista; 5. Despedida.
37
Que componentes são considerados para o guião da entrevista?
1. Apresentação do problema e da sua história. 2. História familiar. 3. História pessoal. 4. Outros assuntos diversos.
38
Quais são os dois canais de comunicação integrados na entrevista?
❤ Não-verbal – (a) motor [e.g. contacto ocular, gestos], (b) paralinguístico [tom de voz, respiração], (c) relações espaciais [e.g. proximidade entre sujeitos]. ❤ Verbal – técnicas básicas para a manutenção do fluxo de conversão: (a) questões abertas, (b) repetir – repetir resposta do entrevistado palavra-por-palavra, (c) parafrasear – repetir resposta do entrevistado usando diferente palavras (d) sumariar – reunir o significado de várias respostas; (e) clarificar – esclarecer as respostas do entrevistado; (f) incentivar – “por favor, continue”.
39
Como é que os canais de comunicação se podem relacionar?
✦ Repetição – a comunicação verbal é confirmada pela não-verbal; ✦ Contradição – a comunicação verbal é contrariada pela não-verbal; ✦ Substituição – as mensagens não verbais substituem as verbais; ✦ Complementaridade – as mensagens não verbais acrescentam informação; ✦ Acentuação – a mensagem não-verbal acentua a mensagem verbal; ✦ Regulação – as mensagens não-verbais regulam o fluxo de conversação (e.g. acenar com a cabeça).
40
Que níveis influenciam a entrevista?
O entrevistador (latência, comportamento verbal e não-verbal, empatia), entrevistado (motivação e adesão, desejabilidade social, familiaridade com linguagem técnica, acessibilidade e memória).
41
Quais são as diferenças na utilidade e utilização de entrevistas vs testes?
A entrevista é menos invasiva, a entrevista oferece a oportunidade de construir relação, permite a recolha de informação mais profunda.
42
O que é a observação?
A observação é uma metodologia que permite registar comportamentos em contexto naturalista ou artificial. Implica o registo da informação obtida (quantitativa e/ou qualitativa) com recurso a um instrumento adequado por um observador participante ou não participante.
43
Quais são os objetivos da observação?
(a) identificar a presença/ausência de um dado comportamento, (b) chegar a um acordo quanto à natureza dos comportamentos, (c) aumentar a comunicação entre o observador e o observado, (d) obter um conjunto de informações práticas.
44
Quais são as dimensões relevantes da observação sistemática?
unidades de análise (conduta verbal e não-verbal e interações entre a pessoa observada e os seus contextos), unidade de medida (ocorrência, duração, frequência, ordem e dimensão qualitativa), unidade de registo (registos narrativos, escalas de apreciação e protocolos de apreciação do comportamento), contexto de observação (artificial ou naturalista).
45
Quais são as oportunidades de observação durante a avaliação psicológica?
Início da sessão de avaliação, linguagem, estado emocional,nível de atividade, atenção e responsividade.
46
Quais são as vantagens e desvantagens da observação sistemática?
Vantagens: Rigorosa e objetiva; útil para registo e identificação de comportamentos; útil quando existem queixas vagas e ou expectativas irrealistas e possibilita a quantificação (e.g., frequência e duração de um dado comportamento). Desvantagens: Suscetível à reatividade e a outros erros provenientes do observador (possui enviesamentos e expectativas), observado (sujeito modifica comportamento por estar a ser observado) e sistema (de registo pode levar à omissão de dados devido a limitações temporais ou categorias); pouco económica e morosa; limitada a comportamentos observáveis (não captando aspetos internos).
47
Como se caracteriza a aplicação prática da observação?
A observação durante a aplicação de um teste ou tarefas em avaliação psicológica permite a recolha de informação acerca do comportamento do sujeito em situações controladas. O sistema ASEABA é uma ferramenta de avaliação psicológica que inclui várias medidas estruturadas para avaliar o comportamento e funcionamento psicossocial de indivíduos (problemas emocionais/comportamentais). Estas medidas são preenchidas pelo psicólogo durante a administração de testes ou entrevistas. Medidas estruturadas: GATSB, TOF e SICA.
48
EM função de que fatores pode ser categorizados os testes?
Administração individual e administração em grupo.
49
Quais são os tipo de comportamento avaliados pelos testes'
Testes de habilidades, testes de personalidade, inventários de interesses e testes neuropsicológicos.
50
Com que referência pode construir-se os testes?
✦ Referenciados à norma – estimativa da posição do indivíduo, comparando-o aos seus pares avaliados de forma estandardizada. Por exemplo, testes de avaliação da inteligência; ✦ Referenciados por critério - desempenho do indivíduo aferido com base em objetivos previamente definidos (e.g., nível de conhecimento de determinados conteúdos), não comparando-o aos pares. Por exemplo, frequência/exame de avaliação psicológica.
51
Quais são os dois aspetos comuns a todas as definições de inteligência?
(1) a capacidade para aprender com a experiência e (2) a capacidade para se adaptar ao seu ambiente.
52
Como é que as matrizes de Raven concetualizam a inteligência?
A inteligência é entendida como uma habilidade geral e inata (factor g) que pode ser traduzida num valor numérico → Charles Spearman.
53
Como é que Wechsler (escalas iniciais) & Standford Binnet concetualizam a inteligência?
✦ A inteligência abrange múltiplas componentes em interação que contribuem para a habilidade geral (é multifacetada, sem hierarquia fixa).
54
Como é que Standford-Binet Intelligence Scales & Woodcock-Johnson III Tests of Cognitive Abilities concetualizam a inteligência?
Teste deve abranger várias subescalas que avaliam diferentes componentes cognitivas, como habilidades verbais, não-verbais, de memória, de raciocínio abstrato, de resolução de problemas e de compreensão verbal. Cada subescala avalia uma habilidade cognitiva específica e os escores em cada subescala são combinados para fornecer uma visão abrangente das capacidades cognitivas do indivíduo.
55
Como Gardner concetualizam a inteligência?
A inteligência corresponde a múltiplas habilidades. Teste deve avaliar cada uma das habilidades: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, interpessoal, intrapessoal, corporal-cinestésica e naturalista.
56
Como é que as escalas de Weschler reformuladas concetualizam a inteligência?
A inteligência está organizada em estratos (hierarquia de capacidades) - capacidades específicas (I) (e.g., velocidade de raciocínio, compreensão da leitura), capacidades amplas (e.g., inteligência cristalizada, inteligência fluída), (II) e capacidade geral
57
Como é que a Escala de Wechsler para Adultos (WAIS) e Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC).
Teste deve possuir subescalas avaliam habilidades específicas, como compreensão verbal, raciocínio percetivo e memória de trabalho, enquanto também fornece scores compostos para habilidades amplas (e.g. inteligência fluida e cristalizada) e um score geral de QI.
58
Como a teoria de Luria concetualiza a inteligência?
A inteligência está ligada ao funcionamento de um conjunto de unidades cerebrais.
59
Quais são as características comuns dos testes de inteligência?
★ Formato de administração (usualmente) individual - permite uma interação mais direta e personalizada, onde o examinador pode adaptar o ritmo e estilo de administração de acordo com as características do examinado, oferecendo também maior oportunidade para observação sistemática; ★ Necessidade de treino – administração requer formação específica por parte do examinador de forma a garantir a precisão e validade dos resultados; ★ Intervalo de idades e várias competências - os testes de inteligência são projetados para avaliar uma ampla faixa etária e várias competências cognitivas; ★ Importância da relação - uma relação de confiança e respeito mútuo é essencial para garantir que o examinado se sinta confortável e motivado durante a avaliação, a sua ausência pode afetar os resultados obtidos; ★ Formato de resposta livre; ★ Cotação imediata dos itens - avaliação rápida do desempenho do examinado e a identificação de áreas de força e fraqueza; ★ Uma hora para a administração;
60
Quais são as vantagens dos testes de inteligência?
↬ Precisão na previsão do comportamento futuro (e.g. sucesso académico); ↬ Descrição das forças e limitações no funcionamento cognitivo do indivíduo. ↬ Espaço para análise de outras variáveis (e.g. ansiedade). ↬ Fornece uma medida baseline para analisar a eficácia de intervenções futuras.
61
Quais são as desvantagens dos testes de inteligência?
★ Formato de administração (usualmente) individual - permite uma interação mais direta e personalizada, onde o examinador pode adaptar o ritmo e estilo de administração de acordo com as características do examinado, oferecendo também maior oportunidade para observação sistemática; ★ Necessidade de treino – administração requer formação específica por parte do examinador de forma a garantir a precisão e validade dos resultados; ★ Intervalo de idades e várias competências - os testes de inteligência são projetados para avaliar uma ampla faixa etária e várias competências cognitivas; ★ Importância da relação - uma relação de confiança e respeito mútuo é essencial para garantir que o examinado se sinta confortável e motivado durante a avaliação, a sua ausência pode afetar os resultados obtidos; ★ Formato de resposta livre; ★ Cotação imediata dos itens - avaliação rápida do desempenho do examinado e a identificação de áreas de força e fraqueza; ★ Uma hora para a administração;
62
Como funciona o teste das Matrizes de Raven?
O teste de matrizes progressivas de Raven é baseado na teoria de 2 fatores de Spearman, que defende que a inteligência é composta por dois fatores: (1) habilidade geral e inata (fator g), (2) fatores específicos (s) dependentes da aprendizagem, sendo o objetivo medir o fator g, visto que este prediz o score nos fatores específicos. Este teste mede a inteligência não verbal, avaliando a capacidade dos indivíduos para apreender relações entre figuras. É utilizado com indicador geral de inteligência (fator g), pois requer habilidades cognitivas como perceção, raciocínio espacial e lógico, e não de conhecimentos específicos ou experiência prévia. Durante o teste, uma série de matrizes ou padrões de figuras são apresentadas aos participantes, devendo este identificar a figura que melhor completa o padrão. A complexidade aumenta de série para série.
63
Como se caracterizam as três variações dos testes de Raven?
➥ 1938: Matrizes progressivas de Raven (+11 anos) – possui 5 séries (A-E) compostas por 12 itens cada [total = 60]. ➥ 1947: Matrizes coloridas progressivas de Raven (5-11 anos, +65 anos) – possui 3 séries (A, AB e B), compostas por 12 itens cada [total = 32]. Inclui figuras coloridas, para serem mais atrativas indivíduo com menores capacidades atencionais. Possuem uma duração de 10-20 minutos. ➥ 1962: Matrizes progressivas avançadas (+12 anos) – possui 2 séries [12 na série I + 36 na série II; total = 48]. Apresentam itens mais complexos que as standard.
64
Quais são as vantagens das Matrizes de Raven?
❤ Como é um teste não verbal, é acessível a uma grande gama de pessoas, independentemente da sua proficiência linguística e cultural (possui carga cultural reduzida). ❤ É adequado para uma ampla faixa etária (conteúdo atrativo de forma a manter atenção dos participantes) e níveis de aptidão. ❤ O teste não possui tempo limite (duração típica 10-20) e é de fácil aplicação e cotação. ❤ Pode ser aplicado individualmente ou em grupo (máx. 9 sujeitos se + que 8 anos) – é necessários ser possível verificar que sujeito responde a todos os itens. ❤ Poder ser utilizado em diferentes contextos. Os dados obtidos são frequentemente atualizados com base em estudos normativos, garantindo sua relevância e precisão ao longo do tempo. ❤ O teste avalia o raciocínio não verbal, sendo este essencial em diversos contextos da vida.
65
Quais são as desvantagens das MPCR?
Limitações do teste: só permitem chegar a um valor único - percentil - e não a um perfil cognitivo do sujeito como as escala de Wechsler. Esta limitação torna as MPCR mais adequadas para situações em que uma avaliação cognitiva detalhada não é necessária ou não é viável devido a restrições de tempo ou recursos (e.g. tiragem inicial ou despiste).
66
Como se caracterizam as escalas de Weschler?
As escalas de Wechsler são baseadas numa conceção da inteligência como um produto de aptidões em interação (não apenas um agregado de aptidões) que não é inato. Para este efeito, abrangem uma diversidade de aptidões mentais e incluem itens verbais, reconhecendo o impacto dos conhecimentos adquiridos no contexto familiar, escolar e cultural → são o “gold standard” principal instrumento para avaliar inteligência. O valor final de QI representa o funcionamento intelectual global do indivíduo.
67
Qual é a história das escalas de Weschler?
as primeiras escalas desenvolvida para adultos (Wechsler-Bellveu → WAIS, 1939) para dar resposta às limitações da escala de escala de Stanford-Binet → necessidade de escala construída especificamente para adultos, visto que todas as outras escalas eram para crianças, (a) não considerando a deterioração das funções cognitivas com a idade (pressuposto = quanto mais velho, melhor desempenho cognitivo), (b) o seu valor final era a idade mental, o que não faz sentido para adultos, sendo necessário outro valor final que representa-se o funcionamento cognitivo global do indivíduo (QI), (c) muitos dos itens possuem limites de tempo o que pode prejudicar a avaliação de adultos mais velhos (WAIS tem testes com tempo e sem tempo, para haver um equilíbrio). A bateria é composta por testes pré-existentes validados e testes criados especificamente para a bateria. Posteriormente foram adaptadas para crianças de idade escolar (WISC, 1949) e pré-escolar (WPPSI, 1967). Todas estas escalas foram revistas múltiplas vezes.
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Como se constitui a escala verbal de Weschler?
A escala verbal é por pontos, sendo atribuídos por cada item com sucesso (1 ou 2 pontos), posteriormente somados, havendo um valor contínuo, o que dá mais informação (vs. escalas por idades, e.g. individuo completou os itens esperado para 5 anos portanto avança para os próximos → perdemos informação relativamente ao sujeito – não considera diferenças dentro das idades)
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Como se caracterizam os subtestes da escala de realização de Weschler?
Os subtestes da escala de realização criam o contexto para a observação, já que geralmente exigem uma abordagem prática e são mais longos do que os subtestes verbais, permitindo uma observação mais detalhada do comportamento e das estratégias de resolução do indivíduo. Os subtestes da escala de realização criam o contexto para a observação, já que geralmente exigem uma abordagem prática e são mais longos do que os subtestes verbais, permitindo uma observação mais detalhada do comportamento e das estratégias de resolução do indivíduo.
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Como é composta a bateria do teste de Weschler?
A bateria é composta por uma escala verbal uma escala de realização/performace (vs matrizes exclusivamente não verbais de Raven ou escala exclusivamente verbal de SB), permitindo chegar a diferentes índices organizados hierarquicamente*: (1) Valor global – QI, (2) QI verbal e (3) QI de realização.
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O que é o q.i. (Weschler)?
O QI corresponde ao quociente entre o resultado atual e o resultado médio esperado para a idade, i.e. não representa o nível absoluto de inteligência. É um conceito estatístico que resulta da posição relativa do nível de desempenho do sujeito no teste, comparativamente ao grupo de referência a que pertence (e.g., idade). Possui média 100 e desvio-padrão.
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Quais são as três iterações das escalas de Weschler?
✦ WAIS: Wechsler Adult Intelligence Scale (16-89 anos) – administração individual, 90 minutos. Possui 11 subtestes (5 de realização e 6 verbais + 3 suplementares) ✦ WISC: Wechsler Intelligence Scale for Children (6-16 anos) – administração individual, 90 minutos. Possui 10 subtestes (5 de realização e 5 verbais + 3 suplementares) ✦ WPPSI: Wechsler Preschool and Primary Scales of Intelligence (2:6-7 anos).
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Como se deve administrar uma bateria de Weschler?
A bateria deve ser administrada num local tranquilo, sem ruido e com condições de iluminação adequadas (de forma a eliminar distrações e interrupções). A administração deve ser feita escala-a-escala, item-a-item, seguindo as instruções do manual. Ao iniciar a sessão de avaliação, é importante apresentar as escalas de Wechsler de forma clara e amigável ao sujeito, isto pode incluir uma explicação simples sobre o que é a escala, o objetivo da avaliação e como os resultados serão utilizados. Durante a administração dos subtestes, é crucial adaptar a linguagem e as instruções de acordo com a idade e o nível de compreensão do sujeito. Entre os diferentes subtestes, é benéfico reservar breves momentos para conversar informalmente com o sujeito (perguntas simples sobre interesses, hobbies ou experiências recentes). Não só ajuda a reduzir a ansiedade, mas também permite fortalecer a relação terapêutica. Durante a administração dos subtestes, é importante encorajar o sujeito, no entanto, é crucial evitar fornecer pistas ou indicar qual teria sido a resposta correta, pois isso pode influenciar os resultados e comprometer a validade da avaliação.