Caso 1: cocos e lesões de pele Flashcards
(60 cards)
o que são os estreptococos?
- são gram + ou -
- sua forma
- formam cadeias? quando
- são aerobias ou anaerobios
Os estreptococos são bactérias Gram-positivas, de forma esférica a ovoide, que formam cadeias quando cultivadas em meios líquidos.
Os estreptococos que causam infecções humanas são, em sua maioria, anaeróbios facultativos, embora alguns sejam anaeróbios estritos.
Os estreptococos são microrganismos relativamente fastidiosos, requerendo um meio enriquecido para o seu crescimento no laboratório
o que significa a classifcação de estreptococo hemolíticos tipo Alfa e Beta
Muitos dos estreptococos associados a infecções humanas produzem uma zona de hemólise completa beta (β) ao redor da colônia bacteriana quando cultivados em ágar-sangue. Os estreptococos β-hemolíticos que formam colônias grandes (≥ 0,5 mm) em ágar-sangue podem ser classificados pelo sistema de Lancefield, um agrupamento sorológico baseado na reação de antissoros específicos com antígenos de carboidrato da parede celular bacteriana.
os microrganos microrganismos pertencentes aos grupos A, B, C e G de Lancefield são todos β-hemolíticos, e cada um deles está associado a padrões característicos de infecção humana.ismos pertencentes aos grupos A, B, C e G de Lancefield são todos β-hemolíticos, e cada um deles está associado a padrões característicos de infecção humana.
Outros estreptococos produzem uma zona de hemólise parcial alfa (α), frequentemente conferindo uma aparência esverdeada ao ágar.
Por fim, alguns estreptococos não são hemolíticos, um padrão algumas vezes denominado
hemólise gama (γ).
O grupo A de Lancefield consiste em uma única espécie,
S. pyogenes.
este microrganismo está associado a uma variedade de infecções supurativas.
além disso, os EGA podem desencadear as síndromes pós-infecciosas de FRA (exclusivamente associada à infecção por S. pyogenes;
patogênese do EGA
-qual a principal proteina da superficie do EGA
O EGA elabora uma série de componentes da superfície celular e produtos extracelulares, importantes tanto na patogênese da infecção quanto na resposta imune do hospedeiro humano. A parede celular contém um antígeno de carboidrato que pode ser liberado mediante tratamento com ácido. A reação desses extratos ácidos com antissoro específico do grupo A constitui a base para a identificação definitiva de uma cepa estreptocócica, como o S. pyogenes.
A principal proteína de superfície do EGA é a proteína M, que constitui a base para a sorotipagem de cepas com antissoros específicos. As moléculas da proteína M são estruturas fibrilares ancoradas na parede celular do microrganismo, as quais se estendem como projeções piliformes a partir da superfície celular. A sequência de aminoácidos da porção distal ou aminoterminal da molécula da proteína M é muito variável, contribuindo para a variação antigênica dos diferentes tipos M, enquanto as regiões mais proximais da proteína são relativamente conservadas. A tipagem M tradicional por métodos sorológicos foi em grande medida substituída por uma técnica mais recente para a determinação do tipo M em cepas isoladas de EGA pelo uso da reação em cadeia da polimerase (PCR) para amplificar a região variável do gene emm, que codifica a proteína M
patogênese EGA
- a presença da proteína M em uma cepa isolada de EGA correlaciona-se com
-tal resistência à fagocitose pode ser superada por
A presença da proteína M em uma cepa isolada de EGA correlaciona-se com a sua capacidade de resistir à destruição fagocítica em sangue humano fresco. Esse fenômeno parece ser devido, pelo menos em parte, à ligação do fibrinogênio plasmático às moléculas de proteína M sobre a superfície do estreptococo, interferindo na ativação do complemento e no depósito de fragmentos de complemento opsônicos na célula bacteriana.
tal resistência à fagocitose pode ser superada por anticorpos específicos contra a proteína M; assim, os indivíduos com anticorpos contra determinado tipo M adquiridos em consequência de infecção prévia ficam protegidos contra infecção subsequente por microrganismos do mesmo tipo M, mas não contra aqueles com tipos M diferentes.
Patogênese EGA
- cápsula de polissacarídeo composta de ácido hialurônico
- quais cepas não tem capsula 3
- papel do polissacarideo
- polissacarideo x imunidade
Embora a maioria dos isolados clínicos de EGA produz uma cápsula de ácido hialurônico, as cepas de M tipo 4 ou 22 não têm cápsula, assim como alguns isolados de M tipo 89.
O fato de cepas não encapsuladas serem associadas a faringite e infecção invasiva implica que a cápsula não é fundamental para a virulência.
A produção de grandes quantidades de cápsula por determinadas cepas confere uma aparência mucoide característica às colônias.
O polissacarídeo capsular desempenha importante papel na proteção dos EGA contra a ingestão e destruição pelos fagócitos.
Diferentemente da proteína M, a cápsula de ácido hialurônico é um imunógeno fraco, e não foi constatado que os anticorpos anti-hialuronato sejam importantes na imunidade protetora.
A suposta explicação reside na aparente identidade estrutural entre o ácido hialurônico estreptocócico e o ácido hialurônico dos tecidos conectivos dos mamíferos. O polissacarídeo capsular também pode agir na colonização da faringe com EGA por meio de sua ligação à CD44, uma proteína de ligação do ácido hialurônico expressa nas células epiteliais humanas da faringe.
patogênese EGA
toxinas produzidas pelo EGA
O EGA produz um grande número de produtos extracelulares que podem ser importantes nas toxicidades local e sistêmica, bem como na disseminação da infecção por meio dos tecidos.
Esses produtos incluem as estreptolisinas S e O, toxinas que causam lesão das membranas celulares e que são responsáveis pela hemólise provocada pelos microrganismos; estreptocinase; DNAses; SpyCEP, uma serina-protease que cliva e inativa a citocina quimiotática, a interleucina 8, inibindo, assim, o recrutamento para o local de infecção; e várias exotoxinas pirogênicas.
Anteriormente conhecidas como toxinas eritrogênicas, as exotoxinas pirogênicas provocam o exantema da escarlatina.
Desde meados da década de 1980, as cepas de EGA produtoras de exotoxinas pirogênicas foram associadas a infecções invasivas inusitadamente graves, como a fascite necrosante e a síndrome do choque tóxico (SCT) estreptocócica.
Diversos produtos extracelulares estimulam as respostas de anticorpos específicos úteis no diagnóstico sorológico de infecção estreptocócica recente. Os testes para anticorpos contra estreptolisina O e DNAse B são principalmente utilizados para a detecção de infecção estreptocócica precedente em casos de suspeita de FRA ou GNPE.
MEIOS DE DISSEMINAÇÃO PELA PELE
A proteção contra a infecção da epiderme depende da barreira mecânica proporcionada pelo estrato córneo, visto que a epiderme é desprovida de vasos sanguíneos
A ruptura dessa camada por queimadura ou mordedura, escoriações, corpos estranhos, distúrbios dermatológicos importantes (p. ex., herpes simples, varicela, ectima gangrenoso), cirurgia ou úlceras vasculares ou de compressão permite a penetração de bactérias em estruturas mais profundas. De modo semelhante, o folículo piloso pode servir como porta de entrada para componentes da flora normal (p. ex., Staphylococcus) ou para bactérias extrínsecas (p. ex., Pseudomonas na foliculite da banheira quente).
As bactérias que infectam a epiderme, como o Streptococcus pyogenes, podem ser transferidas lateralmente para estruturas mais profundas por meio dos vasos linfáticos, evento que resulta na rápida disseminação superficial da erisipela. Mais tarde, o ingurgitamento ou a obstrução dos vasos linfáticos causa edema flácido da epiderme, outra característica da erisipela.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
- também pode ser chamada de
- definição e etiologia
- é mais observado em qual faixa etária e tende a ocorrer em qual estação do ano
piodermite
O impetigo, uma infecção superficial da pele, é causado primariamente por EGA e, em certas ocasiões, por outros estreptococos ou pelo Staphylococcus aureus.
É observado com mais frequência em crianças pequenas, tende a ocorrer durante os meses mais quentes e se mostra mais comum nos climas semitropicais ou tropicais do que nas regiões mais frias.
A infecção é mais comum em crianças que vivem em condições de higiene precária
As lesões estreptocócicas são mais comuns em crianças de 2 a 5 anos
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
como ocorre a infecção
Estudos prospectivos mostraram que a colonização da pele íntegra por EGA precede a infecção clínica. A seguir, traumatismos insignificantes, como arranhadura ou picada de inseto, podem servir para inocular os microrganismos na pele. Por conseguinte, a melhor maneira de prevenir o impetigo é dispensar atenção adequada à higiene
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
os locais habituais de acometimento são
os locais habituais de acometimento são a face (particularmente ao redor do nariz e da boca) e as pernas, embora possam ocorrer lesões em outras localizações.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
característica das lesões
- surgem como, transformam rapidamente em, a seguir, formam no final
As lesões surgem na forma de pápulas vermelhas, que se transformam rapidamente em lesões vesiculosas e, a seguir, pustulosas, rompendo e coalescendo para formar as crostas características semelhantes a favo de mel
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
as lesões são dolorosas ou indolores? o que sugere a presença de febre?
Em geral, as lesões são indolores, e os pacientes não parecem enfermos. A febre não constitui uma característica do impetigo e, se presente, sugere a extensão da infecção para tecidos mais profundos ou outro diagnóstico. O quadro clássico do impetigo geralmente apresenta pouca dificuldade diagnóstica.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
o que a cultura das lesões frequentemente revelam?
as culturas das lesões impetiginosas frequentemente revelam S. aureus, bem como EGA. Em quase todos os casos, os estreptococos são isolados inicialmente, e os estafilococos aparecem mais tarde, presumivelmente como flora colonizadora secundária.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
tratamento 3
é igual ao da faringite estreptocócica. Em virtude das evidências de que o S. aureus se tornou uma causa relativamente frequente do impetigo, os esquemas empíricos devem abranger tanto os estreptococos quanto o S. aureus
podem-se administrar dicloxacilina ou cefalexina em uma dose de 250 mg, 4 vezes ao dia, durante 10 dias.
A pomada de mupirocina tópica também é efetiva.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
a cultura pode estar indicada para
A cultura pode estar indicada para excluir a possibilidade de S. aureus resistente à meticilina, em particular se a resposta ao tratamento empírico não for satisfatória.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- IMPETIGO
tem potencial reumatogênico?
a maior parte do mundo, a FRA não constitui uma sequela das infecções cutâneas estreptocócicas, embora possa ocorrer GNPE após infecção da pele ou orofaringe. A razão dessa diferença não é conhecida. Uma hipótese é a de que a resposta imune necessária para o desenvolvimento de FRA só ocorre após a infecção da mucosa faríngea. Além disso, as cepas do EGA que causam faringite geralmente são de tipos de proteína M diferentes das associadas às infecções cutâneas; por conseguinte, as cepas que causam faringite podem ter potencial reumatogênico, enquanto as cepas que infectam a pele podem não exibir esse potencial
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- CELULITE
- definição
- meio de disseminação
- se caracteriza por 4
- etiologia
A inoculação de microrganismos na pele pode levar à celulite, uma infecção que acomete a pele e os tecidos subcutâneos.
A porta de entrada pode consistir em uma ferida traumática ou cirúrgica, picada de inseto ou qualquer outra quebra de continuidade na integridade da pele. Com frequência, nenhum local de entrada é aparente
A celulite é um distúrbio inflamatório agudo da pele que se caracteriza por dor, eritema, edema e calor localizados. Ela pode ser causada pela flora nativa que coloniza a pele e os apêndices cutâneos (p. ex., S. aureus e S. pyogenes) ou por uma grande variedade de bactérias exógenas.
INFECÇÕES ESTREPTOCOCICAS- CELULITE- característica do S pyogenes que diferencia do S. aureus
Por outro lado, a celulite causada pelo S. pyogenes se dissemina mais rapidamente em um processo difuso, frequentemente associado a linfangite e febre, e deve ser chamada de celulite não purulenta. A celulite estreptocócica recorrente dos membros inferiores pode ser causada por microrganismos dos grupos A, C ou G em associação com estase venosa crônica ou safenectomia para cirurgia de revascularização do miocárdio. Os estreptococos também causam celulite recorrente em pacientes com linfedema crônico resultante de elefantíase, dissecção de linfonodos ou doença de Milroy.
A celulite causada por Streptococcus agalactiae (estreptococos do grupo B) ocorre principalmente em pacientes idosos e naqueles com diabetes ou doença vascular periférica.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- CELULITE - ERISIPELA
etiologia, caracterisitca e epidemiologia
Uma forma de celulite estreptocócica, a erisipela, caracteriza-se por ter aparência eritematosa brilhante da pele acometida, a qual forma uma elevação nitidamente demarcada da pele normal circundante
Os casos clássicos de erisipela, com manifestações típicas, são quase sempre devidos a estreptococos β-hemolíticos, habitualmente EGA e, em certas ocasiões, do grupo C ou G.
Os lactentes e os idosos são mais comumente acometidos, e a gravidade da toxicidade sistêmica é variável.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- CELULITE - ERISIPELA
característica da lesão
características que distinguem a erisipela 4
A lesão é quente ao toque, pode ser sensível e aparece brilhante e tumefeita. Com frequência, a pele exibe uma textura de casca de laranja, que se acredita refletir o acometimento dos vasos linfáticos superficiais; pode-se verificar a formação de vesículas ou bolhas superficiais, em geral dentro de 2 a 3 dias após o início. A lesão desenvolve-se em poucas horas e está associada a febre e calafrios.
A erisipela se deve ao S. pyogenes e caracteriza-se por início abrupto de edema vermelho-vivo na face ou nos membros. As características que distinguem a erisipela são margens de enduração bem definidas, em especial ao longo da prega nasolabial; progressão rápida; e dor intensa. Bolhas flácidas podem se desenvolver durante o segundo ou terceiro dia de doença, mas a extensão para tecidos moles mais profundos é rara. O tratamento com penicilina é eficaz; o edema pode progredir apesar do tratamento apropriado, embora a febre, a dor e o eritema intenso diminuam. A descamação da pele comprometida ocorre em 5 a 10 dias a partir do início da doença.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- CELULITE - ERISIPELA
tende ocorrer em quais áreas do corpo?
A erisipela tende a ocorrer na área malar da face (frequentemente com extensão sobre a ponte do nariz para a região malar contralateral) ou nos membros inferiores
. Depois de um episódio, não é incomum recorrência no mesmo local – algumas vezes anos mais tarde.
INFECÇÕES ESTREPTOCÓCICAS- CELULITE - ERISIPELA
qual conduta em frente a casos em que o aparecimento de celulite estreptocócica não é típico o suficiente para permitir o estabelecimento de um diagnóstico específico em bases clínicas.
Nesses casos, é prudente ampliar o espectro do tratamento antimicrobiano empírico para incluir outros patógenos, sobretudo o S. aureus, o qual pode provocar celulite com a mesma aparência. Deve-se suspeitar de infecção estafilocócica se a celulite surgir ao redor de ferida ou úlcera.