Caso 4: úlceras e corrimento vaginal Flashcards
(93 cards)
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL
As infecções do trato reprodutivo – ITR são divididas em
- endógenas, iatrogênicas e IST
quais exemplos temos
Infecções endógenas (candidíase vulvovaginal e vaginose bacteriana);
› Infecções iatrogênicas (infecções pós-aborto, pós-parto);
› IST (tricomoníase, infecção por C. trachomatis e N. gonorrhoeae).
Quadro 28 – Exame ginecológico e IST
Quadro 28 – Exame ginecológico e IST
1o: basicão
depois: se tiver possibilidade, coletar material endocervical para cultura de gonorrhoeae em meio de transporte e pesquisa de trachomatis e gonorrhoeae por biologia molecular
> pode substituir biologia molecular por urina de 1o jato (min 4 hr na bexiga)
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL
a colpocitologia oncótica e a colposcopia NÃO deve ser realizados com intuito de diagnosticar 3
vulvovaginite
vaginose
cervicite
quando indicados (ex rastreio de neoplasia) devem ser feitos de preferencia após tratamento das ITR (infeccao trato reprodutivo)
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- CANDIDÍASE VAGINAL
- agente etiológico
Candida albicans é o agente etiológico da candidíase vulvovaginal – CVV em 80%
a 92% dos casos, podendo o restante ser devido às espécies não albicans (glabrata,
tropicalis, krusei, parapsilosis) e Saccharomyces cerevisae
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- CANDIDÍASE VAGINAL
Quadro 29 – Fatores que predispõem à candidíase vulvovaginal
Quadro 29 – Fatores que predispõem à candidíase vulvovaginal
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- CANDIDÍASE VAGINAL
quando é definida CVV recorrente
CVVR é definida quando a paciente reporta quatro ou mais
episódios sintomáticos de CVV em um ano
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- CANDIDÍASE VAGINAL
A CVV classifica-se em CVV não complicada e CVV complicada 5
explique cada uma
É considerada não
complicada quando presentes todos os critérios a seguir: sintomas leves/moderados,
frequência esporádica, agente etiológico C. albicans e ausência de comorbidades.
Por outro lado, considera-se CVV complicada quando presente pelo menos um dos seguintes
critérios: sintomas intensos, frequência recorrente (CVVR), agente etiológico não albicans
(glabrata, kruzei), presença de comorbidades (diabetes, HIV) ou gestação
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- CANDIDÍASE VAGINAL
diagnóstico
climicamente sinais e sintomas 6
sinais característicos 7
Clinicamente, a paciente pode referir os seguintes sinais e sintomas diante de uma
CVV clássica: prurido, ardência, corrimento geralmente grumoso, sem odor, dispareunia
de introito vaginal e disúria externa.
Os sinais característicos são eritema e fissuras
vulvares, corrimento grumoso, com placas de cor branca aderidas à parede vaginal,
edema vulvar, escoriações e lesões satélites, por vezes pustulosas pelo ato de coçar.
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- CANDIDÍASE VAGINAL
citologia a fresco
como ph fica?
Para a citologia a fresco, utiliza-se soro fisiológico e hidróxido de potássio a 10%, a
fim de visibilizar a presença de hifas e/ou esporos dos fungos. Além disso, a CVV está
associada a pH normal vaginal (<4,5)
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- CANDIDÍASE VAGINAL
com a citologia a fresco negativo e forte suspeita de CVV deve-se realizar
Diante de forte suspeita de CVV, mas com citologia a fresco negativa, deve-se realizar
cultura vaginal específica em meios de Sabouraud, Nickerson ou Microstix-candida
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- CANDIDÍASE VAGINAL
Quadro 33 – Tratamento de candidíase vulvovaginal
Quadro 33 – Tratamento de candidíase vulvovaginal
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- VAGINOSE BACTERIANA
associada a
agentes etiologicos sendo o principal X + outros 9
A vaginose bacteriana – VB é a desordem mais frequente do trato genital inferior
entre mulheres em idade reprodutiva (gestantes ou não) e a causa mais prevalente
de corrimento vaginal com odor fétido.
Está associada à perda de lactobacilos e ao
crescimento de inúmeras bactérias, bacilos e cocos Gram-negativos anaeróbicos,
com predomínio de Gardnerella vaginalis,
seguida de Atopobium vaginae, Mobiluncus spp.,
Mobiluncus curtesii, Mobinculus mulieris, Bacteroides spp., Prevotella spp., Mycoplasma
hominis, Ureaplasma urealyticum e Streptococcus agalactie (grupo B).
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- VAGINOSE BACTERIANA
aumenta o risco de aquisição de
e quando presente nos procedimentos invasivos aumenta o risco de
A VB aumenta o risco de aquisição de IST (incluindo o HIV), e pode trazer
complicações às cirurgias ginecológicas e à gravidez (estando associada a ruptura
prematura de membranas, corioamnionite, prematuridade e endometrite pós-cesárea).
Quando presente nos procedimentos invasivos, como curetagem uterina, biopsia
de endométrio e inserção de dispositivo intrauterino – DIU, a VB aumenta o risco de
doença inflamatória pélvica – DIP.
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- VAGINOSE BACTERIANA
patogênese da infecção
- como é identificada no exame especular (parede vaginais, cor, shiller, corrimento)
Sem lactobacilos, o pH aumenta e a Gardnerella vaginalis produz aminoácidos, os
quais são quebrados pelas bactérias anaeróbicas da VB em aminas voláteis (putrescina
e cadaverina), levando ao odor desagradável, particularmente após o coito e a
menstruação (que alcalinizam o conteúdo vaginal), o que constitui a principal queixa
da paciente
A afecção é facilmente identificada ao exame especular, que mostra as
paredes vaginais em sua maioria íntegras, marrons e homogêneas ao teste de Schiller,
banhadas por corrimento perolado bolhoso em decorrência das aminas voláteis.
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- VAGINOSE BACTERIANA
diagnóstico
Se a microscopia estiver disponível, o diagnóstico é realizado na presença de pelo
menos três critérios de Amse 4
› Corrimento vaginal homogêneo;
› pH >4,5;
› Presença de clue cells (células guia) no exame de lâmina a fresco;
› Teste de Whiff positivo (odor fétido das aminas com adição de hidróxido de
potássio a 10%).
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- VAGINOSE BACTERIANA
diagnóstico
- qual padrão ouro
- nome do mais comumente usado
ver tabela Quadro 30 – Sistema de Nugent para diagnóstico de vaginose bacteriana
O padrão-ouro é a coloração por Gram do fluido vaginal. Quantifica-se o número
de bactérias e lactobacilos patogênicos, resultando em um escore que determina se há
infecção. O mais comumente utilizado é o sistema de Nugent
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- VAGINOSE BACTERIANA
diagnóstico
- há indicação de tratamento de rastreamento de vaginose bacteriana em mulheres assintómaticas
- qual indicação de tratamento
Não há indicação de rastreamento de vaginose bacteriana em mulheres
assintomáticas.
O tratamento é recomendado para mulheres sintomáticas e para
assintomáticas quando grávidas, especialmente aquelas com histórico de parto
pré-termo e que apresentem comorbidades ou potencial risco de complicações
(previamente à inserção de DIU, cirurgias ginecológicas e exames invasivos no trato
genital). O tratamento deve ser simultâneo ao procedimento, não havendo razão para
sua suspensão ou adiamento.
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- VAGINOSE BACTERIANA
diagnóstico
há recorrência? porque acontece
A recorrência de VB após o tratamento é comum: 15% a 30% das mulheres
apresentam VB sintomática 30 a 90 dias após a terapia com antibióticos, enquanto 70%
das pacientes experimentam uma recorrência em nove meses
Algumas causas justificam a falta de resposta terapêutica aos esquemas
convencionais; dentre elas, atividade sexual frequente sem uso de preservativos,
duchas vaginais, utilização de DIU, inadequada resposta imune e resistência bacteriana
aos imidazólicos. Cepas de Atopobium vaginae resistentes ao metronidazol são
identificadas em várias portadoras de vaginose bacteriana recorrente – VBR; contudo,
esses bacilos são sensíveis à clindamicina e às cefalosporinas.
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- VAGINOSE BACTERIANA
Quadro 34 – Tratamento de vaginose bacteriana
Quadro 34 – Tratamento de vaginose bacteriana
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- TRICOMONÍASE
é um tipo de
causada por
Vulvovaginite menos frequente nos dias atuais, a tricomoníase é causada por um
protozoário flagelado unicelular, o Trichomonas vaginalis, e parasita com mais frequência
a genitália feminina que a masculina
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- TRICOMONÍASE
seus sinais e sintomas característicos consistem em
5
em caso de inflamação intensa 2
também ocorrer 2
Seus sinais e sintomas característicos consistem
em corrimento vaginal intenso, amarelo-esverdeado, por vezes acinzentado, bolhoso
e espumoso, acompanhado de odor fétido (na maioria dos casos, lembrando peixe) e
prurido eventual, que pode constituir reação alérgica à afecção. Em caso de inflamação
intensa, o corrimento aumenta e pode haver sinusiorragia e dispareunia157. Também
podem ocorrer edema vulvar e sintomas urinários, como disúria
Cerca de 30% dos casos são assintomáticos, mas algum sinal clínico pode aparecer.
Não há complicações sérias na mulher na grande maioria dos casos, mas a tricomoníase
pode propiciar a transmissão de outros agentes infecciosos agressivos, facilitar DIP, VB e, na
gestação, quando não tratada, pode evoluir para rotura prematura das membranas
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- TRICOMONÍASE
no exame especular percebem-se
No exame especular, percebem-se microulcerações que dão ao colo uterino
um aspecto de morango ou framboesa (teste de Schiller “onçoide” ou “tigroide”). A
transudação inflamatória das paredes vaginais eleva o pH para 6,7 a 7,5 e, nesse meio
alcalino, pode surgir variada flora bacteriana patogênica, inclusive anaeróbica; por
conseguinte, se estabelece a vaginose bacteriana associada, que libera as aminas de
odor fétido, além de provocar bolhas no corrimento vaginal purulento.
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- TRICOMONÍASE
diagnóstico
- exame mais comum
- visualiza-se
O diagnóstico laboratorial microbiológico mais comum é o exame a fresco, mediante
gota do conteúdo vaginal e soro fisiológico, com observação do parasita ao microscópio.
Habitualmente, visualiza-se o movimento do protozoário, que é flagelado, e um grande
número de leucócitos
INFECÇÕES QUE CAUSAM CORRIMENTO VAGINAL- TRICOMONÍASE
diagnóstico
- teste das aminas
- bacterioscopia gram
- cultura
O pH quase sempre é maior que 5,0. Na maioria dos casos, o
teste das aminas é positivo.
À bacterioscopia com coloração pelo método de Gram,
observa-se o parasita Gram-negativo, de morfologia característica.
A cultura pode ser
requisitada nos casos de difícil diagnóstico. Os meios de cultura são vários e incluem o
de Diamond, Trichosel e In Pouch TV