Coledoco e amigos pt 2 Flashcards
(24 cards)
Quais são os achados de ultrassom típicos da colecistite aguda calculosa?
1️⃣ Espessamento da parede vesicular (>3-4 mm)
2️⃣ Líquido pericolecístico (indica inflamação intensa)
3️⃣ Sinal de Murphy ultrassonográfico positivo (dor ao toque do transdutor no HD)
4️⃣ Cálculo impactado no ducto cístico
5️⃣ Dilatação da vesícula (>4 cm de diâmetro transverso)
O espessamento da parede não é patognomônico, podendo ocorrer na colecistite crônica, adenomiomatose, ICC descompensada.
Quais são as complicações da colecistite aguda?
1️⃣ Abscessos hepáticos
2️⃣ Empiema de vesícula biliar
3️⃣ Colecistite enfisematosa (infecção gasosa)
4️⃣ Gangrena/Necrose da vesícula biliar
5️⃣ Perfuração da vesícula biliar
6️⃣ Síndrome de Mirizzi
Coledocolitíase e pancreatite aguda são complicações da colelitíase, não da colecistite. Colangite é complicação da coledocolitíase.
Qual é a antibioticoterapia recomendada na colecistite aguda?
✔️ Cobertura contra Gram-negativos e anaeróbios
✔️ Cefalosporina de 1ª geração pode ser usada em pacientes estáveis com cirurgia programada.
Não há indicação de cobertura para Gram-positivos e fungos em colecistite aguda não complicada.
Como é a classificação de Tokyo para a gravidade da colecistite aguda?
🟢 Tokyo I (leve): < 72h de sintomas, sem disfunção orgânica, alterações laboratoriais discretas, baixo risco cirúrgico.
🟡 Tokyo II (moderada): basta 1 critério como leucocitose >18.000/mm³, plastrão em hipocôndrio direito, sintomas >72h, complicação local.
🔴 Tokyo III (grave): disfunção orgânica (hemodinâmica, respiratória, neurológica, renal, hepática, hematológica).
Qual a conduta pós-cirúrgica em relação aos antibióticos?
📌 Tokyo I sem complicações locais → Suspender antibiótico ao final da cirurgia.
📌 Casos moderados ou graves → Manter antibiótico por 48-72h ou conforme evolução.
Qual é o tratamento padrão-ouro da colecistite na gestação?
✔️ Colecistectomia videolaparoscópica é o tratamento padrão-ouro em qualquer trimestre.
✔️ Segundo trimestre é o melhor período cirúrgico devido ao menor risco gestacional.
Quais são as cirurgias para colecistite calculosa aguda?
📌 Convencional (Abertura Subcostal Direita / Kocher):
✅ Mais acessível e custo menor.
✅ Boa visualização em casos complicados.
❌ Maior tempo de recuperação.
❌ Mais dor pós-operatória.
❌ Maior risco de infecção e hérnias.
📌 Videolaparoscópica (Padrão-Ouro):
✅ Recuperação mais rápida.
✅ Menor dor pós-operatória.
✅ Menor risco de infecção e hérnias.
✅ Melhor para pacientes obesos e gestantes.
❌ Maior custo.
❌ Maior curva de aprendizado.
Quais são as contraindicações à videolaparoscopia?
⚠️ Instabilidade hemodinâmica.
⚠️ Hipertensão intracraniana.
⚠️ Pneumopatia ou cardiopatia grave.
⚠️ Hipertensão portal.
Quais estruturas são ligadas durante a colecistectomia?
🔗 Artéria cística.
🔗 Ducto cístico.
A veia cística drena diretamente no fígado, sem necessidade de clipagem.
Quais são as indicações para colangiografia intraoperatória?
1️⃣ Suspeita de coledocolitíase.
2️⃣ Icterícia obstrutiva atual ou pregressa.
3️⃣ Elevação de FA e GGT.
4️⃣ Dilatação da via biliar.
5️⃣ Pancreatite aguda biliar prévia.
6️⃣ Dificuldade na identificação anatômica da via biliar.
Qual a conduta para paciente grave com colecistite?
📌 Se houver disfunção orgânica severa sem necrose, enfisema ou perfuração:
✅ Colecistostomia transhepática percutânea guiada por imagem.
📌 Se houver necrose, enfisema ou perfuração:
✅ Colecistectomia aberta, mesmo em paciente instável.
Qual é o diagnóstico diferencial para uma mulher de 62 anos com dor em cólica no HD após refeições gordurosas?
👩⚕️ Colelitíase ou Colecistite Crônica Calculosa.
📌 Fatores de Risco:
- Sexo feminino.
- Idade.
- Dislipidemia.
- Obesidade.
📌 Conduta:
✅ Tratamento cirúrgico eletivo (sem urgência).
✅ Avaliação pré-operatória para controle de comorbidades.
Quais são as opções de tratamento se houver coledocolitíase confirmada por colangiografia intraoperatória?
1️⃣ CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica).
2️⃣ Cirurgia aberta com exploração da via biliar.
3️⃣ Drenagem transhepática percutânea (casos selecionados).
Quadro Clínico da Colecistite Aguda
📌 Dor intensa no hipocôndrio direito (>6h)
📌 Febre e sinais de inflamação sistêmica
📌 Sinal de Murphy positivo
📌 Náuseas e vômitos
🚨 Obs: A icterícia NÃO é comum, mas pode ocorrer se houver coledocolitíase associada.
Diagnóstico Diferencial das Sd Obstrutivas
🔍 Colelitíase simples → Dor em cólica, sem febre, sintomas autolimitados
🔍 Coledocolitíase → Icterícia flutuante, dor em HD, sem febre
🔍 Colangite → Tríade de Charcot (febre + icterícia + dor HD)
🔍 Pancreatite aguda biliar → Dor epigástrica intensa, amilase/lipase elevadas
Achados laboritoriais na colecistite aguda
🩸 Leucocitose com desvio à esquerda
🩸 PCR elevado
🩸 Fosfatase alcalina e GGT normais (se aumentadas, suspeitar de obstrução biliar)
🩸 Bilirrubinas normais ou discretamente elevadas (se muito aumentadas, suspeitar de coledocolitíase)
Complicações colecistite aguda
❗ Colecistite gangrenosa → Isquemia da vesícula, risco de perfuração
❗ Colecistite enfisematosa → Infecção por bactérias produtoras de gás (Clostridium spp.)
❗ Perfuração vesicular → Peritonite biliar, quadro séptico grave
❗ Abscesso hepático → Infecção secundária
❗ Síndrome de Mirizzi → Compressão extrínseca do ducto hepático comum por cálculo impactado
Tratamento Colecistite aguda
✅ Jejum e hidratação venosa
✅ Analgésicos (AINEs ou opioides, evitando morfina por risco de espasmo do esfíncter de Oddi)
✅ Antibióticos empíricos
✅ Cirurgia (colecistectomia precoce ou tardia dependendo do caso)
Antibioticos na colecistite aguda de acordo com a classificação Tokyo
💊 Tokyo I (leve) → Pode não precisar de antibióticos pós-operatórios
💊 Tokyo II e III (moderada/grave) → Antibiótico por 4-7 dias
Opções:
✔️ Cefalosporinas de 2ª ou 3ª geração + metronidazol
✔️ Piperacilina-tazobactam (casos mais graves)
✔️ Carbapenêmicos (se infecção grave ou risco de multirresistência)
Colecistectomia Videolaparoscópica - Vantagens
✅ Recuperação mais rápida
✅ Menos dor pós-operatória
✅ Menor tempo de internação
✅ Menor taxa de infecção
📌 Idealmente realizada até 7 dias do início dos sintomas para reduzir complicações.
Indicações de Colecistostomia Percutânea
🚨 Paciente grave (Tokyo III) sem condições para cirurgia
🚨 Alto risco cirúrgico (exemplo: choque séptico, disfunção orgânica)
🚨 Diagnóstico duvidoso e necessidade de drenagem temporária
Indicações de Colangiografia Intraoperatória
🔍 Suspeita de coledocolitíase
🔍 Histórico de icterícia ou pancreatite biliar
🔍 Dilatação das vias biliares na USG
🔍 Enzimas canaliculares elevadas (FA, GGT)
📌 Se houver cálculo na colangiografia intraoperatória:
1️⃣ Conversão para cirurgia aberta com exploração da via biliar
2️⃣ CPRE pós-operatória
Complicações Pós-Cirúrgicas
❗ Fístula biliar → Pode ocorrer por clipagem inadequada do ducto cístico
❗ Lesão do ducto biliar → Complicação grave, pode levar a estenose biliar
❗ Síndrome do coto cístico → Sintomas biliares persistentes por remanescente do ducto cístico
Triade de Charcot na Colangite
Febre, Dor abdominal no quadrante superior direito, Icterícia.