Degeneração e Necrose Flashcards

(59 cards)

1
Q

Degeneração

A

processos de injúria celular e tecidual que sejam reversíveis, ou seja, essa lesão pode se reverter a um ponto de normalidade caso o estímulo seja retirado.

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2
Q

Necrose

A

Morte patológica, em que uma célula ultrapassa os limites de reversibilidade e morre, a partir do processo de degeneração.

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3
Q

Apoptose

A

morte fisiológica

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4
Q

Todas as doenças possuem:

A

Etiologia (causa)
Manifestação clínica
Patologia e morfologia
Patogenia

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Q

Patogenia

A

A conversa entre o hospedeiro e o agente etiológico, que gera uma a sequência de eventos bioquímicos, imunológicos e morfológicos da resposta celular e tecidual frente a esse agente.

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6
Q

Os limites que norteiam a normalidade de uma célula estão relacionados a

A

patrimônio genético, limite físico e aporte nutricional regular e adequado

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7
Q

PROCESSO PATOLÓGICO

A

São processos de transição, onde um determinado equilíbrio vai sendo alterado até que se chegue a uma fase de irreversão (ponto de não retorno) e morte celular patológica.

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8
Q

Fases de processos patológicos

A

*os processos sempre são graduais e transitórios
1. período de adaptação
(aumento do estímulo)
2. lesões reversíveis
(estímulo excessivo)
3. lesões irreversíveis (mesmo se tirar estímulo, problemas continuarão)

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9
Q

teorias sobre o ponto de não retorno

A

ANTES: ruptura dos lisossomos, que liberariam enzimas que fariam a digestão e morte da célula. (MAS agora sabe-se que essa ruptura acontece quando a célula já está morta.)

HOJE: A regulação de cálcio na célula é precisamente assimétrica, onde há uma maior quantidade de cálcio extracelular. Para manter isso, a todo momento a célula gasta energia a partir das bombas de cálcio. Quando a célula não consegue mais preservar essas bombas, o cálcio entra e catalisa uma série de enzimas líticas que farão a digestão da célula, levando assim à irreversibilidade e morte celular.

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10
Q

Fatores necessários à integridade da célula normal, mas que são sucetíveis a lesões:

A

membranas celulares íntegras,
morfologia celular e nuclear,
capacidade de realizar síntese proteica, e
produção adequada de energia

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11
Q

As injúrias celulares (lesões) e as suas manifestações morfológicas dependem de

A
  • tipo celular, estado e capacidade de adaptação da célula agredida.
  • tipo da agressão, sua duração e sua intensidade
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12
Q

COMPONENTES BIOQUÍMICOS DA MORTE CELULAR

A
  • alterações na regulação de radicais livres
  • alterações na concentração de cálcio intracelular
  • alterações na produção de ATP
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13
Q

O que são radicais livres?

A

Substâncias instáveis pela falta de pareamento de elétrons nos últimos orbitais energéticos mais externos, podendo se ligar com várias substâncias e alterando suas morfologias.

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14
Q

Como radicais livres afetam a célula em caso de erros em sua regulação?

A

Como estão com elétrons sem pareamento, podem se ligar a outras moléculas e afetarem sua estabilidade, por exemplo:
-> peroxidação de membranas: consumo das duplas ligações entre C de uma cadeia carbônica na membrana fosfolipídica, afetando sua integridade.
-> desnaturação de DNA e proteínas (a partir da desestabilização de ligações não covalentes entre aa de uma proteína, alterando sua estrutura, e, assim, perdendo sua função).

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15
Q

Como se dá o controle de radicais livres numa célula normal?

A

Exemplo utilizado: via metabólica de controle de O2.
Ele realiza a fosforilação oxidativa, o que forma o superóxido O2- (com radical livre!).
A superóxido desmutase (SOD) transforma o O- em peróxido de hidrogênio (H2O2).
A catalase transforma o H2O2 em hidroxila (OH).
A glutationa peroxidase transforma a OH em água.
Cada uma das enzimas diminui a capacidade reacional, originalmente forte no superóxido. Quando as enzimas não exercem sua função corretamente, os radicais são acumulados e geram desestabilização de componentes celulares.

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16
Q

Como o Cálcio é componente da morte celular?

A

Tem a ver com o ponto de não retorno de uma célula.
Na normalidade, existe uma assimetria com muito mais cálcio extracelular do que intracelular, o que é mantido pelas bombas de cálcio (com consumo de ATP).
Quando as bombas não são mais capazes de regular essa concentração corretamente, há um grande influxo de cálcio, que leva à catalização de enzimas, como endonucleases e fosfolipases, que são líticas e vão gerar a digestão celular.

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17
Q

Como os ATPs são componentes da morte celular?

A

Qualquer comprometimento com a produção de energia da célula levará ao comprometimento das cadeias metabólicas da células, gerando ineficiência nas funções celulares e lesão celular.

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18
Q

O que é hipóxia celular e quais são seus níveis?

A

Quando há diminuição da quantidade de O2 na célula. Pode ocorrer diminuição discreta, moderada e severa.

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19
Q

Quais são os sinais e consequências de uma hipóxia discreta celular?

A
  • Aumento discreto do tamanho da célula
  • Sem alterações no núcleo
  • Distensão do citoesqueleto e poucas rupturas
  • Distensão do retículo endoplasmático rugoso
  • Diminuição dos ribossomos aderidos ao REG, com o comprometimento da síntese proteica
  • Sem alterações nos lisossomos
  • Intumescimento/aumento de tamanho discreto das mitocôndrias, com cristas preservadas, e portanto síntese de energia preservada
    ! morfologia reversível !
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20
Q

Quais são os sinais e consequências de uma hipóxia moderada celular?

A
  • aumento moderado do tamanho das células, com comprometimento das vilocidades
  • algumas rupturas no citoesqueleto
  • sem alterações no núcleo
  • marcante distensão no REG e poucos ribossomos aderidos, com capacidade de síntese proteíca muito comprometida
  • aumento importante de volume das mitocôndrias, com desarranjo nas estruturas de crista, com perda importante no arranjo dos citocromos oxidases
  • sem alterações nos lisossomos

! morfologia reversível !

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21
Q

Quais são os sinais e consequências de uma hipóxia severa (mais de 50% do O2 retirado) celular?

A
  • rupturas da membrana citoplasmática
  • fragmentação acentuada do citoesqueleto,
  • distensão e rompimento do REG
  • dispersão dos ribossomos pelo citoplasplasma, ou seja, com alto comprometimento da síntese proteica
  • aumento dos volumes das mitocôndrias, com estruturas de cristais perdidas, ou sejam sem capacidade síntese de energia
  • rompimento dos lisossomos
  • núcleo com figuras de sofrimento nuclear (Picnose, cariorrexia, cariólise)

! morfologia irreversível !

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22
Q

Quais são as figuras de sofrimento nuclear?

A

Na ordem: Picnose, cariorrexia, cariólise

As alterações nucleares são as melhores para se identificar a necrose por meio de microscopia óptica.
Com a morte da célula, o núcleo entra em estado de picnose, com condensação do material genético e colapso da carioteca. (gota basofílica)
Então, passa ao estado de cariorrexia, com a formação de fragmentos nucleares. (causada pela digestão do núcleo)
Posteriormente, passa pela cariólise, em que a digestão enzimática leva ao desaparecimento do núcleo. (mancha/imagem negativa do núcleo)

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23
Q

Picnose

A

processo em que ocorre a redução de volume por contração nuclear (colapso do núcleo) e aumento da basofilia por condensação da cromatina (núcleo vira uma massa basílica densa)

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24
Q

Cariorrexia

A

Enzimas fragmentam a massa cromatínica (ruptura da cromatina e posterior desintegração em grupos amorfos com perda dos limites nucleares)

25
Cariólise
Material genético é completamente digerido pelas enzimas (dissolução da cromatina por hidrólise dos ácidos nucleicos), e sobra um espaço, que o núcleo ocupava
26
Fisiopatologia da lesão por hipóxia
Sem O2, a célula tem uma taxa de *fosforilação oxidativa diminuída*, o que aumenta a quantidade de ADP e diminui a de ATP. Por isso, há estímulo da *glicólise anaeróbica*, que tem como subproduto o *ácido lático*. Esse ácido gera *diminuição do pH*. Essa diminuição de pH e ATP leva a mecanismos de economia de energia, buscando usa-la para as bombas de sódio e potássio (necessárias para a homeostase hídrica). Contudo, a hipóxia leva a ao *mal funcionamento dessas bombas*, o que gera um *acúmulo de Na+ intracelular*. Isto causa *entrada de água* na célula por osmose, com distensão celular e *edema* (aumento do volume celular)
27
Processos Degenerativos
Edema Celular Esteatose
28
Edema Celular
Também chamado de **inchaço turvo** ou **tumefação celular**. Aumento do volume celular com entrada de água por osmose (causada pelo acúmulo de Na+ intracelular, quando as bombas de sódio e potássio não estão funcionando). É um processo degenerativo (reversível!) e difuso (todas as células de um órgão são comprometidas), mas bem recente e significado patológico benigno. Suas principais causas são hipóxia, hipertermia, intoxicação, infecção de caráter agudo, toxinas, hipopotassemia e distúrbios circulatórios.
29
Quais são os aspectos celulares do edema celular?
Há aumento do volume celular, com preservação da membrana plasmática, núcleo, lisossomos, mitocôndrias, citoesqueleto e REG; mas há **diluição do citoplasma** (onde água fica), deixando-o com aspecto mais *turvo e rompido*, como de vidro quebrado. No inicio, o líquido se acumula no citoplasma, causando aumento de volume e aspecto de citoplasma diluído. Conforme o processo degenerativo progride, há formação de vacúolos com contornos imprecisos, deixando o citoplasma com aspecto rendilhado.
30
Quais são os aspectos do edema celular num órgão?
É um processo difuso, distribuindo-se pelas células do órgão, e a água *dilui a cor do órgão*, além de gerar *aumento de volume e peso*.
31
Esteatose
Também é um processo degenerativo difuso. Gerado pelo acúmulo intracelular de triglicerídeos pelo acúmulo de gotículas de gordura (lipossomos). Também chamada de **degeneração gordurosa**, **metamorfose gordurosa** e **lipidose**.
32
Como que o acúmulo de lipídeos no processo natural de metabolização ocorre?
1. Pela **dieta** 2. Por **depósitos gordurosos no organismo**: depósitos liberam lipídeos, que entram nas células na forma de *ácidos graxos livres*, podendo ser utilizados para: - formação de *fosfolipídeos* (membranas) - transformação em *colesterol* (hormônios esteróides, sinalização celular) - formação de *corpos cetônicos* (por vias de metabólicas, para geração de energia) - formação de *triglicerídeos* (associado a uma apoproteína de transporte -> secretaria pela célula) *Em condições de homeostasia correta, as associações lipoproteicas (triglicerídeos + apoproteínas) são secretadas da célula.
33
Como ocorre a esteatose?
- **dieta rica em gordura**: taxa de produção de triglicerídeos é muito maior do que a produção de apoproteína, o que gera acúmulo intracelular (na forma de lipossomos) dos triglicerídeos que não formam associação lipoproteica. (esteatose) - **privação de alimentação**: depósitos de gorduras são mobilizados e liberados na corrente sanguínea como fonte de energia, mas estão em grande quantidade e não se associam às apoproteinas, também sendo armazenados em lipossomos (esteatose) - *probelma na síntese de apoproteínas (zero/diminuída)*: mesmo em dietas adequadas, os triglicerídeos não conseguirão entrar em associação e sair da célula, gerando acúmulo em liposssomos (esteatose)
34
Quais são as fases da esteatose?
1. **Degeneração microgoticulaer:** microlipossomos podem ser analisados microscopicamente, lipossomos em pequeno/médio volume 2. **Degeneração macrogoticular:** os lipossomos são envoltos por uma camada de membrana, que quando se encontra com outra membrana de lisossomo gera a fusão dos lipossomos, gerando lipossomos que ocupam grande parte do citoplasma *podem ficar tão grandes que deslocam núcleo para periferia da célula, ocupando quase todo o citoplasma
35
Quais são as características de células e órgãos acometidos por esteatose?
Celula: aumento de volume, acúmulo de gordura Órgão: aumento de volume, aspecto pálido e amarelado, consistência untas e gordurosa, perda de densidade e de peso. - mais comumente acometidos por esteatose são o fígado, o rim, a musculatura estriada esquelética e cardíaca. (mas ocorre em todos órgãos/célula que metabolizam gordura)
36
A esteatose e o edema são sempre degenerativos?
Eles são degenerativos, mas podem levar à morte celular
37
Esteatose hepática
- Esteatose hepática ou degeneração gordurosa do fígado é a condição na qual ocorre acúmulo de triglicerídeos dentro dos hepatócitos. - O fígado é o principal órgão envolvido no metabolismos das gorduras, mas a esteatose também pode ocorrer no coração, no músculo e nos rins. - Causas: toxinas (álcool), desnutrição proteica, diabetes mellitus, obesidade e anoxia. - Esteatose hepática pode ser dividida em macrogoticular e microgoticular.
38
Esteatose hepática
 Esteatose hepática ou degeneração gordurosa do fígado é a condição na qual ocorre acúmulo de triglicerídeos dentro dos hepatócitos.  O fígado é o principal órgão envolvido no metabolismos das gorduras, mas a esteatose também pode ocorrer no coração, no músculo e nos rins.  Causas: toxinas (álcool), desnutrição proteica, diabetes mellitus, obesidade e anoxia.  Esteatose hepática pode ser dividida em macrogoticular e microgoticular.
39
Autólise VS Heterólise
Duas maneiras em que a necrose pode ocorrer (muitas vezes são conjuntas/simultâneas). - Autólise: as próprias enzimas de uma célula promovem sua digestão e lise. *Após uma lesão irreversível, há a ruptura dos lisossomos das células, levando à liberação de enzimas que podem digerir as estruturas celulares. - Heterólise: quando enzimas exógenas liberadas por outras células realizam sua digestão. *Após uma lesão irreversível, uma célula pode sofrer ataques de macrófagos e neutrófilos, os quais liberam enzimas capazes de digerir as células danificadas.
40
Desnaturação proteica VS Digestão proteica
Desnaturação proteica é a perda da estrutura arquitetônica de uma proteína (de uma estrutura quaternária passa para uma terciária, por exemplo). Já a digestão proteica, as proteínas são digeridas e formam-se restos proteicos, com a ruptura e fragmentação da estrutura proteica.
41
Tipos de necrose:
- são um espectro, cujos extremos são caracterizado de acordo com o predomínio de tipo de destruição proteica (desnaturação vs digestão). 1. **necrose por coagulação** * necrose por caseificação 2. **necrose por liquefação** * esteatonecrose
42
Necrose por coagulação
Predomínio de **desnaturação proteica**. O melhor modelo dessa necrose é a *hipóxia*, que gera a *acidificação do tecido* por meio da queda de PH, o que desnatura as proteínas (enzimas lisossomais) da célula que morreu, consequentemente, essa célula não sofre autólise, mas sim a *heterólise*. *Como a necrose acontece por heterólise, a estrutura necrosada permanece por um tempo até que ocorra a digestão por outras células, ou seja, há a **preservação do arcabouço tecidual**.* O *infarto* é a melhor exemplificação de necrose de coagulação, exceto no sistema nervoso central, que o AVC não produz necrose de coagulação
43
Necrose por liquefação
Predomínio de **digestão proteica**. O melhor modelo dessa necrose é o **pus** como substrato morfológico por *digestão enzimática*. Nesse tipo de necrose *há autólise mas pode ter também heterólise.*
44
Necrose por caseificação
Ocorre por **desnaturação proteica** *exclusivamente* no **interior de uma lesão granulomatosa ou granuloma**, isto é, um processo inflamatório caracterizado por células mononucleares, macrofágicas que circundam o centro da inflamação. Um exemplo morfológico de granuloma é o presente na tuberculose. Dentro dos granulomas ocorre uma **necrose coagulativa, que é específica e chama-se de necrose de caseificação.** É importante lembrar que nem todos os granulomas apresentam uma necrose em seu interior. Macroscopicamente, a necrose de caseificação é similar a um *queijo* e *não há a preservação do arcabouço tecidual.*
45
Esteatonecrose
É uma **forma especial de necrose de liquefação, por digestão enzimática, que ocorre sobre o tecido gorduroso. ** Um animal obeso que possui *necrose hemorragica pancreática*, processo no qual o pâncreas sofre uma ruptura idiopatica de origem hemorragica, sofrerá com a liberação de enzimas pancreáticas na cavidade abdominal. Essas enzimas (lipases) *digerem o tecido gorduroso abdominal*, ou seja, a gordura dos adipócitos, em um processo denominado saponificação. O resultado dessa **saponificação** é a ocorrência de **sebatos**, *gordura presente nos adipócitos que foi digerida enzimaticamente.* Esteatonecrose é a necrose enzimática da gordura e a saponificação é um dos tipos de esteatonecrose. Macroscopicamente há a formação de *grânulos com cheiro rançoso e com aspecto arenoso*, que correspondem aos *sebatos mineralizados, com coloração amarelo esbranquiçado.* Microscopicamente, observa-se áreas de sebato que correspondem a dezenas de células que morreram nesse processo de necrose.
46
Calcificação Patológica
Uma das maneiras do organismo se livrar dos tecidos mortos. Ocorre pela **deposição de sais de cálcio** na forma de **hidroxiapatita de cálcio** *fora da matriz óssea*. Pode ser DISTRÓFICA ou METASTÁTICA As calcificações são permanentes e vitalícias, pois somente os osteoclastos são capazes de mobilizar hidroxiapatita, estes estão presentes apenas no tecido ósseo, onde não existe esse tipo de processo patológico.
46
Calcificação patológica distrófica
é a forma que ocorre por meio da deposição de hidroxiapatita de cálcio em um **tecido morto** e o animal que apresenta esse processo se encontra em uma situação de **normocalcemia**, ou seja, a concentração de cálcio no sangue está normal. Ocorre de forma **multifocal**.
47
Calcificação patológica metastática
Ocorre a deposição de hidroxiapatita de cálcio em um **tecido vivo** e só ocorre em situações de **hipercalcemia** (níveis circulantes de cálcio acima da normalidade). Os tecidos mais acometidos são em musculatura estriada e cardíaca, mesotélios de revestimento (peritônio, pericárdio, pleura), musculatura intercostal, rim, pulmão, isto porque esses tecidos possuem mais receptores para cálcio. Ocorre de forma **difusa**.
47
Como que a calcificação patológica é vista macro e microscopicamente?
Macro: tato -> aspecto arenoso (formação de grânulos), o bisturi range ao cortar um tecido com esse processo; coloração amarelo esbranquiçada Micro: grânulos basofílicos (bem arroxeados) amorfos e grosseiros, com tamanhos variados.
48
Como a informação da apoptose pode chegar até a célula?
1. A informação é transmitida através de uma molécula que se acopla a um determinado receptor OU 2. A molécula que já é acoplada ao receptor, se desacopla, o que transmite a mensagem
48
Como a mensagem de apontoes chega no núcleo?
Essa informação transmembrânica é passada através da membrana citoplasmática e chega até um mensageiro primário de informação e logo em seguida passa por uma cascata de mensageiros. Mensageiros a base de colesterol são responsáveis por transmitir essa informação para dentro da carioteca/núcleo, o que altera padrões de expressão gênica.
49
O que é expresso no núcleo quando se tem sinalização para apoptoes? Qual o efeito de cada expressão?
- Expressão gênica para produção de **endonucleases internucleossomais cálcio sensíveis** (enzimas) -> *digerem os nucleossomos presentes na cromatina na presença de cálcio*, o que a segmenta a cada 200 pares de bases. Isso faz com que o núcleo sofra uma ruptura organizada que confere a ele um aspecto de *múltiplas meias luas*, as quais são tracionadas em direção à periferia da célula. - Expressão gênica para produção de **transglutaminases** (enzimas) -> realizam a *digestão seletiva do citoesqueleto* da célula, fazendo com que o citoesqueleto repuxe a membrana citoplasmática, a qual começa a apresentar dobraduras e um *formato amebóide, mas sem o rompimento da membrana.* -> as dobras de membrana causadas vão se aproximando de forma a englobar as meias luas de material nuclear, formando vários pacotes de células apoptóticas, denominados de **corpos apoptóticos**, *podendo ou não conter material nuclear.* Esse conteúdo de citoplasma fica restrito aos corpos apoptóticos. - Expressão gênica para síntese maior e deslocamento de **vitronectinas** (glicoproteínas). -> ficam ancoradas aos corpos apoptóticos, o que *engatilha a fagocitose desses corpos apoptóticos pelas células parenquimatosas adjacentes.* Dessa forma, a apoptose ocorre *sem que haja a indução de processo inflamatório, o que a difere da necrose.*
50
Controle da apoptose
Genes denominados de proto-oncogenes são determinantes para a manutenção da vida de uma célula. Quando ocorre a sinalização para apoptose, a expressão gênica desses genes é suprimida pelos oncogenes supressores ou antioncogenes
51
Como que a apoptose é identificada?
Macroscopicamente, a apoptose pode ser identificada por metamorfoses (cauda de girinos, glândulas mamárias, útero). Microscopicamente, a apoptose pode passar despercebida porque ela não induz inflamação nem figuras de sofrimento nuclear, exceto em casos de apoptose induzida patologicamente, como pelo vírus da febre amarela.
52
AMILOIDOSE
É um processo infiltrativo e não é um processo degenerativo nem necrótico. É um processo patológico causado pela deposição de substância amilóide no interstício.
53
Substância amilóide
A substância amilóide é toda substância que se apresenta em forma de proteína não ramificada com 6 a 8 nanômetros de diâmetro e que são organizadas em dobradura beta; essas proteínas são unidas por glicoproteínas chamadas de substância P. Em medicina veterinária existem vários tipo de substância amilóide sendo que as principais são: Substância amilóide leve: tem origem na cadeia leve das imunoglobulinas Substância amilóide associada: é produzida no fígado e sua produção é estimulada pela presença de interleucinas inflamatórias
54
Tipos de amiloidose
1. Amiloidose **primária**: - causada pela deposição de substância amilóide *leve* - relacionada a processos patológicos que envolvem plasmócitos, especialmente no processo de estimulação de síntese de imunoglobulinas. - costumam ser *focal* e localizadas em sítios com *grande concentração de plasmócitos* * Quando a localização dos plasmócitos está principalmente no baço, o animal apresenta grandes nódulos esbranquiçados parecendo o doce sagu. * Amiloidoses primárias em medicina veterinária são relativamente raras, estando mais presentes na medicina humana. 2. Amiloidose **secundária ou reativa**: - causada pela deposição de substância amilóide *associada*. - chamada de secundária porque é secundária a processos inflamatórios que promovem a síntese de substância amilóide associada - chamada de reativa porque é reativa porque é uma forma de amiloidose reacionária a processos inflamatórios crônicos como tuberculose, cisticercose. * Essa amiloidose tende a ser generalizada e um animal acometido pode apresentar substância amilóide em baço, rins e fígado. * Amiloidoses secundárias são a imensa maioria em medicina veterinária.
55
Morfologia da amiloidose:
Macroscopicamente, órgãos afetados sofrem aumento de volume, de densidade, de rigidez e há uma alteração na coloração do órgão com aspecto amarelado pálido. Microscopicamente, pode ser observado o acúmulo de substância amilóide no espaço intersticial, que é corada com eosina e aparece em rosa em lâminas. Quando a substância amilóide é corada com o corante vermelho congo no microscópio com luz polarizada, o que antes era visualizado em rosa, pode ser observado agora em coloração amarelo-esverdeado, conferindo um diagnóstico de amiloidose.
56
Consequências e Significado da amiloidose:
A função do tecido é comprometida porque não há comunicação das células via interstício já que há a deposição de proteínas. Além disso, a substância amilóide depositada é irremovível e seu processo é irreversível, com indução de processo inflamatório e auto-perpetuante, ou seja, uma vez que é estabelecida, induz cada vez mais a amiloidose. É importante ressaltar que as amiloidoses acometem especialmente as aves.