Direito Administrativo Flashcards

(330 cards)

1
Q

Critério funcionalista, segundo o qual o Direito Administrativo é aquele trata da função
administrativa, esteja ela sendo exercida pelo Executivo, Legislativo, Judiciário ou por delegação
estatal, para realização dos fins desejados pelo Estado de forma direta, concreta e imediata. De quem seria essa corrente??

A

Trata-se da corrente defendida por Hely Lopes Meirelles.

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2
Q

as modalidades de retirada do ato administrativo são:
Anulação, revogação, contraposição (derrubada), cassação e caducidade.

C OU E

A

CORRETA.
A extinção dos atos administrativos é gênero, do qual é espécie a retirada, sendo que esta se subdivide
em: anulação (ato ilegal), revogação (oportunidade e conveniência), contraposição ou derrubada (ato
posterior que retira o anterior), cassação (conduta do administrado faz perecer o ato) e caducidade
(decorre de lei posterior).

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3
Q

Quanto ao tema agentes públicos, assinale aquele que represente um agente público honorífico ou honoris
causa:Aquele designado para representar o Brasil em evento internacional, em razão de sua notória
habilidade em algum ramo ou atividade.
C OU E

A

-ERRADA.
A alternativa trata dos agentes chamados credenciados.

De acordo com a doutrina, os mesários são agentes honoríficos.

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4
Q

A autoexecutoriedade, quando a Administração Pública, valendo-se do seu poder de potestade
pública, executa, sem necessidade de intermediação do Poder Judiciário, determinado ato
administrativo.
É exemplo dessa atribuição a ordem de demolição de obra irregular.
C OU E

A

CORRETA.
Indicação e conceito correto de autoexecutoriedade. A demolição de obra, oriunda do poder de polícia,
pode ser realizada diretamente. Lembremos que a Administração, ainda que munida com a
autoexecutoriedade, pode ser valer do judiciário para obter título judicial, conforme já decidiu o Eg. STJ.

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5
Q

Nos termos da Lei de Improbidade Administrativa e sua recente alteração, foi interpretado pela
jurisprudência que:

Aplica-se a lógica do crime continuado no processo administrativo sancionatório. C OU E

A

CORRETA.
A lógica do crime continuado se aplica às sanções administrativas (STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1.783.746-
RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 13/2/2023 - Info 11 – Edição Extraordinária).

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6
Q

Nos termos da Lei de Improbidade Administrativa e sua recente alteração, foi interpretado pela
jurisprudência que:
O novo regime de prescrição retroage somente quanto a processos em curso sem sentença. C OU E

A

ERRADA.
O novo regime de prescrição não retroage, aplicando-se apenas aos fatos praticados após a entrada em
vigor da nova lei (Tema 1.199 do STF).

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7
Q

Nos termos da Lei de Improbidade Administrativa e sua recente alteração, foi interpretado pela
jurisprudência que:

Somente é passível de retroatividade legal quanto a análise do elemento subjetivo, mas não das
demais alterações legais promovidas. C OU E

A

C-ERRADA.
Há possibilidade de retroatividade de outras alterações legais, como aquela referente a indisponibilidade
de bens (STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 2.059.096/PE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 2/10/2023).

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8
Q

Nos termos da Lei de Improbidade Administrativa e sua recente alteração, foi interpretado pela
jurisprudência que:

Antes do trânsito em julgado, os processos em curso por improbidade administrativa culposa devem
ser extintos, permanecendo apenas aqueles em que há dolo, ainda que sem o dolo específico exigido
pela nova lei. C OU E

A

ERRADA.
Além do dolo, deve ser verificada a presença dos elementos subjetivos especiais exigidos pela nova lei, sob
pena de extinção do processo sancionatório, ainda que haja dolo simples. (STJ. 1ª Turma.REsp 2.107.601-
MG, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/4/2024 - Info 809).

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9
Q

Paulo Marechal, prospero empresário do ramo de desentupidoras, candidatou-se a prefeito do município de
Carmo do Paranaíba/MG. Vencendo a eleição no 1º turno, o recém eleito chefe do executivo foi compor o
seu secretariado, para o auxiliar na gestão. A escolha dos secretários é manifestação do poder discricionário.
C OU E

A

CORRETA.
O poder discricionário é a margem que tem o administrador, mediante sua oportunidade conveniência, de
escolher da maneira que melhor lhe aprouver, dentro da legalidade (discricionariedade regrada). Ex:
nomeação de servidores para cargos em comissão está limitada pela regra que veda o nepotismo,
conforme estabelece a Súmula Vinculante nº 13.

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10
Q

São elementos do ato
administrativo:

A

Objeto, forma, competência, motivação e finalidade.

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11
Q

As autarquias tem sua criação autorizada por lei, conforme dispõe a Constituição Federal. C OU E

A

ERRADA
As autarquias são CRIADAS diretamente pela lei, nos termos do art. 37, XIX da CF.

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12
Q

A formação de entidades da administração pública indireta se dá por um processo de
descentralização. C OU E

A

CORRETA
A descentralização consiste na distribuição de competências a pessoas jurídicas auxiliares criadas pelo
Estado, que compõem a Administração Indireta. São elas: autarquias, fundações públicas, empresas
públicas e sociedades de economia mista.

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13
Q

As entidades da administração pública indireta não podem se subdividir em órgãos, pelo processo
de desconcentração, posto que isso é prerrogativa legal somente dos entes federados.

A

ERRADA
É também atribuição das entidades da Administração indireta se subdividir em órgãos, o que ocorre por
meio da desconcentração.

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14
Q

Autarquias são patrimônios públicos afetados.
C OU E

A

ERRADA
As fundações públicas de direito público é que são patrimônios públicos afetados.

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15
Q

Fundações públicas de direito privado são também chamadas de fundações autárquicas.
C OU E

A

ERRADA
As fundações autárquicas são as públicas de direito público. Já as fundações públicas de direito privado
são chamadas também de fundações governamentais.

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16
Q

Segundo a corrente majoritária, baseada no autor José dos Santos Carvalho Filho, o que é Fato Administrativo?

A

fato administrativo é toda
atividade material da administração, no exercício de função administrativa, que visa a efeitos de ordem
prática para a Administração (alteração dinâmica).

O fato pode ser um evento da natureza (fato
administrativo natural) ou comportamento voluntário (fato administrativo voluntário).

O fato administrativo
voluntário deriva de ato administrativo ou de conduta administrativa. Exemplos: apreensão de mercadorias,
raio que destrói bem público, desapropriação e requisição.

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17
Q

O que seriam os atos privados ou de gestão?

A

São os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado, em que
a Administração atua sem prerrogativas, como se particular fosse. Ex.: locação imobiliária e contrato de
compra e venda.

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18
Q

Como podemos definir os Atos Administrativos?

A

– Atos por meio dos quais a Administração atua por meio da função administrativa,
sob o regime de direito público e ensejando a manifestação do Estado ou de quem lhe faça às vezes. Podem
ser praticados ou não pela Administração Pública, logo, o ato administrativo pode ser praticado não só pelo
Estado, mas também por quem o represente, o que inclui os órgãos da Administração Direta, entes da
Administração Indireta e até mesmo particulares, como é o caso de concessionárias e permissionárias de
serviços públicos (importante!!!)

Elementos:
● Manifestação unilateral de vontade do Estado ou de quem o represente. Ex.: concessionária.
● Vai criar, modificar ou extinguir direitos, tendo por objetivo satisfazer o interesse público.
● Se submete a regime jurídico público.
● É complementar e inferior à lei (tem como fundamento a legislação infra)
● Sujeito ao controle de legalidade pelo Judiciário.

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19
Q

O Poder Judiciário pode fazer a revisão judicial do mérito de decisão administrativa proferida pelo CADE?

A

NÃO. O Poder Judiciário não pode fazer a revisão judicial do mérito da decisão
administrativa proferida pelo CADE. (STF. 1ª Turma. RE 1083955/DF, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 28/5/2019 - Info 942).

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20
Q

Quais são os elementos ou requisitos, do ato administrativo?

A

CO FI FO MO OB
- COMPETÊNCIA
- FINALIDADE
- FORMA
- MOTIVAÇÃO
- OBJETO

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21
Q

A competência administrativa sempre decorre de lei?

A

A competência administrativa decorre SEMPRE da lei, mas a avocação e a delegação podem ocorrer
por atos infralegais:
● Avocação - Decorre da hierarquia;
● Delegação - No âmbito federal, NÃO se exige hierarquia. (Ou seja, pode delegar para órgãos pares).

Veja: Art. 12. “Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.”

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22
Q

É possível renunciar a competência?

A

É IRRENUNCIÁVEL (= inderrogável) – Em função do princípio da indisponibilidade do interesse público,
não se pode renunciar total ou parcialmente os poderes ou competências, salvo autorização em lei.

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23
Q

Praticado ato por autoridade, no exercício de competência
delegada, contra ele cabe mandado de segurança ou a medida judicial?

A

CORRETA.
→ Esse entendimento se respalda no fato de que o ato praticado por delegação deve ser considerado praticado pelo agente delegado.

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24
Q

Em que casos há a vedação à delegação de competência administrativa?

A

CE NO RA

● Competência exclusiva, definida em lei – No entanto, é admitida a delegação para a prática
de atos decorrentes de competências privativas de determinado agente público;

● Para a edição de atos normativos – No entanto, o art. 84 CF permite a delegação de algumas
atribuições do Presidente da República aos Ministros de Estado, AGU e PGR.

● Para a decisão de recurso administrativo;

Veja o art. 13 da Lei 9784/99:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade

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25
O que é a AVOCAÇÃO no processo administrativo?
É chamar para si a competência de outro agente, devendo haver subordinação, sendo de caráter temporário e restrito, com objetivo de evitar decisões contraditórias. Art. 15, Lei 9784/99 Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. STF: É legítima a delegação de competência pelo Governador de Estado a secretário estadual para a aplicação da pena de demissão a servidores público.
26
QUAIS SÃO OS VÍCIOS QUE PODEM ATACAR O ELEMENTO COMPETÊNCIA DO ATO?
O elemento competência pode ser viciado por incompetência e por incapacidade. Por incompetência: ocorre por excesso de poder, usurpação de função ou função de fato. Por incapacidade: A Lei 9.784/99 prevê, em seu art. 18, os casos de impedimento, e no art. 20, os casos de suspeição de autoridade ou servidor público, praticamente nos mesmos moldes do CPC. Cumpre salientar, porém que, no Direito Administrativo, ambas as hipóteses se enquadram como atos anuláveis, passíveis de convalidação por autoridade que não esteja na mesma situação de impedimento ou suspeição.
27
Como podemos definir a FINALIDADE, elemento do ato administrativo?
O que o administrador público procura atingir em momento posterior ao ato, ou seja, a finalidade pública. Para a doutrina, todo ato administrativo possui DUAS FINALIDADES: ∘ Finalidade Genérica: Presente em todos os atos, é o atendimento ao interesse público; ∘ Finalidade Específica: É definida em lei e estabelece qual a finalidade de cada ato especificamente.
28
O abuso de poder pode ser dividido de que maneira?
Subdivide-se em: ● Desvio de poder (= desvio de finalidade): Ocorre quando o agente público pratica ato visando fim diverso do previsto. ● Excesso de poder (= vício de competência): Ocorre quando o agente público excede os limites da sua competência.
29
Qual é a definição de FORMA, elemento do ato administrativo?
A forma é determinada por lei e decorre do princípio da SOLENIDADE. Nesse caso, o desrespeito às formalidades específicas NÃO gera a inexistência do ato, mas a sua ilegalidade, devendo ser anulado. A declaração de ilegalidade poderá ser feita pela própria Administração Pública, no exercício da autotutela estatal, ou mediante decisão judicial fundamentada. Os atos administrativos devem ser praticados por escrito, em língua portuguesa, salvo em algumas exceções. A forma NÃO configura a essência do ato – finalidade estatal -, mas tão somente o instrumento necessário para que a conduta administrativa alcance os seus objetivos.
30
É POSSÍVEL A RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DECORRENTE DO SILÊNCIO ADMINISTRATIVO?
Caso a omissão da Administração Pública venha a resultar em um dano jurídico, tal omissão poderá ensejar responsabilização patrimonial do Estado, bem como a do próprio servidor, nos casos de dolo ou culpa (art. 37, §6° da CF/88). As hipóteses de responsabilização não se restringem à ausência de resposta pelo exercente da função administrativa, devendo ser também aplicáveis às situações em que a resposta surja quando já superado o tempo razoável para aquela manifestação (direito à razoável duração do processo - inciso LXXVIII, do artigo 5º da Carta Magna). Nas hipóteses de não haver previsão legal específica de prazo para a oferta de resposta pela Administração, deve-se aplicar, subsidiariamente, o lapso de 30 dias previsto na Lei 9.784/99 (arts. 49 e 59, § 1º), responsável pela regulação do processo administrativo no âmbito federal.
31
Como podemos definir o motivo, elemento do ato administrativo?
O motivo é as razões de fato e direito que justificam o ato administrativo. O motivo é elemento do ato administrativo que pode ser discricionário. Deve haver adequação entre o motivo que deu ensejo à prática do ato e o resultado a ser obtido pela atuação estatal propriamente dita (para alguns doutrinadores, isso seria a causa do ato administrativo, configurando-se pressuposto de validade da conduta).
32
Qual a diferença entre MOTIVO e MOTIVAÇÃO?
Enquanto o motivo é um elemento do ato normativo, ou seja, a fundamentação do ato. A motivação é a exposição dos motivos. Portanto, um ato sem motivação é um ato com vício no elemento forma. Segundo Matheus Carvalho, deve ser feita a diferenciação entre duas hipóteses: I- O ato administrativo foi praticado com a devida motivação, mas os motivos apresentados são falsos ou não encontram correspondência com a justificativa legal para a prática da conduta. Nesses casos, pode-se dizer que o ato é viciado, por ilegalidade no elemento motivo. II- O ato é praticado em decorrência de situação fática verdadeira e prevista em lei, contudo, o administrador público não apresentou a motivação do ato. Trata-se de ato com vício no elemento forma.
33
A motivação é elemento obrigatório do ato admistrativo?
Segundo o artigo 50 da lei 9784/99, a motivação é obrigatória para atos administrativos que: I- neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II- imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III- decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV- dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V- decidam recursos administrativos; VI- decorram de reexame de ofício; VII- deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII- importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. Necessidade de motivação de todos os atos administrativos: teoria majoritária. Considera a motivação um princípio implícito na Constituição Federal. Aplicação do art. 50, da Lei nº 9.787/99.
34
O STF admite a TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES?
É importante lembrar que o STF não admite a “teoria da transcendência dos motivos determinantes”. Segundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente o dispositivo da decisão produz efeito vinculante. Os motivos invocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes. Cuidado para não confundir!!
35
Maria, Servidora Pública Municipal, em janeiro de 2017 foi nomeada para ocupar um cargo em comissão junto à Secretaria Municipal de Turismo. Em julho de 2019, ao retornar das férias, ela tomou conhecimento de que havia sido exonerada e, após consulta ao referido ato veiculado no Diário Oficial do Município, para sua maior surpresa, constava que sua exoneração ocorrera “a pedido”. Com base na “Teoria dos Motivos Determinantes”, é correto afirmar que havendo comprovação de que o motivo expresso não guarda compatibilidade com a realidade fática, o ato pode ser anulado pelo Poder Judiciário. C OU E
CORRETO
36
O direito brasileiro admite a motivação aliunde?
Sim, o direito administrativo brasileiro admite a motivação aliunde, que consiste na possibilidade de se adotar a motivação de outro ato administrativo. Na motivação do ato que se pratica, remete-se a outro ato. Ex.: estou anulando o contrato em razão dos motivos apontados no parecer A.
37
Como podemos definir o objeto, elemento do ato administrativo?
O objeto é aquilo que o ato dispõe, efeito causado pelo ato administrativo no mundo jurídico, em virtude de sua prática.
38
Quais os atributos do ato administrativo?
- Presunção de veracidade; - Presunção de legitimidade; - Imperatividade ou Coercibilidade; - Exigibilidade; - Autoexecutoriedade ou Executoriedade; - Tipicidade (Di Pietro).
39
O que seria o Poder Extroverso? Em relação ao ato administrativo?
Poder Extroverso: seria o atributo a imperatividade nos atos administrativos restritivos, em que as determinações impostas pelo poder público devem ser cumpridas. NÃO incide para atos negociáveis e enunciativos.
40
Sobre as fases de constituição do ato administrativo, quais são elas?
- Perfeição: quando há o cumprimento de todas as etapas previstas em lei, completou o processo de formação. Ato imperfeito é aquele que ainda está em formação. - Validade: analisando se todas as etapas estão em conformidade com a lei. - Eficácia: aptidão para produção de efeitos, pode ser imediata, ou com previsões temporais.
41
O ato cumpriu todas as etapas de formação e foi expedido em conformidade com a Lei, mas não está apto a produzir efeitos por depender de termo ou condição, ou ainda de publicidade. Trata-se de um ato perfeito, válido e eficaz. C OU E
ERRADO. Perfeito, válido e ineficaz. → ATOS ADMINISTRATIVOS PENDENTES;
42
A discricionariedade para a prática de determinado ato administrativo pode decorrer de disposição expressa ou de omissão de norma legal. C OU E
CORRETO A discricionariedade para a prática de determinado ato administrativo pode decorrer de disposição expressa ou de omissão de norma legal. (item correto) A fonte da discricionariedade é a própria lei; aquela só existe nos espaços deixados por esta. Nesses espaços, a atuação livre da Administração é previamente legitimada pelo legislador. Normalmente essa discricionariedade existe: a) quando a lei expressamente a confere à Administração: ocorre no caso da norma que permite a remoção ex oficio do funcionário, a critério da Administração, para atender à conveniência do serviço; b) quando a lei é omissa: pois não lhe é possível prever todas as situações supervenientes ao momento de sua promulgação, hipótese em que a autoridade deverá decidir de acordo com princípios extraídos do ordenamento jurídico; c) quando a lei prevê determinada competência: mas não estabelece a conduta a ser adotada; exemplos dessa hipótese encontram-se em matéria de poder de polícia, em que é impossível à lei traçar todas as condutas possíveis diante de lesão ou ameaça de lesão à vida, à segurança pública, à saúde. Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo.
43
Qual a diferença entre ATO COMPOSTO X ATO COMPLEXO?
O ato composto é ato administrativo em que há em um primeiro momento um ato e no segundo ratificação deste ato, geralmente no mesmo órgão público. Já no caso do ato complexo, a formação das vontades para validade do ato administrativo decorre de 2 órgão públicos diferentes e independentes.
44
A aposentadoria de servidor público é ato complexo, composto ou simples?
O entendimento majoritário é de que a aposentadoria de servidor público é ATO COMPLEXO, em razão de depender do órgão em que o agente é subordinado e da aprovação do Tribunal de Contas.
45
Qual é o prazo para que o Tribunal de Contas julgue a legalidade de ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão?
O STF decidiu que o Tribunal de Contas tem o prazo de 5 anos para julgar a legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, prazo esse contado da chegada do processo à Corte: Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas. STF. Plenário. RE 636553/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/2/2020 (repercussão geral – Tema 445) (Info 967).
46
O que seriam os atos ablativos/ablatórios?
são todos os atos que restringem direitos dos administrados.
47
Os atos normativos da administração podem inovar no ordenamento jurídico?
São atos gerais e abstratos que geram obrigações para uma quantidade indeterminada de pessoas. Enseja a produção de normas gerais, sempre inferiores aos comandos legais, NÃO podendo inovar no ordenamento jurídico.
48
Quais as espécies de atos ordinatórios?
- Portaria: - Circular: - Ordem de Serviço - Despacho - Memorando - Ofícios - Aviso
49
Quais as espécies de atos negociais?
- Autorização - Permissão - Licença - Admissão - Aprovação - Homologação - Renúncia - Dispensa - Visto
50
Como podemos definir a autorização administrativa?
Ato discricionário e precário por meio do qual a Administração autoriza o uso de bem público por um particular de forma anormal ou privativa, no interesse eminentemente do beneficiário. Podem ser: ● Autorização de uso de bem público: Para uso anormal e privativo de determinado bem público por um particular, quando não viola o interesse coletivo de utilização normal deste bem. Para uso normal, não precisa de autorização. ● Autorização de Polícia: Necessário para que o particular exerça atividades fiscalizadas pelo Estado. ● Autorização de Serviço Público: Também consiste em ato administrativo unilateral e precário, pelo qual a Administração autoriza a prestação de serviço público a particular. Em todas as situações, a autorização é ato discricionário e precário, podendo ser desfeito a qualquer momento SEM direito à indenização, não gerando direito adquirido aos beneficiários.
51
A permissão é ato unilateral?
Sim, e discricionário e precário e é veiculada para conceder ao particular o uso de determinado bem público de forma anormal ou privativa. É ato que faculta a utilização privativa de bem público, no qual a administração autolimita o seu poder de revogar unilateralmente o ato. ATENÇÃO!!! Não confundir a permissão aqui estudada com a permissão de serviço público. Esta, de acordo com o art. 40 da Lei nº 8.987/95, consiste em um CONTRATO DE ADESÃO.
52
A licença é um ato de polícia? C OU E
Ato de polícia através do qual o Poder Público permite a realização de determinada atividade sujeita à fiscalização do Estado. Ato vinculado e NÃO pode ser revogada nem pela administração, nem pelo judiciário.
53
Qual a diferença entre alvará e licença?
O alvará é o instrumento da licença ou da autorização, sendo a FORMA (revestimento exterior do ato), enquanto a licença e autorização são conteúdo do ato. ● Licença: Conteúdo. ● Alvará: Forma.
54
Ato por meio do qual a Administração extingue um crédito ou direito próprio, liberando a pessoa até então obrigada perante a Administração. Como se trata de um ato abdicativo, a renúncia depende de autorização em lei. Qual é o ato?
Renúncia. Ex.: renúncia a cobrança de uma dívida.
55
Quais as espécies de atos enunciativos?
- Atestado - Certidão - Apostila ou Averbação - Parecer NÃO produzem efeitos e NÃO podem ser revogados. Certificam ou atestam uma situação existente, NÃO contendo manifestação de vontade da Administração. Por isso, NÃO produzem efeitos e NÃO podem ser revogados.
56
Qual é a teoria majoritária acerca das nulidades no direito administrativo?
Teoria Quaternária (majoritária): Os atos podem ser inexistentes, nulos, anuláveis e irregulares (Celso Antônio Bandeira de Melo)
57
Qual é a diferença fundamental entre nulidade e anulabilidade?
A diferença fundamental entre nulidade e anulabilidade baseia-se, quase que exclusivamente, na possibilidade de convalidação: ● Ato absolutamente nulo: Impossível a convalidação; ● Ato anulável: Pode ser saneado pela Administração. Atos sanáveis são aqueles passíveis de correção, quando o vício é de: ● Forma: salvo se exigida como condição do ato; ● Competência: salvo se competência exclusiva e em razão da matéria.
58
Em regra, qual é o prazo decadencial para anular ato administrativo inválido?
ATENÇÃO! STF decidiu que, em regra, o prazo decadencial para que a Administração Pública anule atos administrativos inválidos é de 5 anos, aplicável a todos os entes federativos, por força do princípio da isonomia.
59
É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10 anos para anulação de atos administrativos reputados inválidos pela Administração Pública estadual. C OU E
CORRETO É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10 (dez) anos para anulação de atos administrativos reputados inválidos pela Administração Pública estadual. STF. Plenário. ADI 6019/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 12/4/2021 (Info 1012). STF decidiu que, em regra, o prazo decadencial para que a Administração Pública anule atos administrativos inválidos é de 5 anos, aplicável a todos os entes federativos, por força do princípio da isonomia. Trata-se, assim, de uma inconstitucionalidade MATERIAL e não formal:
60
De acordo com a teoria quaternária, os atos expedidos em desconformidade à lei, podem ser definidos em quais espécies?
I. Atos Inexistentes: Estão fora do ordenamento jurídico em virtude da violação a princípios básicos que norteiam a atuação das pessoas dentro de determinada sociedade. II. Atos Nulos: Decorre do desrespeito à lei em alguns de seus requisitos, ensejando a impossibilidade de convalidação por não admitir conserto. III. Atos Anuláveis: Possuem vícios leves passíveis de convalidação, não obstante editados em desacordo com a legislação aplicável. IV. Atos Irregulares: Sofrem vício material irrelevante, não ensejando a nulidade, mas responsabilizando o agente público que o praticou. Esse vício NÃO atinge a esfera jurídica dos destinatários do ato.
61
Na anulação, há efeito repristinatório?
Na anulação, NÃO há o efeito repristinatório.
62
Quais atos não podem ser convalidados?
a) Atos inexistentes ou nulos; b) Defeitos no objeto, motivo ou finalidade; c) Defeitos de incompetência em razão da matéria e de forma essencial à validade do ato; d) Atos portadores de vícios estabilizados pela prescrição ou decadência; e) Atos já impugnados perante a Administração ou o Judiciário; f) Atos cuja convalidação possa causar lesão ao interesse público ou ilegitimamente prejudicar terceiros; g) Se o vício invalidante for imputado à parte que presumidamente se beneficiará do ato. Obs.: José dos Santos admite convalidação de ato com vício no objeto, motivo ou finalidade quando se tratar de ato plúrimo (vontade administrativa se preordenar a mais de uma providência no mesmo ato, tornando viável suprimir ou alterar alguma providência e aproveitar o ato quanto às demais providências, não atingidas por qualquer vício).
63
Vício de competência quanto à matéria se convalida?
NÃO.
64
Vício de competência em relação à pessoa se convalida?
Sim, desde que não se trate de competência exclusiva.
65
A Revogação de um ato administrativo pode ser exercido pelo Poder Judiciário?
Não. É competência exclusiva da Administração Pública.
66
Tanto na anulação quanto na revogação NÃO há o efeito repristinatório. C OU E
CORRETA
67
Quais atos não admitem revogação?
Não se admite revogação: I. Atos que geram direito adquirido; II. Atos já exauridos; III. Atos vinculados; IV. Atos enunciativos (certidões, pareceres, atestados); V. Atos preclusos no curso de procedimento administrativo; VI. Atos ilegais.
68
Em caso de flagrante ilegalidade do ato administrativo, é dado ao Poder Judiciário determinar à Administração Pública que proceda à revogação de tal ato. C OU E
ERRADA, jamais o Poder Judiciário vai revogar ato administrativo.
69
O que é Contraposição ou derrubada de ato administrativo?
É UM NOVO ATO CONTRÁRIO, incompatibilidade material com ato administrativo. Ocorre com a expedição de um segundo ato, fundado em competência diversa, cujos efeitos são contrapostos aos do ato inicial, produzindo sua extinção. É espécie de revogação praticada por autoridade distinta da que expediu o ato inicial. Exemplo: ato de nomeação de um funcionário extinto com a exoneração.
70
Acerca do conceito de Administração Pública e dos princípios e funções do Direito Administrativo, julgue o item abaixo: Enquanto a função administrativa envolve o conjunto de prerrogativas e competências estatais, a atividade administrativa é o exercício concreto, por meio das ações e omissões estatais, da função administrativa.
Não é tarefa fácil a conceituação da função administrativa e sua diferenciação com as demais funções estatais. Cada vez mais complexa, em razão da pluralidade de atividades que se inserem no seu conceito (poder de polícia, função regulamentar, fomento, serviços públicos, regulação, etc), a atividade administrativa tem sido caracterizada de forma residual para englobar, em princípio, todas as atividades não legislativas e não judiciais. Há uma íntima relação entre função administrativa e a atividade administrativa. Enquanto a função administrativa envolve o conjunto de prerrogativas e competências estatais, a atividade administrativa é o exercício concreto, por meio das ações e omissões estatais, da função administrativa. GABARITO: Certo
71
Acerca do conceito de Administração Pública e dos princípios e funções do Direito Administrativo, julgue o item abaixo: A constitucionalização do direito administrativo não acarretou o reconhecimento da normatividade primária dos princípios constitucionais (princípio da juridicidade) e a centralidade dos direitos fundamentais, não sendo correta a afirmação que houve uma redefinição da ideia de supremacia do interesse público sobre o privado.
Constitucionalização do direito administrativo e o princípio da juridicidade: a constitucionalização do direito administrativo acarreta o reconhecimento da normatividade primária dos princípios constitucionais (princípio da juridicidade) e a centralidade dos direitos fundamentais, com a redefinição da ideia de supremacia do interesse público sobre o privado; superação da concepção liberal do princípio da legalidade com vinculação positiva do administrador à lei e a consagração da vinculação direta à Constituição; a possibilidade de controle judicial da discricionariedade a partir dos princípios constitucionais; e o reforço da legitimidade democrática da administração por meio de instrumentos de participação dos cidadãos na tomada das decisões administrativas. GABARITO: Errado
72
Acerca do conceito de Administração Pública e dos princípios e funções do Direito Administrativo, julgue o item abaixo: A Administração Pública em sentido objetivo trata das pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes públicos que exercem atividades administrativas.
A expressão “Administração Pública” pode ser empregada, de fato, em dois sentidos: 1) sentido subjetivo, formal ou orgânico: são as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes públicos que exercem atividades administrativas; e, 2) sentido objetivo, material ou funcional: é a própria função ou atividade administrativa. Curso de Direito Administrativo – Rafael Carvalho Rezende Oliveira – 2017. GABARITO: Errado
73
Sobre os princípios do Direito Administrativo, julgue o item abaixo: O princípio da legitimidade permite uma maior amplitude no controle do ato administrativo pelo Poder Judiciário, se comparado ao princípio da legalidade estrita, haja vista que poderá invalidá-lo com base na sua adequação à finalidade pública e aos princípios que regem a Administração Pública.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: a legalidade administrativa se concretiza como uma garantia aos administrados, que podem exigir a consonância do ato administrativo com a lei, sob pena de sua invalidação. A legalidade estrita evoluiu ao longo da história e gerou duas novas concepções: LEGITIMIDADE: deriva do enfraquecimento do positivismo. Não basta que a conduta esteja aparentemente de acordo com a lei. Exige também a obediência à moralidade e à finalidade pública. Permite uma maior amplitude no controle do ato administrativo pelo poder judiciário, que pode, para invalidá-lo, avaliar sua adequação à finalidade pública e aos princípios que regem a Administração Pública. JURIDICIDADE: é um conceito maior, que extrapola a compreensão tradicional da legalidade estrita, pois vincula a Administração Pública ao ordenamento jurídico como um todo (lei + constituição + princípios). A vinculação do Direito Administrativo não é apenas em relação à lei, mas ao Direito como um todo. GABARITO: Certo
74
Sobre os princípios do Direito Administrativo, julgue o item abaixo: A doutrina pátria não admite exceções ao princípio da legalidade como, por exemplo, a medida provisória.
Para Celso Antônio B. de Mello, o princípio da legalidade pode sofrer restrições excepcionais, admitida pela própria Constituição, nas situações de: * Medida provisória * Decretação do estado de defesa e do estado de sítio. GABARITO: Errado
75
O princípio da impessoalidade está relacionado exclusivamente à observância da isonomia na atuação administrativa.
A impessoalidade repele e abomina favoritismos e restrições indevidas, exigindo tratamento equânime e marcado pela neutralidade. Pode ser concebida em dois sentidos: ATENDIMENTO AO INTERESSE PÚBLICO: proíbe que o agente público utilize seu cargo para a satisfação de interesses pessoais ou mesquinhos. Não pode o agente público beneficiar pessoa querida ou prejudicar um desafeto, por conta de interesses pessoais. Exemplo: provimento de cargo através de concurso público. IMPUTAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO: o agente público age em nome do Poder Público, de forma que os atos e provimentos administrativos não são imputáveis ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade da administração pública. GABARITO: Errado
76
Sobre os princípios do Direito Administrativo, julgue o item abaixo: A moralidade administrativa é sinônima da moralidade comum.
A moralidade administrativa exige que a ação administrativa seja ética e respeite os valores jurídicos e morais. Conforme ensina Fernanda Marinela, a moralidade administrativa não se confunde com a moralidade comum, pois enquanto a última se preocupa com a distinção entre o bem e o mal, a primeira está ligada ao conceito de bom administrador. GABARITO: Errado
77
Considerando a jurisprudência do STJ em relação aos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores (Lei n° 9.613/1998), julgue o item abaixo: Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, a Autoridade Policial e o Ministério Público têm acesso, independentemente de autorização judicial, aos dados meramente cadastrais de investigados que não são protegidos pelo sigilo constitucional.
Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, a Autoridade Policial e o Ministério Público têm acesso, independentemente de autorização judicial, aos dados meramente cadastrais de investigados que não são protegidos pelo sigilo constitucional. STJ REsp 1716224/RN, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/11/2020, DJe 17/11/2020. GABARITO: Certo
78
Acerca dos estudos da Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/98), com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, julgue o item abaixo: Para o STF, configura o crime de Lavagem de Dinheiro a conduta do agente que recebe propina decorrente de corrupção passiva e tenta viajar com ele, em voo doméstico, escondendo as notas de dinheiro nos bolsos do paletó, na cintura e dentro das meias.
No caso concreto, o STF entendeu que não havia crime de lavagem de dinheiro, por se tratar de mero exaurimento do crime de corrupção e não novos atos autônomos na tentativa de “branquear” o produto do crime antecedente: STF: “LAVAGEM DE DINHEIRO – INFRAÇÃO ANTECEDENTE – CONDUTA AUTÔNOMA. A configuração do crime de lavagem de dinheiro exige que os atos alusivos à ocultação ou à dissimulação mostrem-se autônomos e distintos no tocante à estrutura típica da infração penal antecedente. LAVAGEM DE DINHEIRO – CORRUPÇÃO PASSIVA – EXAURIMENTO – ATIPICIDADE. O ato de receber, de forma indireta, valores supostamente provenientes de corrupção, integra o tipo previsto no artigo 317 do Código Penal, de modo que a conduta de esconder notas pelo corpo, sob as vestes, nos bolsos do paletó, junto à cintura e dentro das meias não se reveste de indispensável autonomia em relação ao crime antecedente, não se ajustando à infração versada no artigo 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/1998. Precedente: sextos embargos infringentes na ação penal nº 470, Pleno, redator do acórdão o ministro Luís Roberto Barroso.” (Inq 3515, julgado em 08/10/2019). GABARITO: Errado
79
No exercício do Poder Normativo ou Regulamentar, o Estado é livre para inovar no ordenamento jurídico. C OU E
ERRADO. O Estado não inova o ordenamento jurídico, o que a ADM faz é expedir normas que irão assegurar a fiel execução da lei.
80
Quais as espécies de regulamento que existem no BR?
São 2, regulamento executivo e os regulamentos autônomos. O regulamento executivo é norma geral e abstrata, não possui destinatário definido. Não inova no ordenamento jurídico e é editado para o fiel cumprimento de lei. E não admitem delegação. O regulamento autônomo inova no ordenamento jurídico, e o único caso permitido é o art. 84, inciso VI da CF/88 e admite delegação.
81
O poder regulamentar é a mesma coisa que poder regulatório. C OU E
ERRADA. P Regulamentar: competência do chefe do executivo, envolve editar normas para fiel execução de leis e é de conteúdo político. P Regulatório: competência das entidades administrativas, principalmente entidades regulatórias. Engloba o exercício de atividades normativas, executivas e judicantes. Conteúdo técnico.
82
O que é a deslegalização?
O fenômeno da deslegalização, também chamada de delegificação, significa a retirada, pelo próprio legislador, de certas matérias do domínio da lei, passando-as para o domínio de regulamentos de hierarquia inferior. A deslegalização/delegificação pode ser traduzida como o "rebaixamento" hierárquico de determinada matéria, antes tratada por lei, para que ela seja tratada por regulamentos. Para J. J. Gomes Canotilho, esse fenômeno jurídico ocorre quando “uma lei, sem entrar na regulamentação da matéria, rebaixa formalmente o seu grau normativo, permitindo que essa matéria possa vir a ser modificada por regulamento”. O instituto da deslegalização surge, essencialmente, da necessidade de uma releitura do princípio da legalidade, em especial no que se refere a determinados assuntos de viés mais técnico, no âmbito dos quais os Parlamentos tradicionais se revelam incapazes de legislarem de maneira eficiente, razão pela qual limitam-se a estabelecer diretrizes gerais (standards). O fenômeno ganha relevo no contexto das agências reguladoras, por ocasião do exercício de seu poder normativo. Segundo Diogo de Figueiredo Moreira Neto, deslegalização significa "a retirada, pelo próprio legislador, de certas matérias do domínio da lei (domaine de la loi), passando-as para o domínio do regulamento (domaine de l'ordonnance)."
83
Existe relação de hierarquia entre a ADM DIRETA E A ADM INDIRETA?
Não, apenas controles previstos expressamente na legislação (vinculação).
84
Praticado o ato por autoridade no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. C OU E
CORRETA, Súmula n 510 do STF
85
Quais os casos em que é vedada a delegação e avocação?
* casos de competência exclusiva definida por lei * para decisão de recurso administrativo * para edição de atos normativos CE NO RA
86
O que é a avocação?
A avocação é o fenômeno contrário ao da delegação. Quando o superior traz pra si (avoca) a competência que seria do agente subordinado. É medida excepcional e portanto sempre deve ser temporária. Só existe nas relações em que há hierarquia.
87
Defina Poder Disciplinar.
Poder disciplinar é o poder que ADM PÚBLICA possui de aplicar sansões nas pessoas vinculadas especificamente à ela, seja de natureza funcional ou contratual.
88
Como podemos definir o Poder de Polícia?
O Poder de Polícia consiste na prerrogativa do Estado de restringir, frenar, limitar a atuação do particular em razão do interesse público. Decorre da supremacia do interesse público
89
Qual a diferença entre policia administrativa e polícia judiciária?
🚔 Polícia Administrativa (Preventiva) ✅ O que faz? Atua antes do crime, evitando infrações e garantindo a ordem pública. ✅ Exemplo: Fiscalização, interdição de locais, concessão de alvarás, controle de trânsito. ✅ Quem exerce? Polícia Militar, Guarda Municipal, órgãos administrativos (Vigilância Sanitária, PROCON). ✅ Natureza: Preventiva e restritiva (limita direitos para proteger o interesse coletivo). ✅ Atuação: Antes do crime ocorrer. 🔍 Polícia Judiciária (Repressiva) ✅ O que faz? Atua depois do crime, investigando e coletando provas para a Justiça. ✅ Exemplo: Instauração de inquéritos, prisões em flagrante, cumprimento de mandados. ✅ Quem exerce? Polícia Civil (estadual) e Polícia Federal (crimes federais). ✅ Natureza: Repressiva e investigativa (age após o crime para punir os culpados). ✅ Atuação: Depois do crime ocorrer.
90
O Poder de Polícia pode ser delegado?
O **Poder de Polícia não pode ser totalmente delegado**, mas algumas atividades relacionadas a ele **podem ser executadas por particulares**. 🔹 Regra Geral: O Poder de Polícia é **indelegável** porque envolve o exercício da soberania do Estado, incluindo a restrição de direitos e a aplicação de sanções. 🔹 Exceção: Delegação da Atividade Material O que pode ser delegado são **atividades materiais e instrumentais** relacionadas ao poder de polícia, mas **não a decisão final** ou a imposição de sanções. 📌 Exemplos de delegação possível: ✅ **Fiscalização eletrônica do trânsito** (radares operados por concessionárias, mas a multa é aplicada pelo órgão público). ✅ **Vistorias técnicas** (como inspeção veicular ambiental por empresas credenciadas). ❌ Exemplos de atos indelegáveis: ❌ **Aplicação de multas**. ❌ **Interdição de estabelecimentos**. ❌ **Práticas coercitivas (uso da força, apreensões, detenções)**. 🔹 Entendimento do STF: A **Súmula Vinculante 43 do STF** estabelece que **não pode ser delegada a atividade de polícia que envolva decisão ou sanção**. Assim, apenas **a execução de tarefas auxiliares** pode ser transferida a particulares, mas o **núcleo essencial do poder de polícia (decisão e sanção) permanece exclusivo do Estado**. Se precisar de mais esclarecimentos, me avise! 🚔
91
O Poder de Polícia pode ser praticado por pessoa de direito privado?
Não, o **poder de polícia** é uma prerrogativa exclusiva do Estado e não pode ser exercido diretamente por pessoas jurídicas de direito privado. No entanto, a **administração pública pode delegar a execução de atividades materiais** relacionadas ao poder de polícia a particulares, desde que não envolvam a tomada de decisão ou o uso da força. Isso ocorre na chamada **delegação de polícia administrativa**, permitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em alguns casos. Exemplos: ✅ **Pode ser delegado:** - Fiscalização eletrônica de trânsito (radares operados por empresas privadas, mas a multa é aplicada pelo Estado). - Inspeção veicular ambiental feita por concessionárias. ❌ **Não pode ser delegado:** - Aplicação de multas. - Interdição de estabelecimentos. - Uso da força policial. A **Súmula Vinculante 43 do STF** reforça esse entendimento ao estabelecer que **não pode haver delegação de atos de polícia que envolvam decisão, sanção ou restrição de direitos.**
92
É vedada a interrupção ou suspensão dos serviços públicos na sexta, sábado, domingo, ou dias que antecedem os feriados?
O art. 6º da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995 , passa a vigorar acrescido do seguinte § 4º: “Art. 6º  ...................................................................................................................... .................................................................................................................................... § 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado.” (NR)
93
Qual é a diferença entre a descentralização por OUTORGA e por DELEGAÇÃO?
A descentralização por outorga se dá quando se transfere a titularidade e a execução do serviço. É conferida apenas a entes da Administração e feita mediante lei específica. Já a descentralização por delegação apenas se transfere a execução e é feita a entes da Administração indireta ou particulares mediante lei ou contrato.
94
A prestação do serviço por parte do Estado pode ser feita de forma descentralizada. Essa descentralização pode ocorrer mediante outorga ou delegação. Na outorga, são transferidas a titularidade e a execução do serviço público à pessoa jurídica diversa do Estado e, na delegação, apenas a execução é transferida, permanecendo com o Estado a titularidade do serviço. A doutrina majoritária entende que a outorga é conferida somente a Pessoa Jurídica de Direito Pública, ao passo que a delegação pode ser feita para particulares ou entes da Administração Pública Indireta regidos pelo direito privado. C OU E
CORRETO.
95
O serviço de iluminação pública pode ser remunerado mediante taxa?
Não, SV 41.
96
O contrato de concessão de serviços públicos pode ser celebrado entre o Estado e pessoa física?
Não, apenas com pessoa jurídica ou consorcio de empresas.
97
Qual é o critério de desempate utilizado no procedimento licitatório na concessão de serviços públicos?
É a nacionalidade da empresa participante (empresa brasileira). Neste caso não segue as diretrizes das Leis 8.666/93 e 14.133/21.
98
O edital relativo a procedimento licitatório para a celebração de contrato de concessão poderá contemplar a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento das propostas, assim como ocorre em licitações de contratações de bens e serviços comuns, realizadas na modalidade pregão. C OU E
CORRETA
99
É válida a interrupção do serviço público por razões de ordem técnica se houve prévio aviso por meio da rádio. C OU E
CORRETO. Info 598 STJ
100
O que o Estado pode fazer quando há indícios de irregularidades na prestação de serviços públicos por concessionárias?
Pode intervir, através de um agente público. Ele atuará como gestor enquanto se apura as irregularidades. O prazo para o procedimento administrativo ser concluído é de no máximo 180 dias. E é decretada pelo poder concedente.
101
É necessário o contraditório prévio a decretação da intervenção ao concessionário?
Não, o entendimento do STJ (info 727) é de que não é necessário.
102
A arbitragem é permitida como forma de resolução de conflitos em contratos celebrados entre o poder concedente e o concessionário?
Sim, desde que em língua portuguesa e realizada no Brasil. Art. 23-A Lei 8.987/95.
103
104
enquanto perdurar o contrato, a concessionária pode livremente dispor dos seus direitos e negociar sua obrigações mediante a outorga de seu concessão. C OU É
ERRADO. A previsão da possibilidade em contrato. Autorização do poder concedente. E também a realização da licitação sob a modalidade de concorrência.
105
Ocorrerá a caducidade da concessão sempre que houver alteração no controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente. C ou E
Correta.
106
A rescisão do contrato de concessão só pode ser requerido pelo concessionário?
Não, pode também ser firmado um acordo entre as partes.
107
Nos termos da Lei nº 8.987/1995, por decorrência da supremacia do interesse público, a homologação de Recuperação Judicial da empresa concessionária enseja a extinção imediata da concessão. C ou É
Errada. extingue-se por falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual e não por homologação de recuperação judicial. extingue-se por falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual e não por homologação de recuperação judicial.
108
A Lei nº 11.079/2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público- privada, 12848 determina que a contraprestação da Administração Pública poderá ser feita, dentre outras, por outorga de direitos sobre bens públicos dominicais?
Correta
109
Encampação é a extinção da concessão por motivo de inadimplemento por parte do concessionário. C ou e?
Errado. A encampação decorre quando há falta de interesse por parte da administração pública. Ato unilateral.
110
Caducidade é a extinção da concessão por motivo de interesse público. C ou E
Errado, a caducidade decorre por inadimplemento por parte da concessionária.
111
A encampação da concessão de serviço público demanda lei autorizativa específica e indenização prévia do concessionário para que seja efetivada. C ou E
Correta
112
É admitida licitação na modalidade tomada de preços para concessão de serviço público de menor vulto econômico, observados os parâmetros de tal modalidade licitatória conforme previstos na Lei Geral de Licitações. C ou E
Errada. Pesquisar o pq
113
O que são as PPP's?
São espécies de concessão de serviços públicos, criada pela Lei 11.079/04.
114
Todos os Poderes (exec, jud, leg) podem firmar parcerias público privadas?
Não, o Poder Judiciário não pode firmar PPP.
115
Em quais situações é vedada a celebração de PPP?
Quando o valor é inferior a 10 milhões; Quando o tempo para concessão é inferior a 5 anos ou maior de 35 anos; E quando o único objeto é fornecimento de mão-da-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou execução de obra pública.
116
Quem é o usuário direto da concessão administrativa de serviço público?
A coletividade.
117
A remuneração pública do parceiro privado na concessão comum é obrigatória?
Não, ela é eventual e facultativa (Lei 8.987/95).
118
A contraprestação pública do parceiro privado na concessão especial (administrativa ou patrocinada) é sempre obrigatória?
Sim, sempre obrigatória a contraprestação. Ocorre que nem sempre a contraprestação é pecuniária. Na concessão administrativa de serviços administrativos não precisa ser necessariamente pecuniária.
119
A concorrência e o diálogo competitivo são modalidades de licitação aplicáveis às parcerias público-privadas?
CORRETO.
120
É defeso à adm. pública prever em edital a possibilidade de a licitante retificar a proposta e os documentos de habilitação no curso do procedimento?
NÃO. O edital pode prever a possibilidade de saneamento de falhas, de complementação de insuficiências ou ainda de correções de caráter formal no curso do procedimento, desde que o licitante possa satisfazer as exigências dentro do prazo fixado no instrumento convocatório.
121
O aporte de bem de uso comum no fundo garantidor de parcerias público-privadas independe de sua desafetação?
ERRADO. Art. 16. Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, suas fundações públicas e suas empresas estatais dependentes autorizadas a participar, no limite global de R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), em Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas - FGP que terá por finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais, distritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de que trata esta Lei.  § 7º O aporte de bens de uso especial ou de uso comum no FGP será condicionado a sua desafetação de forma individualizada.
122
Após a celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico, incumbida de implantar, organizar, gerir e regulamentar o objeto da parceria. C OU E
ERRADA, deve ser antes da celebração do contrato.
123
Tendo em vista que há interesse público primário, a sociedade de propósito específico não poderá assumir a forma de companhia aberta. c ou e
ERRADA, pode sim assumir a forma de companhia aberta.
124
É facultado à administração pública, nos termos do contrato, efetuar o pagamento da contraprestação relativa a parcela fruível do serviço objeto do contrato de parceria público-privada. c ou e
CORRETA.
125
Em regra, é desnecessária a prévia licitação para permissão da exploração de serviço público de transporte coletivo de passageiros, sendo a licitação imprescindível no que se refere à concessão do transporte público coletivo de passageiros. C OU E
ERRADA. Em regra, é imprescindível prévia licitação para a concessão ou permissão da exploração de serviços de transporte coletivo de passageiros
126
O que é a administração dialógica?
- A administração dialógica vem surgindo como forma de se permitir o acesso dos particulares à atuação administrativa, ensejando a possibilidade de se vislumbrar a atuação do ente público em que se admita a atuação de particulares, sendo o oposto do que se pregava no surgimento do direito administrativo. - Essa expressão se dá, principalmente, pela criação das parcerias firmadas entre o Estado e particulares, com a finalidade de satisfazer as necessidades coletivas. Ex: participação popular, mediante consulta pública, para a realização de procedimentos licitatórios muito altos, ou com o terceiro setor. - Além do direito fundamental à boa administração pública, a noção de administração pública dialógica pode ser considerada uma decorrência do princípio da segurança jurídica, mais especificamente da noção da proteção da confiança ou das expectativas legítimas. CONCLUSÃO: A Administração Pública moderna é aquela que aproxima os cidadãos, estabelecendo um diálogo entre os órgãos e entidades estatais e os particulares de forma a garantir um maior aproveitamento na execução das atividades públicas, visando uma maior eficiência na prestação do serviço. Ademais, a associação com particulares garante maior transparência na atividade administrativa e garante a manutenção da segurança jurídica.
127
Quais os tipos de bens públicos?
1 - Bens de uso comum: uso normal da população (praças, rios, vias públicas) 2 - Bens de uso especial: 2.1 - Direto: Bens que compõem o aparelho estatal (hospitais públicos, cemitérios públicos) 2.2 - Indireto: O ente público não utiliza diretamente o bem. (terras indígenas e terras públicas utilizadas para proteção do meio ambiente. 3 - Bens dominicais: Sem qualquer destinação pública, não utilizados para a coletividade, podendo ser alienados.
128
Qual a diferença entre bens afetados x desafetados?
* BENS AFETADOS: Bens de uso comum do povo e uso especial (Bens que possuem determinada destinação pública); * BENS DESAFETADOS: Bens dominicais, que NÃO possuem qualquer utilização no interesse coletivo.
129
Qual a modalidade de licitação prevista em lei, no que concerne a alienação de bens públicos imóveis?
Modalidade de LEILÃO.
130
Características da autorização de uso pelo poder público?
É um ato DISCRICIONÁRIO E PRECÁRIO. Ex: fechamento de praia para realizar um casamento.
131
Exemplo de permissão de uso de bem imóvel público?
As bancas de jornal na praça. Ato da Adm Pública discricionário e precário.
132
A concessão de uso que permite o uso de bem público precisa de contrato?
Sim e portanto não é ato precário, deve ter prazo determinado e requer procedimento licitatório.
133
O que seria a cessão de uso, ato da Adm Pública?
Sentido restrito: cessão de bens públicos refere-se exclusivamente à transferência do uso de bens públicos entre órgãos públicos do mesmo ente da Federação. Diógenes Gasparini.
134
Considere que a Administração Pública identificou que um grupo de pessoas esbulhou um terreno de sua propriedade, para, com fins comerciais, realizar a venda de terrenos de forma irregular. Após identificar a prática do ilícito e logo após a invasão, João, a autoridade pública local responsável pela gestão do patrimônio imobiliário, dirigiu-se até a Delegacia de Polícia, buscando apoio policial para a adoção das providências adequadas. Na ocasião, conversou com o Delegado sobre o regime de proteção dos bens públicos e os limites das medidas que poderiam ser adotados pelo Estado na proteção do seu patrimônio. O Delegado poderá afirmar a João, de forma correta, que caso preenchidos os requisitos previstos no Código Civil, o Superior Tribunal de Justiça tem admitido a realização do desforço imediato e permitido o uso de força policial para a execução da medida pela Administração. C OU E
CORRETO.
135
O que são terras devolutas?
São bens públicos que NÃO possuem afetação pública e nem foram incorporados ao domínio privado, podendo integrar patrimônio da União, Estados e Distrito Federal. Há divergência sobre o ônus da prova no tocante à comprovação do domínio e na presunção relativa do caráter público ou privado do bem não registrado no RGI: 1ª Corrente: Na falta do registro, se presume que o bem integra o patrimônio público, incorporando o conceito de terra devoluta. Di Pietro, JSCF, Diógenes Gasparini; 2ª Corrente: Os bens não registrados são presumivelmente privados. 4ª Turma do STJ.
136
As terras indígenas são inalienáveis, imprescritíveis e indisponíveis. C OU E
CORRETO.
137
O que seria a polícia edilícia?
A denominada polícia edilícia (ou das edificações ou construções) é uma espécie de manifestação do poder de polícia ou das limitações administrativas ao direito de propriedade, para, nas palavras de Diogo de Figueiredo Moreira Neto “tornar mais segura, mais salutar, mais digna e mais agradável a vida nas cidades, regulando as construções públicas e particulares”. Corroborando, Hely Lopes Meirelles dispõe que “a polícia das construções se efetiva pelo controle técnico-funcional da edificação particular, tendo em vistas as exigências de segurança, higiene e funcionalidade da obra segundo a sua destinação e o ordenamento urbanístico da cidade, expresso nas normas de zoneamento, uso e ocupação do solo urbano”
138
O controle de mérito de atos administrativos podem ser realizados pelos Poderes Judiciário e Legislativo?
Apenas o controle de LEGALIDADE, não de mérito. Sob pena de violação do princípio da separação dos poderes.
139
Apenas a CF/88 pode prever modalidades de controle externo?
Sim.
140
O que podemos chamar de Tutela Administrativa ou Supervisão Ministerial?
Controle exercido pela Adm. Pública em relação às suas entidades da Adm. Púb. Indireta. Ex: União, representada por seu Ministério, vai controlar uma determinada autarquia, estatal, fundação. É o controle finalístico da relação de mera vinculação e não de subordinação. Só pode ser permitida por lei.
141
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo?
Correto.
142
A CF/88 autoriza a criação de Tribunal de Contas do Município?
É vedada a criação. Existem 2 apenas no BR. O TCM de São Paulo - SP e TCM do Rio de Janeiro - RJ. O que os Estados-membros podem criar é um órgão a nível estadual que auxiliará os municípios no controle, denominado Tribunal de Contas dos Municípios. (Caso não haja esse órgão, o controle é feito pelos vereadores e Tribunal de Contas do Estado.
143
Quais as atribuições do Tribunal de Contas?
Controle de legalidade, legitimidade e economicidade.
144
A fiscalização contábil, orçamentária, operacional e patrimonial da administração pública federal sob os aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade integra o controle externo exercido pelo Poder Legislativo Federal com o auxílio do TCU.
CORRETO.
145
Qual o sistema adotado pelo BR quanto ao controle da ADM. PUB?
Sistema de Jurisdição Única. Todos os litígios podem ser levados ao Poder Judiciário. Prazo prescricional de 05 anos.
146
A reclamação para anular ato administrativo que confronte súmula vinculante é uma modalidade de controle externo da atividade administrativa. C OU E
CORRETO
147
O MS pode substituir a ação popular?
Não. Súmula 101 STF
148
O MS pode substituir a ação de cobrança?
NÃO. Súmula 269 STF.
149
Quem possui legitimidade para impetrar MS COLETIVO?
1. Partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária; 2. Organização sindical, 3. Entidade de classe ou 4. Associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
150
É inconstitucional o prazo decadencial de 120 dias para impetração do MS?
ERRADO. É CONSTITUCIONAL. SÚMULA 632 STF.
151
É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental?
CORRETO.
152
Quais os objetivos do HABEAS DATA?
Conhecimento, retificação e anotação.
153
Cabe HABEAS DATA sem haver recusa da autoridade administrativa?
NÃO. Súmula 02 STJ.
154
O que é a ação popular?
A Ação Popular é ação constitucional que pode ser proposta por todo e qualquer cidadão com o objetivo de invalidar atos e contratos administrativos considerados ilegais e lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
155
O STF possui competência originária para julgar ação popular. C OU E
ERRADO. Não possui. O juiz de primeiro grau julga.
156
Qual o conceito de Ação Civil Pública?
A ACP é o instrumento processual que tem por objetivo prevenir ou reprimir danos causados a qualquer interesse difuso ou coletivo. Não se trata, portanto, de mecanismo de controle exclusivamente da Administração, mas, sim, dos interesses coletivos em sentido amplo de toda a sociedade.
157
O que é o TAC?
Termo de ajustamento de conduta. Ocorre quando a pessoa assume a responsabilidade pelo evento e se compromete a alterar a sua conduta. Uma vez celebrado, possui a eficácia de título executivo extrajudicial.
158
A presença de advogado no PAD é facultativa?
Sim, SV 5.
159
Conforme a teoria do risco administrativo, uma empresa estatal dotada de personalidade jurídica de direito privado que exerça atividade econômica responderá objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, resguardado o direito de regresso contra o causador do dano. C OU E
Incorreta. As empresas estatais, de direito privado que exerçam atividade econômica, respondem subjetivamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros. A teoria do risco administrativo só se aplica às pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos. "Art. 37 (...) CF/88 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa."
160
A reclamação para anular ato administrativo que confronte súmula vinculante é uma modalidade de controle externo da atividade administrativa. C OU E
CERTO. Ocorre o controle externo quando um Poder controla/fiscaliza/avalia atos praticados por outro Poder, e é o que se verifica, por exemplo, com o controle feito pelo STF em relação aos atos administrativos que contrariar enunciados de Súmula Vinculante, previsto no art. 103-A, § 3º, da CF/88: "Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso."
161
Embora as comissões parlamentares de inquérito estejam, como uma modalidade de controle legislativo, aptas a investigar fatos determinados em prazos determinados, elas são desprovidas de poder condenatório. C OU E
Nos termos da Constituição Federal: Art. 58, §3º: " § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores." Pelo parte final do dispositivo, entendemos que as conclusões da CPI devem ser encaminhadas aos órgãos de persecução para o processamento perante o Poder Judiciário. Ou seja, as CPIs não condenam. Gabarito: certo.
162
Determinado órgão público, por intermédio de seu titular, pretende delegar parte de sua competência administrativa para outro órgão com a mesma estrutura, seguindo os preceitos da Lei Federal n.º 9.784/1999. Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes. Nessa situação, o órgão delegante pertence necessariamente à administração pública federal, e não ao Poder Judiciário ou ao Poder Legislativo. C OU E
INCORRETO. Vamos observar o disposto na Lei 9784/99: Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Notamos, assim, que não há a necessidade de o órgão delegante ser pertencente necessariamente à administração pública federal. O Poder Legislativo e o Poder Judiciário, no exercício da função administrativa, poderá delegar parte de sua competência administrativa para outro órgão com a mesma estrutura.
163
Determinado órgão público, por intermédio de seu titular, pretende delegar parte de sua competência administrativa para outro órgão com a mesma estrutura, seguindo os preceitos da Lei Federal n.º 9.784/1999. Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes. O órgão delegatário não precisa ser hierarquicamente subordinado ao delegante. C OU E
CORRETO. Nos termos da Lei 9784/99: Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
164
O que são Organizações Sociais?
Pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, prestadoras de atividades de interesse público, que por terem preenchido os requisitos da lei 9.637/98, recebem a qualificação de "organização social" E podem celebrar contrato de gestão com o Poder Público, recebendo incentivos para realizar suas atividades.
165
Se certa pessoa jurídica preencher todos os requisitos necessários para se tornar uma organização social, o Poder Público é obrigado a conceder o título de "OS"?
NÃO. Os Ministros podem decidir não conceder o título, é decisão discricionária.
166
O que é contrato de gestão?
Instrumento firmado entre Poder Público e a entidade de direito privado qualificada como OS, que objetiva formar uma parceria para fomentar execuções de atividades como ensino, pesquisa científica... Doutrina diz que seria melhor chamar esse contrato de convênio
167
A OS é obrigada a contratar através de concurso público os seus empregados?
Não. Não se aplica a exigência de concursos públicos do art. 37, II, da CF.
168
Quais os requisitos para se qualificar como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público?
Pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que tenham sido constituídas e se encontrem em regular funcionamento, no mínimo há 3 anos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos pela 9.790/99.
169
O que é OSCIP?
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
170
Pode uma sociedade mercantil ser qualificada como OSCIP?
Não. O art. 2º, I, da Lei nº 9.790/1999 veda expressamente a qualificação de sociedades mercantis como OSCIP.
171
Organizações religiosas podem ser qualificadas como OSCIP?
Sim, desde que criem pessoa jurídica distinta para atuar como OSCIP (art. 2º, IV).
172
Cooperativas podem obter qualificação como OSCIP?
Não. O art. 2º, I, veda expressamente a qualificação de cooperativas como OSCIP.
173
Partidos políticos podem ser OSCIP?
Não. O art. 2º, II, veda expressamente a qualificação de partidos políticos como OSCIP.
174
Entidades de benefício mútuo podem se qualificar como OSCIP?
Não. O art. 2º, III, impede a qualificação de entidades de benefício mútuo destinadas exclusivamente a seus associados.
175
Organizações sindicais ou de classe podem ser qualificadas como OSCIP?
Não. O art. 2º, V, da Lei nº 9.790/1999 veda essa possibilidade.
176
É permitida a qualificação como OSCIP de entidade religiosa que crie um braço institucional desvinculado de sua atividade religiosa?
Sim. O art. 2º, IV, permite a qualificação se houver uma pessoa jurídica distinta da organização religiosa.
177
As sociedades comerciais podem ser qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que não possuam fins lucrativos.
Errado. O art. 2º, I, veda expressamente a qualificação de sociedades comerciais como OSCIP.
178
Partidos políticos não podem ser qualificados como OSCIP, nos termos da Lei nº 9.790/1999.
Certo. Conforme o art. 2º, II, a qualificação de partidos políticos como OSCIP é vedada.
179
Organizações religiosas não podem ser qualificadas como OSCIP, ainda que desempenhem atividades de interesse público.
Errado. O art. 2º, IV, permite a qualificação desde que a organização religiosa crie uma pessoa jurídica distinta com esse objetivo.
180
As entidades de benefício mútuo destinadas a associados não podem ser qualificadas como OSCIP.
Certo. Está previsto no art. 2º, III, da Lei.
181
As cooperativas podem ser qualificadas como OSCIP caso suas finalidades estejam de acordo com o interesse público.
Errado. O art. 2º, I, veda expressamente a qualificação das cooperativas como OSCIP.
182
As organizações sindicais são inelegíveis para a qualificação como OSCIP.
Certo. Conforme o art. 2º, V.
183
Segundo o entendimento do STF, quando cessa a competência do Juiz Das Garantias?
Com o oferecimento da denúncia.
184
Depositário judicial pode ser considerado um funcionário público?
Depositário judicial NÃO é considerado funcionário público. O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime de peculato (art. 312 do CP). O crime de peculato exige, para a sua consumação, que o funcionário público se aproprie de dinheiro, valor ou outro bem móvel em virtude do “cargo”. Depositário judicial não é funcionário público para fins penais, porque não ocupa cargo público, mas a ele é atribuído um munus, pelo juízo, em razão do fato de que determinados bens ficam sob sua guarda e zelo. STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623).
185
Gestor do "sistema S" é considerado funcionário público?
NÃO. O Capítulo I do Título XI do Código Penal, que tipifica os crimes praticados por funcionários contra a administração em geral, não se aplica aos dirigentes do "Sistema S". RHC 163.470-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 21/06/2022, DJe 27/06/2022. Noticiado no informativo 742 do STJ.
186
O diretor de organização social pode ser considerado funcionário público?
O diretor de organização social pode ser considerado funcionário público por equiparação para fins penais (art. 327, § 1º do CP). As organizações sociais que celebram contratos de gestão com o Poder Público são consideradas “entidades paraestatais”. STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
187
Existe algum crime funcional hediondo ou equiparado?
NÃO. Para muitos autores isto é considerado um erro da Lei dos Crimes Hediondos.
188
O direito ao auxílio-alimentação se estende aos servidores inativos?
Não. Súmulas 680 STF e SV 55.
189
Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse?
Sim. Súmula 16 STF.
190
O Poder Judiciário pode aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia?
Não, pois o PJ não tem função legislativa. Súm 339 STF e SV 37
191
O reitor de universidade é livremente demissível pelo PR durante o prazo de sua investidura?
Não. Conforme Súm 47 STF.
192
O estágio probatório protege o funcionário da extinção do cargo?
Não. Conforme súmula 22 STF.
193
A autoridade administrativa pode aplicar a servidor a pena de demissão em razão da prática de improbidade administrativa, sem que tenha havido prévia condenação na esfera judicial?
Para o STJ, é **possível** a demissão de servidor por improbidade administrativa em processo administrativo disciplinar. A pena de demissão não é exclusividade do Poder Judiciário, sendo dever da Administração apurar e, eventualmente, punir os servidores que vierem a cometer ilícitos de natureza disciplinar. Além disso, vigora o princípio da independência das instâncias, conforme expressamente prevê o caput do art. 12 da Lei nº 8.429/90 (Lei de Improbidade Administrativa): Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: Súmula 651 STJ
194
O que é o agente público para os efeitos da Lei 8.429/92 que dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa?
Art. 2º da Lei nº 8.429/92: Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. Art. 327 do Código Penal: Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
195
Existe diferença entre Agente Público de Fato vs. Agente Público de Direito?
Sim, O APF é aquele que exerce a função pública com vínculo jurídico, formal, válido com o Estado. Há investidura regular nos cargos, empregos e funções públicas. Já o APD é aquele que exerce a função pública sem o vínculo jurídico, formal, válido com o Estado, mas buscando atender o interesse público. INEXISTE investidura prévia em cargo, emprego ou função pública. (Agente de fato putativo seria o servidor que se aposenta mas permanece exercendo a função pública e o agente de fato necessário que seria o particular que organiza o trânsito em situações excepcionais.)
196
Quem são os agente públicos de direito?
1. Agente Político 2. Particulares em colaboração com o Estado 3. Servidores Políticos
197
Quem são os agentes políticos?
São agente públicos que atuam no exercício da função política de Estado. Servidores Estatutários, que não possuem vínculo contratual com o Estado. Ex.: Secretários, Ministros de Estado, detentores de mandato eletivo.
198
Os agentes políticos se submetem a súmula vinculante 13?
Conforme entendimento tradicional do STF, os agentes políticos NÃO se submeteriam à SV 13, que trata do nepotismo. Assim, seria possível ao Governador, por exemplo, nomear seu irmão Secretário de Estado. No entanto, tem crescido no STF uma interpretação no sentido de que, embora os agentes políticos não se submetam à vedação ao nepotismo, é necessário analisar, se o agente nomeado possui a qualificação técnica necessária ao seu desempenho e se não há nada que desabone sua conduta.
199
Quais os exemplos de agentes políticos do tipo: particulares em colaboração com o poder público?
1. Designados (mesários, jurados) 2. Voluntários (voluntário em hospital) 3. Delegados (titulares de cartórios) 4. Credenciados (médico privado em convênio com o SUS)
200
Qual é a definição de cargo público?
É o local situado na organização interna da Adm direta e das entidades administrativas de direito público, provido por servidor público ESTATUTÁRIO, com denominação, direitos, deveres e sistemas de remuneração previstos em lei. (Rafael Carvalho.
201
O que é o emprego público?
É a indicação do vínculo contratual estabelecido entre os servidores celetistas e as entidades administrativas de direito privado, ressalvados os empregos públicos das pessoas públicas federais previstos na Lei 9.962/2000.
202
Como definimos a função pública?
É o conjunto de atribuições conferidas por lei aos agente públicos. O art. 37, V, da CF, refere-se às funções de confiança. As atribuições ou atividades são funções administrativas.
203
Qual a diferença entre Função de Confiança vs. Cargo em Comissão?
A função em confiança é uma função sem cargo, somente podendo ser exercida por quem já esteja investido em cargo efetivo. Já o cargo em comissão, é cargo comissionado, pode também ser exercido por servidores efetivos.
204
Os agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias podem ser contratados sob o regime celetista?
Sim, é exceção ao regime estatutário para os entes de direito público da Adm. Federal.
205
É possível que por escusa de consciência por motivos de crença religiosa, o candidato de concurso público realiza etapas em datas e horários distintos dos previstos no edital?
Sim. STF (RE 611874): Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivos de crença religiosa, **desde que presente a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarreta ônus desproporcional à administração pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. **
206
Como é possível observar a Teoria do Funcionário de Fato, também chamada de Teoria da Aparência no caso da anulação de concurso público?
STF: Se há anulação de concurso público para a contratação de empregados, além da remuneração pelos dias trabalhados, o agente faz jus ao saldo do FGTS. 💣 Teoria do funcionário de fato ou Teoria da aparência: os atos praticados pelo agente regularmente investido, por estar revestido de legalidade aparente, devem ser mantidos para evitar prejuízo a terceiros, embora NÃO permita a regularização do particular como servidor público, sendo mantida a nulidade da nomeação.
207
A exigência dos requisitos previstos em edital para nomeação em cargo público pode ser fastada por legislação posterior mais benéfica ao candidato?
NÃO. A exigência dos requisitos previstos em edital para nomeação em cargo público não pode ser afastada por legislação posterior mais benéfica ao candidato. STJ. 2ª Turma. AgInt no RMS 61658-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/05/2022 (Info 748).
208
Sobre concursos públicos, é correto afirmar que é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo fato de responder a inquérito ou ação penal, desde que tal previsão possua fundamento em lei ou decreto. C OU E
ERRADO. Não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal, salvo se essa restrição for instituída por lei e se mostrar constitucionalmente adequada. Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal. STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (repercussão geral – Tema 22)
209
Condenados em ação penal podem ser nomeados em concurso público?
De acordo com o entendimento do STF: Sim. Desde que não incompatível com a infração praticada. O início efetivo do exercício do cargo ficará condicionado ao regime da pena ou à decisão judicial do juízo de execuções. STF. RE 1282553, julgado em 04.10.2023 (Tema 1.190 - Repercussão Geral)
210
O que seria o provimento derivado do servidor público que foi readaptado?
A readaptação é o deslocamento do servidor de um cargo para outro com o intuito de compatibilizar o exercício da função pública e a limitação sofrida na capacidade física ou psíquica, verificada por perícia.
211
O que seria o provimento derivado do servidor público que é reintegrado?
É o retorno do servidor demitido quando comprovada a ilegalidade da sua demissão no âmbito de um processo judicial ou administrativo.
212
O que seria o provimento derivado da reversão do servidor público?
A reversão é o retorno do servidor público aposentado ao cargo, à ativa. São requisitos para a reversão no interesse da administração: solicitação do servidor estável quando na atividade; aposentadoria tenha sido voluntária e ocorrido nos últimos 5 anos (anteriores à solicitação); exista cargo vago. Além disso, não poderá reverter o servidor aposentado que já tiver completado 70 anos de idade.
213
Qual é a forma de provimento pela qual o servidor sai do seu cargo e ingressa em outro situado em classe mais elevada, dentro da mesma carreira?
Promoção na carreira.
214
Forma de provimento pela qual o servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado.
Recondução.
215
Forma de provimento mediante a qual o servidor estável passa a ocupar um cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental.
Readaptação.
216
Forma de provimento pela qual o servidor que havia sido colocado em disponibilidade retorna a um cargo de atribuições e vencimentos compatíveis ao anteriormente ocupado.
Aproveitamento.
217
Forma de provimento pela qual o servidor aposentado retorna à atividade.
Reversão.
218
Existe diferença entre a exoneração vs. demissão do servidor público?
São formas de desligamento do servidor público estatutário. A exoneração não configura uma penalidade, diferente da demissão que é uma penalidade que rompe o vínculo funcional do servidor que cometeu um ilícito grave.
219
A investidura no cargo público é ato administrativo complexo ou simples?
Ato administrativo complexo: NOMEAÇÃO + POSSE.
220
A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos da segurança pública previstos na Constituição deverá ser fixada na forma de **subsídio**?
CORRETO.
221
A previsão de que os Estados, DF e municípios instituam subtetos diferentes da União viola o princípio da isonomia?
A EC 41/2003 alterou o inciso XI do art. 37 e permitiu que os Estados, DF e Municípios instituíssem subtetos diferentes da União; essa previsão **não** viola o princípio da isonomia.
222
O Estado Beta editou lei estadual prevendo que a remuneração do grau máximo da carreira de Delegado de Polícia Civil estadual corresponderá a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) da remuneração dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, escalonados conforme as respectivas classes, sendo a diferença entre uma e outra de 5% (cinco por cento). A lei editada é inconstitucional ou constitucional?
Consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, a citada lei é **inconstitucional**, porque vincula ou referência espécies remuneratórias devidas a cargos e carreiras distintos, especialmente quando pretende a vinculação entre servidores de Poderes e níveis federativos diferentes
223
Com quantos anos o servidor público é aposentado compulsoriamente?
Com o advento da LC 152/2015, é de 75 anos.
224
A mesma autoridade que ofereceu denúncia criminal contra o suspeito não pode atuar como julgadora no processo administrativo que apura o mesmo fato. C OU E
ERRADO. A mesma autoridade que ofereceu denúncia criminal contra o suspeito pode atuar como julgadora no processo administrativo que apura o mesmo fato. O oferecimento de denúncia criminal por autoridade que, em razão de suas atribuições legais, seja obrigada a fazê-lo não a inabilita, só por isso, a desempenhar suas funções como autoridade julgadora no processo administrativo. STJ. 1ª Turma. RMS 54717-SP, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 09/08/2022 (Info 744).
225
O servidor que está respondendo PAD, pode ser exonerado a pedido?
Não, não pode ser exonerado a pedido e nem sem aposentado voluntariamente.
226
O que é a sindicância no âmbito administrativo?
É o Processo Administrativo Simplificado, suficiente e adequado para aplicar penalidades de advertência ou suspensão até 30 dias. Em geral, busca elementos que servirão de fundamentação para instaurar futuro PAD. (inquérito administrativo)
227
O que seria o inquérito administrativo?
a) Sinônimo de sindicância, ante a natureza inquisitorial desse procedimento preliminar; b) Refere-se ao procedimento disciplinar principal; c) Identificação da fase instrutória do processo disciplinar principal.
228
É possível utilizar a interceptação telefônica no PAD?
É possível utilizar, em processo administrativo disciplinar, na qualidade de “prova emprestada”, a interceptação telefônica produzida em ação penal, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal. (STJ. 1ª Seção. MS16.146-DF, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 22/5/2013 (não divulgado em Info). É possível a utilização, em processo administrativo disciplinar, de prova emprestada validamente produzida em processo criminal, independentemente do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Isso porque, em regra, o resultado da sentença proferida no processo criminal não repercute na instância administrativa, tendo em vista a independência existente entre as instâncias. STJ. 2ª Turma. RMS 33.628-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 2/4/2013 (Info 521).
229
Qual é o efeito da revelia no PAD?
Caso o réu não apresente defesa no prazo legal, o único efeito é a designação de defensor dativo.
230
Qual é o prazo de duração do PAD?
60 dias, prorrogáveis por mais 60, até a elaboração do relatório. Após, a autoridade terá mais 20 dias para proferir o julgado. Se passar esse prazo, ele volta a correr, inicialmente no bojo do processo, gerando a possibilidade de prescrição intercorrente.
231
Quais as impugnações administrativas no que concerne o PAD?
1. Pedido de reconsideração 2. Recurso 3. Revisão
232
Qual é o prazo legal para interpor o recurso e pedido de reconsideração no PAD?
Prazo legal de 30 dias.
233
A lei não proíbe a reformatio in pejus no PAD. C OU E
CORRETO.
234
Qual o prazo legal para interpor o pedido de revisão no PAD?
Não há previsão legal de prazo. Mas o prazo é de 05 anos em caso de demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade. Já nos outros casos é de 120 dias.
235
Se o servidor público é absolvido na esfera penal por ausência de provas, é inviável a aplicação de sansão administrativa. C OU E
ERRADO, nada impede a aplicação administrativa ao servidor.
236
Visto é o ato unilateral e vinculado pelo qual a administração pública reconhece a legalidade de um ato jurídico administrativo. C OU E
ERRADO. Visto: constitui ato vinculado expedido para controlar a legitimidade formal de outro ato de particular ou agente público
237
Admissão é o ato bilateral e vinculado pelo qual a administração pública reconhece ao particular que preencha os requisitos legais o direito à prestação de um serviço público?
ERRADO. Admissão: ato administrativo unilateral e vinculado que faculta, a todos que preencherem os requisitos legais, o ingresso em repartições governamentais ou defere certas condições subjetivas. Exemplo: admissão de usuário em biblioteca pública e de aluno em universidade estatal. A admissão também é o instrumento pelo qual se dá a investidura precária de alguém nos quadros estatais na qualidade de extranumerário;
238
Homologação é o ato pelo qual os órgãos consultivos da administração pública emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência?
ERRADO. Homologação: é o ato administrativo unilateral e vinculado de exame da legalidade e conveniência de outro ato de agente público ou de particular. A homologação é condição de exequibilidade do ato controlado;
239
Aprovação é um ato bilateral e vinculado pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do ato administrativo?
ERRADA. Aprovação: é o ato administrativo unilateral e discricionário que realiza a verificação prévia ou posterior da legalidade e do mérito de outro ato como condição para sua produção de efeitos;
240
Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a administração pública faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade?
CORRETO. Licença: constitui ato administrativo unilateral, declaratório e vinculado que libera, a todos que preencham os requisitos legais, o desempenho de atividades em princípio vedadas pela lei. Trata-se de manifestação do poder de polícia administrativo desbloqueando atividades cujo exercício depende de autorização da Administração. Exemplo: licença para construir;
241
Poder hierárquico é o que cabe à Administração pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa?
INCORRETA. Trata-se, em verdade, do poder disciplinar, segundo Hely Lopes Meirelles: "a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração".
242
O poder regulamentar é uma prerrogativa concedida pela Constituição Federal exclusivamente ao chefe do Poder Executivo Federal, não se estendendo aos Governadores e aos Prefeitos?
INCORRETA. Para a doutrina majoritária, o poder regulamentar é próprio do Chefe do Executivo em todas as esferas federativas.
243
A autoexecutoriedade, um dos atributos do poder de polícia, existe em toda e qualquer medida de polícia, possibilitando que a Administração pública, com seus próprios meios, execute as suas decisões, sem necessitar recorrer previamente ao Poder Judiciário?
Incorreta. A autoexecutoriedade, um dos atributos do poder de polícia, existe em toda e qualquer medida de polícia, possibilitando que a Administração pública, com seus próprios meios, execute as suas decisões, sem necessitar recorrer previamente ao Poder Judiciário.
244
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial?
Correto. De acordo com o entendimento firmado na jurisprudência da Supremo Tribunal Federal, ainda que referente à sanção de polícia, é constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial, senão vejamos: “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.” (RE 633782, Relator(a): LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 26/10/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-279 DIVULG 24-11-2020 PUBLIC 25-11-2020)
245
A multa, como sanção resultante do exercício do poder de polícia pela Administração pública, goza do atributo da autoexecutoriedade?
ERRADO. Em que pese a autoexecutoriedade dos atos administrativos, o referido atributo não é extensível à multa como sanção administrativa. Nesse sentido, para o STJ: " A doutrina é uníssona no sentido de que a cobrança de multa, quando não paga espontaneamente pelo particular, só poderá ser efetivada mediante ação judicial, sendo uma das hipóteses em que a Administração não poderá valer-se da auto-executoriedade".
246
Se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada?
Incorreta. Segundo o STF Info 993 /2020: **não** se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.
247
Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a omissão de pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços públicos enseja a incidência da responsabilidade civil objetiva?
Correto.
248
A Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), expressamente estabelece que constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente?
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
249
A Súmula Vinculante nº 13 do STF, que veda a prática do nepotismo, tem sido afastada pelo Tribunal com relação aos cargos públicos de natureza política, tais como Secretários de Estado. No entanto, mesmo nesses casos, será possível considerar a nomeação indevida nas hipóteses de inequívoca falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por inidoneidade moral do nomeado?
Em relação à Súmula Vinculante nº 13, que trata da vedação ao nepotismo no âmbito da Administração Pública, o STF vem se posicionando no sentido de que o referido enunciado jurisprudencial não se aplica a cargos de natureza política. Há precedentes, inclusive, de que tais cargos não seriam cargos em comissão propriamente (na acepção do art. 37 da CRFB). Tal entendimento da Suprema Corte abrangeria os cargos de ministros de Estado e de secretários de Estado ou de Municípios, desde que a nomeação não tenha elementos fraudulentos.
250
O processo e o julgamento de prefeito municipal por crime de responsabilidade (Decreto-lei 201/67) impede sua responsabilização por atos de improbidade administrativa, em virtude da autonomia das instâncias?
ERRADO. Não há esse impedimento visto que os Agentes Políticos, exceto o Presidente da República, encontram-se sujeitos a um duplo regime sancionatório, submetendo-se tanto à responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa (Lei nº 8.429, de 1992) quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade (Lei nº 1.079, de 1950).
251
Segundo o STF e o STJ, diante do caráter contributivo do regime próprio de previdência dos servidores públicos, é inconstitucional a penalidade de cassação de aposentadoria?
INCORRETA Não há inconstitucionalidade na previsão da penalidade de cassação de aposentadoria de servidores públicos, disposta nos arts. 127, IV, e 134 da Lei nº 8.112/90.
252
Ofende a Constituição Federal norma estadual pela qual se impõe demissão por ineficiência no serviço público, apurada em processo administrativo disciplinar, assegurada a ampla defesa?
Não há a ofensa indicada pela alternativa. Art. 41. CF/88. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
253
Findo o estágio probatório de 3 (três) anos de efetivo exercício, a estabilidade do servidor no serviço público se dará de forma automática, dispensada avaliação especial de desempenho?
Errada. § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
254
Segundo a jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal, é dever do Estado mover a ação de regresso contra o agente público causador direto do dano, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa?
CORRETA.
255
O contrato de concessão de serviço público poderá prever o emprego de mecanismos privados para a resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa?
CORRETA.
256
Em quais casos a licitação é inexigível?
257
Quando a licitação é considerada inexigível segundo a Lei 14.133/2021?
Quando não há possibilidade de competição, conforme Art. 74, caput, da Lei 14.133/2021.
258
Qual o fundamento para a inexigibilidade de licitação em casos de fornecedor exclusivo?
Quando o objeto só pode ser fornecido por um único fornecedor, conforme Art. 74, I, da Lei 14.133/2021.
259
Quais serviços técnicos especializados podem justificar a inexigibilidade de licitação?
Estudos técnicos, planejamentos, projetos, pareceres, perícias, consultorias, fiscalização, treinamento, aperfeiçoamento de pessoal e restauração de obras de arte, conforme Art. 74, II, da Lei 14.133/2021.
260
A contratação de artistas consagrados é um caso de inexigibilidade?
Sim, para artistas consagrados pela crítica especializada ou pela opinião pública, conforme Art. 74, III, da Lei 14.133/2021.
261
Quando a licitação pode ser dispensada para obras e serviços de engenharia e outros serviços e compras, segundo a Lei 14.133/2021?
Sim, para obras e serviços de engenharia até R$ 100.000,00 e outros serviços e compras até R$ 50.000,00, conforme Art. 75, I e II, da Lei 14.133/2021.
262
A licitação pode ser dispensada em situações de emergência ou calamidade pública?
Sim, em casos de emergência ou calamidade pública que possam comprometer segurança de pessoas, obras e bens, conforme Art. 75, VIII, da Lei 14.133/2021.
263
Em quais casos a aquisição ou locação de imóvel pode ser feita com dispensa de licitação?
Quando a escolha do imóvel é determinada por localização, condição de instalação ou outra característica singular, conforme Art. 75, X, da Lei 14.133/2021.
264
Quando é possível contratar o remanescente de obra, serviço ou fornecimento sem nova licitação?
Quando houver rescisão contratual e a contratação for nas mesmas condições do contrato anterior, conforme Art. 75, XI, da Lei 14.133/2021.
265
A contratação de instituição brasileira para pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional pode ocorrer sem licitação?
Sim, quando é uma instituição brasileira com finalidade estatutária de pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, conforme Art. 75, XIII, da Lei 14.133/2021.
266
A compra de gêneros perecíveis no âmbito de programas de alimentação pode dispensar licitação?
Sim, no âmbito de programas de alimentação, conforme Art. 75, XIV, da Lei 14.133/2021.
267
A quem compete legislar sobre licitação?
É **PRIVATIVA DA UNIÃO** a competência para legislar sobre normas gerais de licitações e contratos (art. 22, XXVII, CF). Ressalte-se que, em determinadas situações, a União expede normas específicas que se aplicarão somente no âmbito dos procedimentos licitatórios deste ente, não atingindo os Estados, Municípios e DF. Em todos os casos, se o ente federado não houver expedido qualquer norma específica em seu âmbito, a legislação federal lhe será aplicável integralmente.
268
Como podemos definir o princípio da vinculação ao edital?
É um dos princípios que regem a Lei de Licitações e se refere ao edital como a lei da licitação na prática. Todos ficam vinculados ao edital, seja a Administração Publica, sejam os licitantes. *O descumprimento do instrumento convocatório deve ser observado com certa mitigação do formalismo, de modo a possibilitar que sejam superados eventuais vícios formais que não causem prejuízo ao interesse coletivo ou aos demais licitantes. (FORMALISMO MODERADO).
269
O que é o princípio da segregação de funções, previsto na Lei de Licitações?
É que deve haver a descentralização do procedimento licitatório com a devida condução por diversos agentes distribuídos em vários campos do processo, com competências predefinidas, e não apenas por uma única autoridade.
270
No que diz respeito ao tema licitações e inovações trazidas pela Lei n.º 14.133/2021, a previsão da alocação de riscos tornou-se obrigatória no instrumento convocatório e no contrato. C OU E
ERRADO. Obrigatório apenas nos casos de obras e serviços de grande VULTO, contratos com regime de contratação integrada e semi-integrada.
271
O que é a função regulatória da licitação?
O procedimento licitatório objetiva selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, que não se funda exclusivamente em critérios econômicos, mas também em outros fatores, como o desenvolvimento nacional sustentável, promoção do meio ambiente (licitações verdes ou sustentáveis), inclusão de portadores de deficiência no mercado de trabalho, fomento à contratação de ME e EPP. Logo, pela teoria, a licitação NÃO se presta apenas para contratação, mas atende a outras finalidades públicas.
272
O que seriam as licitações verdes?
Também chamados de contratos públicos ecológicos, é a tendência consagrada no direito comunitário europeu que exige a utilização da contratação pública para implemento das políticas públicas ambientais. Maria di Pietro, traz o **princípio da licitação sustentável*, que se respalda na ideia de que deve-se incentivas a proteção do meio ambiente.
273
Qual é a diferença entre contratação de OBRA vs. SERVIÇO?
A contratação de obra prepondera o resultado, é a criação ou modificação de bem corpóreo (obrigação de resultado) e em geral, o custo do material é superior ao da mão de obra. Já na contratação de serviço, predomina a atividade humana, que produz utilidades para a ADM PÚB.. A mão de obra é superior ao custo do material.
274
O que é a QUARTEIRIZAÇÃO?
Seria a terceirização da atividade de gerenciamento à empresa que fiscaliza os demais contratos de terceirização no âmbito da administração. Há quem defenda ser o estágio seguinte à terceirização, consistindo na contratação pela Administração de um terceiro privado, especializado em gerenciar pessoas físicas ou jurídicas, os “quarteirizados”, que o terceiro contratará para a execução de determinados serviços ou o fornecimento de certos bens necessários ao serviço público. Encontra previsão no art. 6º, XVIII, d, da Lei 14.133/21.
275
Como a Lei 14.133/21 define COMPRA?
Aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente, considerada imediata aquela com prazo de entrega em até 30 dias da data prevista para apresentação da proposta.
276
A concessão de serviço público é delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. C OU E
CORRETO.
277
Os prazos de intervalo mínimo entre a publicação do instrumento convocatório e a data de abertura dos envelopes de documentação e de propostas não pode ser alterado em nenhuma hipótese. C OU E
ERRADO pois nas licitações realizadas pelo Ministério da Saúde, no âmbito do SUS, podem reduzir até a metade o prazo de intervalo mínimo, mediante decisão fundamentada.
278
Qual é a pena para quem adimite, possibilita, ou dá causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em lei?
art. 337-E do CP: Pena - reclusão, de 4 a 8 anos, e multa.
279
Quando é cabível a utilização da modalidade de CONCORRÊNCIA?
Na contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia.
280
É facultativo a utilização do PREGÃO para a contratação de bens e serviços comuns?
Com a Lei 14.133/21, passou a ser OBRIGATÓRIO para a contratação de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles que possuam padrões de desempenho e qualidade aptos a serem objetivamente definidos no edital por meio de especificações usuais no mercado.
281
A complexidade técnica ou a natureza intelectual do bem ou serviço impedem a aplicação do pregão?
Não. ATENÇÃO! O STJ definiu que a complexidade técnica ou a natureza intelectual do bem ou serviço, por si só, NÃO impedem a aplicação do pregão. Segundo o Enunciado da I Jornada de Direito Administrativo CJF/STJ, a Lei 10.520/02 define o bem ou serviço comum com base em critérios eminentemente mercadológicos, de modo que a complexidade técnica ou a natureza intelectual do bem ou serviço não impedem a aplicação do pregão se o mercado possui definições usualmente praticadas em relação ao objeto da licitação.
282
Em regra o pregão deve ser realizado por meio eletrônico?
Com a Lei 14.133/21, a regra para todos os procedimentos de contratação passou a ser a contratação eletrônica 🡪 princípio da virtualização dos atos da licitação. Por esse princípio os atos físicos devem ser evitados e, mesmo que praticados, devem ser digitalizados posteriormente. Nesse sentido, também foi criado o PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS – PNCP, que tem a missão de divulgar todas as licitações dos órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do DF e dos Municípios.
283
O que seria o Diálogo Competitivo, nova modalidade de licitação trazida pela lei 14.133/21?
É a modalidade de licitação que deve ser utilizada para contratações cujo objeto é complexo a ponto da ADM.PUB. necessitar da colaboração do mercado para desenvolver alternativas capazes de atender à necessidade pública.
284
A LEI exige a real disponibilidade financeira antes do início da licitação?
Não. “A Lei no 8.666⁄93 exige para a realização da licitação a existência de ‘previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma’, ou seja, a lei não exige a disponibilidade financeira (fato da administração ter o recurso disponível ou liberado), mas, tão somente, que haja previsão destes recursos na lei orçamentária.” (Resp 1.141.021/SP). Tal posicionamento jurisprudencial deve se manter, conforme se interpreta do art. 18 da Lei 14.133/21.
285
A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5 (cinco) anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos contínuos, observadas as diretrizes da Nova Lei de Licitações e Contratos. C OU E
CORRETO. Em regra os contratos serão de até 5 anos, salvo nos casos de: - projetos contemplados no plano de negócios e investimentos; - prática rotineira de mercado em que a imposição desse prazo inviabilize ou onere excessivamente o negócio.
286
É vedada a inexigibilidade de licitação para serviços de divulgação e publicidade?
Sim. Vide art. 74 da Lei 14.133/21, inciso III: (...)vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação:(...)
287
Quando é inexigível a licitação?
Em casos de fornecedor exclusivo, artistas consagrados, serviços técnicos intelectuais com empresas de notória especialização, objetos que dever ser contratados por credenciamento, compra ou locação de imóvel específico.
288
O que é o CREDENCIAMENTO?
Era uma hipótese de licitação, conforme o art. 25 da Lei 8.666/93, que permitia a seleção de interessados para posterior contratação. É uma situação em que a AP firma negócio com todos os interessados, desde preencham as exigências públicas. (ex.: O TCU admite o credenciamente para instituições médico-hospitalares e o usuário escolhe qual médico ou hospital será contratado. A Lei 14.133/21 trouxe o Credenciamento como auxiliar das licitações. Sendo uma importante ferramenta para contratações por inexigibilidade nos seguintes casos: ● Necessidade de contratação simultânea, paralela e não excludente, de mais de um dos agentes do mercado; ● Casos em que o contratante é o Poder Público, mas o usuário do serviço é um terceiro a quem cabe a seleção do prestador; ● Situações de mercados fluidos, nos quais a variação dos preços praticados é frequente a ponto de inviabilizar a realização de licitação.
289
Em quais casos o credenciamento é uma importante ferramenta para contratações por inexigibilidade de licitação?
● Necessidade de contratação simultânea, paralela e não excludente, de mais de um dos agentes do mercado; ● Casos em que o contratante é o Poder Público, mas o usuário do serviço é um terceiro a quem cabe a seleção do prestador; ● Situações de mercados fluidos, nos quais a variação dos preços praticados é frequente a ponto de inviabilizar a realização de licitação.
290
É possível a contratação emergencial mesmo na hipótese de EMERGÊNCIA FABRICADA OU PROVOCADA?
A contratação emergencial é possível mesmo na hipótese de EMERGÊNCIA FABRICADA OU PROVOCADA (situação de emergência atribuída ao ente público), sob pena de não se atender ao interesse da coletividade. Nesse caso, a Administração, após a contratação, deverá apurar a responsabilidade do agente. Logo, a contratação emergencial é admitida, mas o agente deverá ser responsabilizado.
291
Qual é a diferença entre licitação deserta vs. licitação fracassada?
A licitação deserta é quando não há interessados. (caso de dispensa). Já a licitação fracassada é quando existem interessados mas todos são considerados inabilitados. (pode haver prazo de concessão para novas propostas ou realização de de nova licitação.
292
Suponha que determinado órgão público pretenda realizar a contratação de serviço de manutenção de veículos automotores, no valor de R$ 90.000, e a aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde. Nessa situação, de acordo com a Lei n.º 14.133/2021, são dispensáveis as licitações em ambos os casos?
CORRETO. Situação I: “Contratação de serviço de manutenção de veículos automotores, no valor de R$ 90.000.” Essa situação configura hipótese de dispensa de licitação, pois o valor é inferior ao limite de R$ 100.000 estabelecido para serviços de manutenção de veículos, conforme o artigo 75. Situação II: “Aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde.” Essa também é uma hipótese de dispensa de licitação, conforme o artigo 75, inciso IV, alínea “m”, que prevê a dispensa para a aquisição desses medicamentos.
293
É necessário que agente que comete crime em licitação aja com o especial fim de causar dano ao erário ou gerar enriquecimento ilícito?
Sim. STF: O delito em questão exige, além do dolo genérico – representado pela vontade consciente de dispensa ou inexigir licitação com o descumprimento das formalidades – a configuração de especial fim de agir, que consiste no dolo específico de causar dano ao erário ou de gerar o enriquecimento ilícito dos agentes envolvidos na empreitada criminosa (Inq 3962/DF 20/02/2018).
294
O crime de fraude a licitação se configura quando há comprovação de prejuízo ou obtenção de vantagem. C OU E
ERRADO. Súmula 645, STJ: O crime de fraude à licitação é formal e sua consumação prescinde da comprovação do prejuízo ou da obtenção de vantagem.
295
Dê exemplos de contratos administrativos?
Concessão de serviço público, a parceria público-privada (PPP), o contrato de gestão, o termo de parceria, entre outros.
296
O que seria a verticalidade nos contratos administrativos?
É uma característica, tendo em vista a atuação do Poder Público com supremacia em face do interesse do particular contratado.
297
A quem compete legislar sobre normas gerais das licitações?
Compete privativamente à União, sobre as normas gerais.
298
O que é o a MUTABILIDADE?
Princípio que vigora nos contratos administrativos, diferentemente dos contratos particulares. No Direito Administrativo, a legislação autoriza que a AP promova modificação unilateral das cláusulas do contrato.
299
A publicação é condição indispensával de eficácia do contrato administrativo e seus aditamentos?
Sim, devendo ser publicados no Portal Nacional de Contratações Pública (PNCP), no prazo de 20 dias úteis se for licitação e no prazo de 10 dias úteis se for contratação direta.
300
O que ocorre quando um contrato não é publicado pela AP?
O contrato é válido e perfeito, mas não é eficaz.
301
Quais são as formas de prestar garantia do contrato administrativo?
O contratado pode prestar garantia como: - Caução em dinheiro - Caução em títulos da dívida pública - Seguro garantia - Fiança bancária - Título de capitalização
302
A alteração unilateral do contrato administrativo só pode ser quantitativa. C OU E
ERRADO. A alteração unilateral pode ser QUALITATIVA e QUANTITATIVA.
303
Quais são os requisitos para a alteração unilateral do contrato administrativo?
- motivação - alteração por fato superveniente - impossibilidade de descaracterização do objeto - preservar o equilíbrio financeiro - respeito aos percentuais previstos de alteração * apenas as cláusulas regulamentares podem ser alteradas unilateralmente, não as econômicas.
304
Como é o nome da rescisão unilateral do contrato administrativo em face do inadimplemento do particular?
Caducidade.
305
Como é o nome da rescisão unilateral do contrato administrativo por interesse público devidamente justificado?
Encampação.
306
Quais são requisitos cumulativos para que se proceda a reabilitação do licitante ou contratado perante a autoridade que lhe aplicou a penalidade?
1. reparação integral do dano 2. pagamento da multa 3. transcurso do prazo mínimo de 1 ano da penalidade de impedimento de contratar ou prazo de 3 anos da declaração de inidoneidade 4. cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo 5. análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo aos cumprimentos acima
307
O que ocorre quando há sanção decorrente de infrações de apresentação de declaração ou documentação falsa durante licitação?
A Lei Anticorrupção, exigirá a implantação ou aperfeiçoamento de programa de integridade pelo responsável no momento de reabilitação.
308
O que é o impedimento indireto?
É a intenção de evitar que o particular se utilize da PJ de uma empresa como escudo, com o intuito de burlar as proibições de contratação. Quando existem alguns indício como: mesmo ramo, mesmos sócios, mesmo acervo técnico e humano.
309
Do que decorre a Teoria da Imprevisão? Quais suas hipóteses?
Da cláusula REBUS SIC STANTIBUS, quando há desequilíbrio contratual e a AP precisa proceder à revisão dos preços e prazos contratados, para que o ajuste seja cumprido. Hipóteses: 1. Caso fortuito e força maior 2. Interferências imprevistas 3. Fato da Administração 4. Fato do Príncipe
310
De que se trata o Fato da Administração, hipótese da teoria da imprevisão?
É o desequilíbrio contratual causado por uma atuação específica da administração que incide sobre o contrato e impede sua execução, **no bojo da relação contratual** (interferência direta no contrato). Ex.: a não entrega do local da obra pela Administração.
311
O que é o Fato do Príncipe?
É o desequilíbrio contratual causado indiretamente pela própria Administração. Ou seja, o Estado atinge indiretamente a relação contratual. Ex.: Criação de tributos ou encargos pelo Poder Público que incidem no contrato. Importante que o ente que atingiu indiretamente seja da mesma esfera que compõe a parte do contrato.
312
O aumento do piso salarial da categoria constitui um fato imprevisível a autorizar a revisão do contrato administrativo?
Não. STJ
313
É possível a subcontratação parcial do objeto do contrato administrativo?
Sim, desde que cumpridos requisitos legais, haja previsão no edital e no contrato celebrado, sendo vedada a subcontratação integral do objeto. Havendo desrespeito às regras legais será considerado inadimplemento contratual.
314
Quais são as exigências do Tribunal de Contas da União para que haja a prorrogação contratual de contratos administrativos?
1. previsão no edital e contrato 2. objeto e escopo inalterados 3. interesse da ADM e Contratado expressos 4. Vantagem da prorrogação devidamente motivada nos autos do processo administrativo 5. manutenção das condições de habilitação do contratado 6. preço compatível com o mercado fornecedor do objeto contratado.
315
Existe diferença entre a Prorrogação Contratual vs. Renovação Contratual?
Sim, a Prorrogação é o aumento da vigência além prazo inicialmente contratado. Tendo em vista que o contrato deve estar em vigência para ser prorrogado, podemos concluir que não se pode estender um contrato findo. Já a renovação é celebrar um novo contrato entre as partes, com o mesmo objeto, podendo ou não haver alterações nas cláusulas contratuais. A renovação só pode ocorrer com nova licitação (salvo inexigibilidade ou dispensa).
316
É possível modular os efeitos da anulação de contrato administrativo decorrente de vício de ilegalidade?
A partir da Lei 14.133/21, tornou-se possível à Administração Pública optar por relevar a nulidade, ainda que insanável, e continuar com o contrato se isto for melhor ao interesse público, solucionando a irregularidade com perdas e danos (art. 147, p.ú, da Lei 14.133) (aplicação do consequencialismo jurídico – art. 20 da LINDB). É possível também modular os efeitos da declaração de nulidade, de modo que eles sejam somente prospectivos ou a partir de certo momento futuro, suficiente para efetuar nova contratação, por prazo de até 6 meses, prorrogável uma única vez (art. 148, §2º, da Lei 14.133).
317
O que é o Contrato de Gestão?
é qualquer acordo operacional firmado entre a Administração e organizações sociais ou agências executivas, para fixar metas de desempenho, permitindo melhor controle de resultados. Aplicável para as agências executivas (L9.649/98) e para as OS (L9.637/98)
318
O TCU pode sustar contratos administrativos?
1º Entendimento: O TCU NÃO pode sustar contratos administrativos, prerrogativa reconhecida constitucionalmente ao Congresso Nacional, mas apenas rejeitar as contas por irregularidade daquelas despesas contratuais. Luís Roberto Barroso, Marcos Jurena. ● 2º Entendimento: O TCU PODE sustar os contratos. Rafael Oliveira, ao fundamento de que tratar-seia da importância reconhecida ao TCU pela própria CRFB, e na ausência de subordinação ao Poder Legislativo. Para tanto, a sustação deveria observar o seguinte rito: o Verificada a irregularidade em determinado contrato, o Tribunal de Contas assinará prazo para que o responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei; o Caso permaneça a irregularidade, o Tribunal comunicará o fato a Casa Legislativa respectiva para sustação do contrato, solicitando imediatamente a adoção das medidas cabíveis ao Poder Executivo; o Se a Casa Legislativa ou o Poder Executivo, no prazo de 90 (noventa) dias não efetivar as medidas solicitadas, o TCU sustará os contratos.
319
É possível utilizar meios alternativos, como conciliação, arbitragem, mediação na resolução de controvérsias em sede de contratos administrativos?
Sim, a Lei 14.133/21 trouxe essa possibilidade. Serão aplicados às controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações.
320
O que são os convênio na AP?
São ajustes firmados entre a AP e entidades que possuam vontades convergentes, mediante celebração de acordo para melhor execução de atividades de interesse comum dos conveniados. Firmados pela AP para MÚTUA COOPERAÇÃO e com AUSÊNCIA DE CONTRAPOSIÇÃO DE INTERESSES. **ACORDOS ADMINISTRATIVOS MULTILATERAIS**
321
O consórcio público é um contrato administrativo?
Não, pois existem vontades divergentes das partes contratantes no contrato administrativo. Já no consórcio público há uma gestão associada dos entes federados que se unem para prestação de serviços de interesse comum.
322
Qual a natureza jurídica da Associação Pública?
Associação Pública - Consórcio Público de Direito Público Possui natureza jurídica de autarquia interfederativa.
323
Qual é a natureza jurídica do Consórcio Público de Direito Privado?
Fundação estatal de direito privado interfederativo.
324
Quando certo Estado da Federação pretende realizar um consórcio público com 4 municípios, para promover o saneamento básico no local, precisa que ratifiquem por lei a questão?
O procedimento para a formalização do consórcio público em questão depende da ratificação por lei dos entes federativos envolvidos e poderá resultar na criação de uma pessoa jurídica de direito público ou de direito privado.
325
O que é a ADJUDICAÇÃO no âmbito das licitações e contratos administrativos?
É o ato vinculado da AP que atribui o objeto da licitação ao vencedor, assegurando o direto de celebrar o contrato administrativo.
326
O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. C OU E
Correto, art. 216 da CF
327
Compete à União, aos Estados e ao DF legislar de forma concorrente sobre desapropriação, estando a competência da União limitada ao estabelecimento de normas gerais. C OU E
ERRADO. É privativa a competência da UNIÃO, para legislar sobre a desapropriação.
328
Na desapropriação para fins de reforma agrária, a indenização deverá ser, em regra, prévia e justa, não sendo paga em dinheiro, mas sim em títulos da dívida agrária. C OU E
CORRETO. Em regra não é paga em dinheiro, e sim em títulos da dívida agrária.
329
Em recente decisão, o STF afirmou que é inconstitucional a previsão de parâmetros mínimo (0,5%) e máximo (5%) para a concessão de honorários advocatícios, nas ações de desapropriação. C OU E
ERRADO. O STF entendeu ser CONSTITUCIONAL.
330