Diversidade Sexual e Reprodução em Peixes Flashcards
artigo (8 cards)
Resumo
O documento explora a notável diversidade de sistemas de determinação sexual, comportamentos sexuais e estratégias reprodutivas observadas em peixes teleósteos, o maior grupo de vertebrados. Argumenta que esta diversidade oferece uma oportunidade única para estudar os mecanismos fisiológicos, sensoriais, neuronais e genómicos subjacentes à reprodução em vertebrados. O artigo aborda questões fundamentais sobre os mecanismos de determinação sexual, a influência de sinais sensoriais e sistemas de acasalamento na função reprodutiva, a perspetiva que táticas reprodutivas alternativas e a mudança de sexo em peixes dão sobre o cérebro sexual dos vertebrados, e o papel da informação genómica e alterações epigenéticas nas áreas cerebrais que controlam a reprodução.
Diversidade Reprodutiva em Peixes
Os peixes teleósteos exibem uma variedade sem precedentes de opções reprodutivas entre os vertebrados. Isto inclui diferentes formas de nascimento (ovíparos, vivíparos), cuidado parental (brooding oral, broods em cavidades corporais), sistemas de acasalamento (monogamia, poligamia), e fenómenos como partenogénese, machos grávidos e mudança de sexo.
Diversidade de Mecanismos de Determinação Sexual
Estes incluem determinação sexual cromossómica variada, genes autosómicos e determinação influenciada por sinais ambientais ou sociais.
Regulação Social e Ambiental da Reprodução
Em muitas espécies de peixes, após a determinação do sexo, a capacidade reprodutiva pode ser regulada por sinais sociais. A via final comum de saída para esta regulação envolve a sinalização da hormona libertadora de gonadotropina (GnRH1) no hipotálamo, que integra uma variedade de sinais de entrada.
Papel dos Sistemas Sensoriais na Regulação Reprodutiva
Visão: Em espécies como o ciclídio Astatotilapia burtoni, pistas visuais são importantes para a escolha da parceira pelas fêmeas e para a avaliação de dominância entre machos.
Olfação: A quimiossensação, incluindo olfação e gustação, é crucial para a deteção de estímulos químicos. Feromonas pré-ovulatórias detetadas pelo sistema olfatório podem estimular a produção de hormonas testiculares e comportamentos de corte.
Mecanossensação: O sistema da linha lateral deteta movimentos da água, sendo importante para a navegação e potencialmente para comportamentos reprodutivos, como mostrado na sincronização da libertação de gâmetas em salmão.
Eletroreceção: Peixes elétricos usam campos elétricos para eletrolocalização e comunicação sofisticada entre indivíduos.
Audição: Algumas espécies de peixes teleósteos geram sinais acústicos para comunicação vocal, associados a agressão, preparação do ninho e cortejo.
Táticas Reprodutivas Alternativas e Reversão de Papéis Sexuais
Estratégias reprodutivas primárias e táticas alternativas, especialmente onde há competição por territórios de acasalamento. Machos mais pequenos ou menos competitivos podem usar táticas como ser “satélite” ou “sneaker” para alcançar a fertilização.
A reversão de papéis sexuais ocorre quando as fêmeas competem mais intensamente por parceiros do que os machos, como observado em pipefishes e cavalos-marinhos (Syngnathidae), onde os machos incubam os ovos.
Hermafroditismo Sequencial e Mudança de Sexo
Algumas espécies de peixes são hermafroditas sequenciais, mudando de sexo numa determinada fase da vida ou status social. Esta mudança pode ser controlada geneticamente ou desencadeada por eventos externos, como a perda de um macho dominante. Muitas vezes, a mudança de sexo depende de pistas sociais.
Regulação Genómica e Epigenética
Os peixes teleósteos tiveram uma evolução genómica muito rápida, incluindo duplicações genómicas. Isto aumenta a flexibilidade evolutiva para sistemas de determinação sexual e outras vias sexualmente dimórficas. Além disso, mecanismos epigenéticos como a metilação do DNA e as microRNAs (miRNAs) podem desempenhar um papel crucial na regulação da expressão génica relacionada com o sexo e o comportamento reprodutivo.