Doença de Graves Flashcards
(113 cards)
Qual a etiologia mais comum de hipertireoidismo?
Doença de Graves
Dados epidemiológicos da Doença de Graves:
5 a 10x mais em mulheres
Pico entre 30 a 60 anos
Mais comum na raça branca
Maior causa de hipertireoidismo
Quais outros distúrbios autoimunes associados à Doença de Graves?
Endócrinos:
DM1, Doença de Addison, ooforite autoimune, deficiência isolada de ACTH
Não endócrinos:
miastenia gravis, lúpus, artrite reumatóide, Sjogren, anemia perniciosa, vitiligo, etc)
Qual a etiopatogênese da Doença de Graves?
Distúrbio autoimune cujo principal antígeno é o TSH(R).
Os linfócitos B produzem anticorpo anti TSH(R) = TRAb que se ligam aos TSH(R) e ativam as vias intracelulares.
Provocando aumento da vascularização, tamanho, produção e liberação de T3 e T4
O feedback negativo atua no TSH hipofisário, o deixando suprimido, mas não age no TRAb.
Quais variedades do TRAb existem?
Estimulador do TSH(R) = TRAb, econtrado na maioria dos pacientes com Doença de Graves
Antagonistas do TSH(R) = TRAb bloqueadores, encontrado em alguns casos de Doença de Graves e em 15% em Tireoidite de Hashimoto, particularmente na variedade atrófica (sem bócio)
O que significa o espectro da doença tireoidiana autoimune?
São pacientes que produzem anticorpos contra a tireoide, dentre eles:
TRAb, TRAb bloqueadores, anti TPO, anti Tireoglobulina
Estes pacientes podem cursar com hipertireoidismo ou hipo, dependendo do perfil de anticorpos produzidos
Pacientes com Doença de Graves sempre cursam com hipertireoidismo?
Não
Muitos se tornam hipotireoideos depois de longo curso da doença por destruição da glândula
Alguns são hiper/eu/hipotireoideos dependendo da relação entre TRAb / TRAb bloqueadores, podendo gerar estímulo ou antagonismo do TSH(R)
Como ocorre a autoimunidade na Doença de Graves?
Os eventos ainda não foram plenamente elucidados
Defeitos antígeno-específico na função do linfócito T supressor tornando viável a existência de linfócitos CD4 estimuladores de linfócitos B antitireoidianos tem sido proposto.
Outra proposta consiste na infecção viral tireoidiana com expressão de HLA mutantes MHC classe II que apresentariam fragmentos do TSH(R) iniciando a autoimunidade.
Quais os fatores genéticos envolvidos na Doença de Graves?
Nítida predisposição familiar, especialmente materna.
Os fatores genéticos contribuem com 80% da doença.
Herança autossômica dominante ligada ao antígeno do linfócito T CD8 tipo 4 - CTLA 4
HLA-DR3 / HLA-DQA1
Genes da tirosina fosfatase linfóide, sinalizador do receptor CD40 - PTPN22
Quais fatores ambientais e endógenos estão envolvidos na etiologia da Doença de Graves?
Danos à tireoide por radiação ou injeção de etanol para cura de nódulos provocando a liberação de antígenos.
Terapia com interferons, lítio, amiodarona e TARV
Situações de grande estresse:
divórcio, aflição, perda de emprego, perda de peso súbita, etc.
Quais as 3 principais manifestações da Doença de Graves?
Hipertireoidismo com bócio difuso
Oftalmopatia infiltrativa
Dermopatia - mixedema pré-tibial
Quais os sintomas mais frequentes na Doença de Graves?
Nervosismo - 99% | sudorese excessiva - 91%
Intolerância ao calor - 89% | palpitação - 89% | fadiga - 88%
Perda de peso - 85% | dispneia - 75% | fraqueza - 70%
hiperfagia - 65% | Queixas oculares - 54% | Edema MMII 35%
Hiperdefecação - 33% | Diarréia - 23% | dist. menstruais 20%
Anorexia 9% | constipação 4% | ganho ponderal 2%
Quais os sinais clínicos mais frequentes na Doença de Graves?
Taquicardia - 100% | Bócio - 97% | tremor em mãos - 97%
Pele quente e úmida - 90% | Sopro tireoidiano - 77%
Alterações oculares - 71% | FA - 10%
Esplenomegalia - 10% | ginecomastia - 10%
eritema palmar - 8%
O que caracteriza o hipertireoidismo apático?
Apresentação clínica atípica de hipertireoidismo, geralmente em idosos, em que não há os sintomas de hiperatividade adrenérgica.
Sem agitação, nervosismo, etc.
Geralmente = astenia, fraqueza, prostração e depressão
Predominam manifestações cardíacas = FA, IC, taquicardia, etc.
Quanto mais idoso, mais atípico.
Como se caracteriza o bócio na Doença de Graves?
Caracteristicamente difuso em 97% dos casos
Pode ser assimétrico ou lobular, com volume variável.
pode ocorrer frêmito e sopro sob a glândula
Como é a fisiopatologia da oftalmopatia associada à doeça autoimune tireoidiana?
Pode ser exacerbada tanto pelo hipo quanto pelo hipertireoidismo.
Os anticorpos reagem nos tecidos intra-orbitários (muscular, conjuntivo e adiposo), provocando autoagressão, edema, inflamação, elevação da pressão intra-orbitária e fibrose.
Pode preceder o hipertireoidismo (20%), ser concomitante (40%) ou sucedê-lo (40%)
Quais alterações podem ocorrer na oftalmopatia de Graves?
Proptose / exoftalmia = aumento da pressão intra-orbitária
Edema periorbital e da conjuntiva (quemose), hiperemia conjuntival = decorrente da redução da drenagem venosa
Retração palpebral, olhar fixo e assustado, sinal do lid-lag
comprometimento da musculatura extraocular
Distúrbios visuais por compressão do nervo óptico
O que representa o sinal de lid-lag?
Retardo da descida da pálpebra superior quando o globo ocular é movido para baixo.
A exoftalmia na DG geralmente é uni ou bilateral?
Bilateral
Pode ser unilateral em alguns casos, precisando realizar Dx diferencial com MAVs ou tumor retrobulbar.
Solicitar TC / RM
Qual a melhor maneira de se certificar da existência de proptose / exoftalmia?
Usando o exoftalmômetro de Hertel
proptose leve = aumento de 3 a 4mm
Média = 5 a 7mm
Grave = > 7mm
Quais são os achados mais frequentes na oftalmopatia de Graves?
Retracão palpebral
olhar fixo e assustado
sinal do lid-lag
Quais achados são mais característicos e praticamente confirmam a oftalmopatia de Graves?
edema periorbital e exoftalmia bilateral
Quais os achados clínicos clássicos da oftalmopatia de Graves?
Edema da musculatura extraocular
proptose / exoftalmia
edema periorbital
quemose e hiperemia conjuntival
fotofobia
Quais os achados clínicos ocasionais na oftalmopatia de Graves?
diplopia
oftalmoplegia
ptose palpebral