Doenças Diarreicas Flashcards

(47 cards)

1
Q

Definição de diarreia

A

• Evacuações amolecidas ou líquidas; ≥ 3x/dia
OU
• Mudança no padrão

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Q

Definição de diarreia aguda

A

Até 14 dias

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3
Q

Principal causa de diarreia aguda na criança

A

Infecção!!!

Outras causas: alergias, intolerâncias, erros alimentares, medicamentos

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4
Q

Principais características da diarreia aguda

A
  • Causa infecciosa

* Autolimitada

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5
Q

Complicações da DA

A
  • Desidratação

* Desnutrição

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6
Q

Formas clínicas da diarreia aguda

A
  • Diarreia aguda aquosa

* Disenteria (sangue, muco, pus)

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7
Q

Mecanismos da diarreia

A

1) Osmótica:
• Acúmulo intraluminal de solutos
• Melhora com jejum

2) Secretória
• Secreção ativa de eletrólitos
• Mantida no jejum

3) Invasiva
• Inflamação; menor absorção

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8
Q

Agentes etiológicos da diarreia aguda aquosa

A

1) Vírus
• Rotavírus
• Norovírus
• Adenovírus

2) Bactérias
• E. coli (enterotoxigênica, enteropatogênica)
• Vibrião colérico

3) Parasitas (não é frequente causar diarreia aquosa)
• Giardia

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9
Q

Diarreia por rotavírus

A
  • Mecanismo osmótico: achatamento vilositário; ↓ dissacaridase
  • Mecanismo secretor: toxina NSP4
  • Quadro clínico: grave em < de 2 anos; vômitos (geralmente precedem a diarreia), diarreia (fezes líquidas e volumosas, amareladas, com caráter explosivo e com grande perda hidroeletrolítica), febre alta
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10
Q

Diarreia por norovírus

A

Surtos (creche)

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11
Q

Diarreia causada por Vibrião colérico

A
  • Mecanismo secretório
  • Perde muito Na e outros eletrólitos
  • Evacuações com aspecto de água com arroz
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12
Q

Diarreia causada por E. coli

A
1) Enterotoxigênica (ETEC)
• Diarreia aquosa
• Diarreia do viajante
• Quadro clínico: Diarreia líquida, abundante, sem sangue, dor abdominal e febre baixa
• Mecanismo de ação: diarreia secretória

2) Enteropatogênica (EPEC)
• Diarreia aquosa
• Persistente (maior risco de desnutrição)
• Quadro clínico: diarreia com muco, sem sangue, dor abdominal, vômitos e febre
• Mecanismo de ação: microvilosidade

3) Enteroinvasiva
• > 2 anos de idade e adultos
• Quadro clínico: disenteria, febre, mas cólica, mal-estar; assemelha-se à Shigella
• Mecanismo de ação: invade o enterócito

4) Êntero-hemorrágica (EHEC, STEC)
• Principal etiologia da síndrome hemolítico-urêmica → SHU- O157:H7
• Quadro clínico: enterocolite, colite hemorrágica, SHU
- Diarreia sem febre!
• Mecanismo de ação: lesão vilositária, toxina shiga 1 e 2

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13
Q

Agentes etiológicos da disenteria

A
  • Shigella (principal agente)
  • Campylobacter (principal causa de disenteria em países desenvolvidos)
  • E. coli (enteroinvasiva, êntero-hemorrágica)
  • Salmonella (pode causar diarreia aquosa)
  • Parasitas: Entamoeba histolytica
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14
Q

Disenteria causada por Shigella

A
  • Principal causa de disenteria
  • Mecanismo de ação: acomete intestinos delgado e grosso; toxina Shiga + invasão celular

Quadro clínico:
• Invasão: febre alta, dor abdominal, tenesmo
• Sintomas neurológicos (podem preceder a diarreia): convulsão
• Síndrome hemolítico-urêmica: IRA (oligúria, edema), trombocitopenia (consumindo plaquetas para formar microtrombos; petéquias), anemia microangiopática (hemólise intravascular em pequenos vasos; esquizócitos)

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15
Q

Disenteria causada por Campylobacter

A
  • Principal causa de disenteria em países desenvolvidos
  • Síndrome de Guillain-Barré (polineuropatia desmielinizante aguda): alteração nos membros inferiores (fraqueza, alteração da marcha, diminuição ou ausência de reflexos profundos)
  • Quadro clínico: diarreia líquida ou disenteria, dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia e dores musculares
  • Mecanismo de ação: invasão da mucosa, penetração da lâmina própria
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16
Q

Disenteria causada por Salmonella

A

• Pacientes que podem desenvolver uma doença mais grave:
- Hemoglobinopatia S (osteomielite)
- Imunodeprimidos
- < 3 meses
• Quadro clínico: diarreia, náuseas, vômitos, dor abdominal, febre moderada
• Mecanismo de ação: invasão de mucosa, infecção sistêmica
• Realizar coprocultura

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17
Q

Prioridade do tratamento da diarreia aguda

A

• Prevenção e tratamento da desidratação

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18
Q

Soluções para o tratamento da diarreia aguda

A

• Soluções glicossalinas orais
- Soro caseiro
- Solução reidratante oral - SRO
• Soluções cristaloides EV

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19
Q

Avaliação da hidratação

A
1) Grave (2 ou mais):
• Condição: letárgica
• Sede: incapaz
• Olhos: fundos ou muito fundos
• Sinal da prega: muito lentamente (> 2s)
• Pulso: muito fraco/ ausente
• Lágrimas: ausentes
• E. capilar: > 5s
Perda de peso: > 9%
2) Desidratação (Intermediária) (2 ou mais):
• Condição: irritada
• Sede: sedenta
• Olhos: fundos
• Sinal da prega: lentamente (< 2s)
• Pulso: rápido, fraco
• Lágrimas: ausentes
• E. capilar: 3-5s
Perda de peso: 3-9%

3) Sem desidratação:
• Não tem sinais suficientes
Perda de peso: < 3%

20
Q

Tratamento da diarreia aguda segundo o grau de desidratação

A
PLANO A (s/ desidratação):
• Aumentar a ingestão hídrica (soluções caseiras)
- Após cada evacuação diarreica: 
< 1 ano: 50-100 mL
> 1 ano: 100-200 mL
• Manter dieta habitual
• Orientar sinais de gravidade
• Zinco (10 dias) - reduz o risco de recorrência
PLANO B (desidratação)
• TRO - Unidade de Saúde
- Solução de reidratação oral
- Volume 75 mL/kg em 4h
• Alimentação: manter aleitamento materno
• Reavaliação frequente
• Hidratada: alta com plano A (com SRO)
PLANO C (grave)
• Hidratação venosa
- SF 0,9% - 100 mL/kg
> 1 ano: 3h (30ml/kg em 30 min + 70ml/kg em 2h30min)
< 1 ano: 6h (30 ml/kg em 1h + 70ml/kg em 5h
• TRO tão logo seja possível
• Reavaliação após 3-6h
• CDC: 20ml/kg
21
Q

Quando usar antimicrobianos?

A
Suspeita de:
• Shigelose (grave comprometimento do estado geral)
- Ceftriaxona, ciprofloxacina
• Salmonela com fator de risco
• Cólera (azitromicina)
22
Q

Outras medidas:

  • Antieméticos
  • Probióticos
  • Racecadotrila
A

• Antieméticos: não recomendados (obs: ondasetrona no plano B)
• Probióticos: sem consenso
- Determinadas cepas, proporcionam redução de aproximadamente 24 horas na média da duração da diarreia aguda
• Racecadotrila: diminui as evacuações

23
Q

Medida na diarreia persistente

A

Avaliar a redução de lactose

Lactose não digerida: 
• Diarreia
• Fermentação no cólon:
- ácidos orgânicos
- gases (metano/H2)
24
Q

Posologia do zinco

A
  • 20 mg/dia, durante 10 dias;

* lactentes < 2 meses: 10 mg/dia, durante 10 dias

25
Fisiopatologia da diarreia por uso de antibiótico
ATB causará disbiose, ou seja, um desequilíbrio da microbiota intestinal que culminará com a ocorrência de diarreia. A diarreia pode ocorrer desde os primeiros dias do uso do antibiótico até oito semanas após o seu término.
26
ATBs com maior risco de causar diarreia:
Amoxicilina associada ou não ao clavulanato; Cefalosporinas; Clindamicina; Qualquer antibiótico contra anaeróbios
27
Fatores de risco para a diarreia associada a ATBs
* Idade: menores de 6 anos e maiores de 65 anos * Prematuridade * Uso prolongado de antibiótico * Uso simultâneo de inibidor de bomba de prótons * Maior tempo de hospitalização * Uso de narcótico * Uso de antidiarreico * Imunodeficiência * Episódio prévio de diarreia associada a antibiótico
28
O ....................... é o | agente bacteriano presente em 10% a 20% dos casos de diarreia por uso de antibióticos.
Clostridium difficile
29
Medida profilática para evitar a diarreia secundária a antibióticos, assim como para evitar a ocorrência da diarreia por Clostridium difficile:
• Probiótico - Lactobacillus rhamnosus GG (LGG) - não é comercializado no Brasil - Saccharomyces boulardii
30
Definição de diarreia persistente
Episódio diarreico de causa presumivelmente infecciosa, que se inicia como processo agudo e se prolonga, de forma não usual, por um período igual ou superior a 14 dias
31
Etiopatologia da diarreia persistente
• Multifatorial Mecanismos: 1) Dano persistente da mucosa por agentes específicos ou infecções sequenciais • Atrofia das vilosidades, infiltração celular da lâmina própria e perda da barreira epitelial e função absortiva • Múltiplos agentes 2) Desequilíbrio da microbiota intestinal 3) Má absorção de carboidratos • Lesão infecciosa → redução de dissacaridases → má absorção de carboidratos → efeito osmótico 4) Alergias alimentares • Perda da barreira mucosa → passagem de proteínas alimentares intactas ou parcialmente hidrolisadas → sensibilização → desenvolvimento de alergia alimentar 5) Supercrescimento bacteriano: • Ocorre quando há colonização do intestino delgado por bactérias da microbiota colônica ou aumento do seu número 6) Complicação da diarreia aguda devido à infecção recente, presença de carboidratos e ácidos graxos de cadeia curta no lúmen, alteração temporária da motilidade intestinal ou por uso de ATB 7) SII pós infecciosa
32
Principais agentes isolados em coprocultura de crianças com DP:
Bactérias: E. coli enteroagregativa, E. coli enteropatogênica, Shigella, Clostridium difficile, Campylobacter, Salmonella Vírus: rotavírus, sapovírus, astrovírus Parasitas: Cryptosporidium (sobretudo em pacientes com HIV), Giardia, Clyclospora, Entamoeba histolytica
33
Investigação da diarreia persistente
* Coprocultura * Pesquisa de substância redutoras * Pesquisa de leucócitos fecais * Protoparasitológico * Pesquisa e dosagem de gordura fecal * Ph fecal * Pesquisa de sangue oculto nas fezes * Alfa-1-antitripsina-fecal
34
Tratamento da diarreia persistente
1) Tratamento empírico (pode ser efetivo na maioria dos casos): • Restrição da lactose → sem melhora: exclusão da proteína do leite de vaca da dieta (usar fórmulas hidrolisadas) 2) Tratamento com antimicrobiano • Sulfametoxazol-trimetoprim, ciprofloxacino, ceftriaxona • Giardíase: metronidazol • Protozoários, nematoides, cestoides, trematoides: nitazoxanida 3) Probióticos 4) Zinco Prevenção: vacinação (sarampo e rotavírus)
35
Principal complicação a ser evitada na diarreia persistente
Desnutrição
36
Definição de diarreia crônica
• Perda de fluidos e eletrólitos nas fezes • > de 14 dias • Alguns autores consideram ela deve ser sem infecção • Perda entérica fecal de pelo menos 10g/kg/dia em lactentes e 200g/dia para crianças maiores pelo prazo > a 14 dias de duração > 3 evacuações/dia
37
Etiologia da diarreia crônica
Infecciosa: • Agentes bacterianos, virais, protozoários • Supercrescimento bacteriano do intestino • Síndrome pós-enterite • Alterações da microbiota por uso de • ATB Não infecciosa: • Diarreia associada a substâncias exógenas (excesso de líquidos carbonados; excesso de sorbitol, xilitol e manitol; excesso de antiácidos, laxativos como lactulose e hidróxido) • Processo digestivo anormal: FC • Má absorção de nutrientes (deficiência de sacarose-isomaltose; deficiência de lactase; má absorção de glicose-galactose) • Processos imunes/inflamatórios (alergia alimentar, doença celíaca, DII) • Diarreias não especificadas (diarreia crônica funcional, SII)
38
Diarreia crônica: doença celíaca
• Após exposição ao glúten da dieta alimentar em indivíduos geneticamente predispostos • Incidência: 0,5% 1% da população de diferentes países, dependendo do grupo étnico • Quadro clínico: - Lactentes: diarreia crônica e má absorção - Faixas etárias maiores: oligossintomáticos ou atípicos
39
Diarreia crônica: DII
* Retocolite ulceratica * Doença de Crohn * Colite indeterminada * Quadro clínico: dor abdominal de caráter intermitente, cólicas, diarreia crônica, evacuações mucossanguinolentas * Aproximadamente 10 a 15% dos casos de DII iniciam-se antes dos 10 anos de idade, sendo de difícil reconhecimento pelos pediatras o que acarreta retardo de diagnóstico e tratamento
40
Diarreia crônica: enteropatia alérgica
• Leite de vaca • Quadro clínico: diarreia com ou sem sangue, anemia, inapetência - Primeiros anos de vida: predomínio reações alérgicas não IgE mediadas • Reações IgE mediadas tendem a determinar igualmente sintomas cutâneos e/ou respiratórios, sendo confirmada pelos anticorpos IgE específicos ou teste cutâneo de puntura
41
Diarreia crônica: má absorção de carboidrato
Mais comum é a intolerância à lactose • Congênita • Adquirida (secundárias às gastroenterites aguda e persistente, que determinam lesões ultraestruturais do epitélio intestinal, com redução significativa da concentração de lactose • Quadro clínico: diarreia explosiva, assadura (fezes ácidas)
42
Diarreia crônica: má absorção de gordura
* Fibrose cística * Decorre da insuficiência pancreática exócrina * Quadro clínico: esteatorreia (fezes volumosas, de aspecto brilhante, odor pútrido e que boiam no vaso sanitário); ao nascimento o íleo meconial pode ser uma manifestação; * Triagem neonatal: dosagem de tripsina imunoreativa
43
Diarreia crônica: alteração da motilidade
Doença de Hirschprung: • Distensão abdominal e extrema dificuldade evacuatória decorrente da ausência dos gânglios mioentéricos • Quadro clínico: crises distensão abdominal seguidas de diarreias profusas, caracterizando o megacolon tóxico Diarreia crônica inespecífica: • Diarreia funcional • Predominante em crianças menores • Não há processo inflamatório em curso ou déficit de absorção • Apetite preservado e estado nutricional é normal • Evacuações amolecidas, por vezes líquidas e frequentemente contém restos alimentares
44
Diagnóstico: idade
* Primeiros dias de vida: diarreias congênitas (herança autossômica) - perda hídrica considerável * Má absorção de gordura +- quadro respiratório → FC * Entre 1 e 3 anos: diarreia crônica + distensão abdominal + desnutrição triagem para doença celíaca * Faixas etárias maiores: diarreia + dor abdominal e febre intermitente → DII * Famílias atópicas: pensar em alergia alimentar
45
Diagnóstico: testes para avaliação de função digestivo-absortiva, pancreática e inflamatória
* Alfa-1-antitripsina fecal (perda proteica, alteração da permeabilidade intestinal) * Esteatócrito fecal (perda de gordura fecal) * Substâncias redutoras nas fezes (má absorção de carboidrato) * Concentração de elastase nas fezes (disfunção pancreática exócrina) * Concentração de quimiotripsina fecal (disfunção pancreática exócrina) * Sangue oculto nas fezes (inflamação intestinal) * Calprotectina fecal (inflamação intestinal) * Leucócito nas fezes (inflamação do cólon)
46
Diagnóstico: marcadores sorológicos não invasivos
* Doença celíaca: dosagem de anticorpos antitransglutaminase e antiendomísio * RCU: p-ANCA * Doença de Crohn: ASCA
47
Tratamento da diarreia crônica
* Avaliar estado nutricional | * Tratamento vai depender da doença de base