Entomologia Agrícola Flashcards

(231 cards)

1
Q

ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA

A

Os artrópodes, em especial os insetos, apresentam enorme sucesso biológico na ocupação de
diversos ambientes. Razões para esse sucesso incluem seu pequeno tamanho (possibilita a colonização de
ambientes específicos, demanda pequena quantidade de alimento), suas estratégias reprodutivas
(altamente especializada, prole abundante) e suas formas de desenvolvimento (exploração de diferentes ambientes ao longo do desenvolvimento).

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2
Q

Dentre os animais do filo Arthropoda, têm maior importância agrícola e serão mais detalhadamente
tratados aqueles da?

A

Classe Insecta.

A classe Arachnida também inclui artrópodes de importância agrícola,
basicamente os ácaros.

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3
Q

O filo Arthopoda apresenta as algumas características marcantes:

A
  • Pernas articuladas (de onde se origina seu nome).
  • Exoesqueleto quitinoso.
  • Metameria (corpo segmentado).
  • Heteronomia (corpo com divisões distintas).
  • Sistema nervoso central.
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4
Q

O sucesso biológico dos insetos também está relacionado ao seu?

A

tegumento, que, além de conferir
rigidez e proteção (exoesqueleto), também previne a perda excessiva de água, o que é muito importante, já
que o pequeno volume corporal e a grande área superficial exposta favorecem essa perda.

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5
Q

O tegumento, que constitui o exoesqueleto dos artrópodes, é formado por três camadas?

A

a cutícula,
a epiderme e
a membrana basal.

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6
Q

A cutícula é a camada?

A

mais externa, sendo formada por uma camada
exterior hidrorrepelente (composta por cimento e ceras) e camadas internas quitinosas que conferem
dureza e rigidez.

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7
Q

o exoesqueleto é rígido, ele deve ser trocado ao longo do crescimento do inseto, que ocorre apenas durante a _____________ de larva ou ninfa (não ocorre no inseto adulto!).

A

fase juvenil

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8
Q

O processo de mudança tegumentar recebe o nome de?

A

ecdise.

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9
Q

A epiderme é responsável pela produção da?

A

cutícula.

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10
Q

Durante a ecdise, sinais hormonais levam?

A

à separação entre epiderme e cutícula, que é em grande parte
digerida por enzimas e reaproveitada para a produção da nova cutícula.

O material não digerido e
descartado constitui a exúvia.

Após sua produção, o tegumento ainda é maleável e plástico, sendo
expandido pelo aumento do volume corporal do inseto por deglutição de ar ou água.
Após algumas horas, a nova cutícula sofre endurecimento e escurecimento.

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11
Q

O corpo dos insetos adultos é organizado em três divisões?

A

cabeça, tórax e abdome

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12
Q
  • Cabeça:
A

é o centro sensorial dos insetos, onde estão localizadas estruturas como olhos compostos, ocelos (percepção de intensidade luminosa), antenas e palpos (componentes do aparelho bucal com função sensorial), além do aparelho bucal.

Os insetos adultos possuem um par de antenas, cuja função é principalmente sensorial, atuando no olfato, audição, tato e gustação. As antenas são apêndices móveis cuja
morfologia tem importância taxonômica. Também está localizado na cabeça o aparelho bucal.

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13
Q

A organização das peças bucais nos insetos afeta grandemente o seu hábito alimentar, sendo definidos quatro tipos de aparelhos bucais

A
  • Mastigador (ou triturador):
  • Picador-sugador (sugador labial):
  • Sugador-maxilar:
  • Lambedor:
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14
Q
  • Mastigador (ou triturador):
A

considerado o sistema mais primitivo, está presente na maioria das ordens de insetos. As peças bucais (como maxilas e mandíbulas) têm função de trituração ou mastigação de alimentos.

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15
Q
  • Picador-sugador (sugador labial):
A

apresenta maxilas com função perfuradora e mandíbulas com função de sucção, estando as peças bucais envolvidas pelo rostro (lábio
inferior modificado em formato de calha). Típico de inúmeros insetos fitófagos e hematófagos, como mosquitos (ordem Diptera) e percevejos (ordem Hemiptera).

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16
Q
  • Sugador-maxilar:
A

as duas maxilas são alongadas e com um sulco no interior,
formando um canal quando justapostas (espirotromba), enquanto as demais peças são
atrofiadas. Ocorre nas borboletas e mariposas (ordem Lepidoptera).

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17
Q
  • Lambedor:
A

aparelho bucal das abelhas e mamangavas. As mandíbulas são
adaptadas
para moldar a cera. As demais peças modificadas compõem o órgão lambedor, usado para recolher néctar.

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18
Q

Alguns insetos possuem o mesmo aparelho bucal tanto na fase juvenil quanto na adulta?

A

do tipo picador-sugador (como percevejos, pulgões, cigarras) ou mastigador (besouros, gafanhotos).

Outros insetos possuem aparelho mastigador na fase juvenil, enquanto na fase adulta o aparelho bucal pode ser sugador maxilar (mariposas e borboletas), lambedor (abelhas) ou picador-sugador (moscas, mosquitos).

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19
Q
  • Tórax:
A

é a segunda divisão do corpo dos insetos e constitui o seu centro locomotor, já que nele estão localizados os apêndices locomotores, como pernas e asas.

Os insetos adultos apresentam seis pernas articuladas, um par em cada segmento torácico. As pernas podem sofrer modificações para desempenhar diferentes funções além da locomoção (como nadar, cavar e capturar presas).

As asas geralmente estão presentes em dois pares, porém alguns insetos apresentam apenas um par de asas
(ordem Diptera) e outros não têm asas na fase adulta (ápteros).

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20
Q
  • Abdome:
A

o abdome corresponde ao centro visceral dos insetos, pois aí se localiza a maior parte do
tubo digestivo.

O abdome é formado por segmentos chamados de urômeros, separados entre si por membranas que permitem a movimentação do abdome durante a cópula e oviposição.

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21
Q

A reprodução dos insetos geralmente é dependente da fecundação cruzada entre indivíduos diferentes, ________________________.

A

mas não exclusivamente.

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22
Q

Os principais tipos de reprodução dos insetos são:

A
  • Oviparidade:
  • Viviparidade:
  • Partenogênese:
  • Pedogênese:
  • Poliembrionia:
  • Hermafroditismo:
  • Neotenia:
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23
Q

Os principais tipos de reprodução dos insetos são:
* Oviparidade:

A

os ovos são depositados pelas fêmeas (processo chamado de oviposição
ou postura) e estes, ao eclodirem, dão origem às larvas ou ninfas.

É o tipo mais comum de reprodução de insetos.

A oviposição geralmente ocorre na fonte de alimento das larvas ou
ninfas, como folhas, frutos ou outros insetos.

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24
Q

Os principais tipos de reprodução dos insetos são:
* Viviparidade:

A

a fêmea já deposita diretamente larvas ou ninfas (o desenvolvimento embrionário se processa todo dentro do corpo da fêmea).

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25
Os principais tipos de reprodução dos insetos são: * Partenogênese:
desenvolvimento dos **óvulos sem fecundação**. Origina apenas fêmeas.
26
Os principais tipos de reprodução dos insetos são: * Pedogênese:
as formas juvenis são sexualmente maduras.
27
Os principais tipos de reprodução dos insetos são: * Poliembrionia:
dois ou mais embriões em um único ovo. Ocorre em alguns microhimenópteros.
28
Os principais tipos de reprodução dos insetos são: * Hermafroditismo:
* Hermafroditismo: ambos os sexos presentes no mesmo inseto.
29
Os principais tipos de reprodução dos insetos são: * Neotenia:
o inseto adulto mantém as características da fase juvenil (larvas neotênicas).
30
Devido ao seu exoesqueleto formado por tegumento rígido, o crescimento dos insetos não ocorre de forma contínua, mas por uma ____________________________ para acomodar o novo ciclo de crescimento.
sucessão de eventos de troca de tegumento (ecdise)
31
A maioria dos insetos, além do crescimento em tamanho, também sofre modificações graduais ou drásticas na sua morfologia externa durante o processo de __________________.
metamorfose.
32
Os insetos podem apresentar os seguintes tipos de metamorfose:
* Ametabolia: * Holometabolia: * Hemimetabolia:
33
* Ametabolia:
o inseto não muda de forma ao longo da vida, apenas cresce em tamanho. Típico das traças (insetos mais primitivos).
34
* Holometabolia:
ou metamorfose completa. **Compreende as fases de ovo (desenvolvimento embrionário), larva (forma juvenil), pupa e adulto.** A holometabolia é marcada por mudanças drásticas na morfologia do inseto da fase juvenil para a adulta. A fase larval se caracteriza pelo intenso crescimento, sendo que muitos insetos têm importância como pragas agrícolas justamente na sua fase larval, como borboletas, mariposas e besouros.
35
* Hemimetabolia:
ou metamorfose incompleta. Compreende as fases de **ovo (desenvolvimento embrionário), ninfa (forma juvenil) e adulto.** O inseto recém-eclodido (ninfa) é parecido com o inseto adulto, porém tem menor tamanho e não possui asas. Ocorre em gafanhotos e percevejos, por exemplo ou metamorfose incompleta. Compreende as fases de ovo (desenvolvimento embrionário), ninfa (forma juvenil) e adulto. O inseto recém-eclodido (ninfa) é parecido com o inseto adulto, porém tem menor tamanho e não possui asas. Ocorre em gafanhotos e percevejos, por exemplo.
36
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas
37
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Thysanura:
insetos primitivos, ametábolos aparelho bucal mastigador. Sem importância agrícola, inclui a traça-prateada ou traça-dos-livros.
38
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Odonata:
libélulas. São predadores generalistas, as ninfas são aquáticas e vivem em ambientes não poluídos (importantes como bioindicadores). Desenvolvimento hemimetabólico, aparelho bucal mastigador.
39
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Blattodea:
baratas. Não têm importância agrícola, mas são pragas urbanas e de ambientes domésticos. Desenvolvimento hemimetabólico, aparelho bucal mastigador.
40
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Isoptera:
cupins. Insetos sociais, com divisão de castas sexuadas (rei e rainha, que são sexuados ápteros; e sexuados alados formados anualmente para formação de novos cupinzeiros) e assexuadas (operários e soldados). Algumas espécies atacam plantas cultivadas, principalmente aquelas que constroem ninhos subterrâneos. Desenvolvimento hemimetabólico, aparelho bucal mastigador.
41
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Mantodea:
louva-a-deus. Predadores generalistas. Pernas anteriores raptatórias. Desenvolvimento hemimetabólico, aparelho bucal mastigador.
42
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Dermaptera:
tesourinhas. Insetos predadores. Desenvolvimento hemimetabólico, aparelho bucal mastigador.
43
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Orthoptera:
gafanhotos, grilos, esperanças e paquinhas. Insetos fitófagos, causam prejuízos quando em grandes populações. Pernas posteriores saltatórias. Desenvolvimento hemimetabólico, aparelho bucal mastigador.
44
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Thysanoptera:
tripes. Asas franjadas. Muitas espécies fitófagas, mas algumas são predadoras de ácaros, pulgões e outros tripes. Insetos de importância agrícola, principalmente como transmissores de viroses. Desenvolvimento hemimetabólico, aparelho bucal picador-sugador.
45
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Hemiptera:
percevejos e barbeiros (subordem Heteroptera), cochonilhas, pulgões, moscasbrancas e psilídeos (subordem Sternorrhyncha) e cigarras e cigarrinhas (subordem Auchenorrhynca). Desenvolvimento hemimetabólico e aparelho bucal picador-sugador. Insetos com grande importância, não apenas para a agricultura. – Sternorrhyncha: insetos fitófagos com aparelho digestivo na forma de câmara-filtro. O excesso de líquido sugado passa da parte inicial para a final do tubo digestivo, sendo eliminada pelo ânus na forma de gotículas açucaradas (honeydew), permitindo a sucção contínua de seiva. A deposição de honeydew nas folhas leva ao desenvolvimento da fumagina. Além dos prejuízos diretos e indiretos pela sucção de seiva, são vetores de vírus. – Auchenorrhynca: insetos fitófagos, sugando seiva de ramos e raízes, podendo também injetar toxinas nas plantas. – Heteroptera: insetos fitófagos, predadores e hematófagos. Nos fitófagos, o rostro é bastante alongado, enquanto nas espécies predadoras e hematófagas o rostro é curto. Além da enorme importância agrícola, algumas espécies hematófagas atacam humanos, como os barbeiros vetores da doença de Chagas.
46
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Neuroptera:
crisopídeos e formigas-leão. Aparelho bucal mastigador e grande importância como predadores.
47
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Coleoptera:
besouros. Aparelho bucal mastigador bem desenvolvido e desenvolvimento por holometabolia. Inúmeras espécies têm importância agrícola (insetos fitófagos e pragas de grãos armazenados), porém ocorrem também espécies benéficas (predadores, como joaninhas).
48
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Diptera:
moscas, mosquitos, pernilongos e borrachudos. Aparelho bucal picador-sugador e desenvolvimento holometabólico. Larvas e adultos têm hábitos bastante variados, sendo que geralmente as larvas são responsáveis pelos danos econômicos na agricultura. Muitas espécies têm grande importância agrícola, médica e veterinária. De importância agrícola destacam-se as moscas-das-frutas e os minadores de folhas. De importância médica tem-se diversas espécies que atuam como vetores de inúmeras doenças (dengue, febre amarela, malária). Espécies de importância veterinária incluem as varejeiras, a mosca-doberne, a mosca-do-chifre e a mosca-dos-estábulos.
49
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Lepidoptera:
mariposas (hábito noturno) e borboletas (hábito diurno). Os adultos têm aparelho bucal sugador maxilar, porém as formas juvenis (lagartas) são fitófagas. Desenvolvimento holometabólico. Diversas espécies de importância agrícolas, como brocas (vivem dentro das plantas), traças, lagartas e mandarovás. Inclui também o bicho-da-seda.
50
As principais ordens de insetos são resumidamente descritas * Hymenoptera:
vespas, abelhas e formigas. São considerados os insetos mais evoluídos. As formigas têm grande importância agrícola pelos prejuízos que causam, mas existem inúmeras espécies benéficas de himenópteros, como abelhas, predadores e parasitoides. O aparelho bucal pode ser mastigador (vespas e formigas) ou lambedor (abelhas e mamangavas). Desenvolvimento holometabólico.
51
Quanto ao tipo de desenvolvimento, as ordens de insetos apresentam:
**Ametabolia** Thysanura **Hemimetabolia** Odonata Blattodea Isoptera Mantodea Dermaptera Orthoptera Phasmatodea Thysanoptera Hemiptera **Holometabolia** Neuroptera Coleoptera Diptera Lepidoptera Hymenoptera
52
Quanto ao tipo de aparelho bucal dos insetos adultos, as ordens de insetos se distribuem em:
**Mastigador** Thysanura Odonata Blattodea Isoptera Mantodea Dermaptera Orthoptera Phasmatodea Neuroptera Coleoptera Hymenoptera (vespas, formigas) **Picador-sugador** Thysanoptera Diptera Hemiptera **Picador-maxilar** Lepidoptera **Lambedor** Hymenoptera (abelhas, mamangavas)
53
Anatomia interna e fisiologia de insetos * Sistema digestivo:
a anatomia e fisiologia do sistema digestivo **varia em função do hábito alimentar.** Nos insetos fitófagos mastigadores, o sistema digestivo apresenta-se como um tubo que vai da boca ao ânus com modificações que desempenham funções específicas (moela - trituração, cecos gástricos - alojam bactérias simbiontes que degradam a celulose, mesêntero - produção de enzimas e absorção de nutrientes, tubos de Malpighi - sistema excretor). **Nos insetos fitófagos sugadores de seiva, o sistema digestivo do tipo câmara-filtro é adaptado ao alimento rico em água e sacarose (que são eliminados) e pobre em aminoácidos.** As fezes desses insetos são líquidas e ricas em açúcares (honeydew).
54
Anatomia interna e fisiologia de insetos * Sistema circulatório:
o sangue ou **hemolinfa** nos insetos tem função de transporte de nutrientes, hormônios e outros metabólitos. A **circulação é aberta**, com um vaso dorsal que bombeia o sangue para a cabeça, que então retorna para a extremidade posterior "banhando" os órgãos internos.
55
Anatomia interna e fisiologia de insetos * Sistema respiratório:
os insetos respiram através de **aberturas laterais no tórax e abdome (espiráculos)** que têm especificidade para entrada de O2 e saída de CO2, sendo o O2 transportado pelo sistema traqueal constituído de condutos ocos ramificados.
56
Anatomia interna e fisiologia de insetos * Sistema nervoso:
Responsável pelo controle das atividades corporais, sendo formado por células especiais **(os neurônios)** adaptadas à percepção, condução e coordenação de estímulos. A percepção dos estímulos é realizada pelos dendritos, sendo então conduzidos pelos axônios até outro neurônio, uma glândula, um músculo ou o cérebro. A transmissão de impulsos nervosos tem grande importância no controle de pragas, pois os **inseticidas neurotóxicos** atuam nesse processo, conforme será visto adiante.
57
Anatomia interna e fisiologia de insetos * Ecdise e metamorfose:
processos que são controlados por hormônios e que podem ser manipulados artificialmente para controle químico de pragas. A ecdise inicia-se quando o sistema nervoso central percebe que os órgãos internos se encontram comprimidos, liberando o hormônio cerebral que, por sua vez, leva à liberação de ecdisônio (hormônio da ecdise) na hemolinfa. O ecdisônio estimula as células epidérmicas a produzirem enzimas que irão degradar a cutícula velha e a sintetizar a cutícula nova. A passagem da fase juvenil para a fase adulta pelo processo de metamorfose é controlado pelo hormônio juvenil ou neotenim, produzido no cérebro dos insetos jovens e liberado constantemente na hemolinfa. Quando sua produção cessa, inicia-se o processo de metamorfose pela expressão dos genes responsáveis pela formação de tecidos e órgãos típicos da fase adulta.
58
Os inseticidas atuam no metabolismo do inseto, geralmente pelo bloqueio de algum processo metabólico.
O sistema nervoso tem sido o principal alvo da ação dos inseticidas, devido à alta eficácia e rápida resposta à aplicação dos produtos.
59
Ao interferirem em processos fisiológicos, muitas vezes os inseticidas atuam como agonistas ou antagonistas de enzimas, hormônios e neurotransmissores.
**Agonistas** são compostos que simulam a ação de algum composto, enquanto **antagonistas** são compostos que atuam de modo oposto a determinada molécula.
60
Inseticidas neurotóxicos
Foram os primeiros inseticidas desenvolvidos. O uso de várias moléculas tem sido proibido **ao longo dos anos pela toxicidade e maior persistência no ambiente**, além de apresentarem baixa seletividade, afetando negativamente insetos benéficos como abelhas e inimigos naturais.
61
Inseticidas neurotóxicos Podem atuar em diferentes processos neuronais.
* Transmissão sináptica: * Transmissão axônica:
62
Inseticidas neurotóxicos * Transmissão sináptica:
as sinapses são as **fendas que separam as células nervosas adjacentes**. A transmissão da informação através das sinapses é feita por moléculas chamadas de neurotransmissores. O principal **neurotransmissor** nos insetos é a **acetilcolina**. Quando ocorre um impulso nervoso, a acetilcolina é liberada das vesículas em que se achava armazenada na membrana pré-sináptica para que o impulso se propague para o neurônio pós-sináptico, sendo então degradada pela enzima acetilcolinesterase.
63
Inseticidas que atuam na transmissão sináptica:
* Organofosforados: * Carbamatos: * Neonicotinoides e nicotina: * Espinosinas: * Cartape: * Avermectinas e milbemicinas: * Ciclodienos e pirazois:
64
Inseticidas que atuam na transmissão sináptica: * Organofosforados:
**inibem a ação da acetilcolinesterase**, promovendo acúmulo de acetilcolina na sinapse e gerando **reação de hiperexcitação**. Exemplos: acefato, **clorpirifós**, dimetoato, fenitrotiona, fosmete, malationa.
65
Inseticidas que atuam na transmissão sináptica: * Carbamatos:
**inibem a ação da acetilcolinesterase**, promovendo acúmulo de **acetilcolina** na sinapse e gerando **reação de hiperexcitação**. Exemplos: alanicarbe, benfuracarbe, **aldicarbe** (teve a comercialização proibida em 2012), carbaril, carbofurano, carbossulfano, metiocarbe, metomil.
66
Inseticidas que atuam na transmissão sináptica: * Neonicotinoides e nicotina:
são **agonistas da acetilcolina** (moléculas semelhantes), ligandose aos receptores pós-sinápticos e levando a reação de **hiperexcitação** (impulsos nervosos são continuamente transmitidos). Exemplos: acetamiprido, clotianidina, dinotefuram, **imidacloprido**, tiacloprido, **tiametoxan**. As sulfoxaminas (exemplo: sulfoxaflor) também são inseticidas que atuam nos receptores nicotínicos de acetilcolina.
67
Inseticidas que atuam na transmissão sináptica: * Espinosinas:
assim como os anteriores, são **agonistas da acetilcolina** e levam a reação de **hiperexcitação**. Exemplo: espinetoram, **espinosade**.
68
Inseticidas que atuam na transmissão sináptica: * Cartape:
**antagonista da acetilcolina**, levando a reação de **paralisia**. Exemplo: cloridrato de cartape.
69
Inseticidas que atuam na transmissão sináptica: * Avermectinas e milbemicinas:
são **agonistas do neurotransmissor GABA** (ácido gamaaminobutírico, atua como inibidor neuromuscular), levando a reação de **paralisia**. Inseticidas e acaricidas. Exemplos: **abamectina**, emamectina, **milbemectina**.
70
Inseticidas que atuam na transmissão sináptica: * Ciclodienos e pirazois:
atuam como **antagonistas do GABA**, levando a reação de **hiperexcitação**. Exemplos: endossulfan (ciclodieno, teve a comercialização proibida em 2013) em 2015) e **fipronil** (pirazol).
71
* Transmissão axônica:
a transmissão dos impulsos nervosos através das sinapses é um processo predominantemente químico (mediado por neurotransmissores), enquanto a transmissão dos impulsos nervosos **ao longo dos neurônios é dependente de estímulos elétricos.** Esses estímulos são decorrentes do potencial eletroquímico (chamado potencial de ação) que se desenvolve a partir de concentrações distintas de íons como Na+, K+ e Cl-. A transmissão do impulso nervoso se dá pela **abertura dos canais de Na+**, permitindo a entrada desse íon no neurônio. Posteriormente, as bombas de Na-K promovem a **saída do Na+ do interior e a entrada do K+, restabelecendo o potencial de repouso.**
72
Inseticidas que atuam na transmissão axônica:
* Piretroides: * DDT: * Oxadiazinas: * Diamidas:
73
Inseticidas que atuam na transmissão axônica: * Piretroides:
mantêm os canais de Na+ abertos, de modo que o impulso nervoso não cessa, levando a reação de hiperexcitação. Exemplos: bifentrina, ciflutrina, cipermetrina, deltametrina, esfenvalerato, lambda-cialotrina, permetrina.
74
Inseticidas que atuam na transmissão axônica: * DDT:
primeiro inseticida sintético de uso comercial na agricultura, também impede o fechamento dos canais de Na+, produzindo reação de hiperexcitação. Deu origem ao termo dedetização.
75
Inseticidas que atuam na transmissão axônica: * Oxadiazinas:
provocam bloqueio dos canais de Na. Exemplo: indoxacarbe.
76
Inseticidas que atuam na transmissão axônica: * Diamidas:
moduladores dos receptores de rianodina, levando à liberação do Ca2+ armazenado na célula muscular e provocando contração muscular descontrolada e paralisia. Exemplos: flubendiamida, clorantraniliprole, ciantraniliprole.
77
Reguladores de crescimento
São chamados comumente de "produtos fisiológicos", termo inadequado já que todos os inseticidas atuam em processos fisiológicos. Esses inseticidas atuam nos **processos de ecdise e metamorfose, sendo por isso bem menos tóxicos para animais superiores.**
78
Reguladores de crescimento * Benzoilureias:
são **inibidores da síntese de quitina**, impedindo que a ecdise se complete e levando à morte dos insetos juvenis. Muito usados no **controle de lagartas** e como **larvicidas** para controle de mosquitos. Exemplos: clorfluazurom, **diflubenzurom**, flufenoxurom, novalurom, teflubenzuron, triflumuron. Outros inseticidas que **atuam na síntese ou deposição da cutícula** são a buprofezina (grupo químico tiadiazinona) e a ciromazina (grupo químico triazinamina).
79
Reguladores de crescimento * Agonistas do hormônio junevil:
também chamados de **juvenoides**, impedem que ocorra a metamorfose e passagem para a fase de pupa ou adulto. Exemplos: metoprene, fenoxicarbe, piriproxifem.
80
Reguladores de crescimento * Diacilhidrazinas:
**aceleram o processo de ecdise**. Exemplos: cromafenozida, metoxifenozida, tebufenozida.
81
Reguladores de crescimento
* Benzoilureias: * Agonistas do hormônio junevil: * Diacilhidrazinas:
82
Inibidores da respiração
Atuam principalmente na **cadeia de transporte de elétrons e na fosforilação oxidativa** (síntese de ATP).
83
Inibidores da respiração * Inibidores do transporte de elétrons:
rotenona, fenazaquin, piridaben, fenpiroximate, enxofre.
84
Inibidores da respiração * Inibidores da síntese de ATP:
dinitrofenóis, organoestânicos (exemplo: fembutatina) e análogos do pirazol (exemplo: clorfenapir).
85
Inibidores da respiração * Inibidores da ATPase:
propargite, diafentiuron
86
Inibidores da respiração * Pimetrozina:
bloqueia a alimentação de insetos sugadores paralisando a glândula salivar.
87
Inibidores da respiração * Azadiractina:
ação fagodeterrente (inibe a alimentação) e hormonal.
88
Inibidores da respiração * Inseticidas que afetam o balanço de água:
ácido bórico, terra diatomácea.
89
Inibidores da respiração
* Óleo mineral.
90
O manejo integrado de pragas (MIP)?
preconiza a integração de vários métodos de controle com o objetivo de manter as populações dos artrópodes-praga abaixo do nível de dano econômico.
91
O MIP se faz cada vez mais importante?
pois o uso pouco criterioso de pesticidas acentua os inúmeros problemas provocados por eles, como contaminação ambiental, contaminação de alimentos, pressão de seleção sobre populações de pragas e desenvolvimento de resistência, redução da rentabilidade da atividade agrícola e morte de insetos benéficos.
92
O conceito de praga inclui todos os?
artrópodes capazes de provocar dano econômico. Esse dano pode ser **direto**, quando ocorre diretamente no produto de interesse (como grãos, frutos); ou **indireto**, quando não ocorre no produto final.
93
O dano econômico é diretamente proporcional à?
diretamente proporcional à densidade populacional das pragas
94
São caracterizados os seguintes níveis populacionais para as pragas agrícolas:
* Nível de equilíbrio (NE): * Nível de controle (NC):
95
* Nível de equilíbrio (NE):
densidade populacional do inseto ao longo do tempo que não alcança o nível de controle, sendo o **crescimento populacional limitado** por fatores bióticos (inimigos naturais) e abióticos (fatores ambientais, como umidade, temperatura, disponibilidade de recursos). Nos ecossistemas, as populações se encontram em equilíbrio devido à complexidade das interações tróficas entre as inúmeras espécies. Nos agroecossistemas, esse **equilíbrio é facilmente rompido pelo predomínio de uma única espécie ou poucas espécies vegetais.**
96
* Nível de controle (NC):
densidade populacional da praga na qual **deve ser realizado o controle** para que o nível de dano econômico não seja atingido. O NC pode variar em função de fatores como o a espécie da praga, a cultura e o preço do produto. Exemplo: café em alta: NC = 3% de frutos brocados; café em baixa: NC = 5% de frutos brocados.
97
* Nível de dano econômico (NDE):
densidade populacional da praga que **causa dano econômico** à atividade agrícola. O NDE é determinado considerando-se o custo de realizar a operação de controle e o valor do produto que seria perdido se a ação não fosse tomada pela seguinte equação: 𝑁𝐷𝐸 (%) = 100 * 𝐶𝑡/𝑉 Em que: Ct = custo de controle (por exemplo em R$/ha). V = valor da produção (na mesma unidade do custo de controle).
98
Quanto à dinâmica populacional e importância econômica, podem ser diferenciados os seguintes tipos de pragas (representados graficamente a seguir):
* Praga-chave ou primária: capaz de atingir o nível de controle todos os anos. Exemplos: bicho mineiro do cafeeiro, lagarta do cartucho do milho, bicudo do algodoeiro. * Praga-chave severa: sua presença já causa dano econômico e o controle deve ser preventivo ou imediato. Exemplo: pragas de grãos armazenados. * Praga secundária: esporadicamente alcança o nível de controle. * Inseto não-praga: inseto fitófago presente no agroecossistema, mas sua população é controlada por fatores bióticos e abióticos.
99
* Praga-chave ou primária:
capaz de atingir o nível de controle todos os anos. Exemplos: bicho mineiro do cafeeiro, lagarta do cartucho do milho, bicudo do algodoeiro.
100
* Praga-chave severa:
sua presença já causa dano econômico e o controle deve ser preventivo ou imediato. Exemplo: pragas de grãos armazenados.
101
* Praga secundária:
esporadicamente alcança o nível de controle.
102
* Inseto não-praga:
inseto fitófago presente no agroecossistema, mas sua população é controlada por fatores bióticos e abióticos.
103
Monitoramento populacional
O monitoramento populacional de pragas é essencial ao MIP, pois apenas a partir do conhecimento da densidade populacional da praga na lavoura se pode definir a necessidade de controle ou não.
104
O monitoramento de pragas baseia-se em técnicas de amostragem, que pode ser:
* Amostragem comum: * Amostragem sequencial: * Amostragem com armadilhas:
105
* Amostragem comum:
o número de amostras a serem tomadas é pré-determinado (número de plantas por talhão, número de folhas por planta, etc). As amostras com sintoma do ataque permitem calcular a porcentagem de infestação, que é comparada com o nível de controle definido.
106
* Amostragem sequencial:
o número de amostras não é fixo, sendo as **amostras coletadas em sequência e comparadas com dois valores limite**, um superior e um inferior. Durante a amostragem, a amostra com infestação recebe nota 0 e a amostra infestada recebe nota 1. Ao longo da amostragem, os valores vão sendo somados. A partir de determinado número mínimo de amostras, a nota obtida é comparada com os limites inferior (que define a necessidade de controle) e superior (controle não é necessário). Se a nota acumulada é menor que o limite inferior definido, deve-se aplicar o controle. Se a nota acumulada é maior que o limite superior, o controle ainda não é necessário. Se a nota acumulada se encontra entre os dois limites, continuar amostrando.
107
* Amostragem com armadilhas:
empregando diversas técnicas e armadilhas para monitoramento populacional:
108
- Pano de batida:
é colocado um pano com dimensões definidas na entrelinha das plantas, que são agitadas sobre o pano. Os insetos assim coletados são então contabilizados. Usado para amostragem de lagartas e percevejos na cultura da soja. é colocado um pano com dimensões definidas na entrelinha das plantas, que são agitadas sobre o pano.
109
- Armadilhas com feromônios:
feromônios são substancias emanadas por um indivíduo no ambiente capazes de causar respostas comportamentais em indivíduos da mesma espécie. As armadilhas contêm em seu interior um liberador de feromônio sintético para atrair e capturar insetos, que são então contabilizados.
110
- Rede de varredura:
usada para varredura das extremidades das plantas para coleta de insetos. Usada no monitoramento de percevejos em arroz.
111
- Frasco caça-moscas:
frasco com solução de sacarose, melaço ou proteína hidrolisada para captura de moscas.
112
- Rede entomológica:
ou puçá, composto por um cabo, um aro e um saco de tecido bem leve, como voile. Ieal para captura de insetos em voo.
113
- Armadilha luminosa:
coleta de insetos noturnos, que são atraídos pela luz e coletados em um frasco.
114
- Bandeja com água:
bandeja ou prato pintado com cores atrativas (amarelo, azul ou branco) e preenchida com água
115
- Guarda chuva entomológica:
constituída por um pano esticado por sarrafos, sendo posicionada sob moitas e árvores que são agitadas para que os insetos caiam.
116
- Aspirador:
frasco com um canudo para sucção e outro para captura, adequado para pequenos insetos.
117
- Armadilha adesiva:
ideal para coleta de pequenos insetos, geralmente com cores atrativas.
118
- Coleta de pano:
para coleta de insetos noturnos, que são atraídos por uma lâmpada e interceptados por um pano esticado.
119
- Funil de Berlese:
armadilha para coleta de mesofauna de solo e serrapilheira. O funil fica por vários dias sob uma lâmpada, de modo que a mesofauna migra para o seu interior, sendo coletada em frascos.
120
- Armadilha de impacto para insetos em florestas:
armadilha que intercepta os insetos durante o voo.
121
- Armadilha de Malaise:
semelhante a uma tenda, ideal para insetos que têm hábito de subir ao se depararem com um obstáculo. Os insetos sobem pelo interior e, ao caírem quando chegam no topo, são coletados em um frasco posicionado na parte superior.
122
- Armadilha para insetos de solo:
também chamada de pitfall, são frascos com água enterrados no solo de modo que a borda fique abaixo da superfície.
123
Controle legislativo
Baseia-se em leis e normas que obrigam o cumprimento de certas medidas de controle
124
* Serviço quarentenário:
visa impedir a entrada de material vegetal contaminado com pragas (e também doenças) com potencial de dano e de adaptação às condições locais.
125
* Medidas obrigatórias de controle:
como, por exemplo, a obrigatoriedade de destruição dos restos culturais das lavouras de algodão e práticas de vazio sanitário.
126
Controle mecânico
O controle mecânico ou direto se baseia na destruição direta das pragas, sendo mais indicado para áreas pequenas: * Coleta massal: catação direta dos insetos nas lavouras e sua destruição. * Barreiras: gafanhotos migratórios são retidos em telas, valas ou sulcos ao redor de lavouras barram lagartas como o curuquerê-dos-capinzais. * Tela antiafídica: empregada em cultivo protegido, principalmente na produção de mudas, impedindo principalmente a entrada de pulgões, moscas-brancas, tripes (insetos vetores de viroses).
127
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Preparo convencional do solo:
provoca enterrio de pragas superficiais, ferimentos e exposição de pragas à ação dos raios solares, secagem da camada superficial do solo.
128
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Espaçamento e densidade de plantio:
maior densidade de plantio para compensar morte de plântulas.
129
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Profundidade de plantio:
plantio mais superficial aumenta a velocidade de emergência e reduz a possibilidade de ataques.
130
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Sementes e mudas livres de pragas.
* Sementes e mudas livres de pragas.
131
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Época de plantio:
dessincronização entre o desenvolvimento da cultura e a época de maior incidência da praga (sincronizar período de maior suscetibilidade com o de menor população da praga).
132
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Plantio de variedades precoces:
menor tempo no campo reduz o risco de ataques e a severidade dos ataques.
133
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Adubação:
teoria da trofobiose (plantas com nutrição desequilibrada são mais suscetíveis ao ataque de pragas, principalmente pelo excesso de N).
134
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Irrigação:
aspersão contribui para eliminação de pequenos insetos, como pulgões e tripes.
135
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Consorciação e manutenção de plantas invasoras:
favorecem a sobrevivência dos inimigos naturais.
136
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Cobertura morta:
a proteção do solo e a maior retenção de umidade podem favorecer o desenvolvimento de algumas pragas.
137
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Remoção de frutos caídos:
redução da fonte de inóculo, como, por exemplo, para a broca-do-café (permanece nos frutos caídos até a próxima frutificação) e mosca-das-frutas.
138
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Poda:
muito empregada em fruticultura para controle de brocas e cochonilhas pela remoção dos ramos atacados e sua eliminação.
139
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Culturas armadilha:
culturas mais atrativas para as pragas, sendo feito controle químico localizado nelas.
140
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Época de colheita:
importante para pragas de grãos armazenados.
141
Controle cultural Métodos de controle que se baseiam em práticas de manejo das culturas. * Destruição dos restos culturais:
especialmente importante para controle do bicudo do algodoeiro.
142
Métodos de controle físico
* Fogo: principalmente para destruição de restos culturais e resíduos de poda. * Temperatura: controle de pragas em armazenamento. * Cor: armadilhas coloridas atrativas nas cores amarelo (dípteros, pulgões, mosca-branca), azul (tripes) e branco. * Luz: armadilhas luminosas para coleta massal e principalmente para monitoramento populacional. Armadilhas luminosas para eletrocussão de moscas e mosquitos.
143
A resistência de plantas a insetos é um método de controle que apresenta diversas vantagens, como:
* Pode ser facilmente utilizado, já que não demanda ações de controle e conhecimento da biologia da praga e da planta. * Permite redução dos custos de produção, já que reduz ou elimina a necessidade de outras práticas de controle. * Não provoca danos ao meio ambiente ou à saúde dos trabalhadores. * Apresenta grande persistência, já que age permanentemente. * Não interfere com as demais práticas culturais da lavoura. * Em geral compatível com os demais métodos de controle, podendo ser facilmente empregado em associação dentro de programas de MIP.
144
Resistência de plantas Como desvantagens desse método, tem-se?
o **longo tempo** necessário para sua obtenção pelos programas de melhoramento genético de plantas; limitações genéticas da própria planta que não apresenta **material para uso como fonte de resistência**; ocorrência de **biótipos da praga** menos afetados pela resistência da planta (quebra de resistência); **especificidade** (podem ocorrer surtos de outras pragas).
145
Resistência de plantas Esse método de controle ocorre por três tipos de resistência diferentes, que podem atuar conjuntamente ou isoladamente nas plantas resistentes:
* Antixenose ou não-preferência: * Antibiose: * Tolerância:
146
tipos de resistência * Antixenose ou não-preferência:
a planta **afeta o comportamento do inseto** levando à sua não utilização pela praga para alimentação ou oviposição. A antixenose pode se dar em diferentes etapas da interação entre a praga e a planta, como na localização da planta pela praga, na movimentação da praga na planta, no início da alimentação ou oviposição (exemplo: picada de prova nos fitófagos sugadores) e na alimentação e oviposição efetivamente. A antixenose age principalmente por **repelência** (o inseto não se desloca até a planta) e por **deterrência** (impede a alimentação e oviposição).
147
tipos de resistência * Antibiose:
a planta, ao ser ingerida pelo inseto, **provoca alterações na sua biologia**, como aumento da mortalidade, redução do potencial reprodutivo, depauperamento, dentre outros. A antibiose pode ser devida à **qualidade nutricional da planta** para o inseto (deficiência de nutrientes) ou à **presença de substância químicas** que provocam intoxicação, como metabólitos secundários (alcaloides, terpenoides) e enzimas.
148
tipos de resistência * Tolerância:
a planta tem maior **capacidade de tolerar a praga** e é menos danificada que outras plantas sob mesma intensidade de ataque, sem que ocorram alterações no comportamento ou na biologia desta.
149
A resistência das plantas decorre principalmente de causas?
químicas e morfológicas.
150
A resistência das plantas decorre principalmente de causas químicas?
As causas químicas se devem à presença de substância químicas que induzem antixenose (repelência e deterrência) ou antibiose (inibidores enzimáticos, reprodutivos) ou à deficiência de nutrientes para a praga (também causa antibiose).
151
A resistência das plantas decorre principalmente de causas morfológicas.
As causas morfológicas estão ligadas principalmente à estrutura da planta (disposição das folhas, porte) ou às características da epiderme (espessura, dureza, pilosidade).
152
Atualmente, a resistência de plantas a insetos também pode ser obtida pela?
Técnica do DNA recombinante (transgenia), como no caso clássico de **plantas resistentes a lagartas pela incorporação de genes da bactéria Bacillus thuringiensis**. O gene incorporado se expressa pela produção de proteínas cristais que, ao serem metabolizados por enzimas digestivas da praga, levam à ruptura das células epidérmicas do intestino.
153
Um outro método de controle baseado na resistência de plantas seria o uso de?
**plantas inseticidas**, tanto para preparação de caldas inseticidas (nicotina extraída do fumo, piretrina extraída dos cravos, rotenona extraída do timbó) quanto pelo seu emprego como culturas armadilha.
154
Controle autocida
O controle autocida tem como principal objetivo a **redução do potencial reprodutivo da praga.** A principal estratégia empregada é a **técnica do inseto estéril,** que consiste na **liberação de insetos esterilizados.** Essa técnica tem como objetivo a **redução do número de acasalamentos férteis** a cada geração e só funciona para espécies nas quais as fêmeas aceitam apenas um macho durante o acasalamento. No Brasil, a técnica do inseto estéril tem sido empregada para **redução da população de moscas-das-frutas pela liberação de machos esterilizados**. Alguns aspectos importantes para a eficácia dessa técnica incluem: * A esterilização não pode afetar o comportamento do inseto e a sua capacidade de se acasalar. * Os insetos devem ter uma boa capacidade de dispersão. * O número de insetos liberados no ambiente deve ser suficientemente grande (em geral, nove vezes maior que a população fértil). * A população estéril liberada não pode provocar danos (no caso da mosca-das-frutas, são liberados apenas machos, já que o dano é provocado pelas fêmeas em decorrência da oviposição). * A biologia e ecologia da praga deve ser criteriosamente estudada. * O programa deve ser continuado ao longo de várias gerações.
155
Controle comportamental O controle comportamental de insetos se baseia no emprego de __________________, que são sinais químicos envolvidas na interação entre organismos.
semioquímicos
156
Controle comportamental Os semioquímicos podem ser de dois tipos:
os **feromônios** sinalizam interações entre indivíduos da mesma espécie, enquanto os **aleloquímicos** estão envolvidos na interação entre organismos de espécies diferentes.
157
Controle comportamental Os métodos de controle comportamental de insetos se baseiam principalmente no uso de?
no uso de feromônios, apresentando como vantagens a **nãotoxicidade, a especificidade** sobre as populações de pragas (não afeta inimigos naturais) e o custo frequentemente vantajoso em relação ao controle químico. Como desvantagens, tem-se a **especificidade, que compromete a eficácia no caso de complexos de pragas; a dificuldade de desenvolvimento da metodologia e síntese dos feromônios sintéticos; e o tempo de resposta** para o controle, já que o controle químico tem efeito imediato.
158
Controle comportamental Os feromônios podem desencadear respostas?
comportamentais imediatas (feromônios desencadeadores) ou respostas fisiológicas de longo prazo (feromônios preparadores). Os feromônios podem agir a curtas ou longas distâncias e sua eficiência é bastante reduzida quando a velocidade do vento é superior a 3 m/s.
159
Os principais tipos de feromônios liberados pelos insetos são: * Feromônios sexuais:
mais comumente liberados pelas fêmeas, têm ação a longa distância. Permitem que os insetos se encontrem para o **acasalamento**.
160
Os principais tipos de feromônios liberados pelos insetos são: * Feromônios de agregação:
**formação de grupos** de indivíduos, com finalidades de defesa (menor risco por indivíduo), exploração de recursos (suplantar defesas de plantas, realizar ataques conjuntos), facilitar encontros sexuais.
161
Os principais tipos de feromônios liberados pelos insetos são: * Feromônios de alarme:
sinalizam para o grupo a existência de **perigo ou ameaça**, além de alertar também o agressor da presença de defesas ou de que o mesmo já foi percebido. **Agem a curta distância e por pouco tempo** (em média 10 cm de alcance e ação por 10 min). Muito perceptível em ninfas de percevejos, que se evadem do local em que estão após alguma interferência que leva à liberação do feromônio de alarme.
162
Os principais tipos de feromônios liberados pelos insetos são: * Feromônios de marcação:
permitem **marcação de recursos e de territórios**. Exemplos: parasitoides marcam hospedeiros, mosca-das-frutas marca frutos em que efetuou a oviposição. Permite o reconhecimento de recursos já explorados.
163
Os principais tipos de feromônios liberados pelos insetos são: * Feromônios sociais:
permitem **reconhecimento de indivíduos da mesma colônia e manutenção da estrutura social** (exemplo: feromônio mandibular da rainha impede o desenvolvimento sexual das operárias).
164
As principais estratégias de controle comportamental são:
* Controle utilizando feromônios: podem ser empregados para controle e monitoramento. * Controle com **armadilhas: armadilhas com atrativos para coleta massal** de insetos. Podem ser **atrativos visuais** (cores amarelo, azul e branco, luz) ou **alimentares**. Os atrativos alimentares muitas vezes são empregados na forma de **iscas tóxicas** (atrativo alimentar mais inseticida), como as caldas para moscadas-frutas (organofosforado mais melaço, suco de frutas ou proteína hidrolisada).
165
* Controle utilizando feromônios: * Monitoramento:
armadilhas adesivas com iscas que liberam feromônios podem ser empregadas no **monitoramento da população de pragas** em sistemas de MIP. São empregados principalmente **feromônios sexuais.**
166
* Controle utilizando feromônios: * Coleta massal:
uso de **feromônios sexuais ou feromônios de agregação para coleta de indivíduos** da população, mantendo-a abaixo do nível de controle. O uso de feromônios de agregação tem sido mais bem sucedido na coleta massal. No Brasil, é empregado, por exemplo, no controle do besouro Migdolus em cana e da broca-do-coqueiro.
167
* Controle utilizando feromônios: * Confundimento sexual:
são empregados **feromônios sexuais para impedir que machos e fêmeas se encontrem** para que ocorra o acasalamento. O efeito de confundimento é principalmente devido à **competição** entre os feromônios liberados pelos insetos e os feromônios sintéticos, impedindo que os encontros ocorram.
168
Controle biológico de pragas corresponde ao?
uso de organismos para controle de uma população prejudicial a alguma atividade humana. O controle biológico tem como objetivo a regulação da população da praga, e não seu extermínio.
169
De acordo com as estratégias empregadas, são definidos três tipos de controle biológico:
* Controle biológico clássico: * Controle biológico conservativo ou natural: * Controle biológico aumentativo ou aplicado:
170
* Controle biológico clássico:
consiste na introdução de inimigos naturais de outras regiões para controle principalmente de pragas exóticas, que não tenham um complexo de inimigos naturais estruturado no local. O primeiro caso de sucesso ocorreu em 1888 com a introdução de uma joaninha nativa da Austrália para controle do pulgão-branco-dos-citros nos EUA. No Brasil, a primeira introdução bem-sucedida foi realizada na década de 1930, pela importação de uma vespa parasitoide nativa de Uganda para controle da broca-do-café.
171
* Controle biológico conservativo ou natural:
se baseia na população de inimigos naturais que já ocorrem na área. O objetivo é preservar ou aumentar as populações de inimigos naturais pela manipulação do ambiente de forma a favorecê-los. A conservação dos inimigos naturais resulta em maior diversidade de espécies benéficas e maior controle das populações de insetos-praga. Os principais fatores desfavoráveis aos inimigos naturais são o uso de inseticidas (preferir produtos seletivos), microclima inadequado (irrigação, manejo de poda, cobertura vegetal, diversidade de espécies vegetais), falta de alimento para os adultos (fornecer fontes alimentares alternativas, aumentar diversidade vegetal), falta de hospedeiros e presas alternativos (promover diversificação da comunidade de plantas), assincronia de ciclo de vida entre presa/hospedeiros e inimigos naturais (maior diversidade de plantas favorece presas/hospedeiros alternativos), e falta de abrigo. O manejo do hábitat tem como objetivo suavizar a hostilidade do ambiente e melhorar as condições ambientais para os inimigos naturais, favorecendo sua sobrevivência, longevidade e fecundidade. A diversificação da comunidade de plantas é a principal estratégia para favorecer as populações de inimigos naturais, principalmente quando são empregadas plantas que fornecem pólen/néctar, abrigo, presas/hospedeiros alternativos e microclima favorável.
172
* Controle biológico aumentativo ou aplicado:
**envolve a liberação periódica de predadores e parasitoides criados em massa, sendo aplicado comercialmente em grandes áreas sob diversos sistemas de produção.** Tem ação mais rápida no controle das pragas, sendo por isso mais facilmente aceito pelos produtores. O desenvolvimento das dietas artificiais permitiu a criação massal de insetos, o que viabilizou o emprego do controle biológico aumentativo. Na verdade, a produção massal de inimigos naturais envolve a criação de dois insetos distintos, a inimigo natural propriamente dito e as suas presas ou hospedeiros.
173
O controle biológico aumentativo pode ser de dois tipos?
inundativo e inoculativo.
174
No controle biológico inundativo?
os inimigos naturais são liberados em grandes quantidades, atuando como verdadeiros "inseticidas biológicos". Tem efeito rápido e é bastante adequado inclusive para culturas anuais.
175
No método inoculativo, os inimigos naturais são?
os inimigos naturais são liberados em pequenas quantidades para supressão da população de praga ao longo do tempo, sendo bastante adequado para culturas semi-perenes, perenes e florestas. Nesse caso, o objetivo é o estabelecimento da população de inimigos naturais na área. Existe uma variação deste método que é o inoculativo sazonal, empregado em casas de vegetação para controle de pragas em cultivos de curta duração.
176
Predadores
São indivíduos que **matam e consomem um grande número de presas** ao longo do seu ciclo de vida. Envolve interações no tempo e no espaço, sendo a predação função do balanço entre capacidade de forrageamento do predador e a disponibilidade de presas. As técnicas de predação variam conforme a espécie, podendo ser de espera (maior gasto de tempo e menor consumo energético), de armadilha (atrai presas para captura) ou de busca ativa (economia de tempo, maior gasto energético).
177
Os predadores geralmente são?
polífagos ou generalistas (predam várias espécies de presas), mas podem ser oligófagos (diversas espécies), estenófagos (apenas algumas espécies) ou até mesmo monófagos (apenas uma presa específica). Após a localização e captura da presa, o predador a contém antes de se alimentar (aceitação).
178
Exemplos de predadores: * Ácaros predadores:
controle de ácaros fitófagos.
179
Exemplos de predadores: * Percevejo Orius (Hemiptera):
muito bom predador, principalmente de tripes.
180
Exemplos de predadores: * Joaninhas (Coleoptera):
as larvas são predadoras de pulgões.
181
Exemplos de predadores: * Crisopídeo (Neuroptera):
predador generalista.
182
Exemplos de predadores: * Sirfídeo (Diptera):
predadores de pulgões.
183
Parasitoides
Os parasitoides são insetos que **matam o hospedeiro** e necessitam **de um único indivíduo para completarem o seu ciclo de vida**. **Os adultos são de vida livre, enquanto as formas juvenis se alimentam do hospedeiro interna ou externamente**. São ditos **coinobiontes** quando permitem que o hospedeiro cresça e continue a se alimentar, enquanto os **idiobiontes** se desenvolvem em hospedeiros mortos ou paralisados.
184
Os parasitoides podem ser de diferentes tipos e estabelecer diferentes relações com o hospedeiro: * Parasitoide primário:
se desenvolve sobre hospedeiros não parasitados.
185
Os parasitoides podem ser de diferentes tipos e estabelecer diferentes relações com o hospedeiro: * Hiperparasitoide:
parasitoide de outro parasitoide. Pode comprometer o controle biológico ao parasitar os parasitoides introduzidos.
186
Os parasitoides podem ser de diferentes tipos e estabelecer diferentes relações com o hospedeiro: * Multiparasitismo:
duas ou mais espécies de parasitoides em um único hospedeiro.
187
Os parasitoides podem ser de diferentes tipos e estabelecer diferentes relações com o hospedeiro: * Superparasitismo:
vários indivíduos da mesma espécie em um único hospedeiro.
188
Os parasitoides podem ser de diferentes tipos e estabelecer diferentes relações com o hospedeiro: * Endoparasitismo:
o parasitoide se desenvolve no interior do corpo do hospedeiro, podendo ser solitário (uma única larva) ou gregário (várias larvas provenientes da oviposição de um único parasitoide).
189
Os parasitoides podem ser de diferentes tipos e estabelecer diferentes relações com o hospedeiro: * Endoparasitsmo:
o parasitoide alimenta-se externamente ao hospedeiro, podendo ser solitário ou gregário.
190
Exemplos de parasitoides * Micro-himenópteros (Hymenoptera):
são **vespas de tamanho muito pequeno** (0,5 a 3 mm), o que permite a oviposição em ovos e pequenos insetos, mas demanda vários pontos de liberação na área. Realizam postura endofítica (geralmente endoparasitoides). Os **braconídeos** (família Braconidae) são endoparasitoides de **pulgões** (ficam mumificados) e lagartas (Cotesia flavipes na broca-da-cana). Os afelinídeos (família Aphelinidae) são largamente empregados como parasitoides de mosca-branca (oviposição ocorre nas ninfas). O **tricograma** (família Thrichogrammatidae) é parasitoide de ovos de insetos, principalmente de lepidópteros, o que é vantajoso pois permite o controle da praga antes que causem dano. Os mimarídeos (família Mymaridae) são parasitoides de **ovos** de coleópteros, hemípteros e lepidópteros. Os eulofídeos (família Eulophidae) são parasitoides de minadores de folhas.
191
Exemplos de parasitoides * Vespas (Hymenoptera):
Tamanho de 1-2 mm, com oviposição endofítica. Os adultos se alimentam de néctar. Principalmente a família Ichneuminidae (parasitoides de lagartas).
192
Exemplos de parasitoides * Moscas (Diptera):
principalmente da família Tachinidae. A oviposição ocorre no exterior do inseto, já que não possuem ovipositor.
193
Entomopatógenos
São organismos capazes de causar doenças em insetos, como fungos, bactérias, protozoários, nematoides e vírus. O controle microbiano de insetos emprega organismos entomopatogênicos para manutenção das populações de pragas abaixo do nível de controle.
194
O uso de entomopatógenos tem como vantagens?
a especificidade e seletividade; a facilidade de multiplicação, dispersão e produção dos organismos; efeitos secundários benéficos, como a interrupção na alimentação (redução do dano); controle mais duradouro pela maior persistência dos entomopatógenos no ambiente; menor toxicidade e contaminação ambiental (biodegradáveis).
195
O uso de entomopatógenos tem como desvantagens?
tem-se o espectro limitado de ação (especificidade), a ação mais lenta em relação aos inseticidas, a dependência de condições ambientais favoráveis, o menor tempo de armazenamento (organismos vivos) e a segurança durante a produção (possibilidade de contaminação).
196
Entomopatógenos * Fungos:
patógenos com **largo espectro de ação**, infectando diferentes estágios de desenvolvimento via tegumento. **Alta capacidade de disseminação** horizontal (de indivíduo para indivíduo). O ciclo é **altamente dependente das condições ambientais** (principalmente **umidade**) e em geral se completa em quatro a nove dias. O esporo depositado sobre o inseto adere ao tegumento, germinando sob condições favoráveis (temperatura amena e umidade elevada). O tubo germinativo cresce até encontrar uma abertura no tegumento. Após a penetração, o micélio desenvolve-se no interior do corpo do inseto, voltando a crescer no exterior para formação dos corpos de frutificação e dispersão dos esporos. São empregados para o controle de diversas pragas, como cigarrinhas, brocas, ácaros, dentre outros.
197
Exemplos de fungos entomopatogênicos: * *Beauveria bassiana:*
crescimento micelial esbranquiçado, com elevado potencial comercial, mas que também ataca inimigos naturais.
198
Exemplos de fungos entomopatogênicos: * *Metarhizium anisoplae:*
crescimento micelial esbranquiçado, esporos esverdeados, grande potencial comercial.
199
Exemplos de fungos entomopatogênicos: * *Nomurae rileyi:*
ocorrência natural, ataca principalmente lagartas.
200
Entomopatógenos * Bactérias:
microrganismos procariotos unicelulares, podendo ser esporulantes ou nãoesporulantes. **As não-esporulantes provocam morte por septicemia (infecção gerneralizada). As bactérias esporulantes produzem cristais proteicos tóxicos e matam por efeito toxicogênico.** A inoculação ocorre por via oral e os cristais, nas condições do mesêntero, originam toxinas que migram para as células da parede do tubo digestivo levando à sua ruptura.
201
Exemplos de bactérias entomopatogênicas: * *Bacillus thuringiensis var. kurstaki*:
controle de lagartas de lepidópteros.
202
Exemplos de bactérias entomopatogênicas: * *Bacillus thuringiensis var. israelensis*
controle de larvas de dípteros (moscas e mosquitos).
203
Exemplos de bactérias entomopatogênicas: * *Bacillus thuringiensis var. tenebrionis:*
controle de larvas de coleópteros.
204
Exemplos de bactérias entomopatogênicas: * *Bacillus sphaericus:*
controle de mosquitos.
205
Entomopatógenos * Vírus:
são parasitas celulares obrigatórios. Inoculação via oral.
206
Exemplos de vírus entomopatogênicos: * *Baculovirus anticarsia:*
controle eficiente da lagarta-da-soja.
207
Exemplos de vírus entomopatogênicos: * *Baculovirus erinnyis*:
controle do mandarová-da-mandioca.
208
Entomopatógenos * Nematoides:
são animais invertebrados de corpo mole e não-segmentado. Os nematoides entomopatogênicos são **parasitas facultativos, sendo que atuam em simbiose com bactérias**. Os nematoides penetram nos insetos por aberturas naturas e regurgitam células bacterianas no interior do inseto. As bactérias colonizam o hemocele (cavidade geral do copo dos insetos) e solubilizam os nutrientes para o nematoide.
209
Principais programas de controle biológico no Brasil * Cana-de-açúcar:
controle da broca-da-cana pelos micro-himenópteros parasitoides de lagartas, Cotesia flavipes, e ovos, Trichogramma galloi. Controle de cigarrinhas pelo fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae principalmente quando a colheita é feita sem despalha pelo fogo.
210
Principais programas de controle biológico no Brasil * Soja:
controle de percevejos sugadores pelos micro-himenópteros parasitoides de ovos Telenomus podisi e Trissolcus basalis. Controle da lagarta-da-soja pelo vírus entomopatogênico Baculovirus anticarsia.
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Principais programas de controle biológico no Brasil * Tomateiro:
controle da traça-do-tomateiro por parasitoides do gênero Trichogramma e controle da mosca-branca pelo micro-himenóptero parasitoide Encarsia formosa.
212
Principais programas de controle biológico no Brasil * Frutíferas:
controle de mosca-das-frutas pelo micro-himenóptero parasitoide Diachasmimorpha longicaudata, compatível com a técnica do macho-estéril (oviposição nas larvas de primeiros ínstar). Controle de ácaros fitófagos por ácaros predadores em macieira. Controle da mosca-minadora dos citros pelo micro-himenóptero parasitoide Ageniaspis citricola (família Encyrtidae). Controle do moleque-dabananeira pelo fungo entomopatogênico Beauveria bassiana.
213
Principais programas de controle biológico no Brasil * Cultivo protegido:
controle de tripes pelo percevejo predador Orius insidiosus. Controle de pulgões pelos micro-himenóptero parasitoides Aphidius colemani e Lysiphlebus testaceipes. Controle de moscaminadora pelos micro-himenóptero parasitoides Dacnusa sibirica e Diglyphus isaea. Controle de ácaros fitófagos pelo ácaro predador Phytoseiulus persimilis.
214
Principais programas de controle biológico no Brasil * Pastagens:
controle de cigarrinhas pelo fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae. Controle de cupins por Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae.
215
Principais programas de controle biológico no Brasil * Cafeeiro:
controle da broca-do-café pelo fungo entomopatogênico Beauveria bassiana.
216
Principais programas de controle biológico no Brasil * Lagartas:
controle pela bactéria entomopatogênica Bacillus thuringiensis.
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Controle químico
Inseticidas são compostos químicos que provocam mortalidade de insetos devido à sua interferência nos processos fisiológicos. Como vantagens, os inseticidas têm ação rápida e são relativamente baratos. As desvantagens são diversas, principalmente quando usados sem critério, incluindo a ressurgência de pragas, já que mata, mas não regula as populações; surgimento de pragas secundárias; resíduos nos alimentos e no ambiente; desenvolvimento de resistência nos insetos aos inseticidas (pressão de seleção); morte de insetos benéficos (inimigos naturais, polinizadores, abelhas).
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Quanto à forma de penetração no inseto, os inseticidas podem ser:
* Contato: penetração via tegumento. * Fumigação: penetração através dos espiráculos. * Ingestão: absorção via oral.
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Quanto à forma de translocação na planta, os inseticidas podem ser:
* Sistêmicos: translocados no sistema vascular, principalmente no xilema (maioria dos inseticidas sistêmicos tem fluxo ascendente). * Efeito em profundidade: ação translaminar, sendo translocados através dos espaços intercelulares. Atingem insetos no interior das folhas.
220
Quanto à origem, os inseticidas podem ser:
* Inorgânicos: como fosfeto de alumínio e enxofre. * Microbianos: organismos entomopatogênicos. * Orgânicos: divididos em naturais (enxofre, ácido bórico) e sintéticos (clorados, fosforados, carbamatos, piretroides, neonicotinoides, etc).
221
Os artrópodes-praga podem desenvolver resistência aos inseticidas, que significa o desenvolvimento da?
habilidade de tolerar a exposição a doses do ingrediente ativo que seriam letais para a maioria da população.
222
O surgimento de populações resistentes pode ter como consequências a?
consequências a necessidade de aplicações mais frequentes de inseticidas, aplicação de doses mais altas, uso de misturas indevidas e necessidade de substituição de produtos, comumente por outros de maior toxicidade. Essas consequências acarretam em maior contaminação do meio ambiente, grande mortalidade de insetos benéficos e aumento dos custos de produção.
223
O desenvolvimento da resistência a inseticidas se dá principalmente pela _____________________________________________________________________ sobre as populações de praga, de modo que os indivíduos mais resistentes vão sendo continuamente selecionados ao longo do tempo.
pressão de seleção contínua
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Os principais mecanismos de resistência a inseticidas são: * Redução da penetração cuticular:
levando à menor penetração do ingrediente ativo. Pode ocorrer para todas as classes de inseticida, mas pode ser reduzida pelo uso de espalhantes adesivos.
225
Os principais mecanismos de resistência a inseticidas são: * Destoxificação metabólica:
os indivíduos resistentes são capazes de degradar as moléculas do inseticida.
226
Os principais mecanismos de resistência a inseticidas são: * Redução na sensibilidade do sítio de ação:
os sítios de ação do inseticida sofrem alguma alteração na sua conformação que o torna menos sensível ao inseticida.
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A característica de resistência traz um custo adaptativo para os indivíduos resistentes.
Inicialmente, a frequência dos alelos que conferem resistência é baixa na população, já que os indivíduos mais resistentes são geralmente menos aptos que os indivíduos suscetíveis. Essa característica permite o restabelecimento da suscetibilidade da população quando o inseticida não é aplicado por um tempo.
228
O manejo da resistência a inseticidas deveria se basear em?
estratégias preventivas, porém geralmente torna-se uma preocupação apenas quando o controle químico deixa de ser efetivo. Contudo, outros fatores também podem comprometer a eficácia dos inseticidas, como a calibragem deficiente dos equipamentos, alta densidade populacional da praga, condições meteorológicas desfavoráveis, formulação inadequada, pH da calda inadequado.
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As estratégias de manejo da resistência podem ser divididas em três grupos: * Manejo por moderação:
baseia-se na redução da pressão de seleção, mantendo uma proporção mais alta de indivíduos suscetíveis na população por aplicações menos frequentes, controle em reboleiras, manutenção de áreas não tratadas de refúgio, aplicação do inseticida quando a praga se encontra mais vulnerável.
230
As estratégias de manejo da resistência podem ser divididas em três grupos: * Manejo por saturação:
busca reduzir o valor adaptativo dos indivíduos resistentes pelo uso de sinergistas (por exemplo, moléculas que bloqueiam os mecanismos de destoxificação) ou doses mais altas.
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As estratégias de manejo da resistência podem ser divididas em três grupos: * Manejo por ataque múltiplo:
utilização de dois ou mais produtos com diferentes modos de ação em rotação ou em mistura.